Nota do Blog: Apresentamos alguns breves aspectos da eleição municipal de 1992 a prefeito em Rio Negrinho. Obviamente inúmeros outros aspectos num estudo mais acurado futuramente merecerão menção.
A
eleição municipal em Rio Negrinho de 1992 se apresentou como um puro revanchismo
político. Vivendo ainda num período em que a legislação não previa o instituto
da reeleição, o professor, ex-vereador e então vice-prefeito José Kormann se
apresentou como o candidato do prefeito à época Guido Ruckl.
Guido
Ruckl que se elegeu em 1988 como uma figura nova na política, não conseguiu
deslanchar a sua administração, marcado principalmente pela forte influência do
empresariado local e por suas repetidas lembranças do seu antecessor Dr. Romeu
Ferreira de Albuquerque. É bom de se lembrar que ao início do seu mandato Guido
Ruckl moveu uma ação judicial ao seu antecessor com uma série de acusações, que
se arrastou ao longo de muitos anos na justiça.
Dentro
deste clima político na disputa ao cargo de prefeito se apresentaram a eleição
como candidatos: o professor, ex-vereador e então vice-prefeito José Kormann pela coligação “ALIANCA
TRABALHO E ACAO POR RIO NEGRINHO”, composta pelos partidos PFL/PRN (Partido da
Frente Liberal/Partido da Reconstrução Nacional), sendo o seu a vice o
empresário Octavio Collodel Possami; o médico, ex-vereador e ex-prefeito Dr. Romeu Ferreira de Albuquerque pela
coligação “ALIANCA TRABALHO E ACAO POR RIO NEGRINHO” composta pelos partidos PDS/PMDB
(Partido Democrático Social/Partido do Movimento Democrático Brasileiro), tendo
como vice o escriturário e então vereador Antonio Zaleski; o jovem empresário Mauro Mariani pelo Partido Trabalhista
Brasileiro (PTB), tendo como vice o professor Abel Schroeder; e o advogado e ex-assessor
municipal Paulo Gonçalo Ronconi pelo
Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), tendo como vice o empresário
Luiz Eusébio Stoeberl.
Alguns
aspectos interessantes que futuramente merecerão uma melhor análise. A primeira
da coligação do Partido da Frente Liberal/Partido da Reconstrução Nacional, em
que o PFL, fundado em 1985, é oriundo do PDS, porém, adversários políticos em
nossa cidade; outro aspecto, o PRN partido fundado em nossa cidade a partir da
eleição como presidente de Fernando Collor; mais o aspecto mais interessante,
foi a inédita e até então impensável coligação realizada entre os dois partidos
arquirrivais na política local, entre o PDS e o PMDB. O PMDB que vinha de duas
amargas derrotas com o candidato Oscar Correa Vellasques, em 1982 e 1988, foi liderado
pelo ex-vereador Antonio Zaleski, que decidiu em convenção sair de vice de
Albuquerque. As novidades ficaram por conta da candidatura a prefeito do jovem
empresário Mauro Mariani, no então recém fundado PTB, e ainda, o lançamento da
candidatura de Paulo Ronconi, ex assessor de Albuquerque na Prefeitura, pelo
PSDB.
O maior embate
eleitoral se dá entre os correligionários de Kormann e Albuquerque, enquanto
Mauro e seus apoiadores surgiram com novas propostas confrontando-se com as
propostas dos antigos mandatários. Ronconi com pouco espaço de tempo no
programa eleitoral se ateve a apresentar propostas e a defender o concorrente
Albuquerque.
As
eleições foram realizadas foram realizadas em 03 de outubro de 1992 e o apresentou
o seguinte resultado final:
ELEITO
Partido
|
Nº
|
Nome
|
Votos
|
Percentual
|
|
1
|
PDS
|
11
|
Romeu
Ferreira de Albuquerque
|
5.789
|
40,28%
|
NÃO ELEITOS
Partido
|
Nº
|
Nome
|
Votos
|
Percentual
|
|
2
|
PFL
|
25
|
Jose
Kormann
|
4.407
|
30,66%
|
3
|
PTB
|
14
|
Mauro
Mariani
|
3.856
|
26,82%
|
4
|
PSDB
|
45
|
Paulo
Goncalo Ronconi
|
321
|
2,24%
|
A eleição
de Albuquerque se deu principalmente com o apoio da classe popular, contra o
apoio de grande parte da classe empresarial e do apoio aberto de um destacado padre
local, dados a Kormann. Este padre numa pregação dominical ameaçou que se o
candidato Albuquerque se elegesse ele iria embora da cidade. Com a vitória de
Albuquerque em 1993 este padre cumpriu a promessa, solicitou e foi transferido
da cidade.
Quanto a
apresentação da candidatura de Paulo Ronconi no pleito municipal de 1992,
segundo comentários à época, somente foi lançada como uma alternativa a uma
possível cassação da candidatura de Albuquerque, fato que não ocorreu.
A
surpresa ficou por conta da prestigiosa votação recebida pelo jovem empresário
Mauro Mariani, ficando apenas 551 votos do segundo colocado, preparando a sua
trajetória as próximas eleições.
Candidatos a prefeito e vice - Dr. Romeu Ferreira de Albuquerque e Antonio Zaleski - nas eleições de 1992 em Rio Negrinho
Candidatos a prefeito e vice - Paulo Gonçalo Ronconi e Luis Eusebio Stoeberl - nas eleições de 1992 em Rio Negrinho
Candidatos a prefeito e vice - Mauro Mariani e Abel Schroeder - nas eleições de 1992 em Rio Negrinho
Candidatos a prefeito e vice - José Kormann e Otávio Collodel Possamai - nas eleições de 1992 em Rio Negrinho
Propaganda eleitoral dos candidatos a prefeito e vice - Kormann e Possamai - nas eleições de 1992 em Rio Negrinho
Convite ao comício eleitoral no bairro Vila Nova nas eleições de 1992 em Rio Negrinho, mostra o clima de açodamento entre as campanhas de Kormann/Possamai e Romeu/Zaleski
Parabéns pelo Blog Osmair. Relembrar o passado é fantástico, principalmente quando meu saudoso e querido pai estava entre as pessoas que protagonizaram a história.
ResponderExcluirLegal! Wikipedia e Memória Política do Mauro não informam a respeito de sua candidatura a prefeito pelo PTB.
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