domingo, 15 de fevereiro de 2015

UM OLHAR SOBRE RIO NEGRINHO! (36)

Nota do Blog: A presente coluna “Um Olhar Sobre Rio Negrinho”, de autoria dos Professores Celso Crispim Carvalho e Mariana Carvalho, foi publicada originalmente em 05/09/2014, no "Jornal do Povo" de Rio Negrinho, a quem agradecemos.

AS BANDAS DE RIO NEGRINHO.

CONSIDERAÇÕES INICIAIS. Quando, por volta de 1875, as primeiras famílias vindas da Europa, se estabeleceram nesta terra ainda virgem, neste recanto abençoado do Brasil, para aqui construírem, com uma nova vida, uma nova civilização, procurando a sua felicidade e a dos seus filhos, com elas já veio a semente da arte: pintura, escultura, dança e, entre tantas outras, a música. Nestes 144 anos de história, Rio Negrinho se viu recheado de bons artistas músicos e compositores que formaram muitas bandas musicais. Não havia uma só festa, um só casamento, uma só comemoração cívica sem que pelo menos uma das bandas aqui existentes não abrilhantasse os festejos. E, diga-se de passagem, antigamente as bandas tocavam quase sempre gratuitas. As primeiras bandas formaram-se em São Bento do Sul ao qual pertencia Rio Negrinho até o ano de 1953 como 2° Distrito. Nota: Algumas das fotos a seguir apresentadas foram obtidas no Museu Carlos Lampe de Rio Negrinho e também doadas pelo Doutor José Kormann.

OXFORD KAPELLE (BANDA OXFORD) - 1924. Vejam quem eram: Sentados, da esquerda para a direita: 1-Karl Müller, fundador e maestro da banda, 2-Rodolfo Muchler e 3-Otto Neumann; em pé: 1- Hermann Mallon, 2-Wilhelm Franz, 3- Paul Grossl, 4-Emil Beckert, 5-Fritz Franz e 6-Bernard Franz. (Esta foto foi doada ao Museu Carlos Lampe de Rio Negrinho pelo Dr. José Kormann).
BANDA TREML NO DIA DA BANDEIRA EM 1937. A Banda Treml (de São Bento do Sul), naquele tempo era conhecida como “A Furiosa”. Neste desfile, em São Bento do Sul (foto), a banda já era constituída de uma segunda geração. A fotografia resgata à lembrança os valores cívicos como as datas, a bandeira, os hinos pátrios e outros. Hoje, o Dia da Bandeira, 19 de Novembro, quase sempre é palidamente lembrado pelo povo, nas escolas, quando muito, canta-se o Hino à Bandeira, quase ninguém o sabe por inteiro e a maioria dos calendários não faz mais alusão a tão significativa data. Vejam como as coisas mudam: pouca gente dá o devido valor ao dia do maior símbolo visual da nossa pátria, mas quando o negócio é futebol tem gente que, levada ao extremo sensacionalista, é capaz até de matar ou cometer atos de violência e vandalismo em nome do seu time do coração; muitos fatos jamais serão esquecidos, como por exemplo: Uruguai, Campeão em 1950 em pleno Maracanã ou Alemanha x Brasil (7x1), mas, Infelizmente, às coisas de significativo valor são esquecidas e rejeitadas. A cultura em nosso país anda às mínguas e o patriotismo e o civismo menos ainda!
CARLOS ZÍPPERER, ALÉM DE EMPRESÁRIO FOI GRANDE MÚSICO. Tocava maravilhosamente bem seu segundo pistão. A primeira banda de São Bento organizada era composta de seis membros, sob a direção do maestro Wenzel Uhlig. Os cincos restantes eram Jorge Lobermeyer, José Augustin, João Augustin, Carlos Ehrl Senior e José Bachel. Assim começou a prática da arte musical em nossa região que depois estendeu-se até Rio Negrinho. Entre 1876 e 1898 tocavam nesta banda alguns ilustres como Carlos Müller, Jósé Treml, Eduardo Gruber, Paulo Baum e Jorge Zípperer, este último muito ligado à História de Rio Negrinho desde que se mudou de São Bento para cá. Após o ano de 1898 e até 1913, coube a regência da banda a esse grande maestro. Jorge Zípperer, que era muito religioso, recomendava aos seus comandados: “Rapazes, esforçai-vos, comparai os ensaios de música com as aulas de doutrina cristã”. Mas as bandas de São Bento sofreram um grande golpe e atravessaram séria crise com a mudança do grande Maestro Jorge Zípperer para Rio Negrinho. Há tantos outros personagens ilustres que foram grandes músicos em nossa cidade, como Carlos Zípperer com seu segundo pistão (veja foto).
BANDA AUGUSTIN, EM 1903. Uau! Há mais de cem anos por aqui já havia música! Seus componentes eram: 1. Alvino Kollross, 2.Joel Augustin, 3.Joham Augustin, 4.Fridol Tschöck, 5.Karl Müller e 6.Georg Uhliz. Talvez, esta foi a primeira banda. (Nota do Blog: certamente os autores da presente coluna se referem a existencia da presente bandinha em São Bento do Sul)
BANDINHA RIO NEGRINHO. Esta foi uma das primeiras bandas de Rio Negrinho fundada na década de 1920 pelo Sr. Jorge Zípperer da qual era maestro.
PRIMITIVA BANDA TURECK FUNDADA NA DÉCADA DE 20. Também esta foi uma das primeiras bandas musicais de Rio Negrinho e da Colônia Olsen. 
BANDA MUSICAL DE COLÔNIA OLSEN NA DÉCADA DE 50. Interessante! Preste atenção no tamanho do coreto! Se o Faustão (da Rede Globo de Televisão) fosse o maestro o  resto da banda teria que tocar fora do coreto por falta de espaço! 
QUARTETO MUSICAL DE RIO NEGRINHO – DATA INCERTA. Componentes: Anízio Nunes (1° pistão), Otto Weiss Filho (acordeão), Bruno Muhelbauer (pandeiro) e Milton Righetto (instrumento não identificado). Todos eles foram cidadãos muito conhecidos em nosso meio e respeitados nas funções que exerceram em nossa sociedade além da música. Naquele tempo era comum alguns amigos juntarem-se com o objetivo de formar duplas, trios, quartetos ou quintetos musicais porque a música era forte elemento de união e lazer entre as pessoas. (Nota do Blog: esta foto deve se situar entre meados das décadas de 1950 e 1960)

CONSIDERAÇÕES FINAIS. A música sempre foi considerada uma arte universal, talvez, a rainha das artes e por isso é praticada em qualquer parte do mundo porque através dela comunica-se facilmente em qualquer idioma transmitindo sentimentos, emoções, idéias, filosofias, alegria, tristeza e uma enormidade de outras manifestações que outros tipos de arte perdem a força quando o tentam. Rio Negrinho não ficou para trás e cumpriu e cumpre muito bem sua missão até os dias de hoje, quando dia a dia formam-se novos músicos aqui e acolá. O que apresentamos hoje foi um pouco da história da música em nossa região e mais especificamente em nossa querida Rio Negrinho.
Na próxima edição haveremos de continuar esta gostosa exposição com amostras de outras bandas e conjuntos musicais filhos da nossa terra.
Por hoje é só! Obrigado! Um grande abraço de Celso e outro de Mariana! Fique com Mamãe e Papai do Céu!

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