quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

UM OLHAR SOBRE RIO NEGRINHO! (27)

Nota do Blog: Com alegria damos continuidade a publicação da série “Um Olhar Sobre Rio Negrinho”, de autoria dos Professores Celso Crispim Carvalho e Mariana Carvalho, a quem agradecemos, e foram publicados originalmente no Jornal do Povo de Rio Negrinho. O presente texto foi escrito durante o período da grande enchente, ocorrida no período entre 07 e 14 de junho de 2014, e publicado ao durante em 04 de julho do ano passado, tecendo considerações sobre este danoso evento ocorrido em nossa comunidade.

PERDAS E DANOS.

CONSIDERAÇÕES INICIAIS. Perda quer dizer destruição, privação, desaparecimento, extravio, prejuízo, desgraça. Dano quer dizer deterioração de coisas alheias, prejuízo, estrago, ruína. Resumindo, podemos dizer que perda é desaparecimento e privação; dano é estrago, prejuízo, desabono.
Estas duas coisas semelhantes foram e são o fantasma de muita gente em nossa cidade. Um bom exorcismo para espantar este fantasma é a solidariedade. Tenha certeza de que quem ajuda alguém não perde nada, pelo contrário, só ganha, e muito! Inclusive ganha um dos maiores valores que se pode conquistar: amigos! 
Há um texto bíblico em Mateus 7.24-27 que diz “... um homem prudente que edificou sua casa sobre a rocha; e caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram com ímpeto contra aquela casa, que não caiu, porque fora edificada sobre a rocha...” 
Pode ter certeza: a rocha é a vontade férrea, a fé e a esperança e a casa bem feita, bem construída são os amigos. Quem conquista amigos não acusa e não põe a culpa em ninguém pela catástrofe, mas reúne forças, luta; em vez de criar um mar de lamúrias e se afogar nele, transforma lágrimas em estrelas que iluminam e descortinam esperança e progresso em novos horizontes.
Tal qual diz Charles Chaplin: “O dia está na minha frente esperando para ser o que eu quiser ser” – veja texto no final desta página.
Hoje, continuaremos mostrando mais algumas desgraças da tragédia. Que estas imagens tragam, não desânimo, mas novos alentos!

AQUI HAVIA UMA CASA NA RUA PREFEITO HERBERTO TURECK.
  
Não dá a impressão que uma bomba explodiu neste lugar?
RUA 13 DE DEZEMBRO. Parece ou não parece que aqui
caiu outra bomba? Destruição total!
RUA MARTIN SCHAUZ, BAIRRO VILA NOVA.
 Neste trecho o asfalto derreteu e desabou.
RUA SEN. NEREU RAMOS, BAIRRO CENTRO. Aqui, também, parte do asfalto desapareceu. 
RUA JORGE ZIPPERER (CENTRO). Neste cenário de guerra
 todo mundo se ajuda do jeito que pode, sem medir esforços.
 A isto chamamos de solidariedade! 
RUA DONA FRANCISCA, PRÓXIMO À PONTE DO RIO DOS BUGRES. MERCADO “MÃE E FILHO” COM PANIFICADORA ANEXA. Aqui tudo se perdeu, desde mercadorias até aparelhos e máquinas. Nada sobrou! Tudo voltou ao “zero”! Tudo ficou debaixo da água e virou um monte de lixo pútrido! A imagem diz tudo! O que sobrou foi muita solidariedade de boas pessoas!
FAMÍLIA MORANDO E DORMINDO NA RUA CARLOS HANTSCHEL,
 EM FRENTE À ESCOLA DE MÚSICA. Notável é o sorriso esperançoso
 no semblante desta família abandonada pela sociedade! Da esquerda
 para a direita: Lenir Marafigo (enteado), João M. Elias Alves e 
Amélia Alves Assunção que durante os dias de enchente passaram
 a dormir debaixo do pé de butiá, em frente à escola de música.
Não foram aceitos em abrigos porque não quiseram abandonar
 seu cachorro de estimação, o “Dogue”, que passou a morar com
eles no referido local. A casa de madeira onde residiam, nos fundos
 do Campo de futebol do Continental, foi atingida e desapareceu 
na enchente. Seu sofá ficou sendo o banco de cimento à beira da rua;
 a cama são alguns cobertores estendidos na grama ao lado da rua.
“DOGUE”, O FIEL AMIGO, VIGIANDO A NOVA MORADA. O Sr.
 João Elias mesmo sem casa, sem emprego e sem dinheiro não
 perdeu a esperança e, pacientemente, espera as águas baixarem
 para tentar trabalho em alguma chácara onde possa ter morada
 e emprego. Talvez faltou o sentimento humanitário no coração
 de alguém, em algum lugar, para que essa gente fosse acolhida
 com cachorro e tudo amenizando o sofrimento da perda da casa,
 dos pertences e do completo abandono nas piores horas e
 de maior necessidade!
TONELADAS DE LIXO E ENTULHO. RUA JORGE ZIPPERER,
 BAIRRO CENTRO. No meio de toneladas de lixo, entulho e lama
as pessoas não mediram esforços para se ajudarem e tentar
restaurar o que foi possível. Nestas horas é que se conhece
 o verdadeiro amigo!  

Considerações Finais. Para terminar, transcrevo um maravilhoso texto “Tudo Depende de Mim”escrito por Charles Chaplin.


“Hoje levantei cedo pensando no que tenho a fazer antes que o relógio marque meia-noite. 
É minha função escolher que tipo de dia vou ter hoje.
Posso reclamar porque está chovendo... ou agradecer às águas por lavarem a poluição. Posso ficar triste por não ter dinheiro... ou me sentir encorajado para administrar minhas finanças, evitando o desperdício. 
Posso reclamar da minha saúde... ou dar graças por estar vivo. Posso me queixar dos meus pais por não terem me dado tudo o que eu queria... ou ser grato por ter nascido. 
Posso reclamar por ter que ir trabalhar... ou agradecer por ter trabalho. Posso sentir tédio com as tarefas da casa... ou agradecer a Deus por ter um teto para morar. Posso lamentar decepções com amigos... ou me entusiasmar com a possibilidade de fazer novas amizades. 
O dia está na minha frente esperando para ser o que eu quiser ser”.
Por hoje é só!
Um abraço de Celso e outro de Mariana! Fique com Mamãe e Papai do Céu!

Nenhum comentário:

Postar um comentário