quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

PONTE ENGEL, PONTE DO GIBACO OU PONTE NERY WALTRICK ?

Nota do Blog: Apresentamos o texto publicado originalmente na coluna "Nossa História" em 11/12/2020, na edição nº 5.351 (pág. 7), do Jornal Perfil Multi de Rio Negrinho. O Administrador deste Blog, a partir de 07/08/2020, passou a integrar a equipe de colaboradores daquele jornal, na apresentação de uma coluna semanal de abordagem de aspectos históricos do nosso município.

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O presente texto tem por base informações de Nery Waltrick Neto, Doralice Nunes (Nina), Maricler Nunes (Nega) e Fabio Nunes, a quem agradecemos, e em pesquisas do autor desta coluna.


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Histórico - A ponte construída sobre o rio Negrinho, entrada do Bairro Bela Vista, originalmente sem corrimão, era da altura das ruas laterais, foi conhecida como ‘Ponte do Engel”, pois tudo leva a crer, foi construída ou reconstruída por Luiz Germano Engel, proprietário da extinta Olaria Engel, para acesso a retirada do barro com acesso por um caminho, que constitui-se na atual rua Otto Dettmer.

Com a instalação do Bar do Gibaco ao lado desta ponte, a denominação popular de “Ponte do Engel” tornou-se pouco conhecida ao longo dos anos, permanecendo, porém, como “Ponte do Gibaco”.

Em virtude da precariedade da ponte de madeira, em 1965, foi construída a atual ponte em concreto, bem acima do nível anterior, para o qual a rua Carlos Hantschel foi aterrada, deixando as casas próximas a ponte, completamente desniveladas. De um lado se situava o “Casarão de Willy Werner” popularmente conhecida como "Porão do Werna", e de outro o Bar do Gibaco. 

Após a construção da nova ponte, ela foi denominada pelo Governo do Estado de SC, como “Ponte Engenheiro Nery Waltrick”, por iniciativa do então do Deputado Estadual Haroldo Ferreira, eleito pela região de Canoinhas.

Esta coluna apresenta alguns dados que procuram aclarear a figura destes 3 personagens, que foram homenageados oficial e popularmente nesta ponte. 

Luiz Germano Engel - Era empresário do ramo de olaria, com fabricação de telhas e tijolos, talvez a primeira neste ramo em nossa cidade. Segundo registros já residia em nossa cidade em 1924, e no ano 1930, atuava com olaria em Rio Negrinho. Sua olaria, atualmente extinta, situava-se na rua Willy Jung, confrontando-se com o terreno da Móveis Cimo, atualmente pertencente a Prefeitura de Rio Negrinho.

Luiz Germano Engel (esq.) na festividade do Clube de Bolão Rio Negrinho (Imagem do acervo do Arquivo Municipal de Rio Negrinho)


Nascido em São Bento do Sul, em 29/09/1902, era filho de Francisco e Anna Engel, oriundos da Alemanha. Faleceu em Rio Negrinho em 29/04/1961 e está enterrado em nossa cidade. Foi casado com Bárbara Engel, filha de Francisco e Hanna Hannusch, oriunda de São Bento do Sul, e tiveram como filhos: Haroldo, Francisco Orlando, Iris, Herbert e Donaldo Engel. Além de empresário, foi bolonista do Clube de Bolão Rio Negrinho. Foi Vereador em nossa na primeira legislatura, entre 1954 e 1958.

Joaquim Nunes – Gibaco - Joaquim Nunes, era natural de Rodeio-SC, nascido em 16/06/1917, filho de Bonifácio Manoel Nunes e de Josefa Nunes. Se estabeleceu em Rio Negrinho, em meados da década de 1930, quando foi pensionista de Martha Scholz da Luz, onde conheceu a sua futura esposa Alice da Luz, e tiveram 05 filhos: Osmail Joaquim (Ia), Osnir (Nico), Maricler (Nega), Osmar (Nêne) e Ortiz José (Teleco). Trabalhou na Móveis Cimo, até o final da década de 1960, onde chegou na função de encarregado de setor.

Joaquim Nunes (Gibaco) e Alice da Luz (foto acervo Doralice Nunes – Nina)


Gibaco em companhia de sua esposa Alice criaram ao final da década de 1950 ao lado ponte do “Engel” um pequeno bar, denominado Bar União, mais conhecido por Bar do Gibaco, onde mais tarde ofereceu jogos de sinuca e pebolim, onde atuaram até o final da década de 1970, quando se mudaram numa curta temporada para a cidade de Mafra.

Dona Alice, mulher batalhadora, junto a sua residência, manteve por boa temporada uma pequena pensão. Era filha de Getulio da Luz e de Martha Scholz, nascida em 25/06/1922, veio a falecer prematuramente Rio Negrinho a 07/03/1972. Joaquim Nunes (Gibaco) veio a falecer em 27/07/1997, em Rio Negrinho. O casal encontra-se enterrado no cemitério de nossa cidade.

Através de sucessão familiar, o Bar União passou para a posse de Osnir Nunes (Nico), que em companhia da esposa Doralice (Nina), permaneceram com o bar, lanchonete e jogos até 1997. E a partir desta data, quem assumiu os negócios, foi Fábio Nunes, um dos netos, atualmente com restaurante, com a denominação atual de Arte Caseira Restaurante.

Nery Waltrick - Nascido no dia 16/06/1916, em Lages-SC, Nery Waltrick é filho de Luiz de Oliveira Waltrick e Maria Leopoldina Ribeiro Waltrick. Tinha como profissão a de engenheiro geógrafo. Era servidor Departamento de Estradas e Rodagens – DER/SC.

Engenheiro Nery Waltrick (Imagem do acervo de Nery Waltrick Neto)


Foi casado com Filomena Bojarski Waltrick e teve 03 filhos. Faleceu em 09/06/1965 no percurso da Estrada Mafra e Canoinhas, vítima de infarto fulminante. Encontra-se sepultado em Canoinhas-SC. Além da homenagem da denominação da ponte em Rio Negrinho, na cidade de Canoinhas estabeleceu uma rua com o seu nome.

Na próxima edição continuaremos a tratar de aspectos da história de nossa terra! Obrigado!

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