É comum simples fatos ocorridos em nossas infâncias ficarem marcados em nossas lembranças para o resto de nossas vidas. Essa é uma delas, ocorrido a 55 anos atrás, entre os anos de 1962 e 1964.
Nesta época, aqui na cidade de Rio Negrinho existiam apenas 3
grandes escolas, uma no bairro Vila Nova - o Jorge Zipperer, outra no centro –
o Colégio Cenecista São José, e outra no Bairro Cruzeiro – o Marta
Tavares.
Os mais antigos ainda lembram a
rivalidade entre os alunos do Colégio São José, mais elitista à época, e os
alunos do Grupo Marta Tavares, que se expressavam nas frases “grupo de ouro” -
“colégio de couro”, ou, “colégio de prata” – “grupo de lata”...
Aluno Mario Auerhahn no ano de 1962 (Foto acervo de Mario Auerhahn)
Aluno Osmair Bail no ano de 1962 (Foto acervo do autor do Blog)
Os meninos tinham entre 8 e 10 anos. Moravam em bairros
diferentes, um no Pinheirinho e outro no Bela Vista. Eram alunos das primeiras
séries do ensino primário do Grupo Escolar Professora Marta Tavares, em Rio
Negrinho, ao tempo que se tinha aulas, inclusive nas manhãs de sábado. Seus nomes Mário e Osmair.
O que me marcou como lembrança do amigo Mário, a 55 anos
atrás? É que ele não vinha nas aulas nos dias de sábado. Qual era o motivo? Porque?
É que ele era sabatista, o que minha mãe me explicou. A religião dele não
permitia.
Muito mais marcou o meu amigo Mário, com a história do lápis.
Sua mãe, recebeu do então BANCO INCO, um modesto brinde, dois lápis pretos. O
BANCO INCO, mais tarde vendido ao BRADESCO, tinha uma agência em Rio Negrinho,
situada ao lado da atual agencia do Bradesco, em frente a Igreja Matriz Santo Antonio.
Antigo prédio do Banco INCO em nossa cidade, atual loja Calce Bem (foto acervo do autor do Blog)
Mário, com maneira cordata, doou a mim um dos lápis e o outro reservou para o seu uso. Mas ao passar do terceiro dia de aula, sumiu o lápis do amigo
Mário. Qual foi a sua surpresa, que viu um lápis semelhante na
mão de um coleguinha, que presumiu que fosse o seu. Pediu providência a Professora, que infelizmente nada pode fazer, pois, qual era a certeza que ela tinha do desaparecimento
do lápis. Meu amigo ficou só nessa ressentida lembrança. Lembra, ainda, o meu amigo, que eu aproveitei o lápis doado até o último “toquinho”.
Imagem dos amigos Mário e Osmair lembrando o fato do sumiço do lápis, 55 anos depois
(foto do acervo do Blog)
Imagem do icônico lápis, reproduzido pelo amigo Mário (foto do acervo do Blog)
Imagem do icônico lápis, reproduzido pelo amigo Mário (foto do acervo do Blog)
Estes fatos marcaram a memória do meu amigo, tanto que no ultimo dia 26 de dezembro de 2017, após decorridos 55 anos, ele ele me presenteou com um icônico lápis, como uma lembrança simbólica deste episódio!