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sábado, 21 de agosto de 2021

NOSSA HISTÓRIA: O EMBATE ENTRE INDÍGENAS E O PIONEIRO ANTONIO FERREIRA DE LIMA (3)

Nota do Blog: Apresentamos o texto publicado originalmente na coluna "Nossa História" em 20/08/2021, na edição nº 5.386, pág. 4, do Jornal Perfil Multi de Rio Negrinho. O Administrador deste Blog, a partir de 07/08/2020, passou a integrar a equipe de colaboradores daquele jornal, na apresentação de uma coluna semanal de abordagem de aspectos históricos do nosso município.

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Prosseguimos com a matéria iniciada nos artigos anteriores que trata sobre o confronto entre indígenas e o pioneiro Antonio Ferreira de Lima, ocorrido no outono de 1883, morador da localidade de Rio do Salto.

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Roberto Ferreira de Lima, um dos filhos do pioneiro Antonio Ferreira de Lima (Foto extraída do livro Rio Negrinho - Raízes da Comunidade) 


Confronto – No artigo anterior tratamos de quem foi o pioneiro Antonio Ferreira de Lima e sua composição familiar, e, ainda, da larga faixa de terras que este adquiriu ao início de 1880, na localidade de Rio do Salto.

Recém instalado em sua imensa propriedade em terras inóspitas ainda por desbravar, onde os vizinhos mais próximos estavam situados a 4 ou 5 km. de distância, e a vila mais próxima, a de Lençol, situava-se a 10 km., Ferreira de Lima em 1883, planta a sua primeira ou segunda safra de milho e feijão.

Neste cenário inóspito, Ferreira de Lima se depara com uma cena, que para um pai de família, se torna das mais terríveis, o risco de vida de sua esposa grávida e de seus filhos, com a invasão roças e de suas terras por indígenas.

Qual a reação de um pai diante deste fato? A defesa acima de tudo de sua família, provocando uma grande fatalidade.

Temos por um lado os indígenas que durante centenas de anos circulavam livremente em todas as paragens do planalto norte, e de repente vão sendo cerceados por todos os lados, na sua busca de alimentação.

Por outro lado, temos os colonizadores, que gradativamente, vão se estabelecendo nesta região, incentivados pelo Governo e por particulares, desbravando regiões inóspitas e bravias, na maioria das vezes despreparados para o devido trato com os indígenas e psicologicamente antepostos a eles.

Diante desta situação em que por um lado, temos uma família acuada e por outro lado temos um grupo tribal que variava de 50 a 300 pessoas, num confronto mortal quase inevitável. Isso, que ao nosso o que ocorreu.

Até por economia de espaço, não iremos detalhar o embate entre Antonio Ferreira de Lima e os indígenas, mas os interessados poderão encontrar esta descrição nos livros “LEMBRANDO A MORTE DE ANTONIO FERREIRA DE LIMA” de autoria do Professor José Kormann, e ‘RIO NEGRINHO RAÍZES DA COMUNIDADE” do ex-prefeito Nivaldo Simões de Oliveira.

Data do Confronto – Até a presente data não se tem certeza da data precisa de quando ocorreu este confronto entre a família de Antonio Ferreira de Lima e os indígenas.

Nas nossas pesquisas não encontramos o registro de óbito de Ferreira de Lima, tanto em São Bento do Sul, Rio Negro ou Joinville. Mas uma data comumente aventada, é que o fato tenha corrido no outono de 1883, mais precisamente ao início de maio daquele ano, partindo da data de óbito de sua filha Paulina, recém nascida, ocorrido em 06/02/1884.

Outro registro encontrado é do casamento de Joaquim Ferreira de Lima, ocorrido em 21/02/1925, com Maria Gonçalves da Maia, em que o noivo declara que era filho de Antonio Ferreira de Lima, falecido em 14/12/1883. O certo, portanto, o fato fatídico ocorreu no ano de 1883.

Bugreiro? – A definição de bugreiros comumente aceita é que são indivíduos especializados em atacar indígenas, contratados pelos governos imperiais das províncias do Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Partindo desta definição, com base na vasta bibliografia existente dos estudiosos sobre a questão indígena em Santa Catarina não encontramos qualquer menção a família de Antonio Ferreira de Lima como bugreiros.

A única ressalva encontrada, é apontada pelo imigrante Josef Zipperer Senior, afirmando que os embates entre indígenas e a família Ferreira de Lima eram fortuitos, pois os bugres “vinham lhes roubar o gado” e a família Ferreira “reagiam e se defendiam”, não se configurando, com a terminologia de bugreiros, anteriormente apontada. (cfe. Livro São Bento no Passado, de autoria de Josef Zipperer Senior, pág. 26).

Na próxima edição vamos continuar a publicação de aspectos históricos de nossa região! Obrigado!

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