Nota do Blog: A presente coluna “Um Olhar Sobre Rio Negrinho”, de autoria dos Professores Celso Crispim Carvalho e Mariana Carvalho, foi publicada originalmente em 31/10/2014, no "Jornal do Povo" de Rio Negrinho, a quem agradecemos.
CONSIDERAÇÕES
INICIAIS. Rio Negrinho, até chegar a ser o que é hoje, passou por várias fases boas
e ruins. Mas, de fase em fase, progrediu, mudou, evoluiu e, nessa evolução,
apareceram muitos benefícios que fazem o conforto dos seus habitantes. Por
exemplo, as ruas antes eram de terra, barro, pó e desníveis no chão às vezes
complicavam a vida das pessoas, como quando iam à missa, chegavam na igreja com
os sapatos cheios de barro. Há relatos de pessoas que só calçavam os sapatos na
porta da igreja de modo a mantê-los limpos durante as cerimônias; Hoje, quase
todas as ruas tem asfalto. Antes ia-se para escola a pé, no frio e na chuva e
algumas delas eram distantes da casa do aluno; Hoje há ônibus escolares, os
pais tem automóvel e em cada bairro há pelo menos uma escola. Antes, o
atendimento de saúde resumia-se a um único hospital e uma farmácia no centro da
cidade; Hoje, há um grande hospital e postos de saúde em todos os bairros. Obviamente,
o progresso acontece paralelo ao aumento da população, mas a evolução nem
sempre trás benefícios, como por exemplo, o trânsito, principalmente nas ruas
centrais, que está se tornando complicado para os usuários de veículos e para
os transeuntes. A cidade de Rio Negrinho atual está irreconhecível para quem a
viu há 50 anos, salvo em alguns pontos aqui e ali. Vejamos algumas fotos de
antes e de hoje e façamos a idéia de como era a vida naqueles tempos. Aqui, a
primeira foto mostrando a extinta Sociedade de Cantores.
História
nº 1. MAS QUE BARBARIDADE, TCHÊ! Lá pelos anos 50 e 60, não se passava um sábado
sem um bom baile. Era sábado. O
baile estava animado. Os cavalheiros educadamente convidavam as damas para a
dança. A banda, escolhida a dedo, animava a festa com boas músicas. Tudo muito
chique, as pessoas com trajes a rigor, falavam dos seus negócios, das suas
empresas e das suas conquistas enquanto saboreavam um bom vinho em finas taças
de cristal. Lá na rua passava um cavaleiro de Volta Grande, negociador de gado
bovino, bailomaníaco de carteirinha assinada e vendo que lá dentro rolava um
baile, pensou: “É hoje que eu forro a guaiaca!”. Não titubeou, amarrou seu
cavalo no poste da rua e, sem saber do sistema social da cidade e que aquele
era baile de sociedade, adentrou no recinto, inseriu-se no meio do pessoal, arranjou
um lugar para sentar, pediu uma pinga e ficou observando tudo o que se passava.
Ele, portando bombacha, camisa com lenço no pescoço, chapéu grande, bota de
boiadeiro e facão na cinta, não estava vestido a caráter como todo mundo ali de
terno e gravata. Era evidente o contraste entre o cavaleiro e os cavalheiros!
Mas parece que não deu bola para este detalhe e tomava sua cachacinha com a
maior tranqüilidade. Em certa altura do campeonato, viu lá num canto uma moça
bonita, toda empererecada e sorridente, pensando que ela sorria para ele, pensou:
“-Putcha lá vida, hoje eu vou lavá a égua!”. Encheu-se de coragem e resolveu
tirá-la para dançar. Convidou-a: “Vamo se atracá nessa dança, dona?”. Ela, meio
sem jeito, assustada e surpresa, aceitou o convite, pois achou que seria
perigoso “dar balaio” para um sujeito bem tosco e estranho como aquele.
TERRENO BALDIO ONDE ESTAVA A SOCIEDADE DOS CANTORES. Este, onde está o ônibus, e o terreno ao lado, onde havia um hotel, estão baldios no centro da cidade. |
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Há
muitas histórias para serem contadas enquanto comparamos o passado com o
presente. As fotos facilitam a imaginação. Mas, você consegue imaginar Rio Negrinho
daqui a cinqüenta anos?
Por hoje é só! Obrigado! Um forte abraço de Celso e
outro de Mariana. Fique com Mamãe e Papai do céu!
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