Nota do Blog: A presente coluna “Um Olhar Sobre Rio Negrinho”, de autoria dos Professores Celso Crispim Carvalho e Mariana Carvalho, foi publicada originalmente em 14/08/2014, no "Jornal do Povo" de Rio Negrinho, a quem agradecemos.
IMPORTÂNCIA DAS RAÍZES CULTURAIS.
CONSIDERAÇÕES INICIAIS. Meu
avô, Fernando Tureck, já dizia: “Um povo sem raízes é como um filho sem pai nem
mãe!” Imagine uma pessoa que nunca viu sua mãe, não sabe quem é sua mãe, não
tem nenhuma fotografia de qualquer familiar, nem sabe onde nasceu...! Assim é
uma cidade que não conserva o seu Patrimônio Histórico e que suas simpáticas
casas viram mercadorias no comércio de demolição. No lugar são erguidos novos
prédios, alguns sem estilo e de pouca graça.
Construções
que quase sempre descaracterizam o mais rico conjunto de edificações deixado
pela colonização dos pioneiros e heróis (alemães, italianos, poloneses, e
outros) que, com suor e lágrimas, edificaram um lugar para morar e que suas
obras lembravam os lugares de onde vieram.
Tudo
desaparece em nome do progresso e do lucro! Isso poderia ser evitado com
processos de tombamento. Porém, só o tombamento não é suficiente para manter
vivo tal acervo. É preciso criar meios e mecanismos para que as edificações não
virem ruínas, já que a maioria delas necessita de restauração assim como foi
feito com o Casarão Zipperer: adquirido, restaurado e tombado para então
instalar-se ali o Museu Carlos Lampe.
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CASARÃO
ZIPPERER TOTALMENTE RESTAURADO. Assim deveria permanecer com execução de
cuidados especiais de tempos em tempos. Mas, hoje algumas das suas partes
externas apresentam deterioração. Há que se tomar providências, tão logo
possível, objetivando evitar perdas irreparáveis. |
Hoje novamente abriremos a janela do tempo
para dar uma olhada no passado rico em histórias para nos contar. Histórias que
são nossas e fazem parte de cada um de nós.
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PRIMEIRA BOMBA DE GASOLINA, ONDE HOJE É
A ÓTICA VISUAL, NA ESQUINA DA RUA JORGE ZIPPERER COM A RUA CARLOS WEBER. EM
FRENTE À PRAÇA DO AVIÃO.
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DETALHE DA BOMBA DE GASOLINA.
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PRIMEIRO
BISPO DE JOINVILLE, DOM PIO DE FREITAS. Rio Negrinho recebeu a visita do Bispo em 1930 com muita festa e alegria. Um
grande e importante momento para os católicos da vila. Vale lembrar que a
autoridade de um bispo naquele tempo era algo fenomenal, incontestável e digna
de máximo respeito, a ponto de os fiéis beijarem o anel em sua mão. Tempo em
que a religião tinha mais força que a própria política dentro de uma
comunidade. O que o vigário da paróquia dizia era lei. Inclusive, a eleição de
políticos e prefeitos dependia muito da palavra de um padre ou de um vigário.
Basta ver quantas grandes e importantes obras e quanto progresso foram gerados
pela vontade de alguns dos nossos vigários que tinham seus objetivos voltados
para o bem da comunidade. Como exemplo, quem não lembra do Padre José de
Anchieta, hoje canonizado santo, que fundou a cidade de São Paulo? |
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INAUGURAÇÃO
DO PRÉDIO DA INTENDÊNCIA EM 1935. Homens
de chapéu e terno, e mulheres de vestido comprido até o joelho ou do joelho
para baixo e de sombrinha. Todo mundo muito bem vestido! Era a moda da época! Muita
festa na inauguração. Até 15.2.27 Rio Negrinho dependia administrativamente de
São Bento, data em que foi nomeado o primeiro intendente, o Sr. Pedro Simões de
Oliveira cargo este pleiteado pelo Sr. Jorge Zípperer. Em 1935 este prédio
abrigou a Intendência de Rio Negrinho que era o Segundo Distrito de São Bento; em
1954, com a emancipação política, passou a funcionar como Prefeitura Municipal.
Ali também funcionou o correio, a telefônica e a cadeia pública; em 1980 virou
Fórum, mas um incêndio destruiu parte da construção que foi demolida ainda na
década de 80, no governo do Prefeito Romeu Albuquerque. Aquele incêndio, muitos
dizem, ter sido provocado por vandalismo ou por interesses não identificados.
No entanto, nunca houve uma investigação, pelo menos de conhecimento público, que
concluísse o verdadeiro motivo da tal conflagração. Ao nosso ver, aquela
construção, com o que sobrou do sinistro, poderia ter sido reconstruída e
reaproveitada no exato lugar onde estava, levando a efeito a preservação de uma
importante peça do patrimônio cultural da nossa cidade. Assim, ainda hoje
poderíamos apreciar a antiga e bela edificação que encheria os olhos de quem
por lá passasse e povoaria nossos pensamentos com lembranças dos bons tempos
que não voltam mais. Nota:
Pesquisamos em várias fontes sobre a data da construção deste prédio e
constatamos referências a três datas diferentes: 1925, 1933 e 1935. Quando
tivermos acesso a documentos oficiais comprobatórios publicaremos o parecer
correto. |
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ILUMINAÇÃO ESPECIAL NA OCASIÃO DA
PRIMEIRA PREFEITURA DE RIO NEGRINHO.
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SEGUNDA PREFEITURA DE RIO NEGRINHO. O prédio
construído no final da rua Paulo Boehm, inaugurado em 1980, funcionou como Prefeitura até 1996.
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RIO NEGRINHO EM 1953.
Esta foto, exposta numa das paredes do Casarão Zipperer, no Museu Carlos Lampe,
em Rio Negrinho, lembra o tempo áureo de nossa cidade, quando o povo vivia sem
muitas preocupações e quando a mesa era farta.
Numeramos alguns pontos da
cidade para melhor reconhecimento de lugares que hoje estão muito mudados e até
irreconhecíveis: 1-
prédio da Intendência que futuramente seria a Prefeitura Municipal e mais tarde
o Fórum, na Praça do Avião; 2- Casarão Zipperer, onde hoje é o Museu Histórico Carlos
Lampe; 3- Rádio Rio Negrinho; 4- Rua Senador Nereu Ramos; 5- Ponte do Gibaco;
6- Rua Pedro Simões de Oliveira; 7- Rua Willy Jung.
Naquela década, a Móveis
Cimo tomava grande impulso em crescimento econômico, tornando-se a maior
indústria de móveis da América Latina, um orgulho sem par para Rio Negrinho. Notem
que a cidade cresceu grudada nesta fábrica de móveis. Para cá vinha muita gente
de outras cidades para trabalhar na Cimo. A maioria vinha de trem e no final de
semana voltava para casa, também de trem, para passar o final de semana com
seus familiares. Outros tantos estabeleceram residência em Rio Negrinho e para
cá trouxeram suas famílias.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS. Mostrar
a beleza e a importância deste patrimônio (Rio Negrinho) é um pequeno passo
rumo à preservação da nossa própria identidade cultural e, também, é preciso
que dentro da comunidade existam pessoas cultas e conscientes, com interesses
voltados para a preservação. É nesse sentido que pesquisamos e endereçamos nosso trabalho publicando um
pouco da história de Rio Negrinho acompanhado de fotografias interessantes dos
inúmeros momentos (bons e ruins) pelos quais passou nossa gente e nosso
município.
Por hoje é só! Obrigado! Um
abraço de Celso e outro de Mariana! Fique com Mamãe e Papai do céu!
É sempre muito bom saber mais da minha cidade natal... Parabéns
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