sexta-feira, 28 de agosto de 2020

NOSSA HISTÓRIA: REDUÇÃO DAS TERRAS DO BRIGADEIRO FRANCO

Nota do Blog: Apresentamos o texto publicado originalmente na coluna "Nossa História" em 28/08/2020, na edição nº 5.336 (pág. 6), do Jornal Perfil Multi de Rio Negrinho. O administrador deste Blog, a partir de 07/08/2020, passou a integrar a equipe de colaboradores deste jornal, na apresentação de uma coluna semanal de abordagem de aspectos históricos do nosso município.

Reprodução parcial da coluna "Nossa História" de 28/08/2020 do Jornal Perfil Multi

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Originalmente com 24.800 alqueires, esta imensa gleba de terras do Brigadeiro Franco sofreu duas grandes reduções, com o estabelecimento da Colônia São Bento e com o dote da Princesa Isabel. Vamos tratar desta matéria.

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A REDUÇÃO DAS TERRAS DO BRIGADEIRO FRANCO

A imensa gleba de terras do Brigadeiro Franco, a partir de 1849, originalmente situadas entre a margem direita do rio Preto e a margem esquerda do rio São Bento, foi dividida, em consequência reduzida, em quatro partes: a primeira, se constituiu parcialmente, a partir de setembro de 1873, na Colônia São Bento; a segunda, se constituiu parcialmente, a partir de 1876, nas terras dotais da Princesa Isabel, a terceira, a favor do Governo Imperial, e o saldo remanescente, ficou de posse dos familiares do Brigadeiro Franco.

A OCUPAÇÃO DAS TERRAS DA COLÔNIA SÃO BENTO

A história da Colônia São Bento é oriunda do compromisso firmado em junho de 1855 entre o Governo Imperial brasileiro e o empreendimento privado alemão - Sociedade Colonizadora de 1849, em Hamburgo -, de colonizar além da Serra Geral, em 247 quilômetros quadrados, cerca de 2.000 colonos. Após uma primeira tentativa fracassada em Campo Alegre, em 1872, nos Campos de São Miguel, para logo transferir o núcleo colonial “para poucas mil braças para o oeste, onde se achariam terras de boa qualidade e férteis” (SÃO BENTO DO SUL – SUBSÍDIOS PARA A SUA HISTÓRIA, Carlos Ficker, pág. 33), voltando-se os olhos para as terras de São Bento.


Mapa da Colônia São Bento sobreposta às terras do Brigadeiro Franco (Crédito: Eng. Agrim. Emerson Miguel Schoeffel)


Depois de muitas peripécias, instalaram-se a 23 de setembro de 1873, os 70 primeiros colonos da Colônia Agrícola São Bento, em terras concedidas a Sociedade Colonizadora e em terras concedidas pela Província do Paraná. Dentre essas terras encontravam-se aquelas pertencentes ao Brigadeiro Franco, situadas à margem esquerda do rio São Bento.

Com a instalação da Colônia São Bento, a linha divisória das terras remanescentes agora dos herdeiros do Brigadeiro Franco, a Leste, antes situada na margem esquerda do rio São Bento, foi deslocada para o Oeste, próximo a margem esquerda do rio Serrinha (atual Bairro Lençol, em São Bento do Sul), em três linhas secas, da aproximadamente 20 km.

A OCUPAÇÃO DAS TERRAS DOTAIS DA PRINCESA ISABEL

 O Governo Imperial, para cumprimento da Lei nº 1904, 17/10/1870 e nº 2348, de 25/08/1873, contratou em 25/01/1876, o engenheiro Emilio Carlos Jourdan, para “verificação, medição e tombamento de 25 léguas quadradas, escolhidas nos vales do Rio Itapocú e do rio Negro”, para constituírem o patrimônio dotal da Princesa Isabel, e do seu marido o Conde d’Eu.

Efetivamente, a medição e demarcação dessas terras, iniciou-se em fevereiro de 1876 e terminada em maio daquele mesmo ano, formando uma só gleba, interligando as terras abrangidas pelo território de Corupá e das terras banhadas do vale do Rio Negro, ou seja, dentro do território de Rio Negrinho, atingindo as terras agora dos descendentes do Brigadeiro Franco, pois, este já havia falecido em 31/12/1875.

Dentro dos trabalhos apresentados pelo engenheiro Jourdan, além da medição e demarcação das terras da Princesa Isabel que avançou sobre as terras do Brigadeiro Franco, reduziu-as “a cinco léguas quadradas, ficando o mais a favor do Governo Imperial”. Ou seja, parte das terras formaram o dote da Princesa Isabel, e uma área ora indeterminada “a favor do Governo Imperial” (O Primeiro Livro de Jaraguá, Frei Aurélio Stulzer, pág. 52).

ÁREA REMANESCENTE DAS TERRAS DO BRIGADEIRO FRANCO

A imensa gleba de propriedade agora dos familiares do Brigadeiro Franco, a partir de 1876, restou como saldo remanescente, como divisas ao Norte o rio Negro, ao Sul, as terras da Princesa Isabel, a Leste, as terras da Colônia São Bento, e, a Oeste, o rio dos Bugres.

Com o encerramento desta negociação “antiga e difícil questão” finalmente pode-se regularizar-se as terras da Colônia São Bento e a constituição do dote da Princesa Isabel no Vale do Itapocú  interligando ao Vale do Rio Negro.

Na próxima edição, vamos tratar da vinda dos nossos primeiros moradores. Obrigado! 

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