Nota do Blog: A presente coluna “Um Olhar Sobre Rio Negrinho”, de autoria dos Professores Celso Crispim Carvalho e Mariana Carvalho, foi publicada originalmente em 22/08/2014, no "Jornal do Povo" de Rio Negrinho, a quem agradecemos.
CONSIDERAÇÕES
INICIAIS. Com muito cuidado e amor temos o costume de guardar as fotografias e
objetos que lembram pessoas queridas ausentes, falecidas ou vivas preservando,
assim, a memória de quem nos é importante. O mesmo deve ser feito com as
memórias de Rio Negrinho que foi o palco de vida dos nossos antepassados e que
continua sendo o nosso. Os historiadores da nossa região, Nivaldo Simões de Oliveira,
Marcos Alberto Von Bahten, Dr. José Kormann e outros tiveram orgulho e muito
prazer em colaborar para que a história de Rio Negrinho permaneça viva. É por
meio dela que as futuras gerações conhecerão o verdadeiro valor do patrimônio
Histórico. Comungando este pensamento, através de narrações e ilustrações
fotográficas, procuramos levar um pouco da história da nossa amada terra e do
seu povo. Portanto, mais uma vez, estamos abrindo as portas da nave do tempo
para quem nela quiser embarcar e viajar para o passado e, assim, vivenciar as
épocas que nos antecederam. Olhe para cada foto com atenção e carinho especial
e imagine como seria sua vida vivendo naqueles tempos!
SALÃO LAMPE, TAMBÉM CHAMADO DE SALÃO DETTMER, NA DÉCADA DE 20. O Salão é visto do pátio frontal da Igreja Matriz. |
SALÃO LAMPE NA DÉCADA DE 40. O salão era assim! Vemos na foto que ainda não havia a panificadora de alvenaria, no lado esquerdo do salão visto de frente, que só veio a ser construída bem mais tarde. |
ESQUECERAM
DE MIM. (texto de Celso). Uau! Lendo o trecho acima vemos que a Mariana
está com a corda toda! Bem, vamos à história! Foi no ano de 1968. Tomei
emprestada a bicicleta do meu pai Walfrido para ir até o Salão Lampe para desenhar
e pintar os cenários que fariam parte de uma peça teatral que seria apresentada
em Joinville. Estacionei a bicicleta em frente ao salão, apoiada com um dos pedais
no meio-fio da calçada. Ali ela ficou enquanto, lá dentro, eu criava as cenas
nos panos dos cenários estendidos no chão do salão. Já era noitinha quando os
componentes do Conjunto Musical “Os Temíveis”, no qual eu era guitarrista,
apareceram e convidaram-me para um ensaio na casa de um deles. Saí do salão com
a turma, fomos a pé até o local do ensaio e a bicicleta ficou esquecida na
frente do salão. O ensaio terminou lá pelas 22hs. e, ao voltar para casa,
passei em frente ao salão, vi a bicicleta e pensei: “Puxa la vida! Essa
bicicleta é igualzinha a do meu pai!”. Ainda empolgado com as músicas zoando na
cabeça não lembrei que eu havia saído de casa com aquela bicicleta. Passei por
ela e embalei o passo para casa. No outro dia, às 6:30h da manhã, meu pai
acordou-me e perguntou: “Cadê a bicicleta?” Foi aí que lembrei que ela ficara
abandonada em frente ao salão e que havia passado por ela na noite anterior
quando voltava para casa. Levantei num só pulo e saí correndo vestindo as
calças. Até acho que bati o recorde dos mil metros rasos, pois em poucos
minutos venci a distância de um quilômetro da casa até o salão. Chegando lá tive
vontade de rezar quinhentos Pai-Nossos ao ver a lindona ainda no mesmo lugar,
do mesmo jeitinho que a deixara no dia anterior. Embarquei na magrela e voltei
voando para casa. Acho que bati o segundo recorde dos mil metros, os dois em
poucos minutos, mas desta vez foi de bicicleta! Ao chegar em casa meu pai
olhava-me com os olhos esbugalhados! Aí foi a vez do Seu Walfrido sair voando
para o trabalho. Só deu tempo de vê-lo escafeder-se com uma mão segurando o
chapéu e a outra no guidão da bicicleta. E não vai que o “veinho” bateu de
longe o meu recorde, pois ainda deu tempo de ele chegar na Móveis Cimo em cima
da hora para bater o cartão um minuto antes do apito das sete horas! Que legal!
Três recordes na mesma família! Ainda bem que o acontecido foi naqueles bons tempos
em que a propriedade alheia era mais respeitada porque se fosse hoje, no lugar
de uma bicicleta na frente do salão, eu encontraria “duas bicicletas!”
INCÊNDIO QUE CONSUMIU TOTALMENTE O SALÃO
LAMPE. Em 8 de dezembro de 1973 Rio Negrinho perdia mais uma das
mais ricas jóias do seu patrimônio.
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ESCOLA E CASA
DO PROFESSOR RICARDO HOFFMANN EM 1929. Nesta casa a escola e a casa do professor ao lado da primeira Igreja Santo Antonio.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS. Nas
próximas edições mostraremos muita coisa interessante sobre Rio Negrinho
antigo, por exemplo, fotos das bandas musicais antigas e das mais recentes,
mais imagens do Salão Lampe em várias épocas, fatos e curiosidades do passado,
pessoas que elevaram o nome de Rio Negrinho, e etc.
Por
hoje é só! Obrigado! Um forte abraço de Celso e outro de Mariana! Fique com
Mamãe e Papai do Céu!
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