Vista lateral da casa situada no bairro Quitandinha, em Rio Negrinho - SC, que abrigou aos familiares de Rodolfo Hantschel e seus descendentes.
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1.
Casa velha, ninho velho abandonado.
Tu és peça única
Porque em nada foi copiado
Construção só em madeira
Sem usar concreto armado
Cobertura de duas águas
E uma cozinha de puxado
Uma varanda em forma de éle
Com uma cerquinha de alambrado
A chaminé do fogão de lenha
Se mostrando no telhado.
Casa velha, ninho velho abandonado.
Tu és peça única
Porque em nada foi copiado
Construção só em madeira
Sem usar concreto armado
Cobertura de duas águas
E uma cozinha de puxado
Uma varanda em forma de éle
Com uma cerquinha de alambrado
A chaminé do fogão de lenha
Se mostrando no telhado.
Casa velha, ninho velho abandonado.
Tu também és genuína
Porque nada foi importado
Teu alicerce de puro cerne
Que ali no mato foi tirado
Os barrotes são de angico
Do vermelho e do rosado
O assoalho puro cerne de cabreúva
E muito bem aplainado
Com as tábuas de pinheiro
Que de tão antigo, já em pé havia secado.
3.
Casa velha, ninho velho abandonado.
Muito além de seu feitio
Tu guarda a história do nosso passado
Lembro da foto que tiramos
No dia que foi inaugurada
Onde os irmãos formavam uma escadinha
Com o pai e a mãe do lado
Todos ainda muito jovens
Cabelo preto bem penteado
E a família toda reunida
Rezando o terço ajoelhado
São momentos bem felizes
Na história do nosso passado.
Vista lateral de casa situada no bairro Quitandinha, em Rio Negrinho - SC, que abrigou os familiares de Rodolfo Hantschel e seus descendentes.
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4.
Casa velha, ninho velho abandonado.
Tu és igual uma viola antiga
Lá no prego pendurada
Que ainda nos traz lembrança
Quando cedo éramos acordados
Pelo som do rádio de pilha
Que o pai havia ligado
Para ouvir canções caipiras
Recordações de um passado
E no ferver do chimarrão
Um punhado de pinhão
Sobre a chapa sapecado
E o leitinho da guiné
Misturado com café
Que na panela era preparado.
5.
Casa velha, ninho velho abandonado.
És igual uma paineira amiga
Onde o tropeiro faz cesteado
Todo domingo ou dia santo
E também quando era feriado
Sempre tinha um belo frango
Com o pescoço destroncado
Que a metade ia pra sopa
A outra metade, era um molho preparado.
Sempre havia um pão macio
Que no forno foi assado
E pra comer de sobremesa
Sempre tinha ali na mesa
Uma tigela de sagu
Com compota misturado.
6.
Casa velha, ninho velho abandonado.
Tu parece um ninho antigo
Lá no galho pendurado
Aonde tudo era alegria
Até o destino ser traçado
Veio o gavião cruel
E, além disso, muito malvado.
Levou logo a mãe do ninho
Deixou os filhotes assustados
Os filhotes já sem rumo
Cada um voou para um lado
E na primeira providência
Deixa o ninho abandonado.
Casa velha, ninho velho abandonado.
Tu és igual uma viola antiga
Lá no prego pendurada
Que ainda nos traz lembrança
Quando cedo éramos acordados
Pelo som do rádio de pilha
Que o pai havia ligado
Para ouvir canções caipiras
Recordações de um passado
E no ferver do chimarrão
Um punhado de pinhão
Sobre a chapa sapecado
E o leitinho da guiné
Misturado com café
Que na panela era preparado.
5.
Casa velha, ninho velho abandonado.
És igual uma paineira amiga
Onde o tropeiro faz cesteado
Todo domingo ou dia santo
E também quando era feriado
Sempre tinha um belo frango
Com o pescoço destroncado
Que a metade ia pra sopa
A outra metade, era um molho preparado.
Sempre havia um pão macio
Que no forno foi assado
E pra comer de sobremesa
Sempre tinha ali na mesa
Uma tigela de sagu
Com compota misturado.
6.
Casa velha, ninho velho abandonado.
Tu parece um ninho antigo
Lá no galho pendurado
Aonde tudo era alegria
Até o destino ser traçado
Veio o gavião cruel
E, além disso, muito malvado.
Levou logo a mãe do ninho
Deixou os filhotes assustados
Os filhotes já sem rumo
Cada um voou para um lado
E na primeira providência
Deixa o ninho abandonado.
Vista frontal da casa situada no bairro Quitandinha, em Rio Negrinho - SC, que abrigou os familiares de Rodolfo Hantschel e seus descendentes.
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Casa velha, ninho velho abandonado.
Tu não está sozinha
Tem um companheiro do seu lado
É o forno, velho amigo.
Companheiro do passado
Que apesar de muitos anos
Nunca saiu do seu lado
Até parece um cachorro amigo
Que do lado do dono fica deitado
E se o dono perecer
Ele morre junto ali do lado.
8.
Casa velha, ninho velho abandonado.
Tu tiveste as cores do arco-íris
Hoje só o desbotado
São as marcas do tempo
De muitos anos passados
Até o assoalho da varanda
Pelo tempo foi furado
E o porão todo aberto
Já nem tem mais o cercado
E os caixões de mantimentos
Também foram desmanchados
Só ficaram as peças antigas
E tudo isso, lembra o passado.
9.
Casa velha, ninho velho abandonado.
Tu és igual a um livro antigo
Que guarda histórias do nosso passado
Quem aqui vos fala, não é um poeta.
E também, não é um letrado.
Mas é apenas um filhote
Que neste ninho foi criado
Esta não é uma poesia
Nem tão pouco um verso rimado
Mas é uma singela homenagem
A ti, casa velha, ninho velho abandonado.
(Fonte: site da Associação dos
Aposentados e Pensionistas da COPEL; autoria do Poema: Ciro Luiz Corbari/Primeiro lugar
no Concurso Literário AAPC/30 anos, modalidade “Poesias”(2009); fotos do autor do blog)
Bom dia Osmair, segue o endereço do blog CMEI que esteve presente na biblioteca na última sexta-feira.
ResponderExcluirhttp://cmeiespacocrianca.blogspot.com.br/
Até mais, Vanisse
Sr. Osmair, quero felicitar sua brilhante ideia em homenagear a família do Sr. Rodolfo Hantschel, e seus descendentes.
ResponderExcluirComo diz o poeta: Tudo o que é terreno, nada é eterno, mas aquele que sabe respeitar e valorizar o passado, é sempre moderno".
Muito mais feliz fico eu, em poder contribuir com essa história através da minha poesia. Penso que a história da família Hantschel tem muita semelhança com a história da minha família, e podemos conversar a respeito disso.
Caso deseje entrar em contato, eu moro na Rua Pernambuco 1507, Cep 85960-000. Centro. Marechal Cândido Rondon - Paraná
email: dycorbari.eu@gmail.com
Um abraço amigo a todos,
Ciro Luiz Corbari