Nota do Blog: Apresentamos o texto publicado originalmente na coluna "Nossa História" em 24/09/2021, na edição nº 5.391, pág. 4, do Jornal Perfil Multi de Rio Negrinho. O Administrador deste Blog, a partir de 07/08/2020, passou a integrar a equipe de colaboradores daquele jornal, na apresentação de uma coluna semanal de abordagem de aspectos históricos do nosso município.
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Nota do Autor: O presente artigo foi publicado originalmente no facebook - Grupo São Bento no Passado, em 14/09/2021, de autoria da pesquisadora histórica joinvillense Brigitte Brandenburg, a quem agradecemos. Na próxima edição pretendemos apresentar alguns aspectos do Men Chor de Rio Negrinho – MCRN (Sociedade de Cantores de Rio Negrinho).
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Uma excursão de corais a Rio Negrinho, e seus contratempos – 1936
Quando alguém faz uma viagem, tem algo para contar, especialmente quando se trata de uma viagem de trem, e da linha de S. Francisco.
Sede da Men Chor de Rio Negrinho (MCRN) (Foto: acervo de Vera Grimm)
Nesta, um grupo de Joinville, que consistia da Seção de Canto “Sängerbund-Concordia” (da Liga de Sociedades) e a Sociedade de Canto “Liederkranz”, se organizaram, juntamente com as três Sociedades de canto de Blumenau, “Concordia”, “Liederkranz” e “Eintracht”, e se uniram para uma excursão, a convite da SOCIEDADE DE CANTORES DE RIO NEGRINHO, nos dias 1 e 2 deste mês, para a solenidade e comemoração do lançamento da pedra fundamental no local a ser construída sua nova sede.
Apesar da Direção das Sociedades de Joinville haver solicitado antecipadamente, junto à administração da Estrada de Ferro em Jlle, que colocassem à disposição deste grupo, no mínimo, dois vagões extras, os componentes do grupo, no total de 93 cantores, sem contar os outros convidados já citados, tiveram que embarcar em vagões já ocupados que vieram de São Francisco.
Mas muito pior ocorreu, quando, em Jaraguá, aguardavam os convidados de Blumenau, com total de 70 pessoas. Apesar de reclamações de todos os lados, também ali foi-se obrigado a embarcar no trem lotado, para pelo menos alcançar a Estação “Hansa”, onde conforme prometido em Jaraguá, haveria um vagão de passageiros à disposição para acoplar ao trem.
Imaginem: um vagão 1° classe com 42 lugares, e um vagão 2° classe com 56 lugares, tomados por aproximadamente 230 pessoas !!
Em HANSA recebemos a triste notícia de que ali também não havia vagão de passageiros à disposição, mas devido às muitas reclamações, resolveram anexar um vagão usado para transportar gado (Viehwagen). Após ter sido este vagão dotado de caixas, bancos de todos os tipos e carregado de passageiros, o trem movimentou-se no seu tão afamado “Schneckentempo” (“ritmo de lesma”) para levar seus passageiros aos seus locais de destino através da “Serra Romântica”.
Tudo ia muito bem, até que tomamos conhecimento, na Estação RIO VERMELHO, de que vagões extras não poderiam ser anexados devido à queda de uma barreira. Novamente foi necessário anexar um vagão de carga para os passageiros e a viagem seguiu adiante, sem que a administração da ferrovia tomasse consciência da situação.
E esse tipo de coisa ocorre na era do progresso! Estaria mais do que na hora para que a direção da Ferrovia S.P.R.G. tomasse providências para demonstrar mais preocupação com o conforto de seus passageiros, considerando-se os altos preços que se paga pela passagem.
Com uma hora de atraso o trem chegou a Rio Negrinho. ............
Publicado em 13/02/1936, nr. 13, pg. 3, Kolonie Zeitung. Artigo em alemão, com o título original: “Eine Sängerfahrt mit Hindernissen”. Trad. BB.
Na próxima edição vamos continuar a publicação de aspectos da história de nosso município! Obrigado!