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domingo, 28 de dezembro de 2014

QUAL A ORIGEM DA DENOMINAÇÃO DO BAIRRO SÃO RAFAEL? HIPÓTESE?


Vista parcial do bairro São Rafael (Foto: acervo do autor do Blog)
Vista parcial do bairro São Rafael (Foto: acervo do autor do Blog)
Vista parcial do bairro São Rafael (Foto: acervo do autor do Blog)
Vista da EBM Profª Selma T. Graboski, no bairro São Rafael (Foto: acervo do autor do Blog)
Vista da Igreja Cristo Rei, no bairro São Rafael (Foto: acervo do autor do Blog)

Vista parcial do bairro São Rafael (Foto: acervo do autor do Blog)

Luiz Schoeffel, 83 anos, veterano morador do bairro São Rafael (Foto: acervo do autor do Blog)
Evaldo Liebl, 87 anos, veterano morador do bairro São Rafael (Foto: acervo do autor do Blog)

Ivo Antonio Liebl, morador do bairro São Rafael (Foto: acervo do autor do Blog)

Quem foi São Rafael?
Comemorado em 29 de Setembro - São Rafael, o nome deste arcanjo vem do hebraico Rafa, sinônimo de cura, e El, que significa Deus. "Cura de Deus" ou "Curador divino", este é o arcanjo Rafael, que é o chefe dos anjos da guarda, considerado o anjo da Providência, que vela por toda a humanidade. Este arcanjo cura todos os ferimentos da alma e do corpo e defende igualmente as criaturas, de qualquer raça ou classe social, perante Deus.  Rafael é um dos sete arcanjos que fazem parte do círculo mais próximo do Senhor, um de seus mensageiros. Foi o único, segundo as Escrituras, que assumiu a forma humana e viveu entre os seres humanos durante alguns meses. (Extraído do site da Congregação das Irmãs Paulinas)

Entrevista com moradores do Bairro São Rafael!
Conforme o censo 2010 (IBGE) a população do bairro São Rafael é de 3.916 habitantes, distribuida entre homens e mulheres. A população masculina, representa 1.931 hab, e a população feminina, 1.985 hab.
Na busca de informações, sobre a origem da denominação do bairro São Rafael, recentemente estivemos estrevistando alguns veteranos moradores daquele bairro, entre os quais destacamos Everton Doerlitz, Marta Jantsch, Henrique Liebl, Luiz Schoeffel, Ivo Antonio Liebl e Evaldo Liebl.
Todos os entrevistados afirmaram que nunca tiveram notícias donde se origina esta homenagem naquele bairro a São Rafael.
Numa conversa mais longa com Luiz Schoeffel (83 anos), morador da rua Carlos Lampe, afirma que desde 1955, quando veio a residir nesse bairro, este já era conhecido por aquela denominação.  Já Evaldo Liebl (87 anos), já não faz esta afirmação. Morador da rua São Rafael, esquina com a rua Carlos Lampe, comprou o seu lote em 1948, mas veio a residir por volta de 1951.
Porém, eles são unânimes que adquiriram os seus terrenos de Jacob Brey, que em parceria de Eugenio Doerlitz, lotearam uma faixa de terras, naquele bairro. Jacob Brey e Eugenio Doerlitz haviam adquirido estas terras de Willy Beckert.
Evaldo Liebl testemunha que veio residir no local onde reside atualmente residia apenas Willy Jantsch, e no “morro do Kaminski”, era morador Francisco Gery Kaminski, cartorário de então, e mais aos fundos a família Duffeck. O acesso do bairro era pelo atual rua Francisco Gery Kaminski seguindo pela rua Frederico Voght, rumo a localidade de Rio dos Bugres.  A atual rua São Rafael ainda não era existente, construída mais tarde, por força de Fridel Olsen, que encontrou muitas resistências dos moradores no trecho, logo após a ponte no rio dos Bugres, que por coincidência leva o seu nome.
As terras de Jacob Brey confrontava, ao norte, estava as terras de Paulo Hatschbach, futuro bairro Ceramarte, e de outro lado terras de Francisco Gery Kamienski, entre outros.
Com base nas informações de Luiz Schoeffel, Henrique Liebl e Evaldo Liebl é de se supor que a efetiva povoação do bairro se deu a partir de 1950.

Mas donde se originou a denominação de São Rafael? Hipótese?
Recentemente, recebi do amigo e bacharel em história Rodrigo Moreira Tomaz, um documento que me chamou a atenção. Trata-se de um requerimento, datado de 05/10/1903, de autoria de Antonio Martins Ferreira Emygdio, na qual é requerido junto ao Governo de SC, uma extensa faixa de terras “parte da Fazenda do Rio dos Bugres de São Raphael, que houve por compras feitas ao Coronel Jose Correa de Bittencourt e sua mulher Dona Escolastica Ribas Franco de Bittencourt e ao Capitão Jose Bley e sua mulher Dona Maria Bley”..... (grifo meu). Nesta Fazenda do Rio dos Bugres de São Raphael, está incluída a localidade de Rio dos Bugres, os atuais bairros São Rafael, Ceramarte, Cruzeiro, e parte do bairro Alegre. Uma das vendedoras desta Fazenda, Escolástica Ribas Franco de Bittencourt, é uma descendente direta do Brigadeiro Manoel de Oliveira Franco, militar paranaense, político e grande proprietário de terras, falecido em 1875, que foi o primeiro dono de grande parte das terras da cidade de Rio Negrinho.

Quem foi Antonio Martins Ferreira Emygdio?
Personagem ainda desconhecido de nossa história, trata-se de um paranaense, falecido em 15/10/1905, aos 77 anos de idade, nesta Fazenda do Rio dos Bugres de São Raphael, motivado pela influenza, e foi sepultado no Cemitério do Lençol. Sua esposa Maria Ferreira Santana Emydio, paranaense, faleceu em 25/07/1908, com 69 anos de idade, e foi sepultada também no Cemitério do Lençol.

Terá sido a denominação Fazenda do Rio dos Bugres de São Raphael para a origem da denominação do bairro São Rafael. Fica aí levantada esta tese, respeitada futuras explicitações. Onde era a sede desta Fazenda e como foi partilhada, são explicações que futuramente deverão ser encontradas.

Nota do Blog: O requerimento anteriormente mencionado, faz parte do acervo de documentação, a ser futuramente publicada, por uma comissão de estudos, que tem-se reunido periodicamente, denominado Projeto História de Rio Negrinho.

sábado, 13 de dezembro de 2014

A ORIGEM DA DENOMINAÇÃO DOS BAIRROS DA CIDADE DE RIO NEGRINHO !


Vista aérea da cidade de Rio Negrinho (Foto: acervo do site oficial da Pref. de Rio Negrinho)


Oficialmente a denominação dos bairros da cidade de Rio Negrinho ocorreu apenas em 1° de dezembro de 1982, através da Lei n° 1259/82. Nela foram denominados 15 bairros, assim descritos: Centro, Vila Nova, Bela Vista, Ceramarte, Alegre, Cruzeiro, Vista Alegre, Quitandinha, Pinheirinho, Campo Lençol, São Pedro, Barro Preto, Industrial Norte, Industrial Sul e São Rafael.

Na sua grande maioria a denominação escolhidas foi respeitando-se os nomes comumente usados em cada região da cidade, a exemplo dos bairros Centro, Vila Nova, Bela Vista, Ceramarte, Alegre, Cruzeiro, Vista Alegre, Quitandinha, Pinheirinho, Campo Lençol, São Pedro, Barro Preto e São Rafael. As denominações novas foram Industrial Norte e Industrial Sul. No meu modo de ver uma grande falha verificada, na formatação da mencionada Lei 1259/82, foi a não utilização do nome do bairro Rio dos Bugres, para a região situada nas proximidades do Estádio de Futebol do Esporte Clube Continental, que geograficamente englobaria parte dos atuais bairros Ceramarte e Quitandinha.

Uma alteração a Lei 1259/82 sofreu em 31 de março de 2000, na qual foi criado o Bairro Jardim Hantschel, desmembrado do Bairro Vista Alegre. Portanto, oficialmente a cidade de Rio Negrinho possui atualmente cerca de 16 bairros. Futuramente vamos buscar a origem dos nomes destes bairros.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

A Evolução da Decoração Natalina em Rio Negrinho!























Nota do Blog: O presente texto é de autoria "ARQUIVO HISTÓRICO DE RIO NEGRINHO", publicado originalmente em 12/12/2014, em sua página do facebook, com as imagens acima publicadas, a quem agradecemos.

A evolução da decoração natalina em Rio Negrinho, vem de muitos anos atrás, no 2º governo do então Prefeito Romeu Ferreira de Albuquerque (in memoriam), onde teve a iniciativa de transformar a Chaminé numa árvore natalina gigante.

Com a simplicidade de poucos recursos materiais existentes na época (1994/1995), a imponente árvore natalina impressionou toda a região, trazendo os primeiros indícios para atrair a visitação de pessoas. Já no ano seguinte, houve uma programação natalina, onde retretas no coreto ao lado da Praça, bandas alegravam a noite com apresentações musicais, envolvendo as entidades como Lions e CAJURINE (atual JCI Rio Negrinho) e Rotary Clube.

Nesta ocasião, a JCI Rio Negrinho foi pioneira na vinda do trenzinho da alegria, garantindo a alegria das crianças com passeios na área central, em troca de 1 Kg de alimento. Toda a região central, era reservada para que pessoas pudessem circular com segurança. Muitas luzes iluminavam o centro da cidade, marcando a época e anunciando, que mais um natal se aproximava.

Outro fato importante foi a implantação de uma área central de lazer, que com o passar dos anos e gestões foi evoluindo e tendo a transformação que hoje podemos conferir: Prédio da Prefeitura; Pavilhão dos Imigrantes; Câmara de Vereadores; Terminal Urbano; Urbanização; e, Vias Pavimentadas.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

80 Anos do Falecimento do Imigrante Benedicto Bail !


Benedicto Bail, tido como o noivo  do primeiro casamento boêmio em São Bento do Sul, ocorrido em julho de 1876 (Foto do acervo do autor do Blog)

Nota do Blog: O presente texto foi publicado originalmente no Blog São Bento no Passado, em 24/02/2008, de autoria de Henrique Fendrich, a quem agradecemos, por ocasião do 80 anos do falecimento do imigrante Benedicto Bail, cujos numerosos descendentes se encontram espalhados por várias cidades brasileiras, especialmente São Bento do Sul e Rio Negrinho. Dos 10 filhos de Benedicto Bail, salvo melhores informações, 5 deles residiram em Rio Negrinho, a seguir mencionados: Maria Bail, casada com Otto Zeithammer; Engelberto Bail, casado com Paula Heiden; Benedicto Bail Filho, casado com Maria Grosskopf; Rodolfo Bail, casado com Margarida Hübl; e, Paulo Bail, casado com Marta Grosskopf.

No dia 24.02.1928 faleceu meu trisavô Benedicto Bail[1], tido como o noivo do primeiro casamento boêmio de São Bento do Sul[2]. Nasceu em 30.04.1856 em Holschlag e foi batizado em Gutwasser, ambas aldeias da Boêmia.[3] Conforme o registro de imigração, no entanto, ele seria natural de Haidl, atualmente Zhuri. Era filho natural de Maria Bail, e tinha ao menos uma irmã mais velha, chamada Bárbara Bail. Conta a história que cedo os dois ficaram órfãos.
Benedicto, ainda rapazote, se empregou na marcenaria de Georg Neppel. E lá conheceu Anna Maria Neppel, a filha de seu chefe. Não demorou muito até que os dois acabassem se enamorando. O que não foi visto com bons olhos por Georg, que teria então demitido Benedicto, achando que a filha merecia melhor destino do que ter um noivo órfão e bastante humilde. A separação forçada não foi suficiente, no entanto, para que os dois deixassem de se gostar.
Mas sem muitas perspectivas de vida, Benedicto decidiu acompanhar seus padrinhos Georg Gschwendtner e Francisca Raiel[4] quando imigraram ao Brasil. Veio então com o Navio Shakespeare, que saiu de Hamburgo no dia 20.09.1874 e chegou em São Francisco do Sul a 11.11.1874. Então subiram a serra até São Bento, onde passaram a morar. Benedicto morava onde hoje é a Rua Antônio Hilgenstieler. Como quase todos naquela época, também trabalhou como lavrador.
Reza a tradição que Benedicto e Anna Maria Neppel, ainda apaixonados, continuaram trocando cartas, ele em São Bento e ela na Europa. O que é de difícil comprovação, afinal cremos que Benedicto não sabia ler ou escrever. Além do mais, foram poucos os navios que vieram entre 1874, ano de imigração de Benedicto, e 1876, quando Anna Maria imigrou.
De fato, os Neppel também passaram a ter dificuldades na Europa e acharam que o melhor seria tentar a sorte em outro lugar. E esse lugar foi exatamente São Bento. Vieram pelo navio Humboldt que saiu de Hamburgo em 15.04.1876 e chegou em São Francisco do Sul no dia 11.06.1876.
Após longo período, Benedito e Anna Maria finalmente puderam se reencontrar, agora em solo brasileiro. Certamente, o novo encontro trouxe à tona todos aqueles sentimentos que haviam sido tolhidos pela separação imposta pelo pai da noiva. Com as esperanças renovadas, o casal decidiu enfrentar a oposição da família Neppel. E tanta era a vontade de legitimar a união, que um mês depois de Anna Maria chegar ao Brasil, ela e Benedicto já estavam se casando.
A data do casamento foi marcada para 10.07.1876, na próxima visita que faria o Pe. Carlos em São Bento. A refeição matinal do noivo naquele dia foi na casa de Franz Pöschl, cunhado de Benedicto e o almoço na casa de Georg Bayerl[5]. A Johann Christoff coube a missão de divulgar a notícia desse casamento. Para isso, ao fazer o seu pronunciamento, desenha com giz um convite na porta da casa das pessoas.
Benedicto, que não era, como visto, dos mais afortunados financeiramente, começou a se preocupar com a roupa que teria que vestir na ocasião do casamento – pois não tinha nenhuma em condições para cerimônia tão especial! Quem conseguiu um terno para ele foi Josef Augustin. Benedicto vestiu, o terno serviu, e foi com ele que esteve durante o casamento.
No dia do casamento, os músicos já estavam a postos na casa de Franz Pöschl. A primeira bandinha de São Bento tocou no primeiro casamento boêmio. O primeiro convidado a chegar foi Georg Gschwendtner, tido como padrinho do noivo. E como era costume, recebeu uma garrafa de vinha por isso. A todos que chegavam, era oferecido uma cerveja de gengibre, num caneco especial. Os conviddados também eram enfeitados com ramos e fitas coloridas. Havia bolos, cucas e salgados, além de café. E tudo isso servido em mesas pra lá de rústicas, como tudo o mais era rústico naquele tempo.
Era a celebração da união de Benedict e Anna Maria, contra a vontade dos Neppel. Houve, como costuma acontecer em muitas festas, uma “discussão acalorada”, pra não dizer uma briga, entre Franz Pöschl e Georg Seidl. Este havia emprestado uma pistola para Pöschl dar uma salva de tiros. Seidl estava tomando a sua cerveja de gengibre, e logo passou a se sentir tonto. Mesmo assim, estava tentando recarregar a pistola, mas acabou derramando pólvora fora do cano, e não dentro. Quando apertou o gatilho, só a espoleta estourou. Isso teria despertado a primeira discussão em um casamento na cidade, mas que logo foi controlada e apaziguada pelos demais convidados.
Fora isso, a festa seguia, animada por canções da velha Boêmia. Johann Grossl, fervoroso rezador, fez um Pai Nosso pedindo bênçãos aos noivos, além de orações pelos parentes já falecidos – como os pais de Benedicto. Feito isso, seguiu-se para a pequena capela do Santíssimo Coração de Maria, que ficava a cerca de 2 quilômetros da casa de Franz Pöschl. Para lá sergiu o cortejo nupcial. Atrás dos músicos vinha Anna Maria, acompanhada do jovem Franz Grossl, o seu guia, e Benedict acompanhado de Theresia Zipperer, a “dama de honra”. Havia ainda a representante da mãe da noiva, que foi Margareth Schiessl.
Já na capela, os dois se casaram perante o Pe. Carlos Boergershausen. Era a consumação dos desejos do casal, da paixão que começara na Europa, que fora interrompida, e que ressurgira com força total em solo são-bentense, a despeito da oposição dos Neppel. Consta que os pais da noiva permaneceram firmes e não apareceram na cerimônia de casamento da filha. Na oportunidade, também se casaram Johann Schiessl e Barbara Simet.
Depois de finda a cerimônica religiosa, foram para o hotel e restaurante de Georg Bayerl, onde a comida já estava pronta e a cerveja fora preparada pelo próprio dono. Lá também se inicou outro costume da terra natal daquelas pessoas, que era a corrida pela “offaschüssel”, uma espécie de pá de madeira, com um cabo comprido. Sob ela se deitava a massa de pão para colocá-la no forno e assim assá-la. A pá era enfeitada e colocada numa distância entre 100 e 200 metros dos “corredores” concorrentes. Vários homens se dispunham a correr. Quem venceu foi Georg Gschwendtner. Como prêmio, podia dançar com a representante da noiva, quando as danças tivessem início.
Os convidados tratavam então de sentar-se às meses, em cujo centro estava um prato para se colocar o preço da refeição, já anunciado no dia do convite por Johann Christoff, e que era de mil réis. Benedict Bail e Anna Maria Neppel sentaram-se num canto do salão, sob um crucifixo. Os parentes mais próximos sentaram-se perto. Quando todos já estavam acomodados, o dono da casa rezou em voz alta as orações de costume nessas ocasiões, as quais eram respondidas pelos convidados. Depois todos almoçaram.
Quando terminaram, as mesas foram arrumadas. Anna Maria caminhou sob uma passarela de meses em direção ao centro do salão. Fez isso em companhia de Franz Grossl, o seu “guia”. Começou então a dança da noiva, a primeira feita exatamente com Grossl. A seguinte foi chamado Benedicto Bail, e então o casal dançou pelo salão. Depois de tantos problemas, proibições e distância, não estavam os dois ali casados e dançando para celebrar a união? Essa dança também foi dançada por Franz Grossl e Therezia Zipperer, além de Georg Gschwendtner, o vencedor da “offaschüssel”, e a representante da mãe da noiva.
Depois seria a hora de chamar o pai de Benedicto. Como ele há longo tempo já descansanva no solo de sua pátria, foi rezado um Pai Nosso pelo descanso de sua alma. O pai da noiva também seria chamado, mas, como dito, ele não compareceu. Depois foram chamados os padrinhos e depos os demais parentes. E ao final, todos os convidados puderam dançar pelo salão.
O simples Benedicto viveu menos de dez anos em companhia de Anna Maria. No dia 29.09.1885 Anna faleceu, vítima de tifo. Era o triste fim do relacionamento que começara ainda na Boêmia. Não sabemos se nessa época houve alguma alteração no relacionamento de Benedicto com os pais da noiva. Sabemos que em 1884, Benedicto aparece como testemunha de casamento de Josef Neppel e também de Aloís Neppel, irmãos de Anna Maria, de modo que sabemos que mantinham relações. Não temos notícia de filhos de Benedicto com sua primeira esposa Anna Maria Neppel.
Algum tempo depois de ficar viúvo, Benedicto se casou novamente, dessa vez com Catharina Brandl, que ainda criança também imigrou pelo Shakespeare em 1874. Transcrevemos o registro de seu casamento, conforme os livros da Igreja Católica de São Bento do Sul:
“A dez de fevereiro de mil oitocentos e oitenta e seis, às 10 horas da manhã, na Capella do Smo. Coração de Maria deste Municipio de S. Bento, feitos os tres banhos canonicos a 24 e 31 de Janeiro e 2 de Fevereiro do corrente anno, sem impedimento algum e com palavras de presente e de mutuo consentimento na forma do sagrado Concilio de Trento, em minha presença e das testemunhas José Schroeder e Jorge Weiss, receberão-se em matrimonio Bendedicto (sic) Beierl e Catharina Prandl, elle de idade de 30 annos, viuvo por obito de sua primeira mulher Maria Neppel, filho natural de Maria Beierl, nascido em Holzschlag e baptisado em Gutwasser na Bohemia, e ella de idade de 18 annos, solteira, filha legitima de José Prandl e Anna Weinfalter, nascida e baptisada em Eisenstrass, também na Bohemia, ambos os contrahentes livres, estrangeiros, lavradores e moradores neste Municipio. E logo em seguida na missa pro sponcis lhes dei a Benção Nupcial Solemne do que para constar lavrei este termo que assignei com as testemunhas. O Vigário Pe. Carlos Boegershausen”.
Desse casamento nasceram os seguintes filhos, não necessariamente na ordem:
Luiz Bail, casado com Francisca Fleischmann.
Thereza Bail, casada com Engelberto Bechler.
Maria Bail, casada com Otto Zeithammer.
José Bail, casado com Martha Maahs.
Carlos Bail, casado com Maria Quandt.
Engelberto Bail, casado com Paula Heiden.
Catharina Bail, casada com Rodolfo Giese.
Benedicto Bail, casado com Maria Grosskopf.
Rodolfo Bail, casado com Margarida Hübl.
Paulo Bail, casado com Marta Grosskopf.
A vida de Benedicto já havia tido perdas prematuras, e ele teve ainda mais uma em 04.02.1912. Nesse dia faleceu, com cerca de 43 anos, sua segunda esposa Catharina Brandl. Faleceu antes de seu pai, Josef Brandl, que continuou morando com seu genro Benedicto até falecer em 1917. Já Benedicto, faleceu no dia 24.02.1928, conforme atesta o registro de óbito que tivemos o cuidado de transcrever abaixo:
“Aos vinte e cinco dias do mez de Fevereiro do ano mil novecentos e vinte e oito, nesta villa de São Bento, Estado de Santa Catarina, em meu cartório compareceu Benedito Bail e perante as testemunhas abaixo assignadas declarou que no dia de hontem às dezoito e meia horas, falleceu em seu domicilio na Estrada Argolo, neste distrito, seu pai Benedicto Bail, vítima de fraqueza cardíaca, com idade de 71 anos, natural de Áustria, de cor branca, profissão lavrador, viúvo de Catharina Brandl, de filiação ignorada, residia à dita Estrada Argolo, tendo fallecido sem assistência médica, não deixa bens, vae ser sepultado no Cemitério Público desta villa de São Bento, do que para constar lavrei o presente termo, depois de lido e achado conforme, assina Luiz Guenther a rogo do declarante, por não saber este escrever, conforme declarou, com as testemunhas que são Paulo Grossl, alfaiate, e Antônio Ruzanowski, ambos residentes nesse districto. Eu, Erico Bollmann, official do Registro Civil, o escrevi e também assigno.”
Benedicto está sepultado no Cemitério Municipal de São Bento do Sul, no lado esquerdo de quem entra pela escadaria, no mesmo túmulo em que descansa sua filha Catharina Bail e o esposo desta, Rodolfo Giese. Cremos que há um equívoco na sua lápide ao afirmar que nascera em 1854, quando na verdade foi 1856. O fato de seu filho ser analfabeto comprova novamente que Benedicto deve ter tido uma vida muita simples e sob condições bastante humildes.
[1] A grafia varia muito de documento para documento, podendo ser Bail, Beil, Beyerl, Bayerl, e assim por diante. Os descendentes de Benedicto usam, quase todos, “Bail”, razão pela qual também é essa a grafia que aqui adotamos.
[2] A história é tratada no livro de Josef Blau “Bayern in Brasilien” e também no “São Bento do Passado”, de Josef Zipperer. Também já foram realizadas apresentações teatrais.
[3] Holschlag atualmente se chama Paseka e contava com a seguinte população e moradias: em 1910 eram 172 habitantes morando em 8 casas; em 1921 eram 9 casas, e desconhecemos a população. Paseka fica a cerca de 3 quilômetros de Zhuri. Já Gutwasser, em nossos dias se chama Dobrá Voda, a 5,7 quilômetros de Paseka.
[4] A informação de que eram padrinhos de Benedicto está no livro “São Bento na Memória das Gerações”, de Alexandre Pfeiffer.
[5] Não sabemos ainda qual o parentesco com Benedito, se de fato existe, como o cremos. George Bayerl também veio pelo navio Shakespeare em 1874.

sábado, 6 de dezembro de 2014

FOI CRIADO A PARÓQUIA CRISTO REI, NO BAIRRO SÃO RAFAEL, EM RIO NEGRINHO!


Vista da Igreja Cristo Rei (Foto do acervo do autor do Blog)

Vista da Igreja Cristo Rei (Foto do acervo do autor do Blog)
Vista da Igreja Cristo Rei com destaque à imagem do padroeiro da igreja (Foto do acervo do autor do Blog)
Placa alusiva a criação da Paróquia da Igreja Cristo Rei (Foto do acervo do autor do Blog)
Bispo diocesano de Joinville D. Irineu Roque Scherer apresentando à comunidade o primeiro pároco Antonio Humberto Zanini, por ocasião da criação da Paróquia Cristo Rei (Foto do acervo do Blog Paroquial da Igreja Cristo Rei)
Vista da celebração por ocasião da criação da Paróquia Cristo Rei (Foto do acervo do Blog Paroquial da Igreja Cristo Rei)

Nota do Blog: Mesmo com um pouco de atraso, mais com muita alegria, estamos compartilhando aos amigos e amigas, a criação da Paróquia Cristo Rei, com sede no bairro São Rafael, em Rio Negrinho, ocorrida no último dia 23/11/2014, desmembrada da então única Paróquia Santo Antonio, que atendia todo o nosso município.

No último dia 23 de novembro de 2014 foi celebrado a criação da Paróquia Cristo Rei de Rio Negrinho com a posse do Pároco Antonio Humberto Zanini. A criação desta paróquia foi por ato bispo Diocesano de Joinville Dom Irineu Roque Scherer, que se fez presente na celebração, com padres, visitantes de outras cidades e a comunidade rionegrinhense que lotou a igreja Cristo Rei, agora transformada em Paróquia. Rio Negrinho que desde novembro de 1948 até a presente data contava somente a Paróquia Santo Antonio, abrangendo todo o município, passa agora a atendida com duas paróquias.  O expediente da Secretaria Paroquial Cristo Rei é o seguinte:

SECRETARIA PAROQUIAL CRISTO REI
Telefone 3644-1703
Horário de Atendimento
De Segunda à Sexta-Feira
Das 08h30 às 11h42 e das 13h00 às 18h00
Aos Sábados - Das 08h00 às 11h00
Secretária: Jéssica Aparecida Maros
Blog: www.cristoreirionegrinho.blogspot.com.br


Histórico da Comunidade Cristo Rei

A Igreja Cristo Rei que teve seu inicio em 1972, quando o Bispo Diocesano Dom Gregório Warmeling trouxe para a Paróquia Santo Antônio de Pádua, um curso de criatividade comunitária, com a finalidade de formação de lideranças.
Um grupo liderado pelos Senhores José Carlos Pscheidt, Renésio Pscheidt e Luiz Schoeffel, em 20 de janeiro de 1973 iniciou a busca de recursos para aquisição do terreno para a Igreja. Foi lançado o primeiro livro ouro, onde as empresas Ceramarte, Famorine e Miner e pessoas da comunidade doaram os recursos necessários para a compra do terreno, sendo efetivada a compra do terreno no dia 22 de março de 1973.
O Padroeiro Cristo Rei é celebrado sempre no último domingo do Ano Litúrgico. A primeira festa do Padroeiro aconteceu no dia 23 de novembro de 1975, com a celebração da Santa Missa. Já no dia 17 de abril de 1977, com a presença de autoridades e comunidade local, o então Pároco Padre José Norberto Konrad, celebrou a missa de lançamento da Pedra Fundamental da Igreja Cristo Rei, neste ano completando 37 anos.

Comunidades pertencentes a nova Paróquia Cristo Rei:

Comunidades na sede do município: Igreja Cristo Rei bairro São Rafael; Imaculado Coração de Maria, do bairro São Pedro; Nossa Senhora das Graças, bairro Jardim Hantschel; São João Batista, bairro Quitandinha; e, São José de Anchieta, bairro Vista Alegre.

Comunidades no interior: Nossa Senhora da Salete, localidade de Colônia Olsen Queimados; Nossa Senhora de Fátima, localidade de Rio dos Bugres; São Pedro, localidade de Colônia Olsen; São Roque, localidade de Rio Preto Velho; e, Mosteiro Trapista, localidade de Boa Vista.