Nota do Blog: A presente coluna “Um Olhar Sobre Rio Negrinho”, de autoria dos Professores Celso Crispim Carvalho e Mariana Carvalho, foi publicada originalmente em 17/10/2014, no "Jornal do Povo" de Rio Negrinho, a quem agradecemos.
CONSIDERAÇÕES INICIAIS. Nossa proposta para
produzir estas páginas semanalmente, é resgatar a memória histórica do nosso
querido município e a trajetória dos feitos históricos de nossos antepassados,
filhos adotados por esta terra generosa e maravilhosa.
Somos muito gratos às
pessoas solidárias à nossa causa que colaboram nos fornecendo dados,
depoimentos valiosos e fotografias para que possamos retratar a nossa querida
Rio Negrinho da melhor maneira possível e para que nossos leitores deliciem-se
com os nossos textos.
Estamos fazendo o
possível para aproximar ao máximo da verdade as datas, os locais, os fatos e os
personagens. O tempo passou e com ele, aos poucos, a nossa história vai sendo
esquecida e enterrada no meio das transformações. É preciso fazer emergir o
passado à lembrança para que dele possamos tirar as melhores lições e, baseados
nelas, construamos um futuro promissor e feliz!
GRUPO DE JOVENS DA MATRIZ SANTO ANTONIO
– 1969. Este grupo foi dividido em dois, um masculino liderado
por mim, e outro feminino liderado por Mariana.
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História nº1. LEITURA BÍBLICA. (Texto de Celso) Corria o ano de 1970.
Eu comandava alguns grupos de jovens pertencentes ao “Movimento Jovem” com sede
no Salão Paroquial, fundado em nossa cidade pelo Padre Zezinho do Sagrado
Coração de Jesus, em 1969.
De tempos em tempos,
éramos fiscalizados pelo Padre Aloísio Hellmann (SCJ), nosso superior na região. Fomos
comunicados que no sábado seguinte Pe. Aloísio faria uma vistoria espiritual em
nosso grupo a fim de verificar o andamento das reuniões bíblicas.
O pessoal do grupo
masculino preparou-se da melhor maneira possível e ansiávamos pelo tal
encontro. Tentaríamos dar a melhor impressão! Dentro da organização para o
evento ler-se-ia alguns trechos da Bíblia para posterior reflexão em conjunto.
Um rapaz, chamado
Ilário, alcunha Boiadeiro, ficou encarregado desta tarefa. Preparamos os textos
para que ele treinasse e fizesse a leitura com desenvoltura. Tudo pronto, o
padre chegou, alguns comentários de boas-vindas ao sacerdote, fizemos a oração
inicial e chegou a hora da esperada leitura.
Boiadeiro levantou-se
com a Bíblia nas mãos e em pose soberba e solene começou a leitura de um trecho
que dizia assim: “ ... e Moisés passou com uma tocha acesa e um braseiro
fumegante...!”. Boiadeiro, meio atrapalhado e um pouco nervoso, leu assim: “...e
Moisés passou com uma “trocha” acesa e um brasileiro fumegante...!”.
Depois de algumas
risadas meio envergonhadas, o rapaz continuou lendo mais um trecho que dizia:
“...e Jesus entrou no meio dos pecadores e comeu com eles...!” (para mostrar
humildade). Boiadeiro, já mais nervoso ainda, meio gaguejando, mandou ver: “...e
Jesus entrou no meio dos pecadores e comeu eles...!”. Penso que a nota “Dez” que almejávamos
no conceito do padre a nosso respeito virou fácil, fácil num “Dez abaixo de
Zero”!
CENTRO DE RIO NEGRINHO EM 1972. |
História
Nº 2. UM “OVO” RUIDOSO. (Texto de Mariana). Aquele palanque que aparece
no canto esquerdo superior da fotografia e ocupado por figurões da cidade foi
palco de um fato curioso e hilariante. Era ano de eleições e neste mesmo lugar
foi montado um palanque para comício eleitoreiro. O pessoal, que estava quase
dormindo em pé por conta daqueles blá, blá, blás estafantes dos políticos, de
repente foi despertado por algo completamente inesperado. Não se sabe bem ao
certo se o microfone falhou ou se não havia aparelhagem sonora instalada no
palanque. Um dos candidatos falava em tom ameno com voz um pouco fraca e, lá
perto da ponte, um senhor muito conhecido na cidade inconformado gritou: -“Ei, cara, fale mais arto, que eu não OVO
naada!” A seguir ouviu-se um estrondo de gargalhadas que mais parecia um
trovão. Nem os filmes do Mazzaropi conseguiram arrancar tantas risadas em uma
só pancada! Foi a primeira vez na história de Rio Negrinho que tanta gente
promoveu tamanho festival de risos. O candidato que discursava tentou ficar
sério, mas não conseguiu, até rolou lágrimas dos seus olhos de tanto rir, e a
sequência do seu pronunciamento era constantemente interrompida por novos
rojões de alegria saídos da boca das pessoas aqui e ali e do próprio político
que ora falava grosso e ora fino com voz espremida tentando conter o riso. O
tal sujeito, responsável pelo “gargalhaço”, também riu muito achando graça de
si mesmo. Depois ele comentou: “Pois,
óia, foi de doê o estombo que até me cuspi tudo!”.Todo mundo saiu
satisfeitíssimo com o comício! Só não sabemos se aquele político que discursava
levou vantagem com tamanha “manifestação popular!”
CONSIDERAÇÕES
FINAIS. Finalizamos agradecendo sua leitura. As histórias inserem fatos e
detalhes da vida antiga em nossa cidade em várias épocas, mostrando lugares, hábitos,
costumes e vestimentas das pessoas e um paralelo entre as diferenças de duas
épocas: de antes e de hoje.
Por hoje é só! Um abraço de Celso e outro de
Mariana. Fique com Mamãe e Papai do Céu!
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