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segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

UM OLHAR SOBRE RIO NEGRINHO! (32)

Nota do Blog: A presente coluna “Um Olhar Sobre Rio Negrinho”, de autoria dos Professores Celso Crispim Carvalho e Mariana Carvalho, foi publicada originalmente em 08/08/2014, no "Jornal do Povo" de Rio Negrinho, a quem agradecemos. 

RIO NEGRINHO – TRAJETÓRIA HISTÓRICA. EVOLUÇÃO AOS
 TRANCOS E BARRANCOS E COM GRANDES REALIZAÇÕES.

CONSIDERAÇÕES INICIAIS. Um povo que nunca desistiu mesmo envolto em grandes tragédias destruidoras. Esse povo merece um preito de admiração e respeito! Desde os primórdios, Rio Negrinho sofreu grandes desventuras como algumas que descrevemos na edição anterior: secas fustigadoras, geadas abaixo de zero, tufões avassaladores, incêndios aniquiladores, enchentes flageladoras, falências de grandes empresas chuvas de granizo e etc. Mas os moradores, herdeiros do espírito de luta dos seus resolutos descendentes, após as intempéries aproveitaram cada dia de sol para reerguer tudo novamente e isso ainda está sendo repetido depois da última grande enchente e assim sempre será! Em 1948, a vila de Rio Negrinho já delineava-se como pequena cidade no alto da serra e era um distrito de Serra Alta (então assim denominada São Bento). Veja as duas primeiras fotos – São Bento em 1948 e Rio Negrinho em 1948. 
SERRA ALTA, HOJE SÃO BENTO, EM 1948. Cidade vista do alto do morro da Igreja Matriz.
RIO NEGRINHO EM 1948. Vemos a vila grudada ao redor da Móveis Cimo. Nessa época Rio Negrinho já pensava em andar com as próprias pernas, mas isso só veio acontecer 05 anos depois. Mas para chegar até aqui foi preciso vencer muitas lutas árduas.
Alguns aspectos de Rio Negrinho desde o começo da sua história de colonização pelo homem branco
Em 1875 veio a família Ferreira de Lima; 1880- construção da Estrada Dona Francisca passando por Rio Negrinho; 1880 – primeiro sapateiro, Carlos Hantschel que faleceu em 1916; 1891 – primeira grande enchente; 1910 – primeiro hotel da Sra. Jacob Decher, e com data incerta a primeira funilaria do Sr. Otto Baumer, primeiro açougue do Sr. Henrique Kwitschal,  primeira sapataria do Sr. Henrique Hatschbach.

CONSTRUÇÃO DA ESTRADA DE FERRO QUE PASSOU (E AINDA PASSA) POR RIO NEGRINHO, INAUGURADA EM 1913. (foto de Iza Jung).
Em 01 de Abril de 1913 foi inaugurada a estrada de ferro São Paulo – Rio Grande com ramal Porto União – São Francisco do Sul. Em Rio Negrinho foi construída a estação ferroviária e foram iniciados os serviços de transportes de trem entre São Francisco e outra cidades. Viajava-se de trem às 11hs da manhã para Mafra e Porto União e às 15hs para Serra Alta, Corupá, Jaraguá, Joinville e São Francisco. Os preços eram baratinhos e todo mundo podia viajar tranquilamente apreciando as maravilhosas paisagens das serras. Hoje, os serviços via férrea restringem-se a transportes de cargas industrializadas, salvo as pequenas viagens turísticas de “Maria-fumaça”; 1914 – início das atividades da fábrica de móveis Jung e Cia., de propriedade de Jorge Zípperer e Willy Jung, que mais tarde viria a ser a poderosa Móveis Cimo; 1917 – criada a primeira escola particular, primeira Professora, Srta. Maria de Oliveira; 1920 – inauguração da primeira escola pública com a Professora pública Dona Adélia da Costa Ferreira e com o Professor particular, Sr. Roberto Hoffmann. 1921 – fundado o Foot-Ball Club Rio Negrinho com sede no Salão Lampe onde, também, havia um grande palco para apresentações de teatro e shows e apresentações de ginástica. Ali funcionava uma biblioteca com 800 livros em português e alemão. 1924 – severa seca sem precedentes causou prejuízos enormes; 06 de Julho de 1924 – lançada a pedra fundamental da igreja católica.

SECAS SEM PRECEDENTES EM 1924. Poços, riachos, vertentes e lagoas secaram. As pessoas sofreram e as lavouras ficaram danificadas.  
13 de Dezembro de 1925 – Rio Negrinho tornou-se Segundo Distrito de São Bento; 1926 – grande enchente afundou grande parte da vila Rio Negrinho; 13 e 14 de Dezembro de 1926 – inauguração da Igreja católica e sua consagração a Santo Antonio pelo Vigário de São Bento, Padre Henrique Müller e assistido pelo Vigário de Rio Negrinho-Mafra, Padre José Ernser; 1927 – visita do Governador Dr. Adolfo Konder; 1928 – inauguração da Igreja Luterana; 18 de Fevereiro de 1929- criada uma agência telegráfica; 1930 – visita do primeiro Bispo de Joinville, Dom Pio de Freitas.

CONSTRUÇÃO DA TORRE DA IGREJA LUTERANA. (atual)
 22 de maio de 1932 – violento furacão destruiu o edifício escolar e muitas casas, despedaçou a igreja luterana e sua torre foi arrancada e voou 400 metros para longe da igreja com a força do vento. Até parece historinha de conto de fadas, mas foi realidade, um registro histórico. Entremeio estas datas aconteceram desastres naturais, outros tantos acidentes como incêndios, chuvas de granizo, descarrilamento de trens, etc. Veja dois descarrilamentos.

DESCARRILAMENTO 1. Imagine como foi difícil a tarefa de tirar o trem dalí.
DESCARRILAMENTO 2. Esse trem foi descarrilado por um pinheiro que caiu nos trilhos.
GRANDE GEADA EM 1937. Foto foi obtida no interior de Rio Negrinho na geada de 2011. No entanto a de 1937 superou esta em muitos graus negativos. Foi muito rigorosa considerando o clima da nossa região. Com -10°c (dez graus abaixo de zero) toda a paisagem ficou branca. A água congelou no ar formando lindas estalactites. Naquele tempo a maioria da população de Rio Negrinho morava no interior, eram agricultores, e foi lá que o frio aconteceu com maior intensidade.  
RODA D’ÁGUA TRAVADA PELA AÇÃO DO GELO. Foto tirada na serraria Müehlbauer, na localidade em Rio Casa de Pedra, em Rio Negrinho.
LINDAS ESCULTURAS DE GELO FEITAS PELO FRIO. De certa maneira tudo ficou muito bonito naquele dia. Mas quem não gostou muito foram os agricultores que perderam parte das plantações pela ação do frio e da geada. Algumas da fotos apresentadas nesta edição foram doadas ao Arquivo Histórico pelo Doutor Professor José Kormann.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Na próxima edição continuaremos a história e publicaremos mais fotos “interessantes” sobre tragédias e fatos em Rio Negrinho. Nossos mais profundos agradecimentos a Adriane Duffeck, do Arquivo Histórico, por sua solicitude e dedicação ao atender nossos anseios na busca de informações e fotos do arquivo.
Por hoje é só! Obrigado! Um grande abraço de Celso e outro de Mariana! Fique com Mamãe e Papai do Céu!

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