Genericamente, algumas passagens
históricas de Rio Negrinho nos apresentam a família Cardoso como sendo o “primeiro
dono de nossa região” ou, ainda, juntamente com os “Oliveira Franco”
como sendo as primeiras famílias a terem ocupado vastas área de nossas terras.
Também, nos é apresentada como dona
de um vasto latifúndio no qual as suas divisas são apresentadas como por “entre
o Rio dos Bugres, o Rio Preto, a Estrada Dona Francisca e seguindo a direção
sul do município até além das nascentes do Rio Preto”. E, que, nos
primórdios do século XX, essas terras foram vendidas a Bernardo Olsen,
comerciante e açougueiro em Lençol, e, que, ao fecharem o negócio essa família,
além de saldar as dívidas no comércio de Bernardo Olsen, ainda recebeu um saco
de farinha e o terreno estava pago.
Neste terreno adquirido por
Bernardo Olsen, foi construída a “estrada Colônia Olsen, respectivo São
Pedro, construída em 1905-1906 pelo colonizador Bernardo Olsen e os nossos
lavradores que localizou no terreno de 2000 alqueires que havia adquirido do
fazendeiro Antonio Cardoso...”. (Rio Negrinho Que Eu Conheci, págs. 58, 66
e 177; e, História de Rio Negrinho, págs. 12 e 44)
Teria sido a família Cardoso a
primeira proprietária de nossas terras?
Como já vimos anteriormente nesta
coluna NOSSA HISTÓRIA, ao nosso ver, está muito claro, que o primeiro
proprietário de nossas terras foi Manoel de Oliveira Franco – Brigadeiro Franco
-, descobertas em 1849, e, registradas em 1856, através de documento lavrado em
São José dos Pinhais-PR.
A vastidão das terras de Franco
compreendia boa parte territorial de Rio Negrinho e parte das terras de São
Bento do Sul, posteriormente, estas foram reduzidas, com a implantação da
Colônia São Bento, com o dote da Princesa Isabel e, ainda, outra parte,
destinada ao Governo Imperial. A Franco
restou 5 léguas quadradas, que compreendia entre o rio dos Bugres e as
proximidades do rio da Serra.
Esses novos ocupantes, a partir de
1882, em sua grande maioria, são migrantes brasileiros vindos do Paraná, nos
moldes da colonização de Campo Alegre.
A colonização européia em nossas terras só começa aparecer fortemente a partir
dos primórdios do século XX.
Dentre essas famílias de migrantes destacamos
com sobrenomes bem brasileiros como Massaneiro, Carvalho, Castilho, Carneiro,
Cruz, Rodrigues, Martins, Pereira; e, dentre essas famílias aparece em 1883,
uma que em especial é o foco deste nosso estudo, a família de Antonio Cardozo
Leal.
Antonio Cardozo Leal, cremos ser de
origem paranaense, não se descobrindo até a presente data e onde foi o seu
nascimento, e, nem quem foram os seus pais, estimando-se o seu nascimento por
volta de 1840. Cremos que sua profissão era agrimensor.
Teve 5 filhos, num relacionamento
com Maria Leal, em união estável: Irineo, nascido em Curitiba em novembro de
1869; Anna Maria, nascida em Iguassú, em agosto de 1872; Francisco, nascido em
Curitiba, em junho de 1875; Luciana Maria, nascida em 07/05/1877, em Curitiba;
e, Guilherme, nascido em abril de 1881, em Curitiba.
Faleceu em Rio Negrinho, por volta
de 1915 (óbito deve ter ocorrido entre julho de 1915 e junho de 1916), e, supomos
que esteja sepultado no cemitério da Colônia Olsen.
As suas filhas - Anna Maria e
Luciana Maria - foram casadas com Serapião e Possidônio, respectivamente,
filhos do pioneiro Antonio Ferreira de Lima.
O primeiro registro encontrado de
Antonio Cardozo Leal em nossa região foi em 1883, com o óbito de sua mulher,
sepultada no Cemitério do Lençol, e, já, posteriormente em 1884, encontramos o
registro como padrinho de batismo em companhia de sua filha Anna Maria, dados como
moradores do Rio Preto. A partir desta data mais de 10 registros de batismo e
de casamento são encontrados, mas, dado a exiguidade do espaço dessa coluna,
deixamos de relacioná-los.
Na próxima edição, continuaremos analisando o personagem Antonio Cardozo Leal, sempre mencionado como um dos nossos primeiros grandes proprietários das terras de Rio Negrinho! Obrigado!
Nenhum comentário:
Postar um comentário