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sexta-feira, 25 de setembro de 2020

NOSSA HISTÓRIA: CAPITÃO ANTONIO CARDOZO LEAL (2)

 Nota do Blog: Apresentamos o texto publicado originalmente na coluna "Nossa História" em 25/09/2020, na edição nº 5.340 (pág. 7), do Jornal Perfil Multi de Rio Negrinho. O administrador deste Blog, a partir de 07/08/2020, passou a integrar a equipe de colaboradores deste jornal, na apresentação de uma coluna semanal de abordagem de aspectos históricos do nosso município.

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Reprodução parcial da coluna "Nossa História" de 25/09/2020 do Jornal Perfil Multi

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Teria havido nos primórdios de Rio Negrinho uma família Cardoso, como sendo uma grande proprietária de nossas terras? Vamos continuar a tratar desta matéria.

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Como se deu a divisão das terras de Antonio Cardozo Leal?

Desse enorme latifúndio inicial foi dividido em 3 parcelas. A primeira foi vendida Jacob Stefanes, que as regularizou em 1903, e posteriormente as vendeu, a Adolfo Olsen. A segunda parcela, já regularizada, em 1903, junto ao Governo Estadual, com uma área de 37,5 milhões de metros quadrados, foi vendida ao “colonizador Bernardo Olsen”, que as revendeu em lotes rurais, constituindo-se na Colônia Olsen. Para acesso a esse loteamento rural foi “construída em 1905-1906” a Estrada Colônia Olsen. (Livro 100 Anos da Guerra do Contestado, pág. 173; e, Livro Rio Negrinho Que Eu Conheci, pág. 177).

     Possidonio Ferreira de Lima - *05/06/1869    + 02/01/1950

                                

Luciana Maria Leal - *12/12/1876  +25/06/1960

Dessa enorme gleba de terras, restou uma terceira área, destinada aos seus descendentes, a sua filha Luciana Maria, casada com Possidônio Ferreira de Lima, com aproximadamente 110 alqueires, localizada próximo ao cemitério da Colônia Olsen, entre o “Arroio das Caveiras” e o “Rio Casa de Pedra”, onde parte de seus descendentes, até hoje mantem esta propriedade.

Registro do livro das vendas do comércio de Bernardo Olsen em favor de Antonio Cardozo Leal de 10/09/1903 (Acervo do Arquivo Histórico de Rio Negrinho)


No Arquivo Histórico de Rio Negrinho encontramos vários registros de vendas e de transações comerciais envolvendo Antonio Cardozo Leal e Bernardo Olsen, nos quais num deles é apresentado inclusive com o título honorífico de Capitão Antonio Cardozo Leal.

Registro do pagamento do imposto sobre venda da parte das terras do Capitão Antonio Cardozo Leal de 19/02/1903 (Acervo do Arquivo Histórico de Rio Negrinho)


Na próxima edição, vamos tratar da vinda dos primeiros imigrantes de língua europeia a Rio Negrinho! Obrigado!

sexta-feira, 18 de setembro de 2020

NOSSA HISTÓRIA: CAPITÃO ANTONIO CARDOZO LEAL (1)

Nota do Blog: Apresentamos o texto publicado originalmente na coluna "Nossa História" em 18/09/2020, na edição nº 5.339 (pág. 7), do Jornal Perfil Multi de Rio Negrinho. O administrador deste Blog, a partir de 07/08/2020, passou a integrar a equipe de colaboradores deste jornal, na apresentação de uma coluna semanal de abordagem de aspectos históricos do nosso município.

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Reprodução parcial da coluna "Nossa História" de 18/09/2020 do Jornal Perfil Multi

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Teria havido nos primórdios de Rio Negrinho uma família Cardoso, como uma grande proprietária de nossas terras? Vamos tratar desta matéria.

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 Introdução

Genericamente, algumas passagens históricas de Rio Negrinho nos apresentam a família Cardoso como sendo o “primeiro dono de nossa região” ou, ainda, juntamente com os “Oliveira Franco” como sendo as primeiras famílias a terem ocupado vastas área de nossas terras.

Também, nos é apresentada como dona de um vasto latifúndio no qual as suas divisas são apresentadas como por “entre o Rio dos Bugres, o Rio Preto, a Estrada Dona Francisca e seguindo a direção sul do município até além das nascentes do Rio Preto”. E, que, nos primórdios do século XX, essas terras foram vendidas a Bernardo Olsen, comerciante e açougueiro em Lençol, e, que, ao fecharem o negócio essa família, além de saldar as dívidas no comércio de Bernardo Olsen, ainda recebeu um saco de farinha e o terreno estava pago.

Neste terreno adquirido por Bernardo Olsen, foi construída a “estrada Colônia Olsen, respectivo São Pedro, construída em 1905-1906 pelo colonizador Bernardo Olsen e os nossos lavradores que localizou no terreno de 2000 alqueires que havia adquirido do fazendeiro Antonio Cardoso...”. (Rio Negrinho Que Eu Conheci, págs. 58, 66 e 177; e, História de Rio Negrinho, págs. 12 e 44)

Teria sido a família Cardoso a primeira proprietária de nossas terras?

Como já vimos anteriormente nesta coluna NOSSA HISTÓRIA, ao nosso ver, está muito claro, que o primeiro proprietário de nossas terras foi Manoel de Oliveira Franco – Brigadeiro Franco -, descobertas em 1849, e, registradas em 1856, através de documento lavrado em São José dos Pinhais-PR.

A vastidão das terras de Franco compreendia boa parte territorial de Rio Negrinho e parte das terras de São Bento do Sul, posteriormente, estas foram reduzidas, com a implantação da Colônia São Bento, com o dote da Princesa Isabel e, ainda, outra parte, destinada ao Governo Imperial.  A Franco restou 5 léguas quadradas, que compreendia entre o rio dos Bugres e as proximidades do rio da Serra.

 A família Cardoso seria dona de um vasto latifúndio em nosso município?

Com a retomada da construção da imperial Estrada Dona Francisca, em 1880, gradativamente começa uma verdadeira “ocupação” das terras entre o rio dos Bugres e o Rio Preto, e entre o rio Negro até parte sul de nosso município, ao qual podemos denominar como a “Colonização do Rio Preto”.

Esses novos ocupantes, a partir de 1882, em sua grande maioria, são migrantes brasileiros vindos do Paraná, nos moldes da colonização de Campo Alegre. A colonização européia em nossas terras só começa aparecer fortemente a partir dos primórdios do século XX.

Dentre essas famílias de migrantes destacamos com sobrenomes bem brasileiros como Massaneiro, Carvalho, Castilho, Carneiro, Cruz, Rodrigues, Martins, Pereira; e, dentre essas famílias aparece em 1883, uma que em especial é o foco deste nosso estudo, a família de Antonio Cardozo Leal.

Antonio Cardozo Leal, cremos ser de origem paranaense, não se descobrindo até a presente data e onde foi o seu nascimento, e, nem quem foram os seus pais, estimando-se o seu nascimento por volta de 1840. Cremos que sua profissão era agrimensor.

Teve 5 filhos, num relacionamento com Maria Leal, em união estável: Irineo, nascido em Curitiba em novembro de 1869; Anna Maria, nascida em Iguassú, em agosto de 1872; Francisco, nascido em Curitiba, em junho de 1875; Luciana Maria, nascida em 07/05/1877, em Curitiba; e, Guilherme, nascido em abril de 1881, em Curitiba.

Faleceu em Rio Negrinho, por volta de 1915 (óbito deve ter ocorrido entre julho de 1915 e junho de 1916), e, supomos que esteja sepultado no cemitério da Colônia Olsen.

As suas filhas - Anna Maria e Luciana Maria - foram casadas com Serapião e Possidônio, respectivamente, filhos do pioneiro Antonio Ferreira de Lima.

O primeiro registro encontrado de Antonio Cardozo Leal em nossa região foi em 1883, com o óbito de sua mulher, sepultada no Cemitério do Lençol, e, já, posteriormente em 1884, encontramos o registro como padrinho de batismo em companhia de sua filha Anna Maria, dados como moradores do Rio Preto. A partir desta data mais de 10 registros de batismo e de casamento são encontrados, mas, dado a exiguidade do espaço dessa coluna, deixamos de relacioná-los.

Reprodução do registro de batismo celebrado em 28/04/1884, na Capela de São Bento, nos quais são padrinhos Antonio Cardozo Leal e sua filha Anna Maria

A residência de Antonio Cardozo Leal era situada na estrada do cemitério da Colônia Olsen, nas proximidades do Rio Casa de Pedra. Adquiriu por apossamento uma grande gleba de terras, numa faixa entre o Rio dos Bugres e o Rio Preto, situadas do lado esquerdo da Estrada Dona Francisca, sentido Rio Negrinho/Mafra, seguindo a direção sul do município até as divisas da localidade de Queimados, com a área de 56 milhões de metros quadrados, regularizadas ao início do século XX.

Na próxima edição, continuaremos analisando o personagem Antonio Cardozo Leal,  sempre mencionado como um dos nossos primeiros grandes proprietários das terras de Rio Negrinho! Obrigado!

sexta-feira, 11 de setembro de 2020

QUEM FORAM E ONDE SE INSTALARAM OS NOSSOS PRIMEIROS MORADORES? QUEM FOI O PRIMEIRO RIO-NEGRINHENSE REGISTRADO?

 Nota do BlogApresentamos o texto publicado originalmente na coluna "Nossa História" em 11/09/2020, na edição nº 5.338 (pág. 7), do Jornal Perfil Multi de Rio Negrinho. O administrador deste Blog, a partir de 07/08/2020, passou a integrar a equipe de colaboradores deste jornal, na apresentação de uma coluna semanal de abordagem de aspectos históricos do nosso município.

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Reprodução parcial da coluna "Nossa História" de 11/09/2020 do Jornal Perfil Multi

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Vamos apresentar alguns de nossos pioneiros e, ainda, quem foi o nosso primeiro rio-negrinhense registrado.

QUEM FORAM OS NOSSOS PRIMEIROS MORADORES?

Todos os escritos de nossa história aceitam comumente como os nossos primeiros moradores, a mando do Brigadeiro Franco, considerados nossos pioneiros, as famílias de Mathias Simões de Oliveira, Gabriel Simões de Oliveira, Antonio Ferreira de Lima e Amaro Carvalho Machado.

As famílias de Mathias Simões de Oliveira, Gabriel Simões de Oliveira e Antonio Ferreira de Lima são oriundas de São José dos Pinhais, e a família de Amaro Carvalho Machado é oriunda de Rio Negro.

Nossas pesquisas, apontam que a vinda dos primeiros moradores, ocorreram a partir do primeiro trimestre de 1874, com a vinda dos familiares dos irmãos Mathias e Gabriel (Gravi) Simões de Oliveira; e, entre 06 de agosto de o começo de mês de setembro daquele ano, a vinda do pioneiro Antonio Ferreira de Lima. Quanto ao pioneiro Amaro Carvalho Machado, genro do pioneiro Gravi, acreditamos que sua vinda somente ocorreu, somente, entre os anos de 1875 e 1877.

Assim se compunham essas famílias pioneiras:

Mathias Simões de Oliveira – foi nascido em 04/03/1831, em São José dos Pinhais, faleceu em Rio Negrinho, a 10/09/1916, e, encontra-se enterrado no Cemitério do Lençol. Foi casado em Curitiba a 17/04/1849, com Bernardina Maria de Almeida, nascida em 1829 e falecida em Curitiba a 19/02/1874.  Dos 10 filhos nascidos no Paraná, apenas uma não migrou a Rio Negrinho.

Gabriel Simões de Oliveira – (conhecido como Gravi) foi nascido em 1817, em São José dos Pinhais, faleceu a 18/05/1913 em Rio Negrinho. Foi casado com Maria Joaquina Moreira, com 9 filhos, todos nascidos no Paraná, dos quais, apenas 4 migraram a Rio Negrinho.

Antonio Ferreira de Lima – foi nascido em 1840, em São José dos Pinhais, e, lá casou-se em 11/12/1860, com Maria Evangelista de Faria, nascida em 1845 e falecida em Rio Negrinho a 14/07/1911.  Antonio Ferreira de Lima faleceu em Rio Negrinho, entre abril/maio de 1883, vítima de emboscada dos indígenas. O casal migrou com 8 filhos e aqui em Rio Negrinho nasceu mais 4 filhos.

Amaro Carvalho Machado – também conhecido como Amaro Carvalho, e, ainda, como Amaro Carvalho de Oliveira, foi nascido em 1834, na cidade de Campo Tenente, casou-se com Brandina Simões de Oliveira, filha do pioneiro Gabriel e falecido no interior de Mafra, em 1924.  O casal migrou com 8 filhos e aqui em Rio Negrinho nasceu mais 3 filhos.

ONDE SE INSTALARAM OS NOSSOS PRIMEIROS MORADORES?

Se o objetivo primordial dos primeiros moradores era “vigiar” as terras do Brigadeiro Franco, obviamente, eles, se estabeleceram numa região estrategicamente próxima as divisas das terras da Colônia São Bento. Neste sentido duas localidades são mencionadas nos registros dos nossos primeiros moradores, a de Lençol e de Campo do Lençol.

Segundo a posição geográfica, até hoje adotada pelos moradores, salvo melhor entendimento, Lençol é a região situada na margem esquerda do rio Serrinha (também conhecido como rio da Serra), e, Campo Lençol é a região situada, na margem direita do mencionado rio Serrinha.

 QUEM FOI O PRIMEIRO RIO-NEGRINHENSE REGISTRADO?

Reprodução do registro de batismo de Guilherme Sant’Anna de Oliveira da Igreja Matriz São Francisco Xavier de Joinville, celebrado em 02/07/1874


O registro de nascimento daquele que podemos considerar o nosso primeiro rio-negrinhense foi de Guilherme Sant’Anna de Oliveira, filho de José Sant’Anna de Oliveira e de Rosa Ferreira do Rosário, nascido em 27/03/1874, na localidade de Campo Lençol. Foi batizado na Igreja São Francisco Xavier, em Joinville, em 02/07/1874.

José Santana de Oliveira, era nascido em 1850, em São José dos Pinhais, e filho do pioneiro Gabriel Simões de Oliveira. Certamente, veio com a leva dos primeiros moradores mandados pelo Brigadeiro Franco.

Na próxima edição, vamos tratar de Antonio Cardozo Leal, personagem sempre mencionado como um dos nossos primeiros grandes proprietários das terras de Rio Negrinho! Obrigado!

sexta-feira, 4 de setembro de 2020

O ESTABELECIMENTO DOS NOSSOS PRIMEIROS MORADORES EM RIO NEGRINHO

 Nota do BlogApresentamos o texto publicado originalmente na coluna "Nossa História" em 04/09/2020, na edição nº 5.337 (pág. 7), do Jornal Perfil Multi de Rio Negrinho. O administrador deste Blog, a partir de 07/08/2020, passou a integrar a equipe de colaboradores deste jornal, na apresentação de uma coluna semanal de abordagem de aspectos históricos do nosso município.

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Reprodução parcial da coluna "Nossa História" de 04/09/2020 do Jornal Perfil Multi


Até a presente data não foi encontrada uma data que se possa afirmar do estabelecimento dos primeiros moradores em Rio Negrinho. Assunto bastante controverso e polêmico, pois, implica, eventualmente, numa discussão na fixação na data comemorativa da fundação de nosso município. Vamos tratar desta matéria.

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Nossos registros históricos sempre fizeram menção aos primeiros moradores como oriundos de São José dos Pinhais a Rio Negrinho em 1875” ou “por volta de 1875”, a mando de Manoel de Oliveira Franco, para “vigiarem” as suas terras. Também esses registros apontam como primeiros moradores as famílias dos irmãos Mathias e Gabriel Simões de Oliveira, Antonio Ferreira de Lima e de Amaro Carvalho.

O principal motivo para o Brigadeiro Franco mandar os “capatazes com a finalidade de vigiarem a terrasituada a oeste da Colônia de São Bento, foi o estabelecimento dos primeiros imigrantes na Colônia de São Bento, a partir de 23 de setembro de 1873. Obviamente, haveria um segundo motivo, que era a construção da Estrada Dona Francisca, que fatalmente atrairia os olhares e a cobiça dos migrantes brasileiros oriundos do Paraná e de outros aventureiros, sobre sua vasta área de terras.

A preocupação com os limites dos lotes da Colônia São Bento era real, fruto que as terras vendidas aos colonos em algumas regiões não estavam bem definidas, pois, o Governo da Província do Paraná, já havia titulados essas terras, ou por simples invasão de migrantes nacionais.

Essas preocupações estão expressas por Josef Zipperer Senior no livro “SÃO BENTO NO PASSADO” (págs. 43/44): “As divisas das terras de colonização não estavam,  totalmente, demarcadas, e, em breve, surgiram desinteligências com os vizinhos, proprietários das terras que limitavam com as da Cia. Colonizadora”.

“O maior confrontante era o sr. Maneco Franco, que veio com um agrimensor, de nome Ochs, (ou Ox), acampando à margem do Rio São Bento, no cruzamento deste com a estrada Dona Francisca, para fazer uma melhor demarcação das terras em litígio”.

Essas divisas, pouco mais tarde foram abertas, por assim se expressa Zipperer, no mencionado livro (Idem, pág. 24): “Sob a direção do engenheiro Alberto Kröhne, uma grande turma nossa, integrada também por mim, foi abrir uma extensa picada, rumo ao Sul, como divisa das terras da Cia. Colonizadora”. “O ponto de partida foi onde hoje se ergue a localidade de Lençol e de lá, no rumo citado, abrimos a referida e larga picada”.

Nota-se o clima de insegurança de invasão nas terras do Brigadeiro Franco como maior confrontante, em mais de 20 quilômetros de extensão com terrenos confinantes da Colônia São Bento. Esse clima de insegurança, fez com que Franco viesse pessoalmente a Colônia São Bento, trazendo o seu agrimensor, para “fazer uma melhor demarcação das terras em litígio”. Certamente que nessa vinda de Franco tenha tomado a decisão de mandar os seus prepostos para “vigiarem” as suas terras.

Infelizmente Josef Zipperer Senior nas suas memórias transcritas no livro “SÃO BENTO NO PASSADO” não citou a data da vinda de Franco, mas, pela descrição deduz-se que foi ao final de 1873, ou, no início de 1874, logo a seguir da vinda dos primeiros imigrantes europeus, em 23/09/1873, na Colônia São Bento.

Dentro desta análise é perfeitamente deduzível, que os nossos primeiros moradores tenham vindo para assegurar a posse das terras de Franco tenham aqui se estabelecido muito antes que 1875, pois, certamente as assertivas “em 1875” ou “por volta de 1875”, são oriundas da tradição oral, transpostas nos escritos ora existentes.

Muito mais, pois, se o objetivo era assegurar a posse de suas terras, o mais prudente por parte do Brigadeiro Franco, seria o envio urgente de prepostos logo após a chegada dos primeiros imigrantes alemães em 23/09/1873,  e não aguardar, quase dois anos para se estabelecer moradores para “vigiarem” suas terras. Assim, o envio ainda em 1874, foi uma resposta urgente, para o início da vigilância de suas terras.

Em recentes pesquisas, encontramos alguns documentos, que vem corroborar com essa hipótese:

1– José Santana de Oliveira, um dos filhos de Gabriel Simões de Oliveira, batizou um filho (Guilherme), em 02/07/1874, na Igreja São Francisco Xavier de Joinville, nascido em 27/03/1874, e se declarou como morador no Campo do Lençol. A Colônia de São Bento era subordinada e atendida religiosamente por Joinville, sendo, que, os primeiros atendimentos presenciais pelos sacerdotes joinvillenses ocorreram somente a partir de março de 1876, obrigando os imigrantes, na busca dos batismos e casamentos,  a se deslocarem-se a Joinville;

2– O pioneiro Antonio Ferreira de Lima batizou a sua filha Francisca, na paróquia de São José dos Pinhais em 06/08/1874, e na mesma data, foi padrinho de batismo de um afilhado; posteriormente, após um mês, em 14/09/1874, é testemunha de um casamento na Igreja de Joinville, supondo-se com isso, que o mencionado pioneiro, já teria se transferido para Rio Negrinho, entre agosto e setembro de 1874.

3– A primeira leva de colonos pela Cia. Colonizadora em 1873 se deu na margem direita do rio São Bento e somente em 1874, com a vinda de outras levas de colonos, houve a ocupação dos lotes à margem esquerda do rio São Bento, portanto, próximo da linha divisória com as terras de Franco.

4- O ex-prefeito municipal e pesquisador histórico Nivaldo Simões de Oliveira, em seu livro “Raízes da Comunidade” sustenta a tese, a de que os primeiros moradores a mando do Brigadeiro Franco, vieram em 15/03/1874, trazendo como prova uma velha caderneta de anotações, pertencente ao pioneiro Mathias Simões de Oliveira, que, infelizmente, foi destruída, com grande parte do seu acervo, nas desastrosas enchentes de maio de 1983.

Diante destes fatos, é plausível, que a vinda dos primeiros moradores, possa ter ocorrido já a partir do primeiro trimestre de 1874, com a vinda dos familiares dos irmãos Mathias e Gabriel Simões de Oliveira; e, entre 06 de agosto de o começo de mês de setembro daquele ano, a vinda do pioneiro Antonio Ferreira de Lima. Quanto ao pioneiro Amaro Carvalho Machado, genro do pioneiro Gravi, pelos registros encontrados, acreditamos que sua vinda somente ocorreu entre os anos de 1875 e de 1877.

Na próxima edição, vamos tratar de quem eram e onde se instalaram os nossos primeiros moradores? Quem foi o primeiro rio-negrinhense registrado? Obrigado!