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sábado, 21 de agosto de 2021

NOSSA HISTÓRIA: O EMBATE ENTRE INDÍGENAS E O PIONEIRO ANTONIO FERREIRA DE LIMA (1)

Nota do Blog: Apresentamos o texto publicado originalmente na coluna "Nossa História" em 06/08/2021, na edição nº 5.384, pág. 4, do Jornal Perfil Multi de Rio Negrinho. O Administrador deste Blog, a partir de 07/08/2020, passou a integrar a equipe de colaboradores daquele jornal, na apresentação de uma coluna semanal de abordagem de aspectos históricos do nosso município.

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Francisca Ferreira de Lima, uma das filhas do pioneiro Antonio Ferreira de Lima e seu marido José da Cruz Veiga (Foto: acervo do Autor)


Contexto Histórico Regional – O estabelecimento do pioneiro Antonio Ferreira de Lima e sua família, em 1874, nas terras de Rio Negrinho ocorre num contexto de vários fatores que precisam ser analisados, que passaremos a analisar, para que possamos ter uma visão do conjunto no que culminou neste embate mortal.

Visão Geral da Vida Indígena - Todas as terras de nossa região eram ocupadas pelos índios Xokleng. A sua ocupação se estendia do Rio Grande às proximidades dos campos de Curitiba e Guarapuava, os vales litorâneos e as bordas do planalto sul brasileiro. Os Xokleng, são também conhecidos pelas denominações de Bugre, Botocudo, Aweikoma, Xokrén e Kaigang. O termo Bugre é usado no Sul do Brasil para designar qualquer índio, inclusive com aplicação muitas vezes de modo pejorativo.

Os Xokleng como um povo tinham sua língua, cultura e território que eram diferentes dos outros povos indígenas e viviam em grupos, não muito amistosos entre si. A tribo Xokleng era formada por diversos grupos, que variavam de 50 a 300 pessoas.

Eram nômades e suas rotas de perambulação eram realizadas de acordo um período sazonal, dependendo exclusivamente da natureza para sua sobrevivência, da caça de animais e aves e da coleta de mel, frutos e raízes silvestres, obrigando-se com isso a dominar um enorme território, com contornos não muito definidos. Passavam o inverno no planalto e no verão desciam para o vale.

Portanto, este modo de ser nômade e sem fronteiras vivida durante séculos pelos indígenas é interrompida e cerceada gradativamente pela vinda de colonizadores vindos do Paraná e de colonizadores europeus.

A Ocupação Pelos Colonizadores – A ocupação das terras de São Bento do Sul se dá de maneira direcionada, através da vinda de imigrantes europeus, a partir de 1873. Ao passo que a ocupação das terras de Rio Negrinho, de propriedade do Brigadeiro Manoel de Oliveira Franco, se dá a partir de 1874, com o objetivo de “vigiar” essas terras de possíveis invasores.

Com estas colonizações formalizadas aumentou a área territorial ocupada pelos brancos, diminuindo drasticamente as terras ocupadas tradicionalmente ocupadas pelos Xokleng, os expulsando daqui para outras regiões. Este movimento por um lado de um aumento das áreas colonizadas e a diminuição das áreas ocupadas pelos indígenas levou a colonizadores e índios ao confronto inevitável, pois os indígenas tinham uma vida nômade, dependendo exclusivamente da natureza, e com a ocupação das terras pelos colonos, a fome e a inanição passaram a serem ameaças constantes para eles, levando-os a depredar e de passar a se prover de alimentos em roças e pastos dos civilizados.

Clima Psicológico de Confronto - Entre os colonizadores criou-se um clima psicológico e ideológico no qual os índios foram apresentados como “selvagens desalmados”, “vadios”, “assassinos”, “ladrões”, e que não eram “exatamente humanos”, que tudo faziam para matar o branco, propagado aos quatro ventos, via oral ou alardeado pela imprensa. A narração de fatos envolvendo brancos e índios eram descritos em detalhes, com ampliação em regra desmesurada dos prejuízos causados em vidas, animais e propriedades. Tudo isso para legitimar e justificar um verdadeiro massacre e extermínio indígena pela ação dos colonos e de “bugreiros”.

Na próxima edição vamos continuar a publicação de aspectos da vinda do pioneiro Antonio Ferreira de Lima a nossa região! Obrigado!



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