sábado, 3 de julho de 2021

NOSSA HISTÓRIA: ÍNDIOS EM NOSSA REGIÃO (1)

Nota do Blog: Apresentamos o texto publicado originalmente na coluna "Nossa História" em 02/07/2021, na edição nº 5.379, pág. 4, do Jornal Perfil Multi de Rio Negrinho. O Administrador deste Blog, a partir de 07/08/2020, passou a integrar a equipe de colaboradores daquele jornal, na apresentação de uma coluna semanal de abordagem de aspectos históricos do nosso município.

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Índios, os primeiros ocupantes de nossas terras (Foto: Reprodução)


Genericamente quando se trata da presença indígena fica a interrogação, houve a presença de índios em nossa região. Pretendemos, tratar da presença indígena em nossa região, tão bem estudados por estudiosos deste assunto. Não é nossa meta opinar quanto a forma desordenada da ocupação pelas colônias de terras por onde vagueavam os indígenas, assunto que desperta inúmeras interpretações e apaixonadas controvérsias.

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Aspectos Gerais - Segundo definição “habitante” é aquele que “reside habitualmente num lugar” ou “morador de um lugar”. Portanto, com base nesta definição gramatical, é de nossa opinião, não se aplica aos índios, como sendo os primeiros habitantes, mas como os primeiros ocupantes de nossas terras, que está inserida no contexto da ocupação no sul do Brasil.

As terras de nossa região eram ocupadas pelos índios Xokleng, que se estendiam do Rio Grande às proximidades dos campos de Curitiba e Guarapuava, os vales litorâneos e as bordas do planalto sul brasileiro.

Os índios Xokleng, são também conhecidos pelas denominações de Bugre, Botocudo, Aweikoma, Xokrén e Kaigang. O termo Bugre é usado no Sul do Brasil para designar qualquer índio, inclusive com aplicação muitas vezes de modo pejorativo.

Os Xokleng como um povo tinham sua língua, cultura e território que eram diferentes dos outros povos indígenas e viviam em grupos, não muito amistosos entre si. A tribo Xokleng era formada por diversos grupos, que variavam de 50 a 300 pessoas.

Eram nômades e suas rotas de perambulação eram realizadas de acordo um período sazonal, dependendo exclusivamente da natureza para sua sobrevivência, da caça de animais e aves e da coleta de mel, frutos e raízes silvestres, obrigando-se com isso a dominar um enorme território, com contornos não muito definidos. Passavam o inverno no planalto e no verão desciam para o vale. Os acampamentos não passavam de construções de simples para-ventos, ou, apenas dormiam do relento. O fogo aceso toda a noite, a todos aquecia.

Colonização Regional – Mais especificamente em nossa região, a ocupação de nossas terras se deu por vários fatores, como: por colonizadores vindos do Paraná, com o estabelecimento da Colônia de Rio Negro, a partir de 1829; com a concessão títulos de posse de terras pela Província do Paraná, e ocupação do planalto norte catarinense por paranaenses, na qual se inclui as terras do Brigadeiro Manoel de Oliveira Franco; e, por colonizadores vindos de Santa Catarina, com o estabelecimento da Colônia de São Bento, em 1873, a partir de Joinville, seguido das Colônias de Jaraguá, em 1879, Corupá, em 1897, e Rio dos Cedros, em 1876, entre outras.

Todas estas colonizações formalizadas no litoral ou no planalto, por inspiração governamental ou não, aumentou a área territorial ocupada pelos brancos, diminuindo drasticamente as terras ocupadas tradicionalmente ocupadas pelos Xokleng, os empurrando daqui para outras regiões.

Este movimento por um lado de um aumento das áreas colonizadas e a diminuição das área ocupadas pelos indígenas levou a colonizadores e índios ao confronto inevitável vitimados por uma política governamental equivocada ou na ausência de uma política indígena, pois os indígenas tinham uma vida nômade, dependendo exclusivamente da natureza, e com a ocupação das terras pelos colonos, a fome e a inanição passaram a serem ameaças constantes para eles, levando-os a depredar e de passar a se prover de alimentos em roças e pastos dos civilizados.

Entre os colonizadores criou-se um clima psicológico e ideológico no qual os índios foram apresentados como “selvagens desalmados”, “vadios”, “assassinos”, “ladrões”, e que não eram “exatamente humanos”, que tudo faziam para matar o branco, propagado aos quatro ventos, via oral ou alardeado pela imprensa. A narração de fatos envolvendo brancos e índios eram descritos em detalhes, com ampliação em regra desmesurada dos prejuízos causados em vidas, animais e propriedades. Tudo isso para legitimar e justificar um verdadeiro massacre e extermínio indígena pela ação dos colonos e de “bugreiros”.

O Governo Federal somente em 1910 criou um órgão denominado de Serviço de Proteção ao Índio (SPI), com o fim de pacificar os colonos e os indígenas. Aldeados, os índios tiveram oportunidade de sobrevivência, reduzindo-se assim os constantes conflitos.

Na próxima edição vamos continuar a publicação de aspectos dos primeiros ocupantes de nossas terras! Obrigado!

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