Nota do Blog: O Governo Estadual homenageou em nossa cidade
de Rio Negrinho oficialmente com a denominação de um próprio
público, através de uma ponte sobre o rio Negrinho, a um ilustre lageano e
morador da cidade de Canoinhas. Trata-se do engenheiro Nery Waltrick.
Porém,
popularmente, esta ponte já foi conhecida por ‘Ponte do Engel” e, ainda, até a
presente data, conhecida como “Ponte do Gibaco”.
Este Blog apresenta dados que procuram aclarear
quem foram estes três personagens, que foram homenageados oficial e
popularmente esta ponte, porta de entrada do Bairro Bela Vista, em nossa
cidade.
O presente texto tem por base informações de Nery Waltrick Neto, Doralice Nunes (Nina), Maricler Nunes (Nega) e Fabio Nunes, a quem agradecemos, e em pesquisas do autor deste
Blog.
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Engenheiro Nery Waltrick (Imagem do acervo de Nery Waltrick Neto)
Quem foi Nery Waltrick? – Nascido no dia 16
de junho de 1916, na cidade de Lages, em Santa Catarina, Nery Waltrick é filho de Luiz
de Oliveira Waltrick e Maria Leopoldina Ribeiro Waltrick. Tinha como
profissão a de engenheiro geógrafo. Era servidor Departamento de Estradas e Rodagens
– DER/SC.
Título Eleitoral do engenheiro Nery Waltrick (Imagem do acervo de Nery Waltrick Neto)
Foi casado com Filomena Bojarski Waltrick e teve 03 filhos. Faleceu em
09/06/1965 no percurso da Estrada Mafra e Canoinhas, vítima de infarto
fulminante. Encontra-se sepultado em Canoinhas-SC.
Placa indicativa da via Nery Waltrick na cidade de Canoinhas-SC (Imagem extraída de Rede Social)
Em sua homenagem a cidade de Canoinhas estabeleceu uma rua com o seu nome. Em Rio Negrinho a ponte mais conhecida como “Ponte do
Engel” ou “Ponte do Gibaco”, após a construção da nova ponte em 1965, foi
denominada pelo Governo do Estado de SC, através da Lei nº 3.724, de
18/11/1965, como “Ponte Engenheiro Nery Waltrick”. Esta iniciativa da
denominação desta ponte partiu do então do Deputado Estadual Haroldo Ferreira.
Haroldo Ferreira foi eleito pela região de Canoinhas.
“Ponte do Engel” ou “Ponte do
Gibaco” – A ponte construída sobre o rio Negrinho, entrada do Bairro Bela
Vista, antes de sua denominação oficial em 1965 de “Engenheiro Nery Waltrick” era
primeiramente conhecida como ‘Ponte do Engel”, pois tudo leva a crer, foi
construída ou reconstruída por Luiz Germano Engel, proprietário da extinta
Olaria Engel, para acesso a retirada do barro com acesso por um caminho, que
constitui-se a atual rua Otto Dettmer. A lagoa ao final da rua Otto Dettmer se
originou da retirada do barro para fabricação de tijolos e telhas daquele
terreno. A ponte originalmente era da altura das ruas laterais e sem corrimão.
"Ponte do Engel" ou "Ponte do Gibaco" no início da década de 1960, onde se vê sobre a ponte os irmãos Lidia, Edeltraut e Alfredo Werner, e aos fundos vê-se o estoque de madeiras empilhadas, no pátio da antiga Móveis Cimo (Imagem do acervo de Alfredo Werner - Fedo)
Mais tarde com a construção na nova
ponte (1965), a rua Carlos Hantschel foi aterrada, deixando as casas próximas a
ponte, completamente desniveladas. De um lado se situava o “Casarão de Willy Werner” popularmente conhecida como "Porão do Werna", e de outro o Bar do Gibaco.
Nova "Ponte do Engel" ou "Ponte do Gibaco" no final da década de 1960, onde se vê sobre a ponte a família Werner, a partir da esq. Lina, Guilherme (Willy), Edeltraut, Lidia e Alfredo Werner, e aos fundos, vê-se o Casarão de Willy Werner, atual Praça (Imagem do acervo de Alfredo Werner - Fedo)
Com a instalação do Bar do Gibaco ao lado da ponte,
a denominação popular de “Ponte do Engel” tornou-se pouco conhecida ao longo
dos anos, permanecendo, porém, como “Ponte do Gibaco”.
Quem foi Luiz Germano Engel? – Foi
empresário do ramo de olaria, com fabricação de telhas e tijolos, talvez a
primeira neste ramo em nossa cidade. Segundo registros encontrados, em 1924 já
residia em nossa cidade e no ano 1930, atuava com olaria em Rio Negrinho. Nascido
em São Bento do Sul, em 29/09/1902, era filho de Francisco e Anna Engel,
oriundos da Alemanha. Faleceu em Rio Negrinho em 29/04/1961 e está enterrado em nossa cidade.
Luiz Germano Engel (Imagem do extraída do site da Câmara de Vereadores de Rio Negrinho)
Foi casado com Bárbara Engel, filha de Francisco e Hanna
Hannusch, oriunda de São Bento do Sul, e tiveram como filhos: Haroldo,
Francisco Orlando, Iris, Herbert e Donaldo Engel.
Além de empresário, foi bolonista
do Clube de Bolão Rio Negrinho. Foi Vereador em nossa na primeira legislatura,
entre 1954 e 1958.
Luiz Germano Engel (esq.) na festividade do Clube de Bolão Rio Negrinho (Imagem do acervo do Arquivo Municipal de Rio Negrinho)
Sua olaria, atualmente extinta,
situava-se na rua Willy Jung, confrontando-se com o terreno da Móveis Cimo,
atualmente pertencente a Prefeitura de Rio Negrinho.
Quem foi Joaquim Nunes, mais
conhecido por Gibaco? – Toda a cidade tem as suas figuras
típicas e Rio Negrinho não é diferente. Dentre as figuras típicas que marcaram nossa
cidade, temos a destacar Joaquim Nunes, mas conhecido simplesmente pelo
apelido de “Gibaco”.
Qual o significado da palavra Gibaco?
Não encontramos no dicionário da língua portuguesa o significado desta alcunha.
A própria filha Maricler, não sabe o significado e nem o porquê deste apelido.
Muito parecido com o artista
Teixeirinha, sempre usando um impecável terno branco, procurava disfarçar a sua altura
com sapatos com uma plataforma bem acima do normal, que aumentava bem a sua
altura.
Joaquim Nunes (Gibaco) e sua esposa Alice da Luz (Imagem do acervo do Doralice Nunes - Nina)
Foi “professor” iniciante de sinuca de muitos
jovens no seu bar, no qual me incluo. Quem não lembra das disputas bem humoradas de sinuca entre Gibaco, o Zé Gateiro ou do Zé Lauro, lá nos idos da década de 1960.
Joaquim Nunes era natural de Rodeio-SC,
nascido em 16/06/1917, filho de Bonifácio Manoel Nunes e de Josefa Nunes. Se
estabeleceu em Rio Negrinho, em meados da década de 1930, quando foi
pensionista de Martha Scholz da Luz, onde conheceu a sua futura esposa Alice da
Luz, e tiveram 05 filhos: Osmail Joaquim (Ia), Osnir (Nico), Maricler (Nega),
Osmar (Nêne) e Ortiz José (Teleco).
Trabalhou na Móveis Cimo, até o
final da década de 1960, onde chegou na função de encarregado de setor.
Albrech Ittner (Valta Broda), Joaquim Nunes (Gibaco), Vagemiro Jablonski (Ládio) e Luiz Cavalheiro de Almeida (Camiseta) (Imagem do acervo do Doralice Nunes - Nina)
Gibaco em companhia de sua esposa Alice
criaram ao final da década de 1950 ao lado ponte do “Engel” um pequeno bar, denominado
Bar União, mais tarde também com jogos de sinuca e pebolim, onde atuaram até o
final da década de 1970, quando se mudaram numa curta temporada para a cidade
de Mafra.
Dona Alice como era conhecida, mulher
batalhadora, que junto a sua residência, manteve por boa temporada uma pequena
pensão, era filha de Getulio da Luz e de Martha Scholz, nascida em 25/06/1922,
veio a falecer prematuramente Rio Negrinho a 07/03/1972, e encontra-se
enterrada no cemitério de nossa cidade. Joaquim Nunes (Gibaco) veio a falecer
em 27/07/1997, em Rio Negrinho, e encontra-se enterrado no cemitério de nossa
cidade
Nesta época o Bar União passou para
a propriedade de Osnir Nunes (Nico), um dos filhos do casal. Nico em companhia
da esposa Doralice (Nina), permaneceram com o bar, lanchonete e jogos até 1997.
Doralice (Nina) e Osnir Nunes (Nico) (Imagem do acervo do Doralice Nunes - Nina)
Fábio Nunes (Imagem extraída das Redes Sociais)
Em virtude da doença de Osnir (Nico)
quem assumiu os negócios a partir de 1997, foi Fábio Nunes, um dos filhos do
casal, transformando o ramo de atuação para bar e lanchonete, agora com a
denominação de Bar e Lanchonete do Nico, transformado mais tarde em restaurante,
com a denominação atual de Arte Caseira Restaurante, até a presente data.
Quem teve a honra de conhecer estas pessoas, só tem como elogiar a simpatia e o carinho com que sempre nos trataram.
ResponderExcluirA ponte pode se chamar Nery Waltrick Neto, contudo será sempre "DO GIBACO" a voz do povo é soberana.
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