Nota do Blog: GENTE NOSSA foi uma coluna publicada no
Jornal PERFIL de Rio Negrinho, nos anos de 1995 e 1996, no qual o administrador
deste Blog por um período foi colaborador. Apresentamos mais um artigo da
coluna GENTE NOSSA, homenageando AFONSO TSCHOECKE, publicado originalmente no
Jornal Perfil, edição nº 136, pág. 15, em 15 de dezembro de 1995. Todas as fotos apresentadas nesta matéria não constam da edição publicada originalmente no Jornal Perfil.
---------------------------------------------
Neste final de semana o grupo Folclórico Germânico Oberland
de Rio Negrinho, realizou um festival e baile com danças germânicas, neste
sentido já em 1958, realiza-se uma pré-figura do festejado baile atual. Como homenagem ao Grupo Oberland trazemos a figura de
Afonso Tschoecke.
Afonso Tschoecke, em 1956 (foto do acervo de Lucio Grutzmacher - em memória)
Galpão de Ignácio Kohlbeck, na década de 1930, com destaque a torre de troféu da Igreja Matriz e no alto a Capela Luterana. (Foto do acervo de Dóris Piccinini - em memória)
Carpintaria de Alvino Tschoecke restringia-se a fabricação de
carroças, único meio de transporte existente. Afonso, quase um menino, começa
então os primeiros contatos com a pequena Vila, e durante 03 anos, como
aprendiz, recebendo alguns poucos trocados.
Bolonistas do Clube de Bolão Rio Negrinho, em 1956, com destaque de troféu e medalhas sobre a mesa, vemos, a partir da esq. Arthur Meyer, Afonso Tschoecke, Otto Dettmer, Helmuth Hoffmann e Erico Becker. (Foto do acervo de Lucia Grutzmacher - em memória)
Lazer – Se hoje
em dia reclamamos das poucas opções de lazer, imaginemos em 1928 o que havia.
Havia uma entidade que era Rio Negrinho FC com muitos aficionados no futebol, mas
como outra opção formaram uma equipe de uma modalidade, que foi o punhobol. Um
grupo de jovens, como Henrique (Heine) Kwitschal, Ervino Meyer, Afonso Lutz,
Ermelindo Ribeiro, José Robl, Aleixo Zipperer, Zépi Zipperer, Luiz Hubl, e a
equipe dos mais “velhos”, como Carlos Weber, Luiz G. Engel, Alvino Tschoecke e
Martin Schauz. O punhobol, esporte nascente em Rio Negrinho, foi praticado
durante 04 a 05 anos e infelizmente somente o futebol permaneceu. Além disso a
ginástica outra opção, era ministrada por Bernardo Wolff e posteriormente por
Martin Schauz, onde o charme eram as apresentações realizadas antes dos bailes.
Vida Dura
– Afonso casa-se em 1935 com Paula Simm, mudando-se para a
localidade de Corredeiras, onde trabalha como encarregado da serraria de
Roberto Lampe, onde a madeira serrada era vendida a compradores de Joinville e
posteriormente a exportavam. Com a transferência da Serraria Lampe para outro
local, retorna a Rio Negrinho, onde trabalha poucos meses com Paulo Hatschbach
na construção de nova área da Indústria Zipperer, transferindo-se a seguir para
São Bento do Sul, onde trabalha com Otto Thieme, na padaria. Transfere-se para
Rio Vermelho, na firma Engel, onde permanece até 1948.
Retorna em 1948 a Rio Negrinho, onde volta a trabalhar com o
irmão Alvino, na carpintaria de carroças e carrocerias de caminhões e ainda
neste ano, inicia um negócio por conta própria no ramo, junto a sua residência,
até 1960.
Incentivado pela mulher, resolve em 1960, transferir-se para
Mafra, onde assume como ecônomo do Clube Zeppelin, permanecendo lá até 1963,
quando falece a esposa.
A partir de 1964, já de volta a Rio Negrinho, inicia uma nova
fase, como empregado da Móveis Cimo, época que casa-se com Zulmira Meyer.
Bauernball
– Idealizado por Marta Mlinarski (Dª Martinha), grande
batalhadora e incentivadora da cultura do Município, principalmente teatro e
dança, realiza-se um grande baile típico, o Bauernball, em 1958. Com trajes
típicos especialmente confeccionados para a festividade, tem como ponto alto a
“bauerntanzz” (dança do colono).
Ensaio do "bauerntanzz" em pleno ar livre (foto do acervo de José Luimar Meyer)
Ensaio do "bauerntanzz" em pleno ar livre, com detalhe a frente o casal Adelia e Otto Dettmer (foto do acervo de José Luimar Meyer)
Vale lembrar que o baile foi em comemoração ao dia do colono.
Participaram nesta apresentação típica, os casais: Roberto Thieme, Ervino
Meyer, Fritz Klostermann, Bertoldo Klitzke, Helmuth Krambeck, Otto Dettmer,
Heinz Hauffe, Afonso Tschoecke, José Treml, Engelberto Stiegler, Helmuth Hoffmann e Alvino Tschoecke.
Ensaio do "bauerntanzz" em pleno ar livre (foto do acervo de José Luimar Meyer)
O casal
Afonso Tschoecke e Sra. recebeu um caneco, pintado a mão, da Ceramarte, com os dizeres:
“SAUF’ST STIRB’ST – SAUF’ST NIT – STIRB’ST AA – ALSO SAUF’ST”, traduzindo: "Bebendo você morre, não bebendo, você morre, então beba”.
Nesta foto vemos, a partir da esq., 1ª fila: Marta Mlinarski e Elisabete Klostermann (acordeon); 2ª fila: Dolores e Helmuth Hoffmann, Albertina e José Treml, Mariane e Roberto Thieme; 3ª fila: Elfriede e Engelberto Stiegler, Ludmilla e Alvino Tschoecke, Paula e Afonso Tschoecke, Margarida e Ervino Meyer; 4ª fila: Anelise e Heinz Hauffe, Adelia e Otto Dettmer, Wenanda e Helmuth Krambeck, Vera e Bertoldo Klitzke e Mariane e Fritz Klostermann. (foto do acervo de José Luimar Meyer e informações de Mirete Lang e Elly Norma Olsen)
Bolão e
Cinema – Após a fundação do primeiro clube de bolão o Rio Negrinho,
outros posteriormente surgiram, como o Clube de Bolão Operário ou o Clube de
Bolão São José, que funcionava junto ao Salão Paroquial, que abrigava as
figuras de Alfredo Grossl, José Brey, José Bail, Max Jantsch, Eduardo Anton,
Rudolfo Brandl e Arno Meyer.
Bolonistas do Clube de Bolão Rio Negrinho, com identificação e anotações de Bibi Weick. (Foto do acervo de Bibi Weick)
Os primeiros filmes já eram rodados ainda na década de 20, no
Salão Lampe, ainda no cinema mudo, onde o único som era realizado ao vivo pela
música de um bandonho. Posteriormente os filmes passaram a ser exibidos na
Sociedade de Cantores e só mais tarde no prédio existente na rua Jorge
Zipperer.
Muito lúcido e vivaz, do alto dos seus 82 anos, Afonso
Tschoecke, merece o respeito e a homenagem de GENTE NOSSA.
_______________________________________
Notas
complementares do Blog:
* Afonso Tschoecke, era filho de Alfredo e Martha
Tschoeke, nascido em São Bento do Sul a 10/05/1913, falecido encontra-se
enterrado em Rio Negrinho-SC.
** Afonso Tschoecke casou-se em primeira núpcias com
Paula Simm, em 23/11/1935, em Rio Negrinho, e tiveram 2 filhos de nomes Harry
Nelson e Glaci Norma. Paula Simm faleceu em Rio Negro-Pr em 17/01/1963.
*** Afonso Tschoecke casou-se em segunda núpcias com
Zulmira Meyer, em 18/07/1964, em Rio Negrinho.
Nenhum comentário:
Postar um comentário