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sábado, 25 de setembro de 2021

NOSSA HISTÓRIA: MEMÓRIAS DE NOSSA MÚSICA (2)

Nota do Blog: Apresentamos o texto publicado originalmente na coluna "Nossa História" em 17/09/2021, na edição nº 5.390, pág. 4, do Jornal Perfil Multi de Rio Negrinho. O Administrador deste Blog, a partir de 07/08/2020, passou a integrar a equipe de colaboradores daquele jornal, na apresentação de uma coluna semanal de abordagem de aspectos históricos do nosso município.

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Nota do Autor: O presente artigo, com adaptações, foi escrito em meados de 1984, com base em depoimentos de João Froehner (*27/02/1899 +20/05/1993) e de Alvino Anton (*15/03/1913 +08/10/1998), e de pesquisas do autor desta coluna, quando este exercia o cargo de Diretor do Museu Municipal de Rio Negrinho. Este artigo apresenta alguns aspectos e personalidades que ao longo de nossos primórdios desenvolveram a música de nossa terra.

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Bandinha Tureck em 05/04/1926, na gruta do Rio dos Bugres (Foto: acervo do Ivo A. Liebl e informações de Affonso G. Froehner – em memória)


João Froehner e os primórdios das bandinhas na Colônia Olsen – (cont.) Um dos motivos que Rodolfo Tureck o convidou para trabalhar na serraria, foi que João tinha noções de clarinete e estava nos planos de Rodolfo na formação de uma bandinha. Foi daí que em 1919 surgiu a Banda Tureck, com as seguintes pessoas: José Anton, Eduardo Anton, João Pscheidt, Antonio Pscheidt, Emilio Tureck, João Froehner, Rodolfo Tureck e Carlos Tureck. Esta Bandinha tornou-se desde logo a atração em toda a redondeza, animando bailes, festas, casamentos, tanto na Colônia Olsen, em Rio Negrinho e até no Lageado.

Em 1925, com a venda da serraria e a mudança de Rodolfo para Lageado e João Froehner mudou-se para a localidade de Corredeiras, onde foi trabalhar na serraria de Paulo Schlemm, a bandinha se desfez, e com os remanescentes formou-se a Banda São Pedro, que funcionou entre 1926 e 1927 e era composta pelas seguintes componentes: José Munch, Eduardo Anton, Otto Maros, José Naderer, João Froehner, Max Anton e José Anton.

Quando se desfez a Banda São Pedro outra a sucedeu, foi a Banda Pscheidt, de 1927 a 1930 e era composta com Henrique Pscheidt, José Pscheidt, Antonio Pscheidt, Eduardo Anton, José Munch, Emilio Tureck e Carlos Benedito Pscheidt.

Enquanto funcionava a Banda Pscheidt outra banda surgiu na localidade de Colônia Olsen, foi a Banda Anton, que foi de 1929 a 1934, sendo componentes Willy Pscheidt, José Anton (maestro), Alvino Anton, Otto Maros, Max Anton, Francisco Anton, Osvaldo Anton, Antonio Pscheidt e José Liebl.

Bandinha Tureck em março de 2018 (Foto: extraída do site da Bandinha Tureck)

Algumas características dos bailes e casamentos – Os bailes desta década dos anos 1920 tinham algumas características esquecidas no tempo, aqui lembradas: 1 - o baile se iniciava por volta das 18 horas e se encerrava às 6 horas do dia seguinte ou mais; 2 - como não havia veículos automotivos a locomoção se dava por carroças; 3 – o convite de casamento era muito especial, sendo feito pelos pais ou irmãos do noivos e se fazia, onde a pessoa que realizava o convite batia a porta do convidado, pedia licença e desenhava uma flor na porta, fazia o convite, despedia-se e na saída da porteira arrancava da pistola e dava um tiro pro ar, demonstrando a alegria; 4 - nas festas de casamento que normalmente ocorriam nos sábados, a banda começam as atividades às 6 horas da manhã e prosseguiam noite afora, até às 6 horas da manhã de domingo; 5 - num casamento, cada vez que chegava um convidado era de praxe que os donos da casa servi-lhes um chopp (cerveja) acompanhado de uma música em sua homenagem; 6 - quando uma música apresentada pela banda foi muito apreciada, era comum solicitar “bis”, ou seja, a reapresentação daquela música; 7 - a meia noite, nos bailes era colocado um lenço sobre o lampião do meio da salão e ao sinal do pistão, todos deixavam vazia a pista de dança, pois era a hora do “damen ball” ou “cachimã”, que era a dança em que eram as mulheres em que tomavam a iniciativa da dança, durante uma a três músicas tocadas; 8 – nos bailes um mesmo casal não dançava a noite inteira, mas, tanto o homem como a mulher dançava com todos, pois, eram todos conhecidos, a grande maioria vizinhos.

Na próxima edição vamos continuar a publicação de aspectos históricos de nossa região! Obrigado!

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