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segunda-feira, 19 de maio de 2014

UM OLHAR SOBRE RIO NEGRINHO ! (20)

Nota do Blog: Prosseguimos com a publicação da série “Um Olhar sobre Rio Negrinho”, texto de autoria dos Professores Celso Crispim Carvalho e Mariana Carvalho, a quem agradecemos, e foram publicados originalmente no Jornal do Povo de Rio Negrinho.

CONSIDERAÇÕES INICIAIS. Nossa cidade de Rio Negrinho comemora 134 anos no dia 24 de abril, cujo ápice dos festejos é o desfile cívico, por parte de estudantes e de entidades de nossa comunidade. No texto de hoje vamos tratar dos desfiles de ontem e hoje.
PELOTÃO DO COLÉGIO SÃO JOSÉ, EM DESFILE CÍVICO DE 7 DE SETEMBRO NOS MEADOS DA DÉCADA DE 60 NA RUA WILLY JUNG. Nesta rua Willy Jung havia até roça de milho e pomares em várias residências. Antes da Rod. BR-280 ser construída, a rua Willy Jung esta via terminava no campo da SEI (Sociedade Esportiva Ipiranga), onde hoje é o trevo da BR com a Rua Willy Jung. Se não me engano, o campo abrangia a área onde atualmente está o Terminal Intermunicipal Rodoviário de Passageiros. Se alguém possuir fotos do referido campo, por favor, mande-as para nós, para que possamos publicá-las nesta página. Seria muito interessante que os rionegrinhenses o conhecessem.
TRANSPORTE DE ALUNOS PARA O DESFILE CÍVICO NA DÉCADA DE 60. Naquela época as leis eram menos rígidas e o pessoal podia ser levado nas carrocerias dos caminhões para lá e para cá. Em vários países ainda hoje este tipo de transporte é válido e praticado livremente. Não querendo estimular idéias contra a lei vigente em nosso país, estive em vários países onde as pessoas viajam de uma cidade para outras sentadas em bancos de madeira nas carrocerias de camionetas e caminhões. Li vários jornais naqueles países e questionei pessoas sobre o assunto. Constatei que não existem acidentes de natureza inerente a esse tipo de transporte, mas sim, acidentes de colisões, como estas que acontecem no Brasil, embora por lá, a incidência sinistra seja muito menor que a brasileira. Chega-se à conclusão de que em nosso país as leis e a preparação do motorista para dirigir são precárias e, muitas delas, “fantasistas”.    
CONJUNTO MUSICAL "OS TEMÍVEIS" - (1967). PRIMEIRO CONJUNTO DE GUITARRAS DE RIO NEGRINHO. Da esquerda para a direita: Marinho Nossol, Celso Carvalho, Virgílio Ricobon e Juarez Garcia.  Nas comemorações do dia 24 de abril deste ano (2014), o Rio Negrinho Fusca Clube desfilou com alguns dos seus fuscas pela Rua Willy Jung homenageando Os Temíveis.    
FUSCA CLUBE APÓS O DESFILE (24.4.2014). Fusca Clube, fundado em 10 de Abril de 2004, entidade pública sem fins lucrativos, está sob a presidência de Cristian Túreck e o secretariado de Ronan Bueno de Oliveira que também é diagramador deste jornal. Enquanto os lindos fusquinhas muito bem cuidados por seus donos passavam pelo Palanque Oficial, narrava-se a seguinte história: -“ No ano de 1967, Celso Carvalho semanalmente, aos sábados à noite, apresentava-se na Rádio Rio Negrinho no Programa Móveis Cimo comandado pelo Coroné César. Com seus instrumentos musicais – bandolim, violão, harmônica, violino, cavaquinho, cítarra e outros - executava melodias da Jovem Guarda que faziam sucesso na televisão e nas rádios brasileiras. Celso convidou um dos seus melhores alunos de música, Virgílio Ricobon, para fazer parceria nos programas de Rádio. Nesse meio tempo, Juarez Garcia e seu amigo Marinho Nossol formaram uma dupla musical com a intenção de compor um conjunto de guitarras aliados a mais alguns instrumentistas de cordas da cidade. Foi então que Juarez e Celso juntaram seus talentos e, com os amigos Virgílio e Marinho, fundaram o primeiro conjunto de Rock em Rio Negrinho, que primeiro chamou-se “Disparada Rítmo” e depois recebeu o nome definitivo: “Os Temíveis” que executava com maestria as melodias dos Incríveis, dos Rollingstones, dos Beatles e de outros conjuntos famosos. Por exemplo, a música “O Milionário”, principal marca dos Incríveis, também foi a principal marca dos Temíveis. Suas primeiras guitarras foram construídas pelos próprios componentes do conjunto. A primeira guitarra, que hoje está num museu em Joinville, foi construída com o que restou do violão de Virgílio que foi pisoteado pelo seu próprio pai revoltado porque seu filho fazia parte de um grupo de “cabeludos” que naquele tempo eram mal vistos pela sociedade. O grupo evoluiu com grandes dificuldades financeiras, mas depois que o famoso conjunto Os Incríveis, com grande sucesso, tocou um baile no Salão Dettmer, Os Temíveis logo foram reconhecidos e os contratos para bailes e eventos começaram a aparecer dentro e fora de Rio Negrinho e a Rádio Rio Negrinho ofereceu-lhes uma hora de programa semanal em horário nobre. Um dos muitos casos inusitados de suas apresentações aconteceu nos estúdios da Rádio que era a única da cidade. Naquele tempo a aparelhagem da emissora funcionava com válvulas, aqueles tubos de vidro que foram substituídos mais tarde pelos transístores e depois pelos circuitos integrados. Os Temíveis instalaram seus aparelhos numa única entrada de som da mesa sonoplasta da Rádio. No meio do programa que os apresentava, uma fumaça escura tomou conta dos estúdios. Alguns componentes da mesa de som não agüentaram a sobrecarga dos aparelhos dos Temíveis. O estrago foi tão grande que a Rádio saiu do ar por quase uma semana. No momento do incidente os integrantes do conjunto rapidamente recolheram seus aparelhos e guitarras e sumiram do mapa por um bom tempo até que a poeira baixasse. Tempos depois tudo foi resolvido, a paz voltou e os Temíveis voltaram aos programas de rádio.
OS TEMÍVEIS (1968). Na ordem, da esquerda para a direita: Marinho Nossol, Celso Carvalho, Virgílio Ricobom e Célio Dums. O conjunto evoluiu e houve, então, necessidade de inserir um cantor no grupo. Foi aí que Célio Dums, completou a turma como vocalista. O conjunto Os Temíveis atuou por longo tempo no meio musical da região. Dois deles, Virgílio e Célio, já faleceram, mas deixaram seus legados artísticos. Célio Dums, Marinho Nossol, Virgílio Ricobon, Juarez Garcia e Celso Carvalho, foram Os Temíveis e já fazem parte da historia de Rio Negrinho”.
UM DOS PRIMEIROS ACIDENTES DE TRÂNSITO COM VÍTIMA FATAL NA BR 280 EM RIO NEGRINHO NA DÉCADA DE 60. Este fusquinha, que transitava em alta velocidade no sentido Rio Negrinho – São Bento do Sul, ao tentar sair da BR direto para a rua Alfredo Greipel, cortou a frente e foi colhido por um caminhão que vinha em sentido contrário. O fusca, que foi recolhido ao pátio da Mecânica Nehring, ficou destruído e seus ocupantes morreram no local do acidente. Lembro que o fato causou estranheza e espanto na população, pois não se era acostumado com acidentes violentos dessa natureza. Até hoje aquele lugar é muito perigoso e pouca coisa verdadeiramente prática foi executada para amenizar o problema.
PARQUE DE DIVERSÕES EM RIO NEGRINHO – DÉCADA DE 60. A foto saiu meio desfocada, mas revela a alegria das pessoas brincando nos aparelhos do parque. Era periódica a instalação de parques e circos. Pena que coisas assim não mais aconteçam com maior freqüência em nossa cidade!
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Como viram, a pequena Rio Negrinho era muito tranqüila, as pessoas viviam bem! Com o progresso parte da calma se foi e no lugar do sossego vieram problemas inerentes à evolução. No entanto, conversando com uma pessoa que veio de São Paulo morar em Rio Negrinho ouvi, com grande satisfação, que ela – referindo-se ao nosso pedacinho de chão – não sabia que ainda havia um paraíso para morar. Estava felicíssima em poder andar livremente pela cidade. Pense e analise: Rio Negrinho ainda é acolhedor e é um lugar ótimo para pessoas de bem! Obrigado! Por hoje é só! Um grande abraço de Celso e outro de Mariana! Fique com Papai e Mamãe do Céu!

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