domingo, 7 de março de 2021

NOSSA HISTÓRIA: FRANCISCO KWITSCHAL, O “MALER”, NOSSO PRIMEIRO PINTOR!

Nota do Blog: Apresentamos o texto publicado originalmente na coluna "Nossa História" em 26/02/2021, na edição nº 5.361, pág. 8, do Jornal Perfil Multi de Rio Negrinho. O Administrador deste Blog, a partir de 07/08/2020, passou a integrar a equipe de colaboradores daquele jornal, na apresentação de uma coluna semanal de abordagem de aspectos históricos do nosso município.

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Nota do Autor: Texto publicado originalmente em 21/11/2012, no Blog Rio Negrinho no Passado, com base em entrevistas, realizadas em novembro de 1984, com Paulo Hatschbach, e Emilia Kwitschal Paul, netos de Francisco Kwtischal, ao servidor municipal Osmair Bail, então Diretor do Museu Municipal de Rio Negrinho, complementados com informações extraídos do Cemitério Municipal de Rio Negrinho e dos sites do Arquivo Histórico de Joinville e familysearch. Francisco Kwitschal pode ser considerado um dos primeiros pintores de nossa cidade.

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Imagem de 1915, com os casais (esq.) Francisco Kwitschal e mulher Amalie, e sua filha Amalia (atrás); Henrique Hatschbach e sua mulher Sophia, com os filhos Sophia e Paulo. (foto: acervo de Similinda Sofia H. Salomon)

Filho de Josef e de Theresia Palla, Francisco (Franz) nasceu em Reichenau, Boêmia, em 1842, imigrando para o Brasil, em julho de 1876, através do Navio Vandália, com sua esposa Amalie (então com 33 anos) e a filha Maria, então com 2 anos. Era de religião católica. Era pintor de profissão, que já exercia na Europa.

Veio acompanhado de toda a família, seu pai, Josef, já viúvo, então com 72 anos; seus irmãos Josef, então com 34 anos, casado com Barbara e sua filha, Bertha, então com 9 meses, e Carl, então com 23 anos, solteiro.

Estabeleceu-se na localidade de Lençol, em São Bento do Sul, por volta de 1879, na Estrada do Lago. Logo ao estabelecer-se sentiu o drama a adaptar-se a nova vida, ou seja, sem nenhuma experiência em trabalhar à terra, vindo a morar numa modesta palhoça feita de taquaras, que pouco tempo depois pegou fogo, queimando todos os pertences e documentos.

Para arranjar dinheiro nos primeiros tempos trabalhou na construção da Estrada Dona Francisca, onde iniciavam a jornada de trabalho às 6:00 horas da manhã e seguiam até às 18:00 horas, indo e voltando a pé de Lençol até o local de trabalho.

Trabalhou nesta obra até a Estrada encontrar o rio dos Bugres, em Rio Negrinho, isto em 1880, não deixando de fazer as plantações em seu lote de terras. A partir desta data começou a exercer a sua verdadeira profissão, a de pintor.

Suas pinturas eram de toda a natureza, principalmente quadros sacros, que estão espalhados por várias capelas e igrejas de toda a região, principalmente de São Bento do Sul e Rio Negrinho. Os mais renomados, são os quadros da Via Sacra, que estão expostos na Igreja Matriz Santo Antônio de Rio Negrinho, foram pintados por Francisco, por encomenda de José Brey, que os doou a primitiva Capela da cidade, em 1926.

Quadro de umas das estações da Via Sacra exposta na Igreja Matriz Santo Antonio de Rio Negrinho, de autoria de Francisco Kwitschal (Foto: Bibi Weick)

Além dos quadros pintava bandeiras, que eram panos nos quais eram pintados imagens de santos a serem hasteadas em festas, geralmente num galho de árvore. Os letreiros das placas de cemitério eram também de sua autoria.

Francisco residiu em Lençol até 1917, mudando-se daí para Rio Negrinho, em terras do filho Henrique, situadas onde encontra-se o Loteamento Paulo Beckert, no bairro Campo Lençol, de onde mais tarde mudou-se para a rua São Bernardo.

Aqui em Rio Negrinho continuou a exercer a sua obra, ainda não catalogada. Alguns quadros localizados recentemente, de autoria de Francisco, expostos em residências de seus descendentes, não se encontram assinados por ele, sabendo-se por tradição oral, que foram pintados por ele.

Quadro "Nossa Senhora Mãe de Jesus", de autoria de Francisco Kwitschal, pertencente a família de Adolar Pscheidt


Quadro "Sagrado Coração de Jesus", de autoria de Francisco Kwitschal, pertencente a família de Elisabeth Kwitschal Paul


Teve como filhos, Maria, nascida na Europa em 28/09/1874, casada com José Endler, e no Brasil, Henrique, nascido em 22/09/1878, e Sofia, nascida em 26/12/1880, casada com Henrique Hatschbach. Sofia e Henrique também foram moradores em Rio Negrinho, deixando aqui vários descendentes.

Francisco, faleceu em 20/02/1929, com 87 anos e sua esposa Amália, faleceu com 95 anos, 11/03/1932, e estão sepultados no Cemitério de Rio Negrinho.

Na próxima edição vamos continuar a publicação de aspectos da história de nossa terra! Obrigado!

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