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sábado, 10 de maio de 2014

UM OLHAR SOBRE RIO NEGRINHO ! (14)

Nota do Blog: Prosseguimos com a publicação da série “Um Olhar sobre Rio Negrinho”, texto de autoria dos Professores Celso Crispim Carvalho e Mariana Carvalho, a quem agradecemos, e foram publicados originalmente no Jornal do Povo de Rio Negrinho.

CONSIDERAÇÕES INICIAIS. As reportagens sobre Rio Negrinho estão chamando a atenção de muita gente. Isso significa que muita gente se importa com a cidade na qual mora. Pretendemos mostrar muita coisa interessante da atual e da antiga Rio Negrinho na medida em que as abordagens forem avançando. Hoje trazemos algumas imagens antigas raríssimas. Antes, porém, conforme havíamos prometido, apresentamos a versão da Sra. Juventina Becker de Souza sobre a tora de imbuia postada próxima à chaminé da Cimo. Entrevistamos a Dona Juventina que nos mostrou as fotos originais de quando a referida tora foi cortada e, também, contou a história da derrubada do pé de imbuia. Na primeira foto destacamos os contornos das duas toras: a do caminhão logo após ser cortada no mato e a da chaminé da Cimo. Estas imagens comprovam que as duas toras não são a mesma.

CONTORNOS DA FAMOSA TORA.   Desenhamos rigorosamente os contornos das faces maiores das toras, aproximando-as para o mesmo tamanho e na exata posição em que se encontram – ao lado da chaminé e no caminhão - para que possamos visualmente compará-las. Assim fica bem mais fácil ver que são mesmo diferentes uma da outra. Desenhadas em papel vegetal que é translúcido, sobrepusemos uma sobre outra. De jeito nenhum as formas dos seus contornos combinam. O que será que aconteceu? Onde foi que trocaram as toras? Vejamos o que diz Dona Juventina. –“Eu e meu marido morávamos em Campina Beija, interior do município de Santa Cecília, a 15 km distante da cidade. Aquela grande árvore um dia foi cortada para ser transportada para o pátio da Móveis Cimo. Para cortá-la contratamos o Sr. Alinor Belli, que morava em Caçadorzinho dos Belli, lugar bem distante de onde estava a tora. Eu mesma ajudei a puxar os cabos de aço para que a tora pudesse ser colocada no caminhão. A tora foi levada para ser serrada, mas a Móveis Cimo não a serrou porque havia muitos buracos e frestas nela, assim ela ficou algum tempo esquecida no pátio da fábrica até que fosse transportada para a Avenida dos Imigrantes servindo como monumento. As histórias que o Sr. Alinor conta no Jornal A Gazeta não são verdadeiras. Por exemplo, - A) Ele diz que a tora estava adormecida no canteiro de uma empresa no acesso à cidade. Não é verdade, pois ela estava no nosso terreno e de lá foi retirada! Seu Alinor também diz que - B) A imbuia ficava onde residia seu irmão, cuja casa era vizinha da árvore. Não é verdade porque eles moravam muito longe de Campina Beija, numa localidade interiorana chamada Caçadorzinho dos Belli e, aqui, ele se contradiz porque, antes, alega que a tora estava no canteiro de uma empresa no acesso à cidade, depois diz que ela era vizinha da casa do seu irmão em Campina Beija. - C) Seu Alinor diz que a tora moeu o caminhão na tentativa de colocá-la na carroceria e foi necessário vir outro caminhão para cumprir a tarefa. Nada de verdade nisso, porque eu mesma ajudei meus companheiros a puxar a tora com cabos de aço!”
Dona Juventina nos mostrou as fotos originais da tora sendo carregada no caminhão e outras fotos do lugar onde moravam, no interior de Santa Cecília. Contou-nos sua história de vida que pretendemos publicar (parte) para que o estimado leitor tenha noção de como os colonos enfrentavam extremas dificuldade para sobreviver lá no meio do mato. Mas, voltando à tora, como foi que as trocaram e onde? Dona Juventina diz que ela veio direto para o pátio da Cimo, mas não foi serrada. Então, se isso for verdade, a tora tomou outro destino que não o do pátio da Prefeitura de Rio Negrinho. Para elucidar o caso, teríamos que verificar junto às pessoas ligadas aos fatos. No entanto, algumas já faleceram, de outras não se conhece o paradeiro e outras ainda não se sabe quem são! Teremos que esperar até que descubramos alguma maneira ou indício que nos leve à verdade! Aguarde!
RUA CARLOS WEBER EM ALGUNS AO INÍCIO DA DÉCADA DE 1960. Rio Negrinho foi crescendo, crescendo! No meio das árvores, em primeiro plano, passa o rio Negrinho. Note que a Associação Hospitalar já existia, mas não havia calçamento de paralelepípedo e nem asfalto. Lá nos fundos podemos ver a Fundição Lampe. Compare-a (a rua), a antiga com a atual.   
RUA CARLOS WEBER ATUAL, VISTA DO HOTEL POUSADA JOÃO DE BARRO. A vista é parcial porque no ponto de observação há muito mata obstruindo a visão da rua inteira.
OFICINA MECÂNICA E FUNDIÇÃO LAMPE. Que tempinho sossegado! A foto mostra a carroça, principal meio de transporte de mercadorias na região, andando com tranqüilidade sem nada para atrapalhar! Se uma carroça andasse hoje nas ruas centrais... Minha Nossa! Na década de 40, quando Rio Negrinho ainda era distrito do município de Serra Alta (hoje São Bento do Sul), esta empresa chamava-se OFICINA MECÂNICA E FUNDIÇÃO CARLOS LAMPE. Fundia ferro e metal, fabricava carros, consertava autos, e fabricava máquinas para beneficiamento de madeira – conforme anúncio em revista publicada na própria Serra Alta (veja fotos a seguir).
ANÚNCIO DA REVISTA HISTÓRICA.
OFICINA MECÂNICA E FUNDIÇÃO CARLOS LAMPE NA DÉCADA DE 40. Note os carros novos da época que faziam sucesso por onde passavam. Todos observavam admirados aquelas “naves” barulhentas que só os ricos possuiam! 
FÁBRICA DE MÁQUINAS LAMPE HOJE. A mesma indústria, a mesma curva, o mesmo lugar! Mas que diferença imposta pelo progresso! A paisagem foi modificada drasticamente!
RUA DOS CEPOS, ATUAL RUA WILLY JUNG, EM 1950 OU ANTES. A maioria das casas era feita de madeira. Note que quase todo mundo tinha pelo menos um pé de pêra no seu quintal. Os muros de alvenaria (tijolos) eram raros, só os mais ricos os tinham. Os terrenos eram cercados com cercas de ripas de madeira ou costaneira. O final desta rua dava no portão do campo de futebol da Sociedade Esportiva Ipiranga, onde hoje é a Rodoviária e o trevo da rodovia BR 280. Na próxima edição voltaremos a falar desta rua e de outras mostrando a evolução que teve nossa linda e querida cidade.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Temos certeza, que ao ver as fotos da antiga Rio Negrinho, vocês, pessoas daquela época, sentem muita saudade do tempo mágico em que viveram na tranqüila cidadezinha cheia de encantos, paz e harmonia. Não havia bandidos e nem drogas. A água e o ar eram muito puros. Todos que trabalhavam tinham dinheiro para comer e viver muito bem! Os operários da Móveis Cimo ganhavam um salário suficiente para sustentar toda a família com sobras para ir ao cinema, viajar de trem ou de ônibus e divertir-se nos parques, circos e bailes gostosos que rolavam nos fins de semanas. Como era bom “descolar” um café ou almoço na casa do compadre! Êta, vidão de rei!! Passem estes valores aos mais novos para que possam amar Rio Negrinho assim como vocês o amaram! Agradecemos ao Museu Carlos Lampe pela cessão das fotos de nº 2, 4 e 8 desta reportagem. Na semana que vem você verá um congestionamento de carroças em nossa cidade. Por hoje é só! Um abraço de Celso e outro de Mariana! Fique com Mamãe e Papai do Céu!

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