sábado, 5 de maio de 2018

GENTE NOSSA: ALLES BLAU, JANGO BAIL


Nota do Blog: GENTE NOSSA foi uma coluna publicada no Jornal PERFIL de Rio Negrinho, nos anos de 1995 e 1996, no qual o administrador deste Blog por um período foi colaborador. Apresentamos mais um artigo da coluna GENTE NOSSA, homenageando JOÃO BAIL, popularmente conhecido como Jango Bail, publicado originalmente no Jornal Perfil, edição nº 151, pág. 10, em 05 de abril de 1996.



Quando escreverem a história do bolonismo de Rio Negrinho, certamente o nome de João Bail (Jango) estará nela inserida, símbolo do zelo e dedicação por este esporte, no TUDO AZUL BOLÃO CLUBE. Casado com Irene*, Jango soube transmitir aos filhos – Luiz Carlos, Cláudio José e Sérgio Antonio e ao neto – Jean Carlos o gosto por este esporte.

João Bail defronte ao móvel dos troféus do Tudo Azul Bolão Clube, localizado
na Sociedade Musical (foto do acervo de Irene Bail)


Bebidas – Filho de Gaspar e Alberta Bail, Jango nasceu em Prudentópolis (PR), em janeiro de 1934, vindo a Rio Negrinho, em 1942. Faz seus estudos na Escola Estadual Vila Nova (hoje Colégio Estadual Jorge Zipperer) e posteriormente no Grupo Escolar Marta Tavares.

Jovem ainda, com 14 anos, começa a trabalhar desde a implantação da fábrica de bebidas, situada à rua Pedro Simões de Oliveira, um empreendimento do joinvillense Willy Voght, que trás como preparador e gerente o sr. Afonso Goudard.  Esta atividade, então inédita no Município, objetivava a fabricação de refrescos, ficando famoso o “gasosão vermelho” ou a “laranjinha”, além do engarrafamento de álcool, vinagre, cachaça, e mais tarde, a fabricação de licores. 

Com uma pequena produção mensal, cuja procura aumentava no verão, a saída para a sobrevivência foi buscar representações, como a da cerveja Brahma ou da pinga Pirabeirada, cujas vendas era feita em conjunto com a produção local. Passado alguns anos, Willy Voght retira-se da empresa, assumindo novos sócios, como Francisco Ruckl, Otto Zschoerper, Mirtilo N. Olsen, Ronaldo Raschke, Carlos Ruckl e Afonso Goudard, e bem mais tarde, adquirida por Erico Marschall, até a sua desativação final.

A peculiaridade dos refrescos locais, foi aos poucos sufocada, por imposição das grandes empresas nacionais, obrigando seus representantes, sob pena de perderem a concessão, a vender junto com a cerveja, os refrigerantes de circulação nacional, sufocando com isso a venda e produção local. Os reflexos, desta imposição sentiu-se em toda região, como em São Bento do Sul e Mafra.

Depois de 25 anos, Jango demite-se da fábrica de bebidas, abrindo por um curto período um negócio próprio, em companhia de outros dois sócios, com representação da cerveja Serramalte e dos refrigerantes da Max Wilhelm de Jaraguá do Sul. 

Transfere-se a partir de 1974, como empregado da Móveis Cimo, no setor do Armazém e mais tarde é admitido no Supermercado Gelomar, onde aposenta-se em 1983.

Tudo Azul – Desde criança, cria um cordão umbilical ao bolão, primeiramente ainda criança, como paliteiro** e a partir de 1956, como atleta do extinto Clube do Bolão São José, na cancha do Salão Paroquial.

Nesta imagem vê-se os componentes do Tudo Azul Bolão Clube por ocasião da conquista do campeonato integração de 1990, congregando as equipes de bolão da região. Vemos, a partir da esq., na 1ª fila: José Carlos Cidral (Sapinho), Achmed Kreutzfeldt (Gralha), Cláudio Bail, Alceu Pereira, Alceu Alves Fernandes (Badejo), José Renato Quadke, Ivo Antonio Pscheidt e Norberto Murara; 2ª fila: Ari José Kunicki, Gilberto Maciel Bublitz (Neguinho), Vigando Furst, Aloisio Pereira, Erickson Klein, José Nestor Klein, Almir José Floriani, Everson Nunes (Nego) e Pedro Marinho; 3ª fila: João Bail (Jango), Arildo Pereira, Denilson José Murara, Elmar João Tureck (Bilo), Celso Pereira, Rogerio Hoenicke (Juca), Gelásio Sehnen, Nelson E. Pscheidt e Francisco Moreira. (Foto do acervo de Rita Kreutzfeldt)


Em 1957, por alguns problemas internos, os mais jovens deste clube de bolão, formam uma dissidência e depois de algumas reuniões, no Bar do Schwendner, formam um novo clube, engrossando com outras pessoas não filiadas, e em 09 de abril de 1957, inspirado no cumprimento alemão – Alles Blau – fundam o TUDO AZUL BOLÃO CLUBE,  com as seguintes pessoas: Bertoldo Klitzke (1º Presidente), Isidorio Augustin (Ming), Afonso Augustin, Antonio Brey, Emilio Beckert, Esercio C. Beckert, Alfredo Schwendner, Euclides Ribeiro (Quito), Alvin Treml, Marcos A. von Bathen, Roloff Lehner, Aldo Max Meyer, Ingo Brunnquell, Orlando Buba, Péricles Porto Virmond (Didi), José Ernesto Jantsch, Clovis Silva, Hans Haroldo Thieme, Adolfo Pscheidt e Jango Bail.

Diploma de Fundador conferido a Jango Bail, na comemoração do 25º aniversário do Tudo Azul Bolão Clube, em 09/04/1982 (acervo de Irene Bail)




Placa conferida a Jango Bail, na comemoração do 40º aniversário do Tudo Azul Bolão Clube, em 09/04/1997 (acervo de Irene Bail)




Jogos de Rei – Uma tradição mantida em nossos dias, nos clubes de bolão, são os Jogos de Rei. Ao final de ano, os clubes de ano, promovem uma disputa interna, onde todos os associados, jogam 40 bolas, em duas séries.



Comemoração de Rei do Tudo Azul Bolão Clube, onde se vê, a partir da esq. Meroslau Sava, Albino Burlikowski (Três Barras), Jango Bail, Marcio Parreira, Cabo Amazonas, e Bruno Krestchmer (foto do acervo de Irene Bail)


O atleta que derrubar o maior número de palitos, é sagrado Rei; o segundo lugar é o 1º Príncipe, o terceiro colocado é o 2º Príncipe e o quarto lugar é o Xerife. O bolonista, na disputa com o pior número de pontos, e denominado de “urso”.

Ao final do ano de seguinte, antes do inicio da nova disputa, o “Rei” é buscado em sua residência, que recepciona os colegas, com uma pequena festa e posteriormente é levado em desfile, ao som de buzinas de automóveis e foguetes, até o clube, cabendo a ele, jogar as primeiras bolas, seguindo-se o 1º Príncipe, 2º Príncipe e Xerife; segue-se após os demais associados, por ordem Príncipe; 02 vezes – 2º Príncipe e 01 vez – Xerife.

Desfile de Rei do Tudo Azul Bolão Clube, em 1990, onde se vê Jango Bail (coroado de Rei), ladeado por Vigando Furst e José Nestor Klein, e associados do clube (foto do acervo de Irene Bail)




Sua coleção de 11 troféus e inúmeras medalhas, inclui o título de Rei dos Reis, disputado em 12 de maio de 1973, promovido pela Câmara Junior; campeão individual de 1979 e 1980. 

Além disso, como atleta colaborou na conquista de 17 campeonatos municipais e de um inédito campeonato de Integração, em 1990, entre Rio Negrinho/São Bento do Sul pelo Tudo Azul. 

Jango Bail posando com suas medalhas e troféus como associado do Tudo Azul Bolão Clube (foto acervo de Irene Bail)




Atualmente dirigido por Erickson Jose Klein, o Tudo Azul Bolão Clube, pode muito bem ser simbolizado, na dedicação e zelo de Jango Bail.


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Nota complementar do Blog:

* João Bail, casou-se em 03/09/1955, com Irene Hubl. Ela nascida em 02/06/1937, é natural de São Bento do Sul, e reside em Rio Negrinho, desde os 12 anos de idade. Jango faleceu em 06/09/2003 e está sepultado no Cemitério da Paz, em Rio Negrinho.

Irene Bail junto aos troféus e medalhas do marido Jango
(foto do acervo do autor do Blog)




Irene e Jango Bail com filhos, noras e netos (foto do acervo de Irene Bail)




** O que eram os "paliteiros"? Nos jogos ou treinos de bolão, os "paliteiros" eram crianças, normalmente meninos, que eram contratados e pagos para realizaram a tarefa de rearmar os pinos ou palitos derrubados, após cada jogada do bolonista.  Além de rearmar os palitos tinham que devolver as bolas através das canaletas até a recepção. Aqui em Rio Negrinho, na cancha da Sociedade Musical, após a grande enchente de 1983, foram instaladas máquinas automáticas que realizam a rearmação dos pinos, fazem a marcação nos terminais de vídeo pontuação da jogada e ainda como retornadora das bolas até a recepção. Os “paliteiros” estão "aposentados" desde então.

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