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Brigadeiro Franco (pintado por Kurt
Boiger, em 1952 – extraído do livro “Personagens da História do Paraná” – Museu
Paranaense - 2012)
Biografia: Manoel de Oliveira Franco, nascido em 1815, em Curitiba-PR, foi tenente-coronel da Guarda Nacional, cavaleiro da Ordem de Cristo, juiz municipal, juiz de paz e dos órfãos, deputado provincial por São Paulo e Paraná, diretor-geral dos índios da Província do Paraná, vereador, presidente da Câmara Municipal de Curitiba. Casou-se com Escolástica Joaquina de Sá Ribas, filha do Capitão Lourenço Pinto de Sá Ribas, considerado “um dos maiores proprietários de terras da região de Curitiba”. Faleceu em Curitiba – PR, em 31 de dezembro de 1875.
Como
vimos anteriormente o nosso território encontrava-se situado dentro da região
contestada, considerada pela Província do Paraná, como suas terras, dentro da
área territorial do município de São José dos Pinhais.
Até a presente data não encontramos registros de como foram descobertas as nossas terras, mas, uma das hipóteses que levantamos, é que este descobrimento e posse deve-se a influência do sogro do Brigadeiro Franco, o Capitão Lourenço Pinto de Sá Ribas, que era “um dos maiores proprietários de terras da região de Curitiba”.
Como
causa principal desta ocupação e posse, está a exploração da erva-mate, que na visão
do professor e historiador Antonio Dias Mafra, “a partir do início do século XIX,
inicia a sua produção em larga escala no Paraná”, constatando, “que o Paraná
dominava a produção da erva-mate no Brasil”, concedendo, “títulos de
propriedade a colonos paranaenses, para garantir posse dos ervais” (Antonio
Dias Mafra – “Aconteceu nos Ervais” - Dissertação de Mestrado – 2008 –
Universidade do Contestado – Campus Canoinhas).
É neste clima reinante, como região contestada entre Paraná e SC, insuflada pela exploração da erva-mate, que a Sociedade Colonizadora Hanseática, que já havia instalado a Colônia Dona Francisca – atual Joinville, instalou uma sua extensão às margens do rio São Bento, a Colônia São Bento, em setembro de 1873.
Além das nossas terras o Brigadeiro Franco, detinha vastas terras no território de Campo Alegre, segundo se depreende da narrativa do historiador Carlos Ficker, no seu livro “SÃO BENTO DO SUL – SUBSÍDIOS PARA A SUA HISTÓRIA” (pág. 34), afirmando, que na inspeção em 1865, do engenheiro Augusto Wunderwald, na região de Campo Alegre, relata “conforme informações colhidas pelos moradores, o tal Maneco Franco se tornou proprietário das vastas áreas do Campo de São Miguel e Campo Jararaca”.
Esta tese é corroborada com as anotações por Eugenio João Herbst, no seu livro “Os Primórdios do Município de Campo Alegre” (págs. 12/13), no qual afirma, que as terras de Campo Alegre, em grandes glebas, foram requeridas do Governo da Província do Paraná, entre outros, por Manoel de Oliveira Franco, e que suas terras, ficavam mais perto da futura São Bento.
Também o colono Josef Zipperer Senior, ratifica a presença de Franco em Campo Alegre, nas suas reminiscências escritas entre 1873 e 1904, cujas memórias estão reproduzidas do livro SÃO BENTO NO PASSADO (págs. 58/59), trata da presença de Manoel de Oliveira Franco, com a anotação: “Assim, também eu e o meu irmão construímos uma casa para o sr. Maneco Franco, em Campo Alegre”.
Voltando ao nosso território, as terras do Brigadeiro Franco que inicialmente estavam situadas entre o rio Preto e o rio São Bento, sofreu uma redução drástica. Como vimos parte delas foi destinada a formação da Colônia São Bento, e outra parte destinada para demarcação, a partir de 1876, pelo Governo Imperial, de 25 léguas quadradas, localizadas nos Vales do Itapocú e do Rio Preto, para constituírem o patrimônio dotal da Princesa Isabel advindo do casamento com o Conde d’Eu.
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