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Luiz Scholz é a segunda família de
imigrantes de língua europeia que vamos analisar resumidamente a sua vinda e
sua vida a partir de 1880 em Rio Negrinho.
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Família de Luiz Scholz
Nascido em Joinville, em
20/05/1866, filhos dos imigrantes Roberto e Christianna Scholz, naturais da
Alemanha.
Maria Neumann e Luiz Scholz
Migrou para a Colônia São Bento, onde veio trabalhar de caixeiro no comércio de Francisco Antonio Gery Kaminski, na Estrada da Serra. Casou-se a 23/09/1890, com Maria Neumann, nascida em 18/07/1870, em Gablonz, Bohemia, filha de Francisco e Theresia Neumann. O casal teve 11 filhos: Gertrudes (06/05/1889), Martha (23/11/1891), Emma Laura (21/07/1893), Roberto (11/08/1895), Luiz (01/01/1897), Elsa (13/07/1900), Maria (02/08/1903), Lina (14/12/1905), Hedwig (15/05/1907), Luiza (29/10/1909) e Alfredo (10/01/1912).
Pelos registros de batismo e de nascimento,
nasceu na Colônia São Bento, apenas a filha Gertrudes (06/05/1889), e todos os
demais filhos, a partir de Martha (30/11/1891), já nasceram em Rio Negrinho, na
localidade de Rio dos Bugres, Km. 103, da Estrada Dona Francisca, na profissão
de negociante, próximo às margens do rio dos Bugres. O historiador e
prof. Antonio Dias Mafra, em seu livro “100 Anos da Guerra do Contestado” (pág.
171) cita Luiz Scholz como morador e negociante em Rio Negrinho no ano de 1890.
Pouco
depois de estabelecido em Rio Negrinho, sofreu a calamidade da primeira grande
enchente que temos notícia, em junho de 1891, ficando a sua casa totalmente
coberta pelas águas, aparecendo somente a cumieira. As perdas foram grandes, as
joias, e o dinheiro recebidos de herança pela esposa perderam-se. A casa de
madeira ficou boiando, e foi amarrada com várias cordas num tronco de imbuia,
que ficava no outro lado da Estrada Dona Francisca.
Reconstruíram
o comércio no mesmo local e logo após, no ano de 1893, um novo flagelo
abateu-se sobre a família Scholz, o fogo.
Na época a família contava com três filhos.
A
tragédia foi total. Sem recursos financeiros, Scholz, abandonou o comércio e o
local onde morava. Construiu nova residência também as margens da Estrada Dona
Francisca, praticamente em frente ao denominado “Casarão Olsen”. Na época este
terreno tinha como início a margem direita do arroio, junto ao Posto Mires,
descendo por este arroio até sua barra no rio Negrinho, daí subindo pela margem
esquerda do rio Negrinho até encontrar a antiga Dona Francisca, junto a Ponte
dos Imigrantes, daí seguindo pela antiga Dona Francisca até encontrar novamente
o ponto inicial no arroio, junto ao Posto Mires. Portanto, toda a futura região
central de Rio Negrinho, era de propriedade de Scholz.
Com
o abandono forçado do comércio passou a viver às expensas da agricultura, de um
terreno que possuía na localidade de Boa Vista, passando anos difíceis, para o
sustento da numerosa família. Era de religião protestante e a esposa de
religião católica.
Em
dezembro de 1919, Scholz, doou uma faixa de terras para a construção da escola
e da futura Igreja, atual Igreja Matriz Santo Antonio.
Outro
fato merecedor de atenção, é que Scholz foi o primeiro Juiz de Paz do então
Distrito de Rio Negrinho.
Faleceu em 12 de julho de 1943, aos
77 anos, e, sua esposa, Maria Neumann, faleceu em 20 de abril de 1962, aos 92
anos.
Conclusão: Tudo leva a crer, que a
vinda de Luiz Scholz a Rio Negrinho deu-se entre setembro de 1890 e antes de junho
de 1891.
(Texto produzido com base nas informações fornecidas a Osmair Bail, então servidor municipal, em 02/08/1984, por Luiza Scholz (nascida em 20/12/1909, filha de Luiz Scholz), Leonor Leitis (nascida em 29/01/1932, neta de Luiz Scholz), e Helmuth Leitis (nascido a 11/05/1927, esposo de Leonor). Várias informações foram complementadas em 05/10/1984, pela sra. Lina Gaertner (nascida em 14/12/1904, filha de Luiz Scholz), e de pesquisas feitas pelo autor da coluna Nossa História)