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quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Personagens de nossa história: Francisco Kwitschal, o "maler"!

Publicado em: 21/11/2012
Atualizado em : 05/11/2020

Imagem de 1915, com os casais  (esq.) Francisco Kwitschal e mulher Amalie, e sua filha Amalia (atrás); Henrique Hatschbach e sua mulher Sophia, com os filhos Sophia e Paulo. (foto: acervo de Similinda Sofia H. Salomon)


Filho de Josef e de Theresia Palla, Francisco (Franz) nasceu em Reichenau, Boêmia, em 1842, imigrando para o Brasil, em julho de 1876, através do Navio Vandália, com sua esposa Amalie (então com 33 anos) e a filha Maria, então com 2 anos. Era de religião católica. Era pintor de profissão, que já exercia na Europa.

Quadro "Sagrado Coração de Jesus", pintado por Francisco Kwitschal, pertencente a Elisabeth Kwitschal Paul


Veio acompanhado de toda a família, seu pai, Josef, já viúvo, então com 72 anos; seus irmãos Josef, então com 34 anos, casado com Barbara e sua filha, Bertha, então com 9 meses, e Carl, então com 23 anos, solteiro.

Quadro "Nossa Senhora Mãe de Jesus", pintado por Francisco Kwitschal,  pertencente a Adolar Pscheidt


Estabeleceu-se na localidade de Lençol, em São Bento do Sul, por volta de 1879, na Estrada do Lago. Logo ao estabelecer-se sentiu o drama a adaptar-se a nova vida, ou seja, sem nenhuma experiência em trabalhar à terra, vindo a morar numa modesta palhoça feita de taquaras, que pouco tempo depois pegou fogo, queimando todos os pertences e documentos. 

Para arranjar dinheiro nos primeiros tempos trabalhou na construção da Estrada Dona Francisca, onde iniciavam a jornada de trabalho às 6:00 horas da manhã e seguiam até às 18:00 horas, indo e voltando a pé de Lençol até o local de trabalho.


Quadro "Primeira Comunhão", pintado por Francisco Kwitschal, pertencente a Similinda Sofia H. Salomon


Trabalhou nesta obra até a Estrada encontrar o rio dos Bugres, em Rio Negrinho, isto em 1880, não deixando de fazer as plantações em seu lote de terras.  A partir desta data começou a exercer a sua verdadeira profissão, a de pintor.

Quadro "Exposição de Frutas", pintado por Francisco Kwitschal, pertencente a Similinda Sofia H. Salomon


Suas pinturas eram de toda a natureza, principalmente quadros sacros, que estão espalhados por várias capelas e igrejas de toda a região, principalmente de São Bento do Sul e Rio Negrinho. 

Note-se que os quadros da Via Sacra, que estão expostos na Igreja Matriz Santo Antônio de Rio Negrinho, foram pintados por Francisco, por encomenda de José Brey, que os doou a primitiva Capela da cidade, em 1926.

Quadro da primeira estação da Via Sacra da Igreja Matriz Santo Antonio de Rio Negrinho, de autoria de Francisco Kwitschal (Foto: Bibi Weick)

Quadro da décima segunda estação da Via Sacra da Igreja Matriz Santo Antonio de Rio Negrinho, de autoria de Francisco Kwitschal (Foto: Bibi Weick)


Quadro da décima terceira estação da Via Sacra da Igreja Matriz Santo Antonio de Rio Negrinho, de autoria de Francisco Kwitschal (Foto: Bibi Weick)


Além dos quadros pintava bandeiras, que eram panos nos quais eram pintados imagens de santos a serem hasteadas em festas, geralmente num galho de árvore. Os letreiros das placas de cemitério eram também de sua autoria.

"Crucifixo e Nossa Senhora das Dores", pintado por Francisco Kwitschal, pertencente a Similinda Sofia H. Salomon


Francisco residiu em Lençol até 1917, mudando-se daí para Rio Negrinho, em terras do filho Henrique, situadas onde encontra-se o Loteamento Paulo Beckert, no bairro Campo Lençol, de onde mais tarde mudou-se para a rua São Bernardo.  

Aqui em Rio Negrinho continuou a exercer a sua obra, ainda não catalogada. Alguns quadros localizados recentemente, de autoria de Francisco, expostos em residências de seus descendentes, não se encontram assinados por ele, sabendo-se por tradição oral, que foram pintados por ele.

Quadro "Anjo da Guarda", pintado por Francisco Kwitschal, pertencente a Sonia Maria Kwitschal Kogler


Teve como filhos, Maria, nascida na Europa em 28/09/1874, casada com José Endler, e no Brasil, Henrique, nascido em 22/09/1878, e Sofia, nascida em 26/12/1880, casada com Henrique Hatschbach.  Sofia e Henrique também foram moradores em Rio Negrinho, deixando aqui vários descendentes. 

Francisco, faleceu em 20/02/1929, com oitenta e sete anos e sua esposa Amália, faleceu com 95 anos, 11/03/1932, e estão sepultados no Cemitério de Rio Negrinho. 

Seu filho Henrique exerceu a profissão de açougueiro na localidade Lençol, até 1916, quando mudou-se para Rio Negrinho, onde adquiriu o Hotel Rio Negrinho, dirigindo-o até 1920. Depois passou a trabalhar com a agricultura e pecuária.  Casou-se com Hedwirges Wohel e teve como filhos, Emilia, casada com Luiz Paul, Bernardo, casado com Herminia Hantschel e Henrique Filho (Heine), casado com Paula.  Henrique (pai) faleceu em 29/08/1958.

(Texto com base em informações anotadas, respectivamente, em 12/11/1984 e 19/11/1984, em entrevistas, com os netos de Francisco Kwitschal, Paulo Hatschbach, nascido em 07/03/1903, e Emilia Kwitschal Paul, nascida 02/04/1901, ao servidor municipal Osmair Bail, então Diretor do Museu Municipal de Rio Negrinho; e com dados complementados extraídos do Cemitério Municipal de Rio Negrinho e dos sites do Arquivo Histórico de Joinville e do site familysearch.org)

3 comentários:

  1. Parabéns Osmair pelo ótimo blog! A título de sugestão, se o sr. tiver material, eu gostaria de ver um post sobre os Scholz, família pioneira de Rio Negrinho e meus tataravós.

    Obrigada e, novamente, parabéns pela iniciativa! O sr. posta ótimas fotos

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    1. Boa noite! Publiquei no mês de outubro de 2020 um texto sobre a família de Luiz Scholz. Mesmo com atraso cumpri o seu pedido. Um abraço!

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  2. Ô Osmair, falamos sobre esse cara, naquele dia que vc esteve aqui em casa, mas só hj é que vi o post tratando do causo aqui no blog... Gostei muito. Existiram mais obras desse artista por ai ainda?...

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