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sábado, 25 de abril de 2020

GENTE NOSSA: QUITO


Nota do Blog: GENTE NOSSA foi uma coluna publicada no Jornal PERFIL de Rio Negrinho, nos anos de 1995 e 1996, no qual o administrador deste Blog por um período foi colaborador. Apresentamos mais um artigo da coluna GENTE NOSSA, homenageando EUCLIDES RIBEIRO, mais conhecido como Quito, publicado originalmente no Jornal Perfil, edição nº 134, pág. 12, em 01 de dezembro de 1995. Como este artigo foi publicado anteriormente 1996, algumas palavras não estão de acordo com as novas regras ortográficas, em vigor a partir de janeiro de 2016.

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Destacamos nesta semana a figura de Euclides Ribeiro, popularmente conhecido como Quito, com longa e ativa participação política no município, coordenador do SESI local e coordenador das grandes gincanas realizadas até o festejo do centenário do Município. Atualmente, mesmo ao longe, por motivos de saúde, é um apaixonado pela política local, acompanhando ao longe lances e fatos. Registramos a solicitação desta figura nos cumprimentos aos diretores do PERFIL, classificando este semanário como fantástico.

Euclides Ribeiro, mais conhecido como Quito

Aprendiz – Nascido na localidade de Volta Grande, neste Município, em janeiro de 1921, tendo como pais, Leopoldo Ribeiro e Carlota Lampe Ribeiro, fez seus primeiros estudos com o professor Ricardo Hoffmann, deslocando-se em 1935, para Porto Alegre por motivos escolares.

Em 1939, junto ao 13º BC de Joinville, cumpre o serviço militar obrigatório e com a eclosão da 2ª Guerra Mundial, permanece na ativa, até 1945, onde participa efetivamente da operação bélica, ainda que em solo brasileiro, em diversos pontos do País. 

Turma de alunos do Grupo Escolar Profª Marta Tavares de 1935, onde vê-se Quito (último a dir. em pé) (foto do acervo do Arquivo Histórico de Rio Negrinho)

Terminada a Guerra, retorna a Rio Negrinho, onde em 1947, casa-se com Heliete Maria Opuski, da família itajaiense.

Política – A partir de 1947, inicia uma longa trajetória política, primeiro com a formação do diretório da UDN do então distrito de Rio Negrinho. Neste período anterior a emancipação de Rio Negrinho, começam a despontar uma nova geração de jovens políticos, com idéias novas, sonham em tornar Rio Negrinho autônomo, em oposição a alguns velhos líderes políticos e econômicos que teimavam em ficar atrelados a São Bento do Sul. 

Uns dos argumentos dos emancipacionistas era que a sede dava pouquíssimos recursos ao distrito, em contra-partida a arrecadação oriundas principalmente da Móveis Cimo e da Luiz Olsen eram expressivas, muito maior que São Bento do Sul. 

Então por um lado o distrito arrecada e o retorno era pouco, fazendo que os intendentes tornassem figuras, muitas vezes decorativas.

Emancipação – Em 1953 é  o ano do grande embate com vistas a emancipação, primeiro junto a Câmara de Vereadores de São Bento do Sul e posteriormente junto à Assembléia Legislativa Estadual, onde o deputado Antonio Gomes de Almeida (PSD) lidera e assume a luta rio-negrinhense, conseguindo no final do ano a aprovação junto a Assembléia e a Lei é sancionada em 31/12/1953. 

Nesta viagem final à capital juntam-se líderes de diversas tendências políticas, como Herberto Tureck, Dr. Nilo Saldanha Franco, Pedro Jablonski, Benoni H. de Oliveira, Eugenio Ferreira de Lima e Teodoro Hackbart.

Aprovado a emancipação política e instalado o primeiro prefeito (nomeado), Henrique Liebl, em 27 de fevereiro de 1954, inicia-se uma nova fase política no agora município.


Clube de Bolão "Os Intocáveis" numa comemoração de 1º de Maio, ao final década de 1960 (foto do acervo de Bibi Weick)

Quito, líder da UDN, influenciado pelo deputado Antonio Gomes de Almeira, transfere-se para o PSD e as lideranças do PSD, em boa parte mudam-se para a UDN e o PTB é liderado por Herberto Tureck, preparando-se para a primeira eleição de prefeito e vereadores municipais.

Eleições – As primeiras eleições municipais são um reflexo da questão emancipacionista, ficando prós e contra a emancipação em campos opostos, formando-se a coligação “Aliança Social Trabalhista” do PSD/PTB e outro lado a UDN, no qual foi eleito Frederico Lampe e a maioria dos Vereadores pela coligação.

Nas eleições de 1958 e 1962 para a Câmara Municipal ocorrem coligações semelhantes, sempre elegendo a maioria dos Vereadores. 

Nas eleições para em 1959, lança-se com sucesso o jovem político Nivaldo Simões de Oliveira pela UDN, então funcionário da Prefeitura Municipal e auxiliar direto do prefeito Frederico Lampe, elegendo-se o novo prefeito. Começa bem a administração e aí a vida política de Rio Negrinho passa por uma fase tumultuada, que culmina primeiro com a licença por 120 dias do Prefeito, em setembro de 1963 e posterior renuncia em 5 de fevereiro de 1964, o recém-eleito presidente da Câmara de Vereadores – Euclides Ribeiro. O futuro ainda esclarecerá quais os motivos e fatos que provocaram tal acontecimento da renúncia. 

Corrida ciclística de 1º de maio promovido pelo SESI, onde vê-se em primeiro plano Quito (dir.) e Antonio de Oliveira (Tonico) a esq.  (foto do acervo de Celso C. Carvalho)

Assumindo o Executivo Euclides Ribeiro apenas complementa o mandato do ex-prefeito, que expira em 15/11/1964, no qual uma das obras foi a construção da ponte “Nery Waltrick”, mais conhecida como ponte “Gibaco”, ao final da Rua Senador Nereu Ramos. 

Nas eleições de 1965, elege-se Vagemiro Jablonski (PRP) apoiado pelo PSD. 

Com a extinção dos partidos políticos pelo Governo Militar, nova mudança política, funde-se o PSD e UDN formando a ARENA e o PTB forma o MDB. Mas as velhas feridas entre PSD e UDN não estão curadas na ARENA, com reflexo nas eleições de 1969 para prefeitos e vereadores, onde aparecem disputas internas de ARENA 1 e ARENA 2, no governo de Álvaro Spitzner e de forma mais renhida no governo de Nivaldo Simões de Oliveira, em seu segundo mandato. 


Participantes do curso de corte e costura promovido pelo SESI, com destaque ao Padre Thomaz Gasser (esq.) e Quito (dir.)  (foto do acervo de Alvino Pscheidt)

Devido a problemas de saúde afasta-se Quito da política local a partir de 1976, quando muda-se para Balneário Camboriú, onde atualmente reside. 


Formatura do Colégio São José, com destaque a Quito (esq.)  (foto do acervo de Celso C. Carvalho)

Teve interferências esporádicas principalmente em eleições a nível estadual, no apoio a Ivan Ranzolin deputado estadual, casado com a sua filha.

Gincanas – Rio Negrinho promoveu até 1980, cerca de 8 grandes gincanas, famosas em todas em nossa região, onde Quito teve papel preponderantemente em sete delas na organização e preparação das tarefas.


Professores participantes da Equipe Arrebenta Trevas, numa das primeiras Grandes Gincanas de Rio Negrinho  (foto do acervo de Helmar Klaumann - em memória)

Muitas vezes acusado injustamente de torcer por determinada equipe, graças a ele, principalmente a última grande gincana do centenário de Rio Negrinho, em 1980, marcou época. 


Participantes de equipe na Grande Gincana de Rio Negrinho de 1979 (foto do acervo de Ivo Rocha - em memória)

As grandes gincanas de Rio Negrinho, sempre vão estar associadas a imagem de Quito.

Participantes de equipe na Grande Gincana de Rio Negrinho de 1979 (foto do acervo de Solange Etelvino)

Carroção típico de transporte de toros, participante do desfile numa das Grandes Gincanas de Rio Negrinho (foto do acervo de Laercio Furst)

Candidatas à Rainha na Grande Gincana de Rio Negrinho de 1977 (foto do acervo de Regis Kretschmer)

Placa decorativa da Equipe Unidos do Beco, na praça próximo à ponte do Gibaco na Grande Gincana de Rio Negrinho de 1975 (foto extraída das redes sociais)

Cartaz da tarefa recebida pela Equipe Nico na Grande Gincana de Rio Negrinho de 1980 (foto do acervo de Sven Hansen)

De longe – Como rio-negrinhense, Quito manifesta-se orgulhoso pela recente viagem da Banda Marcial do Colégio São José ao Chile e do trabalho de 20 anos da professora Naira Naima Buchmann no concurso de Bonecas Vivas, sempre com fins beneficentes. 

Demonstra uma preocupação com a situação reinante junto as empresas do município.  

Mesmo ao longe de nossa terra, pela vida atuante na política, pelo trabalho profissional junto ao SESI local e pelas grandes gincanas, Euclides Ribeiro, merece o destaque de GENTE NOSSA.

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Notas complementares do Blog:

1 - Quito era filho de Leopoldo Ribeiro da Silva e Carlota Lampe, nascido em Volta Grande a 27/01/1921, e faleceu em 16/08/2005 na cidade de Balneário Camboriú, encontra-se enterrado em Itajaí-SC.

2 - Quito casou-se em 25/01/1947, com Heliete Maria Opuski, na cidade de Itajaí-SC. Heliete era natural de Itajaí, nascida em 04/07/1926 e faleceu em 13/07/2005. Tiveram 1 filha de nome Célia Regina.

3 - Em homenagem a Euclides Ribeiro foi denominado de  "Prefeito Euclides Ribeiro - Quito", o Centro Municipal de Educação Infantil - CMEI VILA NOVA, situado à Rua Martinho João de Souza, bairro Vila Nova, nesta cidade, pela Lei nº 2023, de 27/08/2007.

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