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segunda-feira, 31 de maio de 2021

Entrevista: Guido Ruckl conta trajetória enquanto prefeito de Rio Negrinho

Nota do Blog: O Jornal PERFIL MULTI de Rio Negrinho, a quem agradecemos, publicou entre 12 de abril a 18 de maio de 2021 uma série de entrevistas especiais com os ex-prefeitos, em comemoração ao aniversário de Rio Negrinho de 2021. Por ser matérias de interesse histórico de nosso município o Blog Rio Negrinho no Passado apresenta os textos publicados na sua íntegra. Salientamos que o conteúdo da matéria expressa a opinião dos respectivos entrevistados, não refletindo, necessariamente, a opinião do administrador deste Blog.

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Guido Ruckl conta trajetória enquanto prefeito de Rio Negrinho

Série especial de entrevistas com ex-prefeitos em comemoração ao aniversário

12/04/2021

Autor(a): Pricila Pires da Maia

Ex-prefeito Guido Ruckl na sede do Jornal Perfil Multi em 12/04/2021 (Foto: Pricila Pires da Maia)


A partir desta edição do Jornal Perfil Multi, vamos trazer uma série de entrevistas com ex-prefeitos de Rio Negrinho. A série comemora os 141 anos da cidade, a serem completados no dia 24 de abril. Nosso primeiro entrevistado é o ex-prefeito Guido Ruckl, hoje com 70 anos e ainda ativo na política rio-negrinhense. Ele foi eleito em 1988, tendo como vice-prefeito José Kormann. Seu mandato aconteceu na 10ª gestão, de 1o de janeiro de 1989 à 31 de dezembro de 1992. Há exatos 33 anos, as eleições davam a vitória ao empresário Guido Ruckl, que venceu as eleições com 6.139 votos.

Perfil Multi - Como iniciou sua vida na política?

Guido - Eu sou natural do interior da cidade, nascido no Serro Azul. Em 1985 vim morar na cidade devido a morte do meu irmão Geraldo. Vim para substituir ele e assumir a direção da empresa da família. Eu jamais imaginaria me envolver na política, mas foi então que Marinho Hoenicki, meu irmão Nivaldo, e mais algumas pessoas da cidade fundaram o PFL em Rio Negrinho. Eu sempre rindo deles, porque na época era filiado ao PDS e dizia para eles que o partido deles era fraco. Foi então que acabaram me filiando no PFL, tudo estava certo para minha candidatura como vereador, mas após conversas, meu nome foi colocado para candidato a prefeito. E, para minha surpresa, fui eleito com 6.139 votos, junto com José Kormann, que era meu vice. Assumimos a prefeitura em 1989.

Perfil Multi - Como foi assumir a prefeitura sendo que o senhor nunca tinha sido candidato a nada?

Guido - Como eu vinha da direção de uma empresa com mais de 300 funcionários, então eu já tinha uma experiência de liderança. Também desde o tempo do futebol, campeonatos, eu sempre fui um líder, e dentro da prefeitura continuei sendo este líder. Sempre tive um bom relacionamento com o funcionário público, e até hoje temos muitos amigos dentro da Prefeitura. Nós tínhamos um propósito que era trabalhar pela cidade, e foi assim que fizemos. Eu busquei recursos de todos os lados. Não media esforços para que a cidade tivesse sempre o melhor, e ao assumir a administração trabalhamos com foco de melhorar a qualidade de vida das pessoas, trazer inovações, fazer com a cidade crescesse ainda mais. Quando assumimos a Prefeitura, tivemos que consertar maquinário para começar a trabalhar. E, com isso, seguimos em frente em nossos trabalhos.

Perfil Multi - O que o senhor destaca como principais trabalhos em sua gestão?

Guido - Uma das maiores novidades da minha gestão foi a compra de uma usina de asfalto, algo inovador na cidade. Nós mesmos fazíamos o asfalto. Comprávamos o material e usinávamos. Tivemos sucesso porque o primeiro metro de asfalto foi no nosso mandato, está o marco no morro do Kamienski, a região da rodoviária, o centro, foi tudo nós que asfaltamos, assim como outras ruas. Tinha recurso e, com pouco, a gente fazia muito. Outra coisa que me deixa muito orgulhoso em nosso mandato foi no setor da habitação. Tivemos o maior projeto habitacional do estado, onde construímos 450 casas no bairro Industrial Norte, a popular cohab nova. Paulo Beckert fez a cohab velha e nós a nova. O terreno já tinha sido comprado pelo Albuquerque, mas eu que urbanizei e traçamos todas as ruas, e eu que entreguei as 450 chaves para os moradores, isso me deixa feliz até hoje porque aquele bairro cresceu muito, foi uma vitória para Rio Negrinho, e mais 26 casas no bairro São Pedro, estas construídas com recursos da Prefeitura. Ainda em nossa gestão tivemos a honra de construir o prédio onde hoje é a UNC. Quando construído, a finalidade era a Polícia Militar e os Bombeiros, que hoje estão em outros prédios muito bem colocados na cidade.

Perfil Multi - Entre tantos projetos e ações, o senhor tem como mérito o Distrito de Volta Grande, que foi criado em sua gestão.

Guido - Foi na minha gestão que criamos o distrito de Volta Grande, que na época era chamada de intendência. Com o passar dos anos, os outros prefeitos transformaram em subprefeitura. Mas a demarcação do local foi feita na nossa gestão. Foram muitos feitos para Rio Negrinho, e com todo este empenho da minha equipe de trabalho, em um final de ano recebemos a notícia que Rio Negrinho foi o único município que estava com toda a documentação em dia para receber uma doação da Cultura do Governo Federal. Com aquele valor, compramos 400 instrumentos musicais, e assim doamos para as escolas municipais e estaduais. Sempre pensando na educação, construímos duas creches para ajudar as famílias. Também pensando na saúde, construímos unidades de saúde e, ainda falando em educação, o meu vice na época, sendo ele José Kormann, foi o único da história da cidade a ser eleito pelos professores, secretário de Educação. Isso foi algo inédito na cidade, e com o ótimo trabalho feito por ele, compramos o terreno no bairro Pinheirinho e construímos a escola Padre Claudio Longen. Na Quitantinha também construímos a escola Quiliano Martins. Foram quatro anos de muito trabalho e conquistas para a Rio Negrinho. Nossos objetivos eram a educação, saúde, habitação e infraestrutura.

Perfil Multi - Como o senhor analisa o atual cenário político?

Guido - Hoje tudo está muito diferente. Cada prefeito tentou fazer seu máximo dentro da Prefeitura. No meu ponto de vista, vejo hoje aquele prédio do antigo hospital, aquilo poderia e deveria ser reformado para abrigar todas as secretarias. Eu não admito que uma cidade que vai completar 141 anos ainda esteja alugando salas, então este cenário me preocupa. Vejo que faltam materiais para o trabalho, porque nós tinhamos dois trator-esteira comprados pelo Paulo Beckert, e hoje somos o único município que não tem esta máquina. Também hoje a Prefeitura não tem uma máquina PC, com isso, em algumas coisas, Rio Negrinho acabou indo para atrás. Uma coisa que muitos não sabem é que foi na minha gestão que foi comprado o terreno do hospital e também construímos o poço artesiano e, assim tivemos muitas mudanças na cidade. Em termo de crescimento, nunca vi uma cidade crescer sem vir indústria, porque uma indústria sempre chama outras coisas para a cidade. Infelizmente, sem indústrias boas, viramos um dormitório de outras cidades, e Rio Negrinho está assim. O comércio vai bem porque o pessoal mora aqui e vai buscar o dinheiro fora. Mas também muitas pessoas acabam indo embora, então está na hora de vir uma empresa de porte para Rio Negrinho. Nossa cidade é ordeira, de povo trabalhador, uma cidade boa de se viver.

“Eu jamais imaginaria me envolver na política”

“Eu busquei recursos de todos os lados”

“Tivemos o maior projeto habitacional do estado, onde construímos 450 casas no bairro Industrial Norte”

“Nós mesmos fazíamos o asfalto. Comprávamos o material e usinávamos.”

“Aquele prédio do antigo hospital, poderia e deveria ser reformado para abrigar todas as secretarias”

domingo, 30 de maio de 2021

NOSSA HISTÓRIA: FORMAÇÃO EM 1910 DO NOSSO PRIMEIRO NÚCLEO URBANO

Nota do Blog: Apresentamos o texto publicado originalmente na coluna "Nossa História" em 28/05/2021, na edição nº 5.374, pág. 4, do Jornal Perfil Multi de Rio Negrinho. O Administrador deste Blog, a partir de 07/08/2020, passou a integrar a equipe de colaboradores daquele jornal, na apresentação de uma coluna semanal de abordagem de aspectos históricos do nosso município.

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Este breve ensaio tem por objetivo trazer noções genéricas da formação do primeiro núcleo urbano de Rio Negrinho, com base em pesquisas do autor da coluna.

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Primórdios – Como nós sabemos a área territorial de Rio Negrinho esteve atrelada administrativamente até 30/12/1953 ao município de São Bento do Sul. A ocupação de nossas terras aconteceu em grande medida, a partir da construção da imperial Estrada Dona Francisca, a partir de 1880, nas terras dos herdeiros do Brigadeiro Franco e do Princesa Isabel e do seu marido Conde D’Eu.

Estrada Dona Francisca km. 103, primeiro núcleo urbano de Rio Negrinho, em 1910 (Foto: Glicia Neidert)

A medida da ocupação dessas terras começa a aparecer as denominações das diversas localidades de nosso município, como Campo Lençol, Salto, Rio Negrinho, São Pedro, Rio dos Bugres, Pocinho, Três Barras, Colônia Olsen, Colônia Miranda, Rio Preto, Queimados, Corredeiras, Rio da Veada, Patrimônio do Salto, Patrimônio do Rio dos Bugres, Boa Vista, Caunal, Volta Grande e Cerro Azul. Todas essas localidades estavam voltadas à exploração agrícola, pecuária e extrativa vegetal, principalmente com a colheita da erva mate. A partir de 1913, com o funcionamento da Estrada de Ferro, e com a instalação na estação de Rio Negrinho, iniciou-se um outro tipo de exploração, a da venda da madeira.

Como núcleos urbanos mais próximos para atendimento dos nossos agricultores, se encontravam a Vila de Lençol e o Vila do Rio Preto, situado ao lado do rio Preto, entre as divisas de Rio Negrinho e Mafra.

Portanto, até 1910, dentro do nosso futuro território, não havia um núcleo urbano ou comércios estabelecidos, sendo a localidade denominada de Rio Negrinho, mais uma entre as outras localidades existentes dentro do território de São Bento do Sul.

Rio Negrinho – Como vimos anteriormente a localidade de Rio Negrinho era uma entre as duas dezenas de localidades do município de São Bento.

Então o que motivou ao atual território de Rio Negrinho a adotar essa denominação, e não, Campo Lençol, São Pedro, Salto ou Rio Preto, que são também denominações tão antigas quantas a Rio Negrinho?

Dois documentos dão pistas da adoção do nome de Rio Negrinho para denominação do nosso território.

O primeiro deles encontramos na primeira ata da comunidade católica de Rio Negrinho, realizada em 07/06/1924, no histórico relatado por Nicolau Jacob, presidente da comissão da construção de Igreja Católica, afirmando que “a localidade de Rio Negrinho existia lá cerca de 45 anos à margem da Estrada Dona Francisca Km. 103, contendo naqueles apenas três a quatro casas sem manifestar progresso; nos anos de 1910 a 1912 foi construída a Estrada de Ferro, ramal de São Francisco e o lugarejo doado da Estação de Rio Negrinho; logo o número de casas aumentou, de modo que, em 1918 existiam 12 a 15 casas de residência entre elas três casas comerciais”. (Livro: RIO NEGRINHO que eu conheci, pág. 103)

Estação da Estrada de Ferro de Rio Negrinho, inaugurada em 1913


O segundo deles é a Edição Comemorativa ao 75º Aniversário de Fundação de São Bento (pág. 19), publicada em 23/09/1948, que em seus dados relativos a Rio Negrinho, nos informa que em 1910, foi iniciada a construção da Estrada de Ferro e na localidade de Rio Negrinho, se estabeleceu a importante empresa Varela, para a construção do leito desta via férrea entre Rio Negrinho e São Bento.

Nesta época fixaram-se várias famílias, formando uma pequena aldeia situada entre a ponte do rio Negrinho e o Km. 103. Esta vila teve muita vida enquanto durou a construção da Estrada de Ferro, vindo a declinar logo que foi finalizada a sua construção, inaugurando o tráfego e a estação férrea no ano de 1913.

Esse primeiro núcleo urbano residencial/comercial, que se estabeleceu a partir de 1910, com objetivo de atender aos trabalhadores da construção da Estrada de Ferro, entre a ponte do rio Negrinho e o Km. 103 da Estrada Dona Francisca, acrescida da estação da estrada férrea inaugurada em 1913, ao nosso ver, serviu como forte referencial na adoção da denominação de nosso município de Rio Negrinho.

Na próxima edição vamos continuar a publicação de aspectos da história de nossa terra! Obrigado!

NOSSA HISTÓRIA: OS PRIMEIROS REGISTROS DE HABITANTES EM RIO NEGRINHO

Nota do Blog: Apresentamos o texto publicado originalmente na coluna "Nossa História" em 21/05/2021, na edição nº 5.373, pág. 4, do Jornal Perfil Multi de Rio Negrinho. O Administrador deste Blog, a partir de 07/08/2020, passou a integrar a equipe de colaboradores daquele jornal, na apresentação de uma coluna semanal de abordagem de aspectos históricos do nosso município.

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O presente texto foi publicado em 26/10/2012, no grupo do facebook “Rio Negrinho no Passado”, de autoria de Henrique Fendrich, jornalista e pesquisador histórico são-bentense, atualmente residindo em Curitiba-PR, ex-colunista do Jornal Evolução de São Bento do Sul e criador e administrador do Blog “São Bento no Passado” e do grupo de facebook “São Bento no Passado” a quem agradecemos.

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Primeiro registro de batismo de nascido em Rio Negrinho, em 27/11/1877 (Foto: site familysearch)

A primeira vez que o nome de Rio Negrinho aparece em um livro de registros da Igreja Católica de São Bento do Sul ocorre aos 25.11.1877, ocasião em que foi batizada Quintiliana, filha de Fidélis da Luz e Joanna de Siqueira, "moradores no Rio Negrinho deste distrito", sendo avós paternos Bento da Luz e Maria Isabel e avós maternos Manoel de Siqueira e Joaquina Maria. Foram padrinhos Amaro de Carvalho e Brandina Simões de Oliveira. Amaro de Carvalho e sua esposa, ele de Rio Negro e ela de Curitiba, aparecem em janeiro do mesmo ano como moradores dos Campos de Lençol.

O registro mais antigo de Lençol é de novembro de 1876, quando foi batizada uma filha de Fabiana Carvalho, da Lapa, com pai incógnito (o marido estava ausente há cinco anos) e também Inez, uma das filhas do Antônio Ferreira de Lima com Maria Evangelista de Faria.

Em 27 de novembro de 1877, houve também o batizado de uma criança filha de João Mariano e Rita Maria, moradores dos Campos de Lençol.

O batizado foi na capela dos polacos, lá na Estrada Wunderwald. Ou seja, longe pra burro de Rio Negrinho, considerando que havia uma capela no centro de SBS.

Muita gente de São José dos Pinhais entre os primeiros moradores de Rio Negrinho, como acontecia também com São Bento. Na década de 1870, estimo em quase 50% os brasileiros na região, dos quais mais de 80% eram de São José dos Pinhais.

Na próxima edição vamos continuar a publicação de aspectos da história de nossa terra! Obrigado!

domingo, 16 de maio de 2021

NOSSA HISTÓRIA: ORIGEM DA DENOMINAÇÃO DO BAIRRO SÃO PEDRO, EM NOSSA CIDADE

Nota do Blog: Apresentamos o texto publicado originalmente na coluna "Nossa História" em 14/05/2021, na edição nº 5.372, pág. 4, do Jornal Perfil Multi de Rio Negrinho. O Administrador deste Blog, a partir de 07/08/2020, passou a integrar a equipe de colaboradores daquele jornal, na apresentação de uma coluna semanal de abordagem de aspectos históricos do nosso município.

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Um dos bairros de nossa cidade tem a denominação de São Pedro, entrecortado por três vias principais, a imperial Estrada Dona Francisca, a Rodovia Br-280 e a Rua Aracy Pinto Guilgen. Esse texto tem por base informações em pesquisas do autor da coluna.

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Primórdios – O bairro São Pedro, situado na área urbana de Rio Negrinho, atualmente espelha somente uma pequena faixa do imenso território de Rio Negrinho que antes era assim denominada.

Mapa do território do Bairro São Pedro (Foto: Redes Sociais)

Em nossas pesquisas já encontramos o primeiro registro em homenagem a São Pedro já em 1879, num registro de batismo, onde os pais se declaram como moradores da localidade de “Lençol do São Pedro”.

Já nos idos de 1881, aparecem dois novos registros de batismo e de casamento, os protagonistas dos eventos se declaram moradores é mencionado a localidade de “São Pedro”.

Registro de Batismo de 27/03/1881, de morador na localidade de São Pedro, constante da Igreja Puríssimo Coração de Maria de São Bento do Sul (Foto: site familysearch)

Novamente em 1882, encontramos registro de nascimento, com morador se declarando como morador no lugar “São Pedro” e em 1883, encontra-se dois registros de batismo, com moradores declarando-se moradores na localidade de “Campos de São Pedro”.

Incontestavelmente o nome de lugar “São Pedro”, com variações de “Campos de São Pedro” ou ainda, “Lençol de São Pedro” está ligado intimamente aos primórdios de nossa terra.

São Pedro – A extensão do “lugar São Pedro” merecerá num futuro um estudo mais acurado. Mas a grosso modo, num primeiro momento a área territorial do “São Pedro” se estendia entre o rio dos Bugres e o rio Preto e entre o rio Negro e a localidade de “Queimados do Rio Preto”.

A primeira menção encontrada da localidade de “Rio Preto”, é de 1882, quase tão antiga quanto aos registros de “São Pedro”. As divisas das duas localidades muitas se confundem.

Imagem da Escola Municipal Prefeito Frederico Lampe, situada no Bairro São Pedro (Foto: Redes Sociais)

Imagem da Escola Municipal Prefeito Frederico Lampe e do Ginásio de Esporte Alvino Anton, situados no Bairro São Pedro (Foto: Redes Sociais)

Nestas localidades ao início da década de 1880 começa a se estabelecer uma colonização até hoje praticamente não mencionada pela nossa história, uma verdadeira invasão “brasileira” oriunda do Paraná, e também com descendentes vindos de Campo Alegre.

Dentre as famílias que migraram para essas terras encontra-se a de Antonio Cardozo Leal, cujas terras ao início de século XX originou a localidade de Colônia Olsen.

Novas denominações – A partir do século XX estas imensas glebas situadas foram vendidas e duas delas merecem uma atenção especial, a de João Bley e Antonio Cardozo Leal.

A primeira delas as terras de João Bley, situada no lado direito da Estrada Dona Francisca, sentido Rio Negrinho/Mafra, entre o rio dos Bugres e o rio Preto, extremando nos fundos o rio Negro. Dessas terras se originou os Bairros Jardim Hantschel, parte do Bairro Quitandinha, parte do Bairro São Pedro, Colônia Miranda, Boa Vista e parte do Rio Preto.

A segunda delas são as terras de Antonio Cardozo Leal, situada no esquerdo da Dona Francisca, sentido Rio Negrinho/Mafra, entre o rio dos Bugres e o rio Preto, extremando aos fundos a localidade de Queimados do Rio Preto. Dessas terras se originou o Bairro Quitandinha, parte do Bairro São Pedro, localidade de Colônia Olsen, parte de Boa Vista e parte do Rio Preto.

Igreja São Pedro situada na localidade de Colônia Olsen (Foto: Redes Sociais)

Colônia Olsen A partir do início do século XX houve uma verdadeira “invasão” de novos colonizadores a Rio Negrinho, principalmente descendentes dos imigrantes europeus de São Bento do Sul, pois rareou a oferta de terras naquele território. O caminho encontrado foi a busca de terras de novas localidades, e assim se formaram Colônia Miranda, Colônia Olsen, a colônia de Rio dos Bugres e uma colônia no Rio do Salto com a divisão das terras da família Ferreira de Lima. Como vê-se a Colônia Olsen foi um loteamento rural, implantado ao início do século XX por Bernardo Olsen, dentro das terras da localidade São Pedro.

Na próxima edição vamos continuar a publicação de aspectos da história de nossa terra! Obrigado!

sábado, 15 de maio de 2021

NOSSA HISTÓRIA: ORIGEM DA DENOMINAÇÃO DO BAIRRO BELA VISTA, EM NOSSA CIDADE

Nota do Blog: Apresentamos o texto publicado originalmente na coluna "Nossa História" em 07/05/2021, na edição nº 5.371, pág. 4, do Jornal Perfil Multi de Rio Negrinho. O Administrador deste Blog, a partir de 07/08/2020, passou a integrar a equipe de colaboradores daquele jornal, na apresentação de uma coluna semanal de abordagem de aspectos históricos do nosso município.

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Um de nossos bairros tem a denominação de Bela Vista, que tem como principal via de acesso a rua Carlos Hantschel. Esse texto tem por base informações de Theo Ulrich Hantschel e de pesquisas do autor da coluna.

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Carlos Hantschel – Como já referimos em artigo anterior, as origens dos bairros Bela Vista, Jardim Hantschel, Quitandinha e São Pedro, tem em seus primórdios estreitas ligações com a família do pioneiro Carlos Hantschel e seus descendentes.


Pioneiro Carlos Hantschel e sua esposa Maria Stueber
(Foto: acervo de Theo U. Hantschel)


O pioneiro Carlos Hantschel adquiriu em nosso município, em seus primórdios duas faixas de terras, com frente a Imperial Estrada Dona Francisca, Km. 104, divisando aos fundos com o rio Negrinho, extremando de um lado com um arroio (ao lado do Posto Mires) e o rio Negrinho e outra com o rio dos Bugres. O primeiro terreno foi adquirido dos Hillemann, com 40 alqueires, e o segundo, comprado em 1910 do pioneiro José Preisler, com 13,5 alqueires, que houvera se mudado para a localidade de Rio Preto do Sul. A primeira área descrita a partir da antiga Estrada Dona Francisca formou todo o Bairro Bela Vista.

Origem do Bairro Bela Vista – Após o falecimento de Carlos Hantschel em 1917, coube aos seus filhos José e Erna Ema boa parte das terras que formam o bairro de Bela Vista.

Essa gleba sofreu uma intervenção importante que foi a construção da Estrada de Ferro, em 1910, que fracionou o terreno, deixando uma faixa de terras entre o rio Negrinho e a Estrada de Ferro.

Outro fator primordial foi a instalação da futura Móveis Cimo, em 1918, no atual centro administrativo de Rio Negrinho. Com o crescimento dessa empresa começa a migrar para nossa futura cidade novas famílias, a partir de 1921, se instalando em terras da empresa, constituindo a Vila Operária, ou em terras que os seus empregados foram adquirindo de outros grandes proprietários, como a família de Romédio Pillati, na Vila Nova ou da família Hantschel, formando o Bairro Bela Vista.

Para formação do Bairro Bela Vista se defrontava uma barreira natural que era o cruzamento do rio Negrinho.

Imagem da antiga Ponte do Engel, vendo-se aos fundos parte do estoque de madeiras da Móveis Cimo (Foto: acervo de Alfredo Werner)


A primeira ponte construída sobre o rio Negrinho, entrada do Bairro Bela Vista, atualmente denominada de “Engenheiro Nery Waltrick”, antes conhecida como “Ponte do Engel”, pois tudo leva a crer, que foi construída por Luiz Germano Engel, proprietário da extinta Olaria Engel, para acesso a retirada do barro com acesso por um caminho, que constitui-se a atual rua Otto Dettmer. A lagoa ao final da rua Otto Dettmer se originou da retirada do barro para fabricação de tijolos e telhas daquele terreno. Segundo registros encontrados, Engel, em 1924 já residia em nossa cidade.

Acesso ao Bairro Bela Vista, através da Ponte Nery Waltrick, antes Ponte do Engel ou Ponte do Gibaco (Foto: acervo do autor da coluna - 20/08/2018)


Certamente após a construção dessa primeira ponte Engel, ainda que precária, facilitou enormemente a venda dos primeiros lotes e a instalação dos primeiros moradores do Bairro Bela Vista, nos meados de 1925. Já encontramos o registro de Bela Vista no ano de 1945.

Até a presente data não encontramos um registro da origem da denominação de Bela Vista e nem do início desta designação. Mas imaginemos a exuberância da beleza das matas que cobriam todo o bairro, certamente é uma boa explicação para essa nomenclatura.

Crescimento – O Bairro Bela Vista tem como espinha dorsal a rua Carlos Hantschel, e o desenvolvimento inicial se deu nessa via principal e suas transversais, principalmente na sua parte mais antiga.

Rua Carlos Hantschel numa vista de 1969 (Foto: acervo da Profª Cheila Liebl)



Acesso ao Bairro Bela Vista, através da Ponte Nery Waltrick, antes Ponte do Engel ou Ponte do Gibaco (Foto: acervo do autor da coluna - 20/08/2018)


Acesso ao Bairro Bela Vista, através da Ponte Nery Waltrick, antes Ponte do Engel ou Ponte do Gibaco (Foto: acervo do autor da coluna - 20/08/2018)



Imagem do rio Negrinho, a partir da Ponte Nery Waltrick (Foto: acervo do autor da coluna - 20/08/2018)


Placa inaugural da Ponte Nery Waltrick (Foto: acervo do autor da coluna - 20/08/2018)


Rua Otto Dettmer, uma das primeiras vias do Bairro Bela Vista (Foto: acervo do autor da coluna - 20/08/2018)


Antigo prédio do mercado municipal (Foto: acervo do autor da coluna - 20/08/2018)


Vista inicial da Rua Carlos Hantschel (Foto: acervo do autor da coluna - 20/08/2018)


Vista parcial da Rua Prefeito Hugo Fischer (Foto: acervo do autor da coluna - 20/08/2018)


Vista da Escola Municipal Aurora Siqueira Jablonski (Foto: acervo do autor da coluna - 20/08/2018)


Vista parcial da Rua José Maria Cardoso da Veiga (Foto: acervo do autor da coluna - 20/08/2018)


Vista parcial da Rua Prefeito Hugo Fischer (Foto: acervo do autor da coluna - 20/08/2018)


Vista parcial da Rua Carlos Hantschel (Foto: acervo do autor da coluna - 20/08/2018)


Vista parcial da Rua Carlos Hantschel (Foto: acervo do autor da coluna - 20/08/2018)


Vista do prédio da Escola de Música Prof. Valdeci Maia (Foto: acervo do autor da coluna - 20/08/2018)

Vista do prédio/sede da Secretaria Municipal de Educação (Foto: acervo do autor da coluna - 20/08/2018)


Vista do prédio do Fórum da Comarca de Rio Negrinho (Foto: acervo do autor da coluna - 20/08/2018)


Vista da Creche Municipal Tempo Feliz (Foto: acervo do autor da coluna - 20/08/2018)

Vista do prédio do Corpo de Bombeiro Militar (Foto: acervo do autor da coluna - 20/08/2018)


Vista do prédio da Polícia Militar (Foto: acervo do autor da coluna - 20/08/2018)

Vista do Hotel Pousada João de Barro (Foto: acervo do autor da coluna - 20/08/2018)

Vista da creche municipal Mundo Encantado (Foto: acervo do autor da coluna - 20/08/2018)

O crescimento do Bairro nas suas artérias na direção sul, com as Ruas Hugo Fischer e José Maria Cardoso da Veiga, a partir da Escola Aurora aconteceu a partir dos meados da década de 1970, após o falecimento em 1969 de José Hantschel, proprietário daquelas terras, que se originou no Loteamento Irmãos Hantschel, com 180 lotes, situado entre as ruas Procópio Moreira e Paulo Tureck.

Na próxima edição vamos continuar a publicação de aspectos da história de nossa terra! Obrigado!

sábado, 8 de maio de 2021

NOSSA HISTÓRIA: ORIGEM DA DENOMINAÇÃO DO BAIRRO JARDIM HANTSCHEL, EM NOSSA CIDADE

Nota do Blog: Apresentamos o texto publicado originalmente na coluna "Nossa História" em 30/04/2021, na edição nº 5.370, pág. 4, do Jornal Perfil Multi de Rio Negrinho. O Administrador deste Blog, a partir de 07/08/2020, passou a integrar a equipe de colaboradores daquele jornal, na apresentação de uma coluna semanal de abordagem de aspectos históricos do nosso município.

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Um dos bairros de nossa cidade tem a denominação de Jardim Hantschel, margeando a Rodovia Br-280, no sentido Rio Negrinho a Mafra. Esse texto tem por base informações de Theo Ulrich Hantschel e de pesquisas do autor da coluna.

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Largas faixas de terras – Os bairros Bela Vista, Jardim Hantschel, Quitandinha e São Pedro, tem em seus primórdios estreitas ligações com a família do pioneiro Carlos Hantschel e seus descendentes.

Pioneiro Carlos Hantschel com seus 2 filhos Alfredo (frente) e José, em 1914
 (Foto: acervo de Theo U. Hantschel)


Este pioneiro, que imigrou ao Brasil ao 1888, casou-se com Maria Stueber, começou as suas atividades por Rio Negrinho em 1890, onde construiu uma casa num terreno adquirido da família Hillemann, onde a seguir construiu uma sapataria.

Estabeleceu-se em definitivo em Rio Negrinho, em 1894, no Km. 104 da antiga Estrada Dona Francisca, onde até hoje vivem os seus descendentes, com a profissão de sapateiro, defronte à esquina da atual Rua Adolfo Konder. Esta larga faixa de terras cresceu com a compra de outro terreno, em 1910, de José Preisler, os quais formaram todo o Bairro Bela Vista, que trataremos em outra matéria. Isto sem contar um outro imóvel que havia adquirido por ocasião da implantação da Colônia Miranda.

Depois da morte de Carlos, em 1917, sua esposa Maria, de posse de recursos frutos da herança de sua mãe, adquiriu uma gleba de terras, que se estendia da ponte do rio dos Bugres, subindo pela Estrada Dona Francisca até a altura da Quitandinha, onde parte dos seus descendentes residem até hoje, que hoje se constituem o bairro Jardim Hantschel e parcialmente o Bairro Quitandinha. Maria Stueber, faleceu com 83 anos, em 22/09/1956, e encontra-se enterrada no Cemitério da Paz, em Rio Negrinho.

José Hantschel na solenidade de doação oficial do terreno a Escola Aurora, em 1º/07/1967 (Foto: acervo de Theo U. Hantschel)


José Hantschel – Com a morte de Maria Stueber os seus bens foram partilhados com 8 filhos: Carlos (nasc. 08/04/1894), Luiza (nasc. 05/08/1895), Hermina (nasc. 09/02/1898), Maria (nasc. 08/02/1901), Rodolfo (nasc. 17/12/1902), José (nasc. 20/09/1906), Alfredo (nasc. 11/07/1910) e Erna Ema (nasc. 02/02/1912).

José Hantschel ladeado pelo vereador José Flores de Souza e Mateus Bachmann, na solenidade de doação oficial do terreno a Escola Aurora, em 1º/07/1967 (Foto: acervo de Theo U. Hantschel)


Coube a José Hantschel três áreas, uma no bairro Bela Vista, futuro Loteamento Irmãos Hantschel, outra no bairro São Pedro e a terceira, que se constituiu no atual bairro Jardim Hantschel.

Homem tranquilo, solteiro, tinha como renda a de pequeno agricultor e criador de gado, e da venda esporádica de lotes no bairro de Bela Vista.

Foi voluntário na revolução Getulista de 1930. Foi suplente de vereador em São Bento do Sul pelo então Distrito de Rio Negrinho, no quadriênio 1936/1939, cuja posse se realizou em 04/03/1937. Nesta legislatura foram vereadores titulares representantes eleitos por Rio Negrinho Roberto Buchmann, Carlos Lampe, Martim Zipperer.

Foi benemérito doador da área de terras em 1965, para construção da Escola Estadual Reunidas, situado à rua Prefeitura Hugo Fischer, que passou a ser chamada oficialmente de "Aurora Siqueira Jablonski", em 13/10/1967, e atualmente denominada Escola Básica Municipal Professora Aurora Siqueira Jablonski. Infelizmente José Hantschel veio a falecer prematuramente com 62 anos, em 12 de março de 1969.

Vista do Bairro Jardim Hantschel (fundos) a partir da rua Carlos Hantschel 
(Foto: acervo do autor do Blog)


Bairro Jardim Hantschel – Com o falecimento de José Hantschel coube aos seus irmãos e sobrinhos a posse da partilha dos seus bens. Liderados por Alfredo e André Dums Filho ficou definido que duas de suas áreas seriam implantados os futuros Loteamentos Irmãos Hantschel, situado no Bairro Bela Vista e Jardim Hantschel, que atualmente forma grande parte do Bairro Jardim Hantschel.

Vista parcial do Bairro Jardim Hantschel, em 1995 (Foto: acervo de Arlete Dums)


Este Loteamento Jardim Hantschel, que deu origem a denominação do Bairro Jardim Hantschel, possui uma área de 495 mil metros quadrados, foi fracionado em 500 parcelas, entre lotes e áreas públicas, começou a ser ocupado a partir de 1975, tendo a sua principal artéria a Avenida José Hantschel.

Na próxima edição vamos continuar a publicação de aspectos da história de nossa terra! Obrigado!