Nota do Blog: A presente coluna “Um Olhar Sobre Rio Negrinho”, de autoria dos Professores Celso Crispim Carvalho e Mariana Carvalho, foi publicada originalmente em 19/09/2014, no "Jornal do Povo" de Rio Negrinho, a quem agradecemos.
CREPÚSCULO!
CONSIDERAÇÕES INICIAIS. No crepúsculo de Rio
Negrinho, a certeza de que, os primeiros 134 anos são apenas o começo. Num
esforço conjunto, a cada nova manhã se renovam as forças geradoras do progresso
que fizeram de Rio Negrinho, por longo tempo, a “Capital dos Móveis” de toda a
América Latina, um título, que apesar de lhe ter sido arrancado, por certo
orgulhará seu povo ainda por muitos anos.
O
mesmo crepúsculo, também dá a certeza de que, mesmo sob tantos bombardeios das
intempéries que se abateram sobre a cidade, Rio Negrinho continuará crescendo e
fazendo, a cada dia, seu povo mais feliz. E olha que, bem analisado, esta doce
fatia da Serra do Mar é um pequeno paraíso para se viver bem!
Continuemos
hoje, falando da música em nossa região que já veio com os primeiros
habitantes, arrojados estrangeiros que aqui depositaram toda a confiança na
conquista da felicidade e que, um após outro, transformaram a grande floresta
em uma cidade linda, cheia de vida e, esta mesma música, ainda se perpetua em
nossos tempos valorizando cada tijolo aqui cimentado e cada toco de árvore
arrancado do chão para dar lugar a um pilar que, com outros, sustentaria as
moradas destes heróis.
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CREPÚSCULO. O crepúsculo dá a certeza de que, mesmo sob tantos bombardeios das intempéries que se abateram sobre a cidade, Rio Negrinho continuará crescendo e fazendo, a cada dia, seu povo mais feliz. |
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BANDINHA
ANTON (BANDA SÃO PEDRO) – 1930. Esta banda de 1928 a 1938 era chamada de Banda
São Pedro. Além do árduo trabalho na roça, que era a atividade do sustento das
famílias, os colonos arranjavam tempo para formar uma banda, dinheiro para
comprar os instrumentos musicais, tempo para ensaiar e tempo para abrilhantarem
festas e eventos. Geralmente, as bandas tinham longo tempo de vida. Um dos
fatores determinantes para tal longevidade era a necessidade de lazer, pois não
havia TV, cinema, teatro e eram raros os momentos de descontração. Quando
muito, a diversão do povo eram as festas promovidas pelas igrejas, e que festas
bonitas! Nesta foto, a banda estava em frente ao Salão Lampe na comemoração da
vitória da Revolução Getulista, em 1930. Da esquerda para a direita: 1-Willy Pscheidt,
2-José Anton, 3-Alvino Anton, 4-Otto Maros, 5-Max Anton, 6-Francisco Anton,
7-Antonio Pscheidt, 8-Osvaldo Anton e 9-José Liebl. Podemos observar que todos tocavam
instrumentos de sopro, todos tinham chapéu, alguns usavam calça meia-canela,
mas todos vestidos decentemente, os mais velhos usavam bigodes e veja a moda da
gola do paletó, bem larga. Hoje o Banco Bradesco possui entrada para
funcionários no mesmo lugar do Salão Lampe, à direita, visto de frente. (Nota do Blog: Segundo depoimento de Alvino Anton, carroceiro, músico e político, prestado ao autor do Blog Rio Negrinho no Passado em setembro de 1995, a Banda Anton teve como fato marcante a comemoração da vitória getulista em 1930, na festa liderada em Rio Negrinho por Eduardo Virmond, líder político da época. Nesta comemoração estava presente e retornando o então voluntário naquela revolução - José Hantschel. Note-se que os músicos ostentavam lenços vermelhos ao redor do pescoço, emblema maragato, que Getúlio Vargas adotou, como símbolo dos revolucionários). |
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SOCIEDADE
DE CANTORES DE RIO NEGRINHO – DATA INCERTA. Aqui, nesta casa, havia um
salão de baile, um palco para os músicos e para apresentações de teatro, dança
e outras manifestações artísticas. Reunia-se nela a elite de Rio Negrinho em
bailes e apresentações comemorativas. Situava-se à rua Luiz Scholz, era um prédio de
madeira que foi consumido pelo fogo. No lugar construiu-se outro prédio onde
funcionava o Banco do Brasil e que novamente foi consumido por incêndio (Nota do Blog: Esta foto deve-se se situar ao final da década de 1930). |
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QUARTETO DO DIA. Fundado
em 1956, na apresentação radiofônica da ZYR7 Rádio Rio Negrinho, tinha o
objetivo de divulgar a música de harmônica (gaita de boca) com violão,
instrumentos estes que executavam com maestria fazendo com que cada página
musical se transformasse numa jóia sonora que encantava os ouvidos e a alma do
ouvinte. Naquele tempo, a Rádio Rio Negrinho era absoluta em nossa cidade e
através dela os artistas locais divulgavam suas obras musicais. Todos escutavam
rádio, pois não havia televisão e na parte de baixo do prédio da Rádio havia um
auditório para as pessoas apreciarem os artistas que se apresentavam ao vivo.
Na foto aparecem da direita para a esquerda: 1-Ernesto Luko Junior (locutor da
Rádio), 2-Norberto Murara (harmônica), 3-Gerold Lichtblau (harmônica), 4-Félix
Briniack (harmônica) e 5-Arnaldo Rodrigues de Lima (violão). O efeito popular
para quem se apresentasse num programa radiofônico era semelhante aos da
televisão nos dias de hoje.
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BANDINHA SÃO PEDRO VISITANDO A GRUTA DO
RIO DOS BUGRES. (Data
incerta) Nesta interessante fotografia, já meio apagada pela ação do tempo, vemos os seguintes músicos: (da esquerda para a direita): José Münch, Eduardo Anton, Otto Maros, João Naderer, João Frohener, Max Anton e José Anton. O nome do cachorro não sabemos! (Nota do Blog: Segundo informações transmitidas por Affonso Gerhard Froehner (falecido em 11/05/2010) ao administrador do Blog Rio Negrinho no Passado, a presente foto é de 05/04/1926, e na verdade trata-se da Bandinha Tureck, que constitui-se num dos mais antigos conjuntos musicais de Rio Negrinho. Nesta imagem vemos esta Bandinha em visita a bela gruta de Rio dos Bugres, festejando a segunda-feira de Páscoa, composta pelos seguintes membros, a partir da esq. José Munch, Eduardo Anton, Otto Maros, João Naderer, João Froehner, Max Anton e José Anton)
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OS TEMÍVEIS. Fundado
em 1968, foi o primeiro conjunto musical de guitarras da nossa cidade. Os
quatro primeiros integrantes fundadores (na fotografia da esquerda para a
direita) foram: Marinho Nossol, Celso Carvalho, Vergílio Ricobom e Juarez
Garcia. Naquele tempo guitarristas eram mal vistos pela sociedade que os
consideravam “cabeludos” mais ou menos o equivalente a maconheiros dos nossos
tempos modernos. Essa história, contaremos em detalhes na próxima edição.
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BANDINHA MIRIM – 1985.
Aqui, a garotada fazia uma apresentação na estação ferroviária para os
turistas. O regente da banda era Carlos Alberto Pinto Júnior. Esta iniciativa
receptiva deveria permanecer até os dias de hoje, pois seria um ponto positivo
para Rio Negrinho, mas infelizmente não mais acontece com freqüência. Que pena!
Algo tão bonito não poderia perder-se no tempo!
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JAZ BANDINHA GUARANI DE RIO PRETO
FUNDADA EM 1957. Esta foto foi cedida ao Museu Carlos Lampe
por Noemi Schade Schoeffel. Os músicos são: da direita para a esquerda em pé: 1-Alfredo
Tureck, 2-Mario Schoeffel, 3-Teodomiro Schoeffel, 4- Cyrillo Schoeffel, 5-Bruno
Schoeffel, 6-Antonio Vicente Thomaz (maestro), 7- Edy Schoeffel, 8-Paulo Beckert (sentado à esquerda)
e 9-Braulio Schoeffel (sentado à direita).
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CONSIDERAÇÕES FINAIS.
Quanto mais uma cidade cresce, mais necessário se faz conservar sua história
para que não se percam no tempo suas raízes, principalmente as culturais que
sustentam o progresso de um povo esclarecido e inovador.
Assim como as raízes
de uma árvore são seus pés, a cultura de um povo também são seus pés e suas
pernas. Cada cidadão de uma cidade deveria estar comprometido com a preservação
do seu patrimônio histórico e defender com unhas e dentes esse resguardo.
Por
hoje é só! Obrigado! Um grande abraço de Celso e outro de Mariana! Fique com
Mamãe e Papai do Céu!
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