Nota do Blog: Apresentamos um histórico de José Cavalheiro Filho, conhecido entre nós como Jéca Cavalheiro, político, empresário, futebolista e bolonista, com base na entrevista realizada em 16/03/2021 a jornalista Priscila Pires da Maia a ao administrador deste Blog. A entrevista fui publicada no Jornal PERFIL MULTI de Rio Negrinho, no dia 19 de março de 2021.
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Origem – Filho de Vitória Vieira de Almeida e de José Cavalheiro de Almeida, José Cavalheiro Filho (Juca), Jéca Cavalheiro como é conhecido por todos, é natural da localidade de Boa Vista, município de Piên-Pr, nascido em 20 de junho de 1942. Tem como irmãos Antonio (Popo), Luiz (Camiseta), Pedro (Pepe) e João (Guito).
Fixou residência em Rio Negrinho, com apenas 30 dias de vida, em 1942, juntamente com sua mãe e os irmãos, onde seu o pai trabalhava na extinta Móveis Cimo e já estava aqui morando no bairro Vila Nova.
Jéca lembra que os seus “pais lutaram muito para nos criar, a vida não era fácil naquela época. Eu e meus irmãos não tivemos a oportunidade de estudar, lembro que quando começamos a ir para a escola, onde morávamos no bairro Vila Nova o grupo escolar estudávamos todos juntos em uma mesma sala. O bairro Vila Nova foi por muitos anos nossa morada. Minha escola da vida foi de grande aprendizado hoje aos 78 anos de idade eu lembro de muitas que passamos para chegar aqui, e por outro lado tive e tenho muitos amigos que me ajudaram na vida. Um fato que lembro com carinho da minha infância foi quando eu e meus irmãos ganhamos um terno de presente para fazer a primeira comunhão. Foi um momento emocionante para nós, e para comemorar o dia ganhamos um delicioso café, eram esses pequenos detalhes que nos deixavam felizes. Eu fiz muita coisa na vida, aprendi muito”.
Cavalheiro casou-se aos 20 anos com Norma Kwitschal, já de saudosa memória, com teve 03 filhos. Atualmente é casado com Sueli Bosse, com quem tem 1 filho.
Ipiranga – O Ipiranga entrou na vida do Jeca quando tinha 14 anos, e com 17 anos eu já era titular do time, dado a sua boa “estatura” e “magrelo” fazendo gol, que era o mais importante. O início no futebol foi aos 14 anos, no time da Indústria de Calçados Ruby, onde trabalhou como sapateiro por 3 anos.
Vagemiro Jablonski (Foto: site oficial da Prefeitura de Rio Negrinho)
Meroslau Sava, uniformizado no time do Ipiranga (Foto: acervo de Eugenio Walfrido Liebl - em memória)
Quando ficou desempregado aos 17 anos, foi aí que teve
uma grande oportunidade de sua vida, quando Vagemiro Jablonski (Ládio), um
fanático ipiranguista, o chamou para trabalhar com ele, no seu escritório
contábil. Jéca, relembra que nesta época “ele não sabia nada, mal sabia
escrever”. Testemunha que foi lá que aprendeu tudo na minha vida, “foi a
maior faculdade que pude ter na vida”. Neste escritório contábil teve como
colega e seu “professor” Meroslau Sava. Sava, segundo Jéca, foi o que lhe ensinou tudo no escritório, além de um excelente jogador de futebol do Ipiranga. Lembra Jéca,
que o último gol no antigo campo do Ipiranga foi do saudoso Sava.
Imagem dos 3 irmãos Cavalheiro, Popo, Camiseta e Jéca, uniformizados no time do Ipiranga, no antigo estádio do Ipiranga, a atual Rodoviária (Foto: acervo de Eugenio Walfrido Liebl - em memória)
Uma curiosidade que os mais novos não conhecem é que o Campo do Ipiranga nem sempre foi onde ele é hoje, antes mesmo o campo ficava onde hoje é a rodoviária, mas devido ao corte da cidade tivemos que desativar ali, foi então que ele passou a ser no bairro Alegre.
Na foto do time da Sociedade Esportiva Ipiranga de Rio Negrinho campeão citadino de 1966. Uma das curiosidades que se apresenta nesta foto são três irmãos nesta equipe, Luiz Cavalheiro de Almeira (Camiseta), José Cavalheiro Filho (Jeca) e Pedro Cavalheiro de Almeida (Pepe). Nesta imagem vemos da esquerda para a direita, agachados: José Cavalheiro de Almeida (Jeca), Pedro da Silva (Deke), Luiz Cavalheiro de Almeida (Camiseta), Raul Zipperer, Pedro Alves e Jangão (massagista); em pé: Alvino Nossol (Vino), Pedro Cavalheiro de Almeida (Pepe), Henrik Szabunia (Enio), Vitor Buchmann, Antônio, Valmor Bublitz, Juarez Espindola e Binhara. (Foto do acervo de João Luiz da Silva - Jango)
Jogou dos 14 aos 30 anos sempre no time do Ipiranga. Lembra de um dos maiores fatos do tempo que jogou no Ipiranga foi a Copa Miner, sendo esta a última partida de futebol da sua minha vida. Quando a final da copa foi realizada em Corupá, entre Operário X Ipiranga, lembra as pessoas indo para lá de caminhão para assistir ao jogo, parecia que toda a cidade saiu daqui para ir para Corupá. Ele fez dois gols, e com este jogo encerrou a sua carreira dentro do esporte e jogando bola. E segundo o saudoso radialista Sergio Ferreira - Jeca fez mais de 700 gols.
Política – No seu modo de ver, Jéca acredita que foi vencedor na política com os votos frutos do seu trabalho aliado o futebol. Por jogar no Ipiranga na época e trabalhar com o escritório contábil Jablonski as pessoas o conheciam e foi assim que venceu as eleições. Segundo dados levantados, Jéca, esteve ativo na vida política, entre 1966 e 2008, sendo candidato a vereador por 9 eleições, passando pelos legendas ARENA, PDS, PFL E DEM.
Propaganda eleitoral das eleições de 1982, com destaque de José Cavalheiro Filho candidato a vereador
Entrou na política pelas mãos de Euclides Ribeiro (Quito). Participou de momentos políticos importantes como a instalação da comissão de avaliação de novas indústrias de Rio Negrinho, ao início da década de 1970; da criação da Comarca de Rio Negrinho ao final da década de 1970, com as lideranças de Benoni Hermógenes de Oliveira e Otto Dilson Dettmer; e, teve participação efetiva na mudança de partido do prefeito Paulo Beckert do MDB para ARENA, que possibilitou a realização da grande comemoração festiva do centenário de Rio Negrinho, em 1980.
Nesta foto de 01/02/1977, vemos a partir da esq., o então prefeito Paulo Beckert fazendo o seu juramento de posse na Câmara de Vereadores; o 2º, trata-se de Sérgio Ferreira, filho de tradicional família rionegrinhense e então secretário da Câmara de Vereadores; o 3º, trata-se do então vereador José Cavalheiro Filho (Jéca), secretário da sessão solene de posse; o 4º, trata-se do então vereador Affonso G. Froehner, então presidente da sessão solene de posse dos vereadores e do prefeito; e o 5º, trata-se de Aldemir Tavares, então repórter da Rádio Rio Negrinho. (foto do acervo de José Cavalheiro Filho)
Nesta imagem de novembro/1979, vemos a recepção de uma comissão retornando de Florianópolis, portadora da notícia da criação da comarca, seguindo-se após com uma carreata festiva pela cidade. Nesta foto vemos membros desta Comissão, composta pelo então presidente da Câmara de Vereadores José Cavalheiro Filho (2º a esq.), pelo então presidente da ARENA Benoni H. de Oliveira (4º a esq.) e pelo então presidente da ACIRNE Otto Dilson Dettmer (último a direita), sendo cumprimentados pelo Prefeito Paulo Beckert (no centro) e por Marinho Hoenicke (1º a esq.), presidente da Comissão Central do Centenário da Fundação de Rio Negrinho - CENFUR. (Foto do acervo de Ilse Doris Piccinini - em memória)
Aliás esta mudança partidária do prefeito Paulo Beckert foi realizada a pedido do Governador Jorge Konder Bornhausen, ao qual concedeu uma série de pedidos, reivindicações e obras para o município, como criação de comarca, agência do BESC, construção do primeiro ginásio de esportes (Briscão), pontes do Centenário, rio dos bugres e rio corredeiras. Conta-se que o Prefeito Paulo Beckert quando apresentou os pedidos ao Governador Bornhausen ele simplesmente mandou atender a todos.
Na opinião de Jeca, o Prefeito Paulo Beckert, pela sua simplicidade e carisma, na forma de atendimento da cidade e do interior foi o melhor prefeito de Rio Negrinho, até os nossos dias.
Outras lembranças da política – Na primeira vez que foi candidato ficou como suplente mas assumiu logo em seguida no lugar do Professor Marcos Alberto Von Bahten quando ele assumiu uma secretária. Posso dizer que a política fez a grande diferença na minha vida, porque no tempo que os prefeitos eram Álvaro Spitzner, Nivaldo Simões e Paulo Beckert estes sim mudaram a história de Rio Negrinho. E nós como vereadores na época não recebíamos salário, lutamos pela cidade e trazer coisas novas para o crescimento da mesma.
Participação do congresso de vereadores, em 1974, na cidade de Criciúma, onde se vê, a partir da esq. Vereador Alexandre Alfredo Garcia (São Bento do Sul), Vereador Francisco Paulo Kaesemodel (São Bento do Sul), Antonio Carlos Konder Reis (Senador e futuro Governador de SC), Vereador José Cavalheiro Filho (Rio Negrinho), Ivo Silveira (ex-governador de SC), e Arnoldo Harold Harms (São Bento do Sul)
Lembra com carinho de uma grande companheira de bancada que foi a Dona Orita Fernandes do Amaral, que lutou muito com todos nós. Até hoje e mesmo sendo de partido político contrário, a nossa amizade sempre prevaleceu.
Em 2008 foi candidato novamente na gestão do ex-prefeito Osni José Schroeder, não se elegendo, mas pode assumir por 30 dias.
Bolão – Das recordações esportivas, Jéca, guarda boas lembranças e amizades do Clube de Bolão Rio Negrinho, um dos mais tradicionais de nossa cidade, onde participou como esportista durante 15 anos. Lá sagrou-se 4 vezes como Rei, nas disputas anuais.
Jéca coroado como Rei do Clube de Bolão Rio Negrinho, onde se vê a partir da esq. Francisco Ruckl, Herbert Engel (Hépi), Tongui Lindner, Jéca, Otto Dettmer (encoberto), Arnaldo Lampe (Zizi) e Alberto Grutzmacher (Foto: Lucia Grutzmacher – em memória)
Empresário – Dentre as suas experiências de vida, em novembro de 1972, encontra-se a de empresário da indústria no ramo de fabricação de cama turca e sofá, em companhia de outros 3 sócios.
Encontro de confraternização das Lojas Hermes Macedo em Curitiba, em 1977 (Foto: acervo de José Cavalheiro Filho)
Encontro de confraternização das Lojas Hermes Macedo em Curitiba, em 1977, onde aparece José Cavalheiro Filho, Dr. Hermes Macedo e Faustino Casagrande (Foto: acervo de José Cavalheiro Filho)
Agradecimentos – Ao finalizar a entrevista, Jéca destacou que tudo o que fez na vida foi sempre um aprendizado, hoje, aposentado e ao lado da esposa Sueli tem uma vida mais tranquila, agradecendo na ocasião a todas as pessoas que o ajudaram, aos seus amigos e sua família.
Brilhante entrevista de um cidadão que fez parte da história de RN. É um vencedor. Fico feliz por sermos contemporâneos e amigos desde sempre.
ResponderExcluirQue bela matéria. Descreve a trajetória e importantes acontecimentos deste que, sem dúvida, é um verdadeiro Cidadão Rionegrinhense. Parabéns meu pai, Jeca Cavalheiro, muito orgulho de sua história.
ResponderExcluirPeço desculpas, ainda não sei por qual motivo no comentário anterior meu nome não foi identificado. Meu nome é Fernando Luiz Cavalheiro.
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