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sábado, 21 de agosto de 2021

NOSSA HISTÓRIA: ÍNDIOS EM NOSSA REGIÃO (3)

Nota do Blog: Apresentamos o texto publicado originalmente na coluna "Nossa História" em 16/07/2021, na edição nº 5.381, pág. 4, do Jornal Perfil Multi de Rio Negrinho. O Administrador deste Blog, a partir de 07/08/2020, passou a integrar a equipe de colaboradores daquele jornal, na apresentação de uma coluna semanal de abordagem de aspectos históricos do nosso município.

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Prosseguimos a apresentação da presença indígena em nossa região. Não é nossa meta opinar quanto a forma desordenada da ocupação pelas colônias de terras por onde vagueavam os indígenas, assunto que desperta inúmeras interpretações e apaixonadas controvérsias.

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Relato da presença indígena em SC e na região pelo Presidente da Província, em 1877

“Em começo de 1877, o Presidente da Província de SC Alfredo d'Escragnolle Taunay entregava o governo a seu substituto legal Dr. Herminio Francisco do Espirito Santo e falava dos índios: “grande quantidade deles pertencentes as tribos dos Botocudos, Coroados e Puris, vagam ainda pelas florestas das serras de Lages, e são vistos ora na estrada daquele nome, ora nas picadas abertas ultimamente com o desenvolvimento das colônias Blumenau e Joinville. Parecem frequentar mais habitualmente a serra do Trombudo, o Tayo, o vale do Itapocú, aparecendo as vezes ao sul da província, e, Araranguá.

No começo dos estabelecimentos coloniais ao norte, esses índios, por várias ocasiões atacaram as propriedades, procurando sobretudo assaltar as pessoas isoladas, e roubar gado e roupas.

Repelidos e acossados, foram se tornando mais cautelosos e esquivos, deixando durante anos inteiros, de incomodar os colonos.

Entretanto, de certa época para cá recomeçaram com suas tentativas de agressão, ou por espirito de vingança, ou por sentirem expelidos de regiões, que pela abundancia de caça, como no Itapocú, Ihes proporcionavam cômoda existência”. (Primeiro Livro de Jaraguá, Frei Aurélio Stulzer, pág. 15)


Embate mortal entre indígenas e a família do pioneiro Antonio Ferreira de Lima, em 1883:

Um fato marcante em nossa região, nessa questão foi a morte pelos índios do pioneiro Antonio Ferreira de Lima, ocorrida no outono de 1883, de que vamos abordar futuramente em artigo próprio.


Crianças indígenas aprisionadas em São Bento e doados em 1883:

“Noticias locaes. Selvagens. Foram enviados ao Sr. Delegado deste Termo pelo Subdelegado de S. Bento, trez bugrinhos, ali aprisionados dos selvagens que ameação os moradores daquella colônia. A mais velha das crianças é um menino de 9 anos mais ou menos, e as outras duas meninas, de 5 e 2 anos. Entregues, por ordem do Exmo. Chefe de Policia, ao Sr. Dr. Juiz de órfãos deste Termo, S. S. deu tutores a esses pequenos, do menino, nomeou tutor o Sr. Jacob Schmalz, da primeira menina o Sr. Delegado de Policia, Ludowico von Lasperg, e da terceira o Dr. Wigando Engelke.

Oxalá não fossem essas crianças as ultimas que, com meios brandos, se podesse arrancar da selvageria e trazer-se a civilização”. (Jornal GAZETA DE JOINVILLE, edição de 05 de setembro de 1883)

Apontamento do Cemitério Indígena na região de Serro Azul, município de Rio Negrinho, em 1886:

“No mapa do Patrimônio confeccionado em 1886 por Fernando Oppitz (p. 416) figura um “Cemitério dos Botocudos”, na Serra do Mar, um local para nós difícil de ser apontado. Em todo o caso para os lados do Rio Preto e muito perto da (conforme a legenda) linha imaginária do eng... (nome dilacerado e comido), ao sul, mas que deve ser Jourdan, uma vez que foi o único a medir naquele rumo”. (Primeiro Livro de Jaraguá, Frei Aurélio Stulzer, pág. 14)


Presença indígena no interior de Rio Negrinho:

A presença indígena ou “bugres” como eram denominados, são notados na região de Volta Grande e Cerro Azul, ao início do século XX, quando da colonização de Bernardo Olsen e dos irmãos Paulo e Rodolfo Ruckl. (VOLTA GRANDE, págs. 22 a 44, Prof. José Kormann)

Apontamentos de vereda e aldeamentos indígenas no mapa da Sociedade Colonizadora de 1849, em Hamburgo:

Na região sul do terreno de propriedade da Sociedade Colonizadora de 1849 em Hamburgo, conforme apontamentos no mapa editado em 1878, da Colonização de São Bento, denota-se a presença de uma vereda e dois aldeamentos indígenas, um pequeno e outro de maior porte. (Mappa do Districto da Colônia Dona Francisca e São Bento – 1878 Fonte do Mapa: Arquivo Nacional)


Presença indígena no Rio Preto, interior de Rio Negrinho, em 1892:

Os índios também se fizeram sentir. Na noite do dia 4 de setembro appareceu grande numero delles perto da casa do Sr. Werner Riekes em Rio Preto [hoje município de Rio Negrinho, naquela época parte da colônia de São Bento]. Os selvagens fizeram um barulho enorme, jogaram paus e pedras na casa do Sr. Riekes e bateram contra a porta. Alguns tiros disparados ao ar, afugentaram os bugres. Noticias de Bituva dizem que varias fazendas proximas foram invadidas por um bando de bugres, sendo roubado muito gado. (Jornal LEGALIDADE, em setembro de 1892)


Toponímia com nomes indígenas em Rio Negrinho:

Em nosso município de Rio Negrinho a toponímia com nomes indígenas não é tão vasta. Mas temos a localidade de Rio dos Bugres e o rio dos Bugres, cujas denominações são centenárias, certamente destacando a presença indígena em nosso município.

Na próxima edição vamos continuar a publicação de aspectos históricos de nossa comunidade! Obrigado!

Um comentário:

  1. Olá Sr. Osmair
    Meu nome é Willes nos anos 1970
    eu tive um amigo chamado Nelson Weinschultz
    que era da cidade de Rio Negrinho, o pai dele creio eu era apicultor...
    Se for possível gostaria de entrar em contato com algum
    membro da família para saber do Nelson, perdemos contato já faz bastante tempo.A procura do Nelson me levou a conhecer o seu blog que achei bastante admirável.
    Muito Obrigado
    Willes

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