sábado, 15 de agosto de 2020

NOSSA HISTÓRIA: LIMITES E EXTENSÃO DA IMENSA GLEBA DE TERRAS DO BRIGADEIRO FRANCO

Nota do Blog: Apresentamos o texto publicado originalmente na coluna "Nossa História" em 14/08/2020, na edição nº 5.334 (pág. 9), do Jornal Perfil Multi de Rio Negrinho. O administrador deste Blog, a partir de 07/08/2020, passou a integrar a equipe de colaboradores deste jornal, na apresentação de uma coluna semanal de abordagem de aspectos históricos do nosso município.

Reprodução parcial da coluna "Nossa História" de 14/08/2020 do Jornal Perfil Multi

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Qual a definição dos limites e qual a extensão desta grandiosa gleba de terras pertencente ao Brigadeiro Franco? Vamos tratar desta matéria.

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Com a descrição do documento de posse das terras do Brigadeiro Franco surgiu várias interrogações, a exemplo, de qual é a extensão desta imensa gleba? Quanto ela mede? Até onde atingia os seus limites?

Com objetivo de sanarmos essas dúvidas históricas, buscamos uma parceria técnica com Emerson Miguel Schoeffel (Nino) - engenheiro florestal e agrimensor -, para montagem de um mapa que traduza visualmente a extensão e os limites desta gleba de terras do Brigadeiro Franco, com base no documento de posse.

Esta descrição apresenta pontos naturais, alguns bem claros, como o rio Preto, a barranca do rio Itajaí, a Serra Geral e o rio Negro, e 2 pontos obscuros, o primeiro, a barra do primeiro lageado subindo o rio Preto e o segundo, a barra de um arroio grande em frente das Campinas de Antonio Vaz no rio Negro.

Mapa das terras do Brigadeiro Franco (Crédito Emerson Miguel Schoeffel)

O primeiro ponto obscuro diz respeito ao primeiro lageado subindo pelo rio Preto, a partir da barra do rio Preto, no rio Negro, que, na identificação do agrimensor Emerson Miguel Schoeffel, se trata do lageado da barra do rio Corredeiras, localizado na margem direita do rio Preto, subindo daí por esse rio as divisas por terras rio-negrinhenses.

O segundo ponto obscuro, se trata de identificar “a barra de um arroio grande em frente das Campinas de Antonio Vaz” a partir da “barra do rio Preto, subindo pelo rio Negro”.

Aclareando esta situação, encontramos no livro “100 anos da Guerra do Contestado” (págs. 51/52), de autoria do renomado professor e historiador Antonio Dias Mafra, a afirmação, com base em dados históricos de 1847, que a família de Antonio Vaz residia nas proximidades da foz do rio São Bento. No mesmo livro (pág. 119) o ilustre professor traz a anotação que as terras a oeste do rio São Bento pertenciam ao Brigadeiro Franco.

Também o historiador Carlos Ficker, no seu livro “SÃO BENTO DO SUL – SUBSÍDIOS PARA A SUA HISTÓRIA” (pág. 235) trata de uma comissão de engenheiros contratados pelo Governo Imperial para levantaram em nossa região as terras contestadas. Entre as informações do ofício de julho de 1883, extraímos que o “Rio São Bento: Confluente do Rio Negro, banha a esquerda as terras de Franco e a direita as da Colônia São Bento”.

Neste mesmo sentido, o pesquisador histórico e ex prefeito de Rio Negrinho Nivaldo Simões de Oliveira expressa no seu livro “Rio Negrinho – Raízes da Comunidade” (pág. 109), que as terras do Brigadeiro “começavam no rio São Bento”.

Portanto, baseados nesses apontamentos históricos, conclui-se que a divisa leste das terras do Brigadeiro Franco, era o rio São Bento. Esta imensidão territorial, estimada em 24.800 alqueires, que podemos visualizar no mapa acima, salvo outros entendimentos, abrangia boa parte das terras de Rio Negrinho e parte da área territorial de São Bento do Sul. Toda a cidade de Rio Negrinho está inclusa neste terreno e parcialmente a cidade de São Bento do Sul, pois, o rio São Bento, entrecorta o centro dela.

Na próxima edição, daremos seguimento a questão das terras do Brigadeiro Franco e de sua biografia. Obrigado!


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