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sábado, 21 de agosto de 2021

NOSSA HISTÓRIA: O EMBATE ENTRE INDÍGENAS E O PIONEIRO ANTONIO FERREIRA DE LIMA (3)

Nota do Blog: Apresentamos o texto publicado originalmente na coluna "Nossa História" em 20/08/2021, na edição nº 5.386, pág. 4, do Jornal Perfil Multi de Rio Negrinho. O Administrador deste Blog, a partir de 07/08/2020, passou a integrar a equipe de colaboradores daquele jornal, na apresentação de uma coluna semanal de abordagem de aspectos históricos do nosso município.

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Prosseguimos com a matéria iniciada nos artigos anteriores que trata sobre o confronto entre indígenas e o pioneiro Antonio Ferreira de Lima, ocorrido no outono de 1883, morador da localidade de Rio do Salto.

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Roberto Ferreira de Lima, um dos filhos do pioneiro Antonio Ferreira de Lima (Foto extraída do livro Rio Negrinho - Raízes da Comunidade) 


Confronto – No artigo anterior tratamos de quem foi o pioneiro Antonio Ferreira de Lima e sua composição familiar, e, ainda, da larga faixa de terras que este adquiriu ao início de 1880, na localidade de Rio do Salto.

Recém instalado em sua imensa propriedade em terras inóspitas ainda por desbravar, onde os vizinhos mais próximos estavam situados a 4 ou 5 km. de distância, e a vila mais próxima, a de Lençol, situava-se a 10 km., Ferreira de Lima em 1883, planta a sua primeira ou segunda safra de milho e feijão.

Neste cenário inóspito, Ferreira de Lima se depara com uma cena, que para um pai de família, se torna das mais terríveis, o risco de vida de sua esposa grávida e de seus filhos, com a invasão roças e de suas terras por indígenas.

Qual a reação de um pai diante deste fato? A defesa acima de tudo de sua família, provocando uma grande fatalidade.

Temos por um lado os indígenas que durante centenas de anos circulavam livremente em todas as paragens do planalto norte, e de repente vão sendo cerceados por todos os lados, na sua busca de alimentação.

Por outro lado, temos os colonizadores, que gradativamente, vão se estabelecendo nesta região, incentivados pelo Governo e por particulares, desbravando regiões inóspitas e bravias, na maioria das vezes despreparados para o devido trato com os indígenas e psicologicamente antepostos a eles.

Diante desta situação em que por um lado, temos uma família acuada e por outro lado temos um grupo tribal que variava de 50 a 300 pessoas, num confronto mortal quase inevitável. Isso, que ao nosso o que ocorreu.

Até por economia de espaço, não iremos detalhar o embate entre Antonio Ferreira de Lima e os indígenas, mas os interessados poderão encontrar esta descrição nos livros “LEMBRANDO A MORTE DE ANTONIO FERREIRA DE LIMA” de autoria do Professor José Kormann, e ‘RIO NEGRINHO RAÍZES DA COMUNIDADE” do ex-prefeito Nivaldo Simões de Oliveira.

Data do Confronto – Até a presente data não se tem certeza da data precisa de quando ocorreu este confronto entre a família de Antonio Ferreira de Lima e os indígenas.

Nas nossas pesquisas não encontramos o registro de óbito de Ferreira de Lima, tanto em São Bento do Sul, Rio Negro ou Joinville. Mas uma data comumente aventada, é que o fato tenha corrido no outono de 1883, mais precisamente ao início de maio daquele ano, partindo da data de óbito de sua filha Paulina, recém nascida, ocorrido em 06/02/1884.

Outro registro encontrado é do casamento de Joaquim Ferreira de Lima, ocorrido em 21/02/1925, com Maria Gonçalves da Maia, em que o noivo declara que era filho de Antonio Ferreira de Lima, falecido em 14/12/1883. O certo, portanto, o fato fatídico ocorreu no ano de 1883.

Bugreiro? – A definição de bugreiros comumente aceita é que são indivíduos especializados em atacar indígenas, contratados pelos governos imperiais das províncias do Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Partindo desta definição, com base na vasta bibliografia existente dos estudiosos sobre a questão indígena em Santa Catarina não encontramos qualquer menção a família de Antonio Ferreira de Lima como bugreiros.

A única ressalva encontrada, é apontada pelo imigrante Josef Zipperer Senior, afirmando que os embates entre indígenas e a família Ferreira de Lima eram fortuitos, pois os bugres “vinham lhes roubar o gado” e a família Ferreira “reagiam e se defendiam”, não se configurando, com a terminologia de bugreiros, anteriormente apontada. (cfe. Livro São Bento no Passado, de autoria de Josef Zipperer Senior, pág. 26).

Na próxima edição vamos continuar a publicação de aspectos históricos de nossa região! Obrigado!

NOSSA HISTÓRIA: O EMBATE ENTRE INDÍGENAS E O PIONEIRO ANTONIO FERREIRA DE LIMA (2)

Nota do Blog: Apresentamos o texto publicado originalmente na coluna "Nossa História" em 13/08/2021, na edição nº 5.385, pág. 4, do Jornal Perfil Multi de Rio Negrinho. O Administrador deste Blog, a partir de 07/08/2020, passou a integrar a equipe de colaboradores daquele jornal, na apresentação de uma coluna semanal de abordagem de aspectos históricos do nosso município.

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Prosseguimos com a matéria iniciada no artigo anterior que trata sobre o confronto mortal entre indígenas e o pioneiro Antonio Ferreira de Lima, ocorrido no outono de 1883, morador da localidade de Rio do Salto.

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Possidonio Ferreira de Lima, um dos filhos do pioneiro Antonio Ferreira de Lima (Foto: acervo do Autor)


Quem foi Antonio Ferreira de Lima – No artigo anterior tratamos ainda que superficialmente sobre aspectos da vida indígena, sobre a vinda dos primeiros colonizadores brasileiros e europeus à nossa região e sobre o clima psicológico de confronto reinante entre os “brancos” e os índios.

Como já tratamos em outra ocasião a vinda da família de Antonio Ferreira de Lima à nossa região se dá por contrato do Brigadeiro Franco para “vigiar” as suas terras, em meados de 1874, por conta de possíveis invasões. Num primeiro momento os Ferreira de Lima se estabelecem na localidade de Campo Lençol, e por volta de 1883, se estabelecem na localidade de Rio do Salto, em terras adquiridas dos descendentes do Brigadeiro Franco.

Antonio Ferreira de Lima, é nascido em São José dos Pinhais, filho de Crispim Ferreira de Mello e Anna de Lima. Casou-se com 20 anos de idade, em São José dos Pinhais, em 11/12/1860, com Maria Evangelista de Faria, filha de João Evangelista de Faria e Celestina Maria do Espírito Santo.

Teve como filhos, nascidos em São José dos Pinhais: Roberto (nascido em 1858), Manoel (nascido em 1862), Joaquim (nascido em 1865), Serapião (nascido em 1867), Possidonio (nascido em 1871), Maria das Dores (nascida em 1873), Francisca (nascida em 1874); e, como filhos nascidos em Rio Negrinho: Ines (nascida em 1876), Lucinda (nascida em 1879), Thereza (nascida em 1880) e Paulina (1884). Nem todos os seus filhos chegaram a vida adulta.

Segundo registros existentes, ele migrou em meados de 1874, de São José dos Pinhais para Rio Negrinho, acompanhado de sua família, esposa e sete filhos, tendo fixado residência num primeiro momento na localidade de Campos do Lençol, até 1880, quando adquiriu dos descendentes do Brigadeiro Manoel de Oliveira Franco, onde fixou residência, uma extensa área de terras, na localidade de Rio do Salto, com aproximadamente 1.000 alqueires, com frente para o Rio do Salto, fundos com o travessão das terras da Sociedade Colonizadora Hanseática, de um lado dividindo com o Rio Negrinho e de outro com o travessão das terras do Brigadeiro Franco, com a seguinte descrição, constante em escritura pública: “Um terreno de campos, matos e ervas, com mil e quinhentos braços de frente e três mil braços de fundo, limitando-se pelo Rio do Salto, Rio Negrinho, linha da Colônia São Bento e outros terrenos”.

Composição familiar dos Ferreira de Lima, em 1883 - A família Ferreira de Lima, ao início, era composta pelo seu patriarca Antonio (então com 43 anos), sua esposa Maria Evangelista (então com 42 anos), e os filhos: Roberto (então com 23 anos), Manoel (então com 21 anos), Joaquim (então com 18 anos), Serapião (com 13 anos), Possidonio (com 12 anos), Maria das Dores (com 10 anos), Francisca (com 9 anos), Ines (com 7 anos), Lucinda (com 4 anos) e, Thereza (com 3 anos). Sua esposa estava grávida da filha Inês, nascida em fevereiro de 1884.

Portanto, a família era composta basicamente por 5 adultos, e 4 crianças, e, ainda, provavelmente, com algum empregado e até um escravo. Tinham por objetivo o plantio e a criação de gado. Os moradores mais próximos estavam estabelecidos a cerca de 10 km. de distância.

Na próxima edição vamos continuar a publicação de aspectos da vinda do pioneiro Antonio Ferreira de Lima a nossa região! Obrigado!

NOSSA HISTÓRIA: O EMBATE ENTRE INDÍGENAS E O PIONEIRO ANTONIO FERREIRA DE LIMA (1)

Nota do Blog: Apresentamos o texto publicado originalmente na coluna "Nossa História" em 06/08/2021, na edição nº 5.384, pág. 4, do Jornal Perfil Multi de Rio Negrinho. O Administrador deste Blog, a partir de 07/08/2020, passou a integrar a equipe de colaboradores daquele jornal, na apresentação de uma coluna semanal de abordagem de aspectos históricos do nosso município.

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Francisca Ferreira de Lima, uma das filhas do pioneiro Antonio Ferreira de Lima e seu marido José da Cruz Veiga (Foto: acervo do Autor)


Contexto Histórico Regional – O estabelecimento do pioneiro Antonio Ferreira de Lima e sua família, em 1874, nas terras de Rio Negrinho ocorre num contexto de vários fatores que precisam ser analisados, que passaremos a analisar, para que possamos ter uma visão do conjunto no que culminou neste embate mortal.

Visão Geral da Vida Indígena - Todas as terras de nossa região eram ocupadas pelos índios Xokleng. A sua ocupação se estendia do Rio Grande às proximidades dos campos de Curitiba e Guarapuava, os vales litorâneos e as bordas do planalto sul brasileiro. Os Xokleng, são também conhecidos pelas denominações de Bugre, Botocudo, Aweikoma, Xokrén e Kaigang. O termo Bugre é usado no Sul do Brasil para designar qualquer índio, inclusive com aplicação muitas vezes de modo pejorativo.

Os Xokleng como um povo tinham sua língua, cultura e território que eram diferentes dos outros povos indígenas e viviam em grupos, não muito amistosos entre si. A tribo Xokleng era formada por diversos grupos, que variavam de 50 a 300 pessoas.

Eram nômades e suas rotas de perambulação eram realizadas de acordo um período sazonal, dependendo exclusivamente da natureza para sua sobrevivência, da caça de animais e aves e da coleta de mel, frutos e raízes silvestres, obrigando-se com isso a dominar um enorme território, com contornos não muito definidos. Passavam o inverno no planalto e no verão desciam para o vale.

Portanto, este modo de ser nômade e sem fronteiras vivida durante séculos pelos indígenas é interrompida e cerceada gradativamente pela vinda de colonizadores vindos do Paraná e de colonizadores europeus.

A Ocupação Pelos Colonizadores – A ocupação das terras de São Bento do Sul se dá de maneira direcionada, através da vinda de imigrantes europeus, a partir de 1873. Ao passo que a ocupação das terras de Rio Negrinho, de propriedade do Brigadeiro Manoel de Oliveira Franco, se dá a partir de 1874, com o objetivo de “vigiar” essas terras de possíveis invasores.

Com estas colonizações formalizadas aumentou a área territorial ocupada pelos brancos, diminuindo drasticamente as terras ocupadas tradicionalmente ocupadas pelos Xokleng, os expulsando daqui para outras regiões. Este movimento por um lado de um aumento das áreas colonizadas e a diminuição das áreas ocupadas pelos indígenas levou a colonizadores e índios ao confronto inevitável, pois os indígenas tinham uma vida nômade, dependendo exclusivamente da natureza, e com a ocupação das terras pelos colonos, a fome e a inanição passaram a serem ameaças constantes para eles, levando-os a depredar e de passar a se prover de alimentos em roças e pastos dos civilizados.

Clima Psicológico de Confronto - Entre os colonizadores criou-se um clima psicológico e ideológico no qual os índios foram apresentados como “selvagens desalmados”, “vadios”, “assassinos”, “ladrões”, e que não eram “exatamente humanos”, que tudo faziam para matar o branco, propagado aos quatro ventos, via oral ou alardeado pela imprensa. A narração de fatos envolvendo brancos e índios eram descritos em detalhes, com ampliação em regra desmesurada dos prejuízos causados em vidas, animais e propriedades. Tudo isso para legitimar e justificar um verdadeiro massacre e extermínio indígena pela ação dos colonos e de “bugreiros”.

Na próxima edição vamos continuar a publicação de aspectos da vinda do pioneiro Antonio Ferreira de Lima a nossa região! Obrigado!



NOSSA HISTÓRIA: ELEIÇÃO MUNICIPAL A PREFEITO DE RIO NEGRINHO EM 1992 (2)

Nota do Blog: Apresentamos o texto publicado originalmente na coluna "Nossa História" em 30/07/2021, na edição nº 5.383, pág. 4, do Jornal Perfil Multi de Rio Negrinho. O Administrador deste Blog, a partir de 07/08/2020, passou a integrar a equipe de colaboradores daquele jornal, na apresentação de uma coluna semanal de abordagem de aspectos históricos do nosso município.

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Na semana passada falamos sobre as eleições para prefeito de Rio Negrinho, em 1992. Num primeiro momento, abordamos as candidaturas de Romeu Ferreira de Albuquerque, que já havia sido prefeito anteriormente, e de José Kormann, que era candidato que representava o então prefeito da cidade, Guido Ruckl. Hoje traremos também outras duas candidaturas que fizeram parte daquela eleição.

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Paulo Gonçalo Ronconi e Luiz Eusebio Stoeberl, candidatos a prefeito e a vice em 1992


Um aspecto interessante desta eleição foi a inédita e até então impensável coligação realizada entre os dois partidos arquirrivais na política local, entre o PDS e o PMDB. O PMDB que vinha de duas amargas derrotas com o candidato Oscar Correa Vellasques, em 1982 e 1988, foi liderado nas eleições de 1992 pelo ex-vereador Antonio Zaleski, que decidiu em convenção sair de vice de Albuquerque.

A novidade ficou por conta da candidatura a prefeito do jovem empresário Mauro Mariani, pelo então recém fundado PTB, e ainda, o lançamento da candidatura de Paulo Ronconi, ex assessor de Albuquerque na Prefeitura, pelo PSDB.

O maior embate eleitoral se dá entre os correligionários de Kormann e Albuquerque, enquanto Mauro e seus apoiadores surgiram com novas propostas confrontando-se com as propostas dos antigos mandatários. Ronconi com pouco espaço de tempo no programa eleitoral se ateve a apresentar propostas e a defender o concorrente Albuquerque.

A eleição apresentou o seguinte resultado final: Romeu Ferreira de Albuquerque com 5.789 votos (40,28%), José Kormann com 4.407 votos (30,66%), Mauro Mariani com 3.856 votos (26,82%) e Paulo Gonçalo Ronconi com 321 votos (2,24%).

A eleição de Albuquerque se deu principalmente com o apoio da classe popular, contra o apoio de grande parte da classe empresarial e do apoio aberto de um destacado padre local, dados a Kormann.

Quanto a apresentação da candidatura de Paulo Ronconi no pleito municipal de 1992, segundo comentários à época, somente foi lançada como uma alternativa a uma possível cassação da candidatura de Albuquerque, fato que não ocorreu.

Mauro Mariani e Abel Schroeder, candidatos a prefeito e a vice em 1992


A surpresa ficou por conta da prestigiosa votação recebida pelo jovem empresário Mauro Mariani, ficando apenas 551 votos do segundo colocado, pavimentando a sua trajetória as próximas eleições.

Na próxima edição vamos continuar a publicação de aspectos da história de nossa terra! Obrigado!

NOSSA HISTÓRIA: ELEIÇÃO MUNICIPAL A PREFEITO DE RIO NEGRINHO EM 1992 (1)

Nota do Blog: Apresentamos o texto publicado originalmente na coluna "Nossa História" em 23/07/2021, na edição nº 5.382, pág. 4, do Jornal Perfil Multi de Rio Negrinho. O Administrador deste Blog, a partir de 07/08/2020, passou a integrar a equipe de colaboradores daquele jornal, na apresentação de uma coluna semanal de abordagem de aspectos históricos do nosso município.

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Apresentamos alguns aspectos da eleição municipal ocorrida em 03/10/1992 a prefeito em Rio Negrinho. Obviamente muitos outros aspectos num estudo futuro devem merecer a atenção.

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Prof. José Kormann e Octavio Possamai, candidatos a prefeito e vice em 1992


A eleição municipal em Rio Negrinho de 1992 se apresentou como um puro embate comparativo entre a Administração 1989/1992 do Prefeito Guido Ruckl e a Administração 1983/1988 do Prefeito Romeu Albuquerque.

Vivendo ainda num período em que a legislação eleitoral, ainda não previa o instituto da reeleição, o professor, ex-vereador e então vice-prefeito José Kormann se apresentou como o candidato do prefeito à época Guido Ruckl.

Guido Ruckl que se elegeu em 1988 como uma figura nova na política, não conseguiu deslanchar a sua administração, marcado principalmente pela forte influência do empresariado local e por suas repetidas lembranças do seu antecessor Dr. Romeu Ferreira de Albuquerque, chegando inclusive a mover uma ação judicial ao seu antecessor com uma série de acusações, que se arrastou ao longo de vários anos na justiça.

Dr. Romeu Albuquerque e Antonio Zaleski, candidatos a prefeito e vice em 1992 


Dentro deste clima político na disputa ao cargo de prefeito se apresentaram a eleição como candidatos: o professor, ex-vereador e então vice-prefeito José Kormann pela coligação “ALIANCA TRABALHO E ACAO POR RIO NEGRINHO”, composta pelos partidos PFL/PRN (Partido da Frente Liberal/Partido da Reconstrução Nacional), sendo o seu a vice o empresário Octavio Collodel Possami; o médico, ex-vereador e ex-prefeito Dr. Romeu Ferreira de Albuquerque pela coligação “ALIANCA TRABALHO E ACAO POR RIO NEGRINHO” composta pelos partidos PDS/PMDB (Partido Democrático Social/Partido do Movimento Democrático Brasileiro), tendo como vice o escriturário e então vereador Antonio Zaleski; o jovem empresário Mauro Mariani pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), tendo como vice o professor Abel Schroeder; e o advogado e ex-assessor municipal Paulo Gonçalo Ronconi pelo Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), tendo como vice o empresário Luiz Eusébio Stoeberl.

Na próxima edição vamos continuar a publicação de aspectos da história de nossa terra! Obrigado!

NOSSA HISTÓRIA: ÍNDIOS EM NOSSA REGIÃO (3)

Nota do Blog: Apresentamos o texto publicado originalmente na coluna "Nossa História" em 16/07/2021, na edição nº 5.381, pág. 4, do Jornal Perfil Multi de Rio Negrinho. O Administrador deste Blog, a partir de 07/08/2020, passou a integrar a equipe de colaboradores daquele jornal, na apresentação de uma coluna semanal de abordagem de aspectos históricos do nosso município.

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Prosseguimos a apresentação da presença indígena em nossa região. Não é nossa meta opinar quanto a forma desordenada da ocupação pelas colônias de terras por onde vagueavam os indígenas, assunto que desperta inúmeras interpretações e apaixonadas controvérsias.

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Relato da presença indígena em SC e na região pelo Presidente da Província, em 1877

“Em começo de 1877, o Presidente da Província de SC Alfredo d'Escragnolle Taunay entregava o governo a seu substituto legal Dr. Herminio Francisco do Espirito Santo e falava dos índios: “grande quantidade deles pertencentes as tribos dos Botocudos, Coroados e Puris, vagam ainda pelas florestas das serras de Lages, e são vistos ora na estrada daquele nome, ora nas picadas abertas ultimamente com o desenvolvimento das colônias Blumenau e Joinville. Parecem frequentar mais habitualmente a serra do Trombudo, o Tayo, o vale do Itapocú, aparecendo as vezes ao sul da província, e, Araranguá.

No começo dos estabelecimentos coloniais ao norte, esses índios, por várias ocasiões atacaram as propriedades, procurando sobretudo assaltar as pessoas isoladas, e roubar gado e roupas.

Repelidos e acossados, foram se tornando mais cautelosos e esquivos, deixando durante anos inteiros, de incomodar os colonos.

Entretanto, de certa época para cá recomeçaram com suas tentativas de agressão, ou por espirito de vingança, ou por sentirem expelidos de regiões, que pela abundancia de caça, como no Itapocú, Ihes proporcionavam cômoda existência”. (Primeiro Livro de Jaraguá, Frei Aurélio Stulzer, pág. 15)


Embate mortal entre indígenas e a família do pioneiro Antonio Ferreira de Lima, em 1883:

Um fato marcante em nossa região, nessa questão foi a morte pelos índios do pioneiro Antonio Ferreira de Lima, ocorrida no outono de 1883, de que vamos abordar futuramente em artigo próprio.


Crianças indígenas aprisionadas em São Bento e doados em 1883:

“Noticias locaes. Selvagens. Foram enviados ao Sr. Delegado deste Termo pelo Subdelegado de S. Bento, trez bugrinhos, ali aprisionados dos selvagens que ameação os moradores daquella colônia. A mais velha das crianças é um menino de 9 anos mais ou menos, e as outras duas meninas, de 5 e 2 anos. Entregues, por ordem do Exmo. Chefe de Policia, ao Sr. Dr. Juiz de órfãos deste Termo, S. S. deu tutores a esses pequenos, do menino, nomeou tutor o Sr. Jacob Schmalz, da primeira menina o Sr. Delegado de Policia, Ludowico von Lasperg, e da terceira o Dr. Wigando Engelke.

Oxalá não fossem essas crianças as ultimas que, com meios brandos, se podesse arrancar da selvageria e trazer-se a civilização”. (Jornal GAZETA DE JOINVILLE, edição de 05 de setembro de 1883)

Apontamento do Cemitério Indígena na região de Serro Azul, município de Rio Negrinho, em 1886:

“No mapa do Patrimônio confeccionado em 1886 por Fernando Oppitz (p. 416) figura um “Cemitério dos Botocudos”, na Serra do Mar, um local para nós difícil de ser apontado. Em todo o caso para os lados do Rio Preto e muito perto da (conforme a legenda) linha imaginária do eng... (nome dilacerado e comido), ao sul, mas que deve ser Jourdan, uma vez que foi o único a medir naquele rumo”. (Primeiro Livro de Jaraguá, Frei Aurélio Stulzer, pág. 14)


Presença indígena no interior de Rio Negrinho:

A presença indígena ou “bugres” como eram denominados, são notados na região de Volta Grande e Cerro Azul, ao início do século XX, quando da colonização de Bernardo Olsen e dos irmãos Paulo e Rodolfo Ruckl. (VOLTA GRANDE, págs. 22 a 44, Prof. José Kormann)

Apontamentos de vereda e aldeamentos indígenas no mapa da Sociedade Colonizadora de 1849, em Hamburgo:

Na região sul do terreno de propriedade da Sociedade Colonizadora de 1849 em Hamburgo, conforme apontamentos no mapa editado em 1878, da Colonização de São Bento, denota-se a presença de uma vereda e dois aldeamentos indígenas, um pequeno e outro de maior porte. (Mappa do Districto da Colônia Dona Francisca e São Bento – 1878 Fonte do Mapa: Arquivo Nacional)


Presença indígena no Rio Preto, interior de Rio Negrinho, em 1892:

Os índios também se fizeram sentir. Na noite do dia 4 de setembro appareceu grande numero delles perto da casa do Sr. Werner Riekes em Rio Preto [hoje município de Rio Negrinho, naquela época parte da colônia de São Bento]. Os selvagens fizeram um barulho enorme, jogaram paus e pedras na casa do Sr. Riekes e bateram contra a porta. Alguns tiros disparados ao ar, afugentaram os bugres. Noticias de Bituva dizem que varias fazendas proximas foram invadidas por um bando de bugres, sendo roubado muito gado. (Jornal LEGALIDADE, em setembro de 1892)


Toponímia com nomes indígenas em Rio Negrinho:

Em nosso município de Rio Negrinho a toponímia com nomes indígenas não é tão vasta. Mas temos a localidade de Rio dos Bugres e o rio dos Bugres, cujas denominações são centenárias, certamente destacando a presença indígena em nosso município.

Na próxima edição vamos continuar a publicação de aspectos históricos de nossa comunidade! Obrigado!