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quarta-feira, 15 de abril de 2020

GENTE NOSSA: AFONSO TSCHOECKE


Nota do Blog: GENTE NOSSA foi uma coluna publicada no Jornal PERFIL de Rio Negrinho, nos anos de 1995 e 1996, no qual o administrador deste Blog por um período foi colaborador. Apresentamos mais um artigo da coluna GENTE NOSSA, homenageando AFONSO TSCHOECKE, publicado originalmente no Jornal Perfil, edição nº 136, pág. 15, em 15 de dezembro de 1995. Todas as fotos apresentadas nesta matéria não constam da edição publicada originalmente no Jornal Perfil.

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Neste final de semana o grupo Folclórico Germânico Oberland de Rio Negrinho, realizou um festival e baile com danças germânicas, neste sentido já em 1958, realiza-se uma pré-figura do festejado baile atual. Como homenagem ao Grupo Oberland trazemos a figura de Afonso Tschoecke.

Afonso Tschoecke, em 1956 (foto do acervo de Lucio Grutzmacher - em memória)

 Aprendiz – Nascido em São Bento do Sul, em 10/05/1913, Afonso Tschoecke muda-se para Rio Negrinho com a idade de 14 anos, onde torna-se aprendiz de carpinteiro, com seu irmão Alvino Tschoecke, proprietário de uma carpintaria, junto ao galpão de Ignácio Kohlbeck, que tinha uma ferraria, no local onde está atualmente a fábrica de Máquinas Lampe. 

Galpão de Ignácio Kohlbeck, na década de 1930, com destaque a torre de troféu da Igreja Matriz e no alto a Capela Luterana. (Foto do acervo de Dóris Piccinini - em memória)

Carpintaria de Alvino Tschoecke restringia-se a fabricação de carroças, único meio de transporte existente. Afonso, quase um menino, começa então os primeiros contatos com a pequena Vila, e durante 03 anos, como aprendiz, recebendo alguns poucos trocados.

Bolonistas do Clube de Bolão Rio Negrinho, em 1956, com destaque de troféu e medalhas sobre a mesa, vemos, a partir da esq. Arthur Meyer, Afonso Tschoecke, Otto Dettmer, Helmuth Hoffmann e Erico Becker. (Foto do acervo de Lucia Grutzmacher - em memória)

Lazer – Se hoje em dia reclamamos das poucas opções de lazer, imaginemos em 1928 o que havia. Havia uma entidade que era Rio Negrinho FC com muitos aficionados no futebol, mas como outra opção formaram uma equipe de uma modalidade, que foi o punhobol. Um grupo de jovens, como Henrique (Heine) Kwitschal, Ervino Meyer, Afonso Lutz, Ermelindo Ribeiro, José Robl, Aleixo Zipperer, Zépi Zipperer, Luiz Hubl, e a equipe dos mais “velhos”, como Carlos Weber, Luiz G. Engel, Alvino Tschoecke e Martin Schauz. O punhobol, esporte nascente em Rio Negrinho, foi praticado durante 04 a 05 anos e infelizmente somente o futebol permaneceu. Além disso a ginástica outra opção, era ministrada por Bernardo Wolff e posteriormente por Martin Schauz, onde o charme eram as apresentações realizadas antes dos bailes.

Vida Dura – Afonso casa-se em 1935 com Paula Simm, mudando-se para a localidade de Corredeiras, onde trabalha como encarregado da serraria de Roberto Lampe, onde a madeira serrada era vendida a compradores de Joinville e posteriormente a exportavam. Com a transferência da Serraria Lampe para outro local, retorna a Rio Negrinho, onde trabalha poucos meses com Paulo Hatschbach na construção de nova área da Indústria Zipperer, transferindo-se a seguir para São Bento do Sul, onde trabalha com Otto Thieme, na padaria. Transfere-se para Rio Vermelho, na firma Engel, onde permanece até 1948.

Retorna em 1948 a Rio Negrinho, onde volta a trabalhar com o irmão Alvino, na carpintaria de carroças e carrocerias de caminhões e ainda neste ano, inicia um negócio por conta própria no ramo, junto a sua residência, até 1960.

Incentivado pela mulher, resolve em 1960, transferir-se para Mafra, onde assume como ecônomo do Clube Zeppelin, permanecendo lá até 1963, quando falece a esposa.

A partir de 1964, já de volta a Rio Negrinho, inicia uma nova fase, como empregado da Móveis Cimo, época que casa-se com Zulmira Meyer.

Bauernball – Idealizado por Marta Mlinarski (Dª Martinha), grande batalhadora e incentivadora da cultura do Município, principalmente teatro e dança, realiza-se um grande baile típico, o Bauernball, em 1958. Com trajes típicos especialmente confeccionados para a festividade, tem como ponto alto a “bauerntanzz” (dança do colono).

Ensaio do "bauerntanzz" em pleno ar livre (foto do acervo de José Luimar Meyer)

Ensaio do "bauerntanzz" em pleno ar livre, com detalhe a frente o casal Adelia e Otto Dettmer (foto do acervo de José Luimar Meyer)

Vale lembrar que o baile foi em comemoração ao dia do colono. Participaram nesta apresentação típica, os casais: Roberto Thieme, Ervino Meyer, Fritz Klostermann, Bertoldo Klitzke, Helmuth Krambeck, Otto Dettmer, Heinz Hauffe, Afonso Tschoecke, José Treml, Engelberto Stiegler,  Helmuth Hoffmann e Alvino Tschoecke. 

Ensaio do "bauerntanzz" em pleno ar livre (foto do acervo de José Luimar Meyer)

O casal Afonso Tschoecke e Sra. recebeu um caneco, pintado a mão, da Ceramarte, com os dizeres: “SAUF’ST STIRB’ST – SAUF’ST NIT – STIRB’ST AA – ALSO SAUF’ST”, traduzindo: "Bebendo você morre, não bebendo, você morre, então beba”.

Nesta foto vemos, a partir da esq., 1ª fila: Marta Mlinarski e Elisabete Klostermann (acordeon); 2ª fila: Dolores e Helmuth Hoffmann, Albertina e José Treml, Mariane e Roberto Thieme; 3ª fila: Elfriede e Engelberto Stiegler, Ludmilla e Alvino Tschoecke, Paula e Afonso Tschoecke, Margarida e Ervino Meyer; 4ª fila: Anelise e Heinz Hauffe, Adelia e Otto Dettmer, Wenanda e Helmuth Krambeck, Vera e Bertoldo Klitzke e Mariane e Fritz Klostermann. (foto do acervo de José Luimar Meyer e informações de Mirete Lang e Elly Norma Olsen)

Bolão e Cinema – Após a fundação do primeiro clube de bolão o Rio Negrinho, outros posteriormente surgiram, como o Clube de Bolão Operário ou o Clube de Bolão São José, que funcionava junto ao Salão Paroquial, que abrigava as figuras de Alfredo Grossl, José Brey, José Bail, Max Jantsch, Eduardo Anton, Rudolfo Brandl e Arno Meyer.

Bolonistas do Clube de Bolão Rio Negrinho, com identificação e anotações de Bibi Weick. (Foto do acervo de Bibi Weick)

Os primeiros filmes já eram rodados ainda na década de 20, no Salão Lampe, ainda no cinema mudo, onde o único som era realizado ao vivo pela música de um bandonho. Posteriormente os filmes passaram a ser exibidos na Sociedade de Cantores e só mais tarde no prédio existente na rua Jorge Zipperer.

Muito lúcido e vivaz, do alto dos seus 82 anos, Afonso Tschoecke, merece o respeito e a homenagem de GENTE NOSSA.

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Notas complementares do Blog:

* Afonso Tschoecke, era filho de Alfredo e Martha Tschoeke, nascido em São Bento do Sul a 10/05/1913, falecido encontra-se enterrado em Rio Negrinho-SC.

** Afonso Tschoecke casou-se em primeira núpcias com Paula Simm, em 23/11/1935, em Rio Negrinho, e tiveram 2 filhos de nomes Harry Nelson e Glaci Norma. Paula Simm faleceu em Rio Negro-Pr em 17/01/1963.

*** Afonso Tschoecke casou-se em segunda núpcias com Zulmira Meyer, em 18/07/1964, em Rio Negrinho.

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