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quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

UM OLHAR SOBRE RIO NEGRINHO! (34)

Nota do Blog: A presente coluna “Um Olhar Sobre Rio Negrinho”, de autoria dos Professores Celso Crispim Carvalho e Mariana Carvalho, foi publicada originalmente em 22/08/2014, no "Jornal do Povo" de Rio Negrinho, a quem agradecemos. 

CONSIDERAÇÕES INICIAIS. Com muito cuidado e amor temos o costume de guardar as fotografias e objetos que lembram pessoas queridas ausentes, falecidas ou vivas preservando, assim, a memória de quem nos é importante. O mesmo deve ser feito com as memórias de Rio Negrinho que foi o palco de vida dos nossos antepassados e que continua sendo o nosso. Os historiadores da nossa região, Nivaldo Simões de Oliveira, Marcos Alberto Von Bahten, Dr. José Kormann e outros tiveram orgulho e muito prazer em colaborar para que a história de Rio Negrinho permaneça viva. É por meio dela que as futuras gerações conhecerão o verdadeiro valor do patrimônio Histórico. Comungando este pensamento, através de narrações e ilustrações fotográficas, procuramos levar um pouco da história da nossa amada terra e do seu povo. Portanto, mais uma vez, estamos abrindo as portas da nave do tempo para quem nela quiser embarcar e viajar para o passado e, assim, vivenciar as épocas que nos antecederam. Olhe para cada foto com atenção e carinho especial e imagine como seria sua vida vivendo naqueles tempos!

PROCISSÃO RELIGIOSA PASSANDO PELA PONTE DA MATRIZ. RETRATO AO FINAL DOS ANOS 20. Que riqueza esta imagem nos traduz! Algumas considerações baseadas na fotografia: Não temos certeza da data em que foi clicada; a ponte era de madeira e estreita porque por ela passavam apenas pessoas, bicicletas, carroças e raramente algum veículo motorizado; a rua sem paralelepípedos ou asfalto era bem tranqüila; boa parte das casas também era de madeira; havia grupos religiosos, inclusive de crianças, que participavam ativamente das cerimônias da igreja, eram tantas pessoas acompanhando a procissão que até parece que havia mais gente em Rio Negrinho do que agora – pense nisso! -; um detalhe interessante é o corrimão da ponte muito bem construído com trançados de madeira; os pais levavam os filhos para a igreja; o homem com chapéu na mão demonstra respeito e boa educação comuns na época, bem diferente do respeito esmorecido de hoje.
SALÃO LAMPE, TAMBÉM CHAMADO DE SALÃO DETTMER, NA DÉCADA DE 20.  O Salão é visto do pátio frontal da Igreja Matriz. 
APRESENTAÇÃO DA BANDA JAZZ CRUZEIRO DO SUL NO PALCO DO SALÃO LAMPE. (texto da Mariana). Provavelmente, naquela ocasião a banda abrilhantava uma reunião da elite política do município. Essa antiga e extinta banda musical fazia sucesso por toda a região. Era formada por bons músicos que executavam com maestria cada nota da partitura. Vale observar que a música era considerada arte nobre e, conseqüentemente, levada a sério em contraste com os dias de hoje que moleques sem nenhum estudo musical que aprendem “raspar” uma guitarra barulhenta e até desafinada juntam-se com mais um ou dois “cantores” com voz de taquara, formam uma coisa horripilante que chamam de banda e saem por aí vomitando mer...cadoria indesejável nos ouvidos das pessoas numa gritaria obscena, prolixa e desconexa com o agravante de saraivadas de pancadas das baterias desafinadas que mais parecem a guerra do Iraque. E sabem o que é pior ainda? Eu explico: uma montanha de pessoas que também nunca estudaram música, sem a menor bagagem cultural e com gosto azedo nos ouvidos – e põe gosto ruim nisso! – aceitam aquele barulhão numa boa e, “pracabá”, ainda acham que aquela tortura musical é o máximo! É o reflexo do grau cultural por qual passa nosso país! Aproveitando as imagens do Salão Lampe, não poderíamos deixar de contar o Caso da Bicicleta relacionado com Celso e o salão. Mas quem vai narrar a história é o próprio Celso que passou pelo “aperto”. Veja como era o salão.
SALÃO LAMPE NA DÉCADA DE 40. O salão era assim! Vemos na foto que ainda não havia a panificadora de alvenaria, no lado esquerdo do salão visto de frente, que só veio a ser construída bem mais tarde.

ESQUECERAM DE MIM. (texto de Celso). Uau! Lendo o trecho acima vemos que a Mariana está com a corda toda! Bem, vamos à história! Foi no ano de 1968. Tomei emprestada a bicicleta do meu pai Walfrido para ir até o Salão Lampe para desenhar e pintar os cenários que fariam parte de uma peça teatral que seria apresentada em Joinville. Estacionei a bicicleta em frente ao salão, apoiada com um dos pedais no meio-fio da calçada. Ali ela ficou enquanto, lá dentro, eu criava as cenas nos panos dos cenários estendidos no chão do salão. Já era noitinha quando os componentes do Conjunto Musical “Os Temíveis”, no qual eu era guitarrista, apareceram e convidaram-me para um ensaio na casa de um deles. Saí do salão com a turma, fomos a pé até o local do ensaio e a bicicleta ficou esquecida na frente do salão. O ensaio terminou lá pelas 22hs. e, ao voltar para casa, passei em frente ao salão, vi a bicicleta e pensei: “Puxa la vida! Essa bicicleta é igualzinha a do meu pai!”. Ainda empolgado com as músicas zoando na cabeça não lembrei que eu havia saído de casa com aquela bicicleta. Passei por ela e embalei o passo para casa. No outro dia, às 6:30h da manhã, meu pai acordou-me e perguntou: “Cadê a bicicleta?” Foi aí que lembrei que ela ficara abandonada em frente ao salão e que havia passado por ela na noite anterior quando voltava para casa. Levantei num só pulo e saí correndo vestindo as calças. Até acho que bati o recorde dos mil metros rasos, pois em poucos minutos venci a distância de um quilômetro da casa até o salão. Chegando lá tive vontade de rezar quinhentos Pai-Nossos ao ver a lindona ainda no mesmo lugar, do mesmo jeitinho que a deixara no dia anterior. Embarquei na magrela e voltei voando para casa. Acho que bati o segundo recorde dos mil metros, os dois em poucos minutos, mas desta vez foi de bicicleta! Ao chegar em casa meu pai olhava-me com os olhos esbugalhados! Aí foi a vez do Seu Walfrido sair voando para o trabalho. Só deu tempo de vê-lo escafeder-se com uma mão segurando o chapéu e a outra no guidão da bicicleta. E não vai que o “veinho” bateu de longe o meu recorde, pois ainda deu tempo de ele chegar na Móveis Cimo em cima da hora para bater o cartão um minuto antes do apito das sete horas! Que legal! Três recordes na mesma família! Ainda bem que o acontecido foi naqueles bons tempos em que a propriedade alheia era mais respeitada porque se fosse hoje, no lugar de uma bicicleta na frente do salão, eu encontraria “duas bicicletas!”

INCÊNDIO QUE CONSUMIU TOTALMENTE O SALÃO LAMPE. Em 8 de dezembro de 1973 Rio Negrinho perdia mais uma das mais ricas jóias do seu patrimônio. 
ESCOLA E CASA DO PROFESSOR RICARDO HOFFMANN EM 1929. Nesta casa a escola e a casa do professor ao lado da primeira Igreja Santo Antonio.  
PRÉDIO DA ASSOCIAÇÃO HOSPITALAR RIO NEGRINHO EM CONSTRUÇÃO (1961). Sua inauguração só aconteceu em 1966. Passou pela grande enchente de 1983, quando o primeiro piso foi totalmente invadido pelas águas e os enfermos eram retirados às pressas pelas portas e janelas do segundo andar para serem transferidos para lugar seguro e adequado. Mais tarde o hospital mudou para o local onde está hoje. 

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Nas próximas edições mostraremos muita coisa interessante sobre Rio Negrinho antigo, por exemplo, fotos das bandas musicais antigas e das mais recentes, mais imagens do Salão Lampe em várias épocas, fatos e curiosidades do passado, pessoas que elevaram o nome de Rio Negrinho, e etc.
Por hoje é só! Obrigado! Um forte abraço de Celso e outro de Mariana! Fique com Mamãe e Papai do Céu!

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