Olá, seja bem-vindo! Muito obrigado pela sua visita!

sábado, 16 de outubro de 2021

NOSSA HISTÓRIA: ELEIÇÕES MUNICIPAIS DE 2000, EM RIO NEGRINHO

Nota do Blog: Apresentamos o texto publicado originalmente na coluna "Nossa História" em 15/10/2021, edição nº 5.394, pág. 4, do Jornal Perfil Multi de Rio Negrinho. O Administrador deste Blog, a partir de 07/08/2020, passou a integrar a equipe de colaboradores daquele jornal, na apresentação de uma coluna semanal de abordagem de aspectos históricos do nosso município.

__________________________________


Nota do Autor: Esta publicação foi postada originalmente em 02/07/2012 no Blog Rio Negrinho no Passado, que retrata alguns aspectos da campanha eleitoral municipal a prefeito de Rio Negrinho no ano 2000. Os dados eleitorais foram extraídos do TRE/SC.

----------------------------------------------------------

Mauro Mariani e Almir Kalbuch, candidatos a prefeito e vice pela coligação PMDB/PSDB/PTB


Através da Emenda Constitucional nº 16, de 04/06/1997, aprovada pelo Congresso Nacional, foi estabelecido o instituto da reeleição no ordenamento jurídico-eleitoral brasileiro, admitindo-se a possibilidade do Presidente da República, Governadores e Prefeitos municipais disputarem a reeleição para o mandato seguinte, condicionada as eleições imediatamente subsequentes ao primeiro mandato e somente por uma vez. Esta norma foi aplicada pela primeira vez nas eleições de 1998 para presidente da República e para governadores dos Estados, e, posteriormente, nas eleições municipais de 2000.

Portanto, usando o instituto da reeleição consecutiva, no ano de 2000, concorreu a reeleição, o então prefeito municipal Mauro Mariani (PMDB), tendo como seu vice o empresário Almir José Kalbusch, numa coligação entre PMDB/PSDB/PTB. Como seus adversários concorreram ao cargo de prefeito o ex-prefeito Guido Ruckl (PFL), tendo como vice a ex-vereadora Yelva Albuquerque (PPB), numa coligação entre PFL/PPB e concorrendo em chapa única o PT, com Valdemiro Hackbart, tendo como vice a sra. Eloí Machado Fernandes.

Guido Ruckl e Yelva Albuquerque, candidatos a prefeito e vice pela coligação PFL/PPB


A eleição municipal de 2000 se apresentava com alguns aspectos relevantes: 1 - Rio Negrinho esperava uma grande disputa eleitoral, envolvendo o ex-prefeito Dr. Romeu Ferreira de Albuquerque e Mauro Mariani. Dr. Romeu emprestara apoio importante a Mauro Mariani nas eleições de 1996 e acalentava o sonho de retornar a Prefeitura nas eleições de 2000. Infelizmente Dr. Romeu veio a falecer ao início de 2000; 2 - o governo do então prefeito Mauro Mariani detinha um alto índice de aprovação popular, somado ao seu carisma pessoal; 3 - a coligação entre PFL e PPB, sugerida pelas lideranças estaduais, aos dois partidos historicamente rivais a nível municipal, representados Guido Ruckl e Yelva Albuquerque, viúva do ex-prefeito Dr. Romeu Albuquerque, não foi bem entendida e aceita pela população rionegrinhense, azedada por ações judiciais movidos um contra outro, quando ambos no exercício do cargo de prefeito; 4 - o PT, se apresentou com candidatura sem coligação, de um trabalhador e de uma dona de casa, sem um conhecimento maior junto à comunidade; 5 - Mauro Mariani e Guido Ruckl já foram os maiores protagonistas na disputa eleitoral à Prefeitura, nas eleições de 1996.

Valdemiro Hackbart e Eloí Machado Fernandes, candidatos a prefeito e vice pelo PT


Como resultado eleitoral se apresentou como prefeito reeleito Mauro Mariani, com 12.997 votos, representando 65,6% dos votos válidos; Guido Ruckl, com 6.261 votos, representando 31,6% dos votos válidos; e, Valdemiro Hackbart, com 541 votos, representando 2,7% dos votos válidos.

Na próxima edição vamos continuar a publicação de aspectos da história de nosso município! Obrigado!

NOSSA HISTÓRIA: SOCIEDADE DE CANTORES DE RIO NEGRINHO (3)

Nota do Blog: Apresentamos o texto publicado originalmente na coluna "Nossa História" em 08/10/2021, edição nº 5.393, pág. 4, do Jornal Perfil Multi de Rio Negrinho. O Administrador deste Blog, a partir de 07/08/2020, passou a integrar a equipe de colaboradores daquele jornal, na apresentação de uma coluna semanal de abordagem de aspectos históricos do nosso município.

__________________________________


Nota do Autor: Para elaboração do presente artigo coletamos informações da Professora Marilene Baum, Glicia Murara Neidert e de Mário Baumer, a quem agradecemos. Tivemos ainda, o apoio do amigo Bibi Weick na disponibilização da foto publicada.

---------------------------------------------------
Publicação extraída do facebook “Momentos de Rio Negrinho”, em 22/06/2020, onde se vê (de cima para baixo) a sede do Men Chor de Rio Negrinho (MCRN), em 1937; a seguir a agência do Banco do Brasil em 1984 e a última, a atual agência do Sicoob (Foto: acervo de Bibi Weick)


Destino Final – Como vimos nos artigos anteriores o Men Chor de Rio Negrinho - Sociedade de Cantores de Rio Negrinho -, foi fundada em 28 de junho de 1928 e extinta em 1942, em plena 2ª Guerra Mundial, por força de ato do Governo Federal, assim como outras entidades assemelhadas, com o temor que os associados alemães pudessem ter alguma ligação com o nazismo.

Haveria suspeitas de simpatia pelo nazismo entre os membros do Men Chor de Rio Negrinho que ensejasse o seu fechamento? Até a presente nenhum registro foi encontrado que aponte nesta direção. Este tema tão sensível e delicado quanto a possíveis simpatias em nossa cidade ao nazismo e ao integralismo certamente merecerão por parte dos nossos historiadores um estudo mais acurado.

O destino da sede do MNRN, inaugurada em 1937, após a extinção desta entidade em 1942, foi a sua utilização como cinema por Jorge Zipperer Júnior (Nono), até a inauguração do seu próprio prédio em 22/11/1947, à rua Jorge Zipperer.

Posteriormente, com objetivo de trazer uma nova opção educacional, as irmãs da “Congregação das Irmãs de São José de Chambéry”, sediadas em Curitiba, se estabelecem em Rio Negrinho em 1947, para a criação de um Jardim de Infância e se utilizaram deste prédio do MNRN para esta finalidade.

O Educandário Santa Terezinha se utiliza deste prédio até fevereiro de 1952 para as suas aulas, quando se transfere para o prédio próprio, o atual prédio do Colégio Cenecista São José de Rio Negrinho.

Novas mãos - Para viabilização da construção do futuro Salão Paroquial Padre Dehon e do Educandário Santa Terezinha, a Paróquia Santo Antonio realiza uma permuta com o terreno de Martha Scholz da Luz, onde estava estabelecido a sua pensão, e esta adquire o prédio do MCRN, onde passa a residir com sua família. A pensão da Dona Martha ficava situado onde está situado o Salão Paroquial Padre Dehon.

Mais tarde, a partir de década de 1950, a Sociedade Esportiva Ipiranga passa a alugar da dona Martha, a ex-sede do MCRN, como sua sede social, daí o conhecimento popular como “sede do Ipiranga”, mas na realidade o prédio sempre foi pertencente a Dona Martha e mais tarde a sua filha Dona Adélia da Luz Souza. Ao formato inicial do prédio sofreu ampliações.

Entre outras atividades a “sede do Ipiranga” sediou muitos encontros esportivos e culturais, principalmente de grandiosos bailes, de cunho mais elitista, contrapondo-se com o “Salão Dettmer”, de cunho mais popular.

A partir do início de 1980, a “sede do Ipiranga” foi demolida, e o terreno foi vendido ao Banco do Brasil que construiu a sua sede em 1984, destruída pelo incêndio no ano 2000.

Atualmente neste terreno encontra-se edificado a agência do Sicoob Credinorte de Rio Negrinho.

Na próxima edição vamos continuar a publicação de aspectos da história de nosso município! Obrigado!

NOSSA HISTÓRIA: SOCIEDADE DE CANTORES DE RIO NEGRINHO (2)

Nota do Blog: Apresentamos o texto publicado originalmente na coluna "Nossa História" em 1º/10/2021, edição nº 5.392, pág. 4, do Jornal Perfil Multi de Rio Negrinho. O Administrador deste Blog, a partir de 07/08/2020, passou a integrar a equipe de colaboradores daquele jornal, na apresentação de uma coluna semanal de abordagem de aspectos históricos do nosso município.

__________________________________

Nota do Autor: O presente artigo, com adaptações, foi publicado originalmente no Blog Rio Negrinho no Passado, em 14/03/2010. Na próxima edição pretendemos apresentar alguns aspectos do Men Chor de Rio Negrinho – MCRN (Sociedade de Cantores de Rio Negrinho).

-------------------------------------

Membros do Men Chor de Rio Negrinho (MCRN), em 1937 (Foto e identificação de Bibi Weick)


Nos moldes de outras colônias com imigração alemã, como vimos no artigo anterior, a exemplo de Joinville, Blumenau e de São Bento do Sul, em 28 de junho de 1928, foi fundada a Men Chor de Rio Negrinho (Sociedade de Cantores de Rio Negrinho).

A finalidade desta entidade era a de incentivar o canto, as festas, a camaradagem, a alegria e a diversão, funcionando também, entre os sócios uma pequena orquestra, proporcionando e organizando boas festividades ao longo dos anos.

Nos dias 1 e 2 de fevereiro de 1936 foram realizados a solenidade e comemoração do lançamento da pedra fundamental no local a ser construída sua nova sede, contando com a presença de um grupo de Joinville, que consistia da Seção de Canto “Sängerbund-Concordia” (da Liga de Sociedades) e a Sociedade de Canto “Liederkranz”, se organizaram, juntamente com as três Sociedades de canto de Blumenau, “Concordia”, “Liederkranz” e “Eintracht”. Esta sede oficial da MNRN foi inaugurada em 1937.


Sede do Men Chor de Rio Negrinho (MCRN) (Foto: acervo de José Luimar Meyer)


A entidade foi fechada durante a 2ª Guerra Mundial, pois o Governo Federal, a exemplo de outras entidades, com associados alemães, temia que pudessem ter alguma ligação com o nazismo.

Este prédio mais tarde foi utilizado, a partir de 1947, pelas irmãs da “Congregação das Irmãs de São José de Chambéry”, na implantação das primeiras turmas do Educandário Santa Terezinha e posteriormente sede do Sociedade Esportiva Ipiranga.

Na próxima edição vamos continuar a publicação de aspectos da história de nosso município! Obrigado!

quinta-feira, 30 de setembro de 2021

NOSSA HISTÓRIA: SOCIEDADE DE CANTORES DE RIO NEGRINHO (1)

Nota do Blog: Apresentamos o texto publicado originalmente na coluna "Nossa História" em 24/09/2021, na edição nº 5.391, pág. 4, do Jornal Perfil Multi de Rio Negrinho. O Administrador deste Blog, a partir de 07/08/2020, passou a integrar a equipe de colaboradores daquele jornal, na apresentação de uma coluna semanal de abordagem de aspectos históricos do nosso município.

__________________________________


Nota do Autor: O presente artigo foi publicado originalmente no facebook - Grupo São Bento no Passado, em 14/09/2021, de autoria da pesquisadora histórica joinvillense Brigitte Brandenburg, a quem agradecemos. Na próxima edição pretendemos apresentar alguns aspectos do Men Chor de Rio Negrinho – MCRN (Sociedade de Cantores de Rio Negrinho).


---------------------------------------------------------


Uma excursão de corais a Rio Negrinho, e seus contratempos – 1936

Quando alguém faz uma viagem, tem algo para contar, especialmente quando se trata de uma viagem de trem, e da linha de S. Francisco.

Sede da Men Chor de Rio Negrinho (MCRN) (Foto: acervo de Vera Grimm)


Nesta, um grupo de Joinville, que consistia da Seção de Canto “Sängerbund-Concordia” (da Liga de Sociedades) e a Sociedade de Canto “Liederkranz”, se organizaram, juntamente com as três Sociedades de canto de Blumenau, “Concordia”, “Liederkranz” e “Eintracht”, e se uniram para uma excursão, a convite da SOCIEDADE DE CANTORES DE RIO NEGRINHO, nos dias 1 e 2 deste mês, para a solenidade e comemoração do lançamento da pedra fundamental no local a ser construída sua nova sede.

Apesar da Direção das Sociedades de Joinville haver solicitado antecipadamente, junto à administração da Estrada de Ferro em Jlle, que colocassem à disposição deste grupo, no mínimo, dois vagões extras, os componentes do grupo, no total de 93 cantores, sem contar os outros convidados já citados, tiveram que embarcar em vagões já ocupados que vieram de São Francisco.

Mas muito pior ocorreu, quando, em Jaraguá, aguardavam os convidados de Blumenau, com total de 70 pessoas. Apesar de reclamações de todos os lados, também ali foi-se obrigado a embarcar no trem lotado, para pelo menos alcançar a Estação “Hansa”, onde conforme prometido em Jaraguá, haveria um vagão de passageiros à disposição para acoplar ao trem.

Imaginem: um vagão 1° classe com 42 lugares, e um vagão 2° classe com 56 lugares, tomados por aproximadamente 230 pessoas !!

Em HANSA recebemos a triste notícia de que ali também não havia vagão de passageiros à disposição, mas devido às muitas reclamações, resolveram anexar um vagão usado para transportar gado (Viehwagen). Após ter sido este vagão dotado de caixas, bancos de todos os tipos e carregado de passageiros, o trem movimentou-se no seu tão afamado “Schneckentempo” (“ritmo de lesma”) para levar seus passageiros aos seus locais de destino através da “Serra Romântica”.

Tudo ia muito bem, até que tomamos conhecimento, na Estação RIO VERMELHO, de que vagões extras não poderiam ser anexados devido à queda de uma barreira. Novamente foi necessário anexar um vagão de carga para os passageiros e a viagem seguiu adiante, sem que a administração da ferrovia tomasse consciência da situação.

E esse tipo de coisa ocorre na era do progresso! Estaria mais do que na hora para que a direção da Ferrovia S.P.R.G. tomasse providências para demonstrar mais preocupação com o conforto de seus passageiros, considerando-se os altos preços que se paga pela passagem.

Com uma hora de atraso o trem chegou a Rio Negrinho. ............

Publicado em 13/02/1936, nr. 13, pg. 3, Kolonie Zeitung. Artigo em alemão, com o título original: “Eine Sängerfahrt mit Hindernissen”. Trad. BB.

Na próxima edição vamos continuar a publicação de aspectos da história de nosso município! Obrigado!

sábado, 25 de setembro de 2021

NOSSA HISTÓRIA: MEMÓRIAS DE NOSSA MÚSICA (2)

Nota do Blog: Apresentamos o texto publicado originalmente na coluna "Nossa História" em 17/09/2021, na edição nº 5.390, pág. 4, do Jornal Perfil Multi de Rio Negrinho. O Administrador deste Blog, a partir de 07/08/2020, passou a integrar a equipe de colaboradores daquele jornal, na apresentação de uma coluna semanal de abordagem de aspectos históricos do nosso município.

__________________________________


Nota do Autor: O presente artigo, com adaptações, foi escrito em meados de 1984, com base em depoimentos de João Froehner (*27/02/1899 +20/05/1993) e de Alvino Anton (*15/03/1913 +08/10/1998), e de pesquisas do autor desta coluna, quando este exercia o cargo de Diretor do Museu Municipal de Rio Negrinho. Este artigo apresenta alguns aspectos e personalidades que ao longo de nossos primórdios desenvolveram a música de nossa terra.

------------------------------------------------------------

Bandinha Tureck em 05/04/1926, na gruta do Rio dos Bugres (Foto: acervo do Ivo A. Liebl e informações de Affonso G. Froehner – em memória)


João Froehner e os primórdios das bandinhas na Colônia Olsen – (cont.) Um dos motivos que Rodolfo Tureck o convidou para trabalhar na serraria, foi que João tinha noções de clarinete e estava nos planos de Rodolfo na formação de uma bandinha. Foi daí que em 1919 surgiu a Banda Tureck, com as seguintes pessoas: José Anton, Eduardo Anton, João Pscheidt, Antonio Pscheidt, Emilio Tureck, João Froehner, Rodolfo Tureck e Carlos Tureck. Esta Bandinha tornou-se desde logo a atração em toda a redondeza, animando bailes, festas, casamentos, tanto na Colônia Olsen, em Rio Negrinho e até no Lageado.

Em 1925, com a venda da serraria e a mudança de Rodolfo para Lageado e João Froehner mudou-se para a localidade de Corredeiras, onde foi trabalhar na serraria de Paulo Schlemm, a bandinha se desfez, e com os remanescentes formou-se a Banda São Pedro, que funcionou entre 1926 e 1927 e era composta pelas seguintes componentes: José Munch, Eduardo Anton, Otto Maros, José Naderer, João Froehner, Max Anton e José Anton.

Quando se desfez a Banda São Pedro outra a sucedeu, foi a Banda Pscheidt, de 1927 a 1930 e era composta com Henrique Pscheidt, José Pscheidt, Antonio Pscheidt, Eduardo Anton, José Munch, Emilio Tureck e Carlos Benedito Pscheidt.

Enquanto funcionava a Banda Pscheidt outra banda surgiu na localidade de Colônia Olsen, foi a Banda Anton, que foi de 1929 a 1934, sendo componentes Willy Pscheidt, José Anton (maestro), Alvino Anton, Otto Maros, Max Anton, Francisco Anton, Osvaldo Anton, Antonio Pscheidt e José Liebl.

Bandinha Tureck em março de 2018 (Foto: extraída do site da Bandinha Tureck)

Algumas características dos bailes e casamentos – Os bailes desta década dos anos 1920 tinham algumas características esquecidas no tempo, aqui lembradas: 1 - o baile se iniciava por volta das 18 horas e se encerrava às 6 horas do dia seguinte ou mais; 2 - como não havia veículos automotivos a locomoção se dava por carroças; 3 – o convite de casamento era muito especial, sendo feito pelos pais ou irmãos do noivos e se fazia, onde a pessoa que realizava o convite batia a porta do convidado, pedia licença e desenhava uma flor na porta, fazia o convite, despedia-se e na saída da porteira arrancava da pistola e dava um tiro pro ar, demonstrando a alegria; 4 - nas festas de casamento que normalmente ocorriam nos sábados, a banda começam as atividades às 6 horas da manhã e prosseguiam noite afora, até às 6 horas da manhã de domingo; 5 - num casamento, cada vez que chegava um convidado era de praxe que os donos da casa servi-lhes um chopp (cerveja) acompanhado de uma música em sua homenagem; 6 - quando uma música apresentada pela banda foi muito apreciada, era comum solicitar “bis”, ou seja, a reapresentação daquela música; 7 - a meia noite, nos bailes era colocado um lenço sobre o lampião do meio da salão e ao sinal do pistão, todos deixavam vazia a pista de dança, pois era a hora do “damen ball” ou “cachimã”, que era a dança em que eram as mulheres em que tomavam a iniciativa da dança, durante uma a três músicas tocadas; 8 – nos bailes um mesmo casal não dançava a noite inteira, mas, tanto o homem como a mulher dançava com todos, pois, eram todos conhecidos, a grande maioria vizinhos.

Na próxima edição vamos continuar a publicação de aspectos históricos de nossa região! Obrigado!

NOSSA HISTÓRIA: MEMÓRIAS DE NOSSA MÚSICA (1)

Nota do Blog: Apresentamos o texto publicado originalmente na coluna "Nossa História" em 10/09/2021, na edição nº 5.389, pág. 4, do Jornal Perfil Multi de Rio Negrinho. O Administrador deste Blog, a partir de 07/08/2020, passou a integrar a equipe de colaboradores daquele jornal, na apresentação de uma coluna semanal de abordagem de aspectos históricos do nosso município.

__________________________________


Nota do Autor: O presente artigo, com adaptações, foi escrito em meados de 1984, com base em depoimentos de João Froehner (*27/02/1899 +20/05/1993) e de Alvino Anton (*15/03/1913 +08/10/1998), e de pesquisas do autor desta coluna, quando este exercia o cargo de Diretor do Museu Municipal de Rio Negrinho. Este artigo apresenta alguns aspectos e personalidades que ao longo de nossos primórdios desenvolveram a música de nossa terra.

---------------------------------------------------------

Colônia Olsen e a música dos primeiros tempos – Como já escrevemos em outra oportunidade, a partir do início do século XX houve uma verdadeira “invasão” de novos colonizadores a Rio Negrinho. Estes novos colonizadores, na sua grande maioria, descendentes de imigrantes europeus de São Bento do Sul, diante da escassez da oferta de terras naquele território. Com esta “invasão” se formou a Colônia Miranda, Colônia Olsen, a colônia de Rio dos Bugres e a colônia no Rio do Salto. Estas colônias surgem antes mesmo do surgimento da futura Vila de Rio Negrinho, em 1910, e revigorada a partir de 1918, com a vinda da Jung & Cia. (futura Móveis Cimo). Especificamente no tocante a Colônia Olsen, muito próprio ao espírito dos novos colonizadores, forma-se os primeiros conjuntos musicais, na forma de bandinhas. Não eram músicos no sentido literal, mas eram agricultores, com alguma formação e conhecimento musical e que nos finais de semana se reuniam e ajudavam a amenizar a dura vida do campo.

Rosália Pscheidt e João Froehner (Foto: acervo de Ivan Ornelo Floriani)


João Froehner e os primórdios das bandinhas na Colônia Olsen – Nascido em plena Alemanha, a 27/02/1899, João Froehner é filho de Edmundo e Anna Maria Froehner. Quando da emigração o governo alemão estava incentivando a emigrarem devido ao excesso de população do País e sua falta de terras.

João se estabeleceu com os seus pais em Corupá ficando lá até os 18 anos, quando veio tentar a sorte serra acima, onde o seu irmão Max, já estava morando na localidade de Boa Vista.

Rosália Pscheidt Froehner (centro) e seus filhos Affonso, Erica, Erna e Edmundo (Foto: acervo de Vilma Froehner Hantschel)


Entre 1917 e 1919 trabalhou em Rio Negrinho com seu irmão Max e devido as difíceis condições do irmão foi trabalhar a convite com Rodolfo Tureck. Este à época estava construindo uma serraria em sociedade com o irmão Carlos e João ajudou primeiramente na construção do prédio e depois nos afazeres da serraria. Esta serraria ficava situada onde está a atual serraria “Olsen & Fischer”, na localidade de Queimados.

Banda Pscheidt, em 1928, na Colônia Olsen, no qual vemos, a partir da esq., sentados: Carlos Tureck, Profº João Naderer (maestro), Henrique Pscheidt e José Pscheidt; em pé: Carlos Benedito Pscheidt, Antonio Pscheidt (Antoninho), José Munch e Antonio Pscheidt (Antonhão) (Foto: acervo de Willy Pscheidt – em memória, e informações de Affonso G. Froehner)


João Froehner casou-se com Rosalia Pscheidt, em 16/01/1924, e tiveram 4 filhos: Affonso Gerhard, Edmundo, Erna e Erica. Faleceu em Rio Negrinho, em 20/05/1993, com 94 anos. Sua esposa Rosalia faleceu em 2007, com 104 anos.

Na próxima edição vamos continuar a publicação de aspectos da história musical de nosso município! Obrigado!

sexta-feira, 3 de setembro de 2021

NOSSA HISTÓRIA: APIRIO (2)

Nota do Blog: Apresentamos o texto publicado originalmente na coluna "Nossa História" em 03/09/2021, na edição nº 5.388, pág. 4, do Jornal Perfil Multi de Rio Negrinho. O Administrador deste Blog, a partir de 07/08/2020, passou a integrar a equipe de colaboradores daquele jornal, na apresentação de uma coluna semanal de abordagem de aspectos históricos do nosso município.

__________________________________


Nota do Autor: O presente artigo, com pequenas adaptações, foi publicado originalmente na coluna GENTE NOSSA, do Jornal Perfil (edição nº 158, pág. 10, de 24/05/1996), abordando aspectos históricos da apicultura em nosso município. As informações complementares foram prestadas por Ivo Antonio Liebl, atual presidente da APIRIO.


------------------------------------------------------


Apicultor Afonso Gerhard Froehner e sua "barba" de abelhas, primeiro presidente da APIRIO


Invasão de abelhas – (...) Estabelecidas as abelhas africanas, começa o cruzamento com as abelhas locais, as quais também ficam igualmente bravas, provocando ataques e mortes de animais, aves e até de pessoas, trazendo a preocupação aos apicultores, de como enfrentar este problema.

A solução começa, com a vinda a São Bento do Sul do conhecido líder apicultor Helmuth Wiese, em 1966, proferindo uma palestra sobre este assunto, despertando o interesse imediato da Afonso Froehner, Afonso Weiss, Bruno Mulhbauer e Renaldo Maros, tomando conhecimento de novas técnicas para tratamento com este novo tipo de abelha, com o uso de fumigador, máscara, macacão e luvas, antes quase não conhecidos ou utilizados.

1º Encontro Estadual do Mel de SC realizado em Rio Negrinho, em outubro de 1969, vendo-se a partir da esq. Vagemiro Jablonski (prefeito), Helmuth Wiese (apicultor) e Aldemir Tavares (repórter da Rádio RN) (Foto: acervo de Ivo A. Liebl)


Em torno das novas técnicas de criação das abelhas africanas outros apicultores unem-se, tanto que em 1969, Rio Negrinho sedia o 1º Encontro Catarinense de Apicultores, contando com o apoio total do então prefeito Vagemiro Jablonski.

9º Encontro Estadual do Mel de SC – local Salão da Colônia Olsen, no Centenário de Rio Negrinho, em 24/04/1980 (Foto: acervo de Ivo A. Liebl)


Desde então, já foram realizados 18 encontros estaduais, e Rio Negrinho, sediou novamente este encontro em 1980, na festa do Centenário.

APIRIO – Fortalecidos com o evento, surge a ideia de formar uma associação local de apicultores, que ocorre em 31/01/1981, com a denominação de Associação dos Apicultores do Norte Catarinense – APIRIO, com cerca de 33 fundadores, elegendo-se como primeiro presidente – Afonso G. Froehner, o qual é reeleito até 1994, quando assume o atual presidente Ivo Antonio Liebl.

Atualmente a APIRIO congrega cerca de 100 produtores, estimando-se que há em Rio Negrinho, cerca de 5.000 colmeias, produzindo em média anual 75.000 kg de mel, 400 kg de própolis e 2.500 kg de cera.

Fato preocupante que a produção de mel vem caindo nos últimos anos, em virtude do desmatamento e o reflorestamento quando é praticado, na grande maioria de pinus, é impróprio a produção de mel. A média anual que já foi de 30 kg por colmeia/ano, hoje não atinge a média de 15 kg por colmeia/ano.

Notas complementares:

1 – Helmuth Wiese, nasceu em 08/07/1926, em Marcílio Dias – SC, foi professor, servidor público do Estado de SC. Especializado e um entusiasta da apicultura. Foi Diretor do Instituto de Apicultura – IASC, presidente da Confederação Brasileira de Apicultura e escritor de livros e estudos sobre a apicultura. Faleceu no dia 15/10/2002, em Florianópolis – SC.

2 – Afonso Gerhard Froehner, apicultor e ex-vereador, um dos fundadores e 1º presidente da APIRIO, faleceu em 11/05/2010. O atual presidente da entidade é Ivo Antonio Liebl (reeleito desde 1994).

3 - Atualmente a APIRIO congrega cerca de 50 produtores, estimando-se que há em Rio Negrinho, cerca de 5.000 colmeias, produzindo em média anual 75.000 kg de mel, 400 kg de própolis e 2.500 kg de cera. A média anual por colmeia/ano atualmente é de 15 kg por colmeia/ano. O mel da bracatinga atualmente é o de maior procura.

4 – O número de apicultores diminuiu ao longo destes últimos 25 anos, motivado pela expansão da área reflorestada e da área de pastagem do município.

5 – O produtor Silvio Schoeffel é o apicultor com maior número de colmeias de Rio Negrinho.

6 - Até o ano de 2019 foram realizadas cerca de 34 edições do encontro catarinense de apicultura. O 34º Encontro Catarinense de Apicultores e Meliponicultores aconteceu em 16/17 de agosto de 2019, na cidade de São Joaquim. Devido a pandemia não foram realizadas os encontros presenciais em 2020 e 2021.

Na próxima edição vamos continuar a publicação de aspectos históricos de nossa região! Obrigado!