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domingo, 21 de setembro de 2014

VIAS PÚBLICAS DE NOSSA CIDADE: QUEM FOI O BARÃO DO RIO BRANCO ?

Barão do Rio Branco

Nota do Blog: Nossa cidade de Rio Negrinho homenageia o Barão do Rio Branco, advogado, geógrafo, historiador e principalmente diplomata brasileiro, que durante mais de 40 anos prestou grandiosos serviços ao Brasil, com a denominação de uma importante via pública, situada no Bairro Vila Nova. O presente texto foi extraído do site “Wikipédia – A enciclopédia livre”, a quem agradecemos.

José Maria da Silva Paranhos Júnior, o Barão do Rio Branco, nascido no Rio de Janeiro em 20/04/1845, e falecido no Rio de Janeiro em 10 de fevereiro de 1912, foi advogado, diplomata, geógrafo e historiador brasileiro. Em 1862, ingressou na Faculdade de Direito de São Paulo, porém transferiu-se no último ano para a Faculdade de Direito do Recife onde recebeu o grau de bacharel. Filho de José Maria da Silva Paranhos, Visconde do Rio Branco, Rio Branco é o patrono da diplomacia brasileira brasileira e uma das figuras mais importantes da história do Brasil.
Iniciou-se nas letras em 1863, nas páginas da revista Popular, com uma biografia de Luis Barroso Pereira, comandante da fragata Imperatriz. Posteriormente, em 1866, na revista I’Illustration, desenhou e escreveu sobre a guerra do Paraguais, defendendo o ponto de vista do Brasil.
Em 1868, substituiu por três meses Joaquim Manuel de Macedo como professor na cadeira de coreografia e história do Brasil, no Colégio D. Pedro II.

A diplomacia

Iniciou-se na carreira política como promotor e deputado, ainda no Império. Em 1871 foi redator no periódico A Nação, tendo colaborado, a partir de 1891, no Jornal do Brasil. Cônsul-geral em Liverpool a partir de 1876, foi ministro acreditado na Alemanha em 1900, assumindo o Ministério das Relações Exteriores, de 3 de dezembro de 1902 até sua morte, em 1912. Ocupou o cargo ao longo do mandato de quatro presidentes da república -- governos de Rodrigues Alves, Afonso Pena, Nilo Peçanha e Hermes da Fonseca – configurando-se uma unanimidade nacional em sua época.
Recebeu o título de barão do Rio Branco às vésperas do fim do período imperial, mas continuou a utilizar o título "Rio Branco" em sua assinatura mesmo após a proclamação da república, em 1889. Isso se deu por ser um monarquista convicto e para homenagear seu falecido pai, o senador e diplomata José Maria da Silva Paranhos, o Visconde do Rio Branco.

Questões internacionais

Sua maior contribuição ao País foi a consolidação das fronteiras brasileiras, em especial por meio de processos de arbitramento ou de negociações bilaterais, dos quais se destacam três questões de fronteiras:

 Amapá

Obteve uma vitória sobre a França sobre a fronteira do Amapá com a Guiana Francesa, causa ganha pelo Brasil em 1900 em uma arbitragem do governo suiço. A fronteira foi definida no rio Oiapoque.

Palmas

Em 1895, havia já conseguido assegurar para o Brasil boa parte do território dos estados de Santa Catarina e Paraná, em litígio contra a Argentina no que ficou conhecido como a questão de Palmas. Essa primeira arbitragem foi decidida pelo presidente norte-americano Grover Cleveland, e teve como opositor pelo lado da Argentina Estanislau Zeballos, que mais tarde se tornou ministro do exterior argentino e durante muito tempo acusou Rio Branco de perseguir uma política imperialista.

Acre

Foi o prestígio obtido nesses dois casos que fez com que Rodrigues Alves escolhesse Paranhos para o posto máximo da diplomacia em 1902, quando o Brasil estava justamente envolvido em uma questão de fronteiras, desta vez com a Bolívia.
Esta tentava arrendar uma parte do seu território a um consórcio empresarial anglo-americano. A terra não era reclamada pelo Brasil, mas era ocupada quase que integralmente por colonos brasileiros, que liderados por Plácido de Castro resistiam às tentativas bolivianas de expulsá-los, episódio que ficou conhecido como "Revolução Acreana".
Em 1903, assinou com a Bolívia o tratado de Petrópolis, pondo fim ao conflito dos dois países em relação ao território do Acre, que passou a pertencer ao Brasil mediante compensação econômica e pequenas concessões territoriais. Esta é a mais conhecida obra diplomática de Rio Branco, cujo nome foi dado à capital daquele território (hoje estado).

Outros sucessos e reconhecimento

Negociou com o Uruguai o condomínio sobre o rio Jaguarão e a Lagoa Mirim, essencialmente uma concessão voluntária do Brasil a um vizinho que necessitava daqueles canais. Por essa razão, foi homenageado pelo governo do Uruguai, sendo conferido seu nome à antiga Pueblo Artigas, hoje cidade de Rio Branco, no departamento de Cerro Largo, vizinha da brasileira Jaguarão.
O município de Paranhos - MS, localizado na fronteira com o Paraguai foi batizado em sua homenagem.
Em 1908, então no Rio de Janeiro, convidou o engenheiro Augusto Ferreira Ramos a projetar um sistema teleférico que facilitasse o acesso ao cume do morro da Urca, conhecido mundialmente como o bondinho do Pão de Açúcar.
Em 1909, seu nome foi sugerido para a sucessão presidencial do ano seguinte. Rio Branco preferiu declinar de qualquer candidatura que não fosse de unanimidade nacional.
Foi presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (1907 - 1912) e escreveu dois livros.
Seu filho, Paulo do Rio Branco, foi um proeminente jogador de rugby do Brasil na França.

Barão do Rio Branco, patrono da diplomacia brasileira

Últimos dias

Sofrendo de problemas renais, pediu demissão de seu cargo, o que foi negado pelo presidente Hermes da Fonseca. Em seus últimos instantes de vida, lamentou o bombardeio da capital baiana, Salvador, motivado por uma crise política e ocorrido em 10 de janeiro de 1912.
Sua morte, ocorreu durante o carnaval de 1912, alterou o calendário da festa popular naquele ano, dado o luto oficial e as intensas homenagens que lhe renderam na cidade do Rio de Janeiro.
Por ajudar na consolidação do território nacional sempre buscando soluções pacíficas para os conflitos com os vizinhos do Brasil o Barão do Rio Branco é considerado o patrono da diplomacia brasileira.
Seu corpo foi sepultado no jazigo de seu pai, no Cemitério do Cajú, na cidade do Rio de Janeiro.

Academia Brasileira de Letras e Homenagens

Foi o segundo ocupante da cadeira 34 da Academia Brasileira de Letras. Foi eleito em 1º de outubro de 1898, na sucessão de João Manuel Pereira da Silva.
Atualmente, também há referência a seu famoso título de nobreza no nome do notório Instituto Rio Branco – IRBr (instituição de ensino superior subordinada ao Ministério das Relações Exteriores, que forma diplomatas de carreira). Fundado em 1945 como parte da comemoração do centenário de nascimento do Barão do Rio Branco, o IRBr localiza-se em Brasília atrás do Palácio do Itamaraty.
Seu título é também atribuído ao nome do Colégio Estadual Barão do Rio Branco, localizado na cidade de Urussanga - SC, à cidade de Rio Branco, capital do Estado do Acre, à Avenida Rio Branco, uma das principais vias urbanas do centro da cidade do Rio de Janeiro, capital, a Rua Barão do Rio Branco em Curitiba –PR, a Rua Barão do Rio Branco em nossa cidade de Rio Negrinho - SC.

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

VIAS PÚBLICAS DE NOSSA CIDADE: QUEM FOI D. PIO DE FREITAS ?

D. Pio de Freitas, primeiro bispo da diocese de Joinville (Foto: acervo do site da diocese de Joinville)
Nota do Blog: Nossa cidade de Rio Negrinho homenageia D. Pio de Freitas, primeiro bispo da Diocese de Joinville, na qual a nossa comunidade católica está inserida, que durante mais de 25 anos prestou serviços a toda região, com a denominação de uma importante via pública. O presente texto foi baseado no caderno AN Memória do Jornal “A Notícia” de Joinville de 29/04/2012, na “Edição Comemorativa do Sexagenário Jubileu da Paróquia Santo Antonio de Pádua – Rio Negrinho – SC – Novembro de 2008”, com adequações do autor do Blog.

Dom Pio de Freitas nasceu em Campina Verde (MG) no dia 29 de abril de 1885. Ele foi ordenado em Dax (França) no dia 13 de junho de 1908. Eleito bispo em 25 de janeiro de 1929, recebeu a ordenação episcopal no dia 9 de junho de 1929, em Diamantina, das mãos de dom Joaquim Silvério de Souza, sendo concelebrantes dom João Antonio Pimenta e dom Antonio José dos Santos. Ele foi o primeiro bispo da diocese de Joinville. Nomeado em 25 de janeiro de 1929 para assumir a função na diocese criada dois anos antes, pelo papa Pio XI, e sagrado na Basílica do Sagrado Coração, ele ficou no posto até 1955, quando, acometido pelo Mal de Parkinson, renunciou para tratar-se. Após a renúncia, em 1955, dom Pio transferiu-se para o ginásio dos Padres Lazaristas, em Irati, no Paraná. Com o agravamento da doença, em 1960 foi transferido para o Hospital Nossa Senhora das Graças, em Curitiba, onde morreu em 19 de maio de 1963. Seus restos mortais estão sepultados na cripta da Catedral de Joinville.

Igreja Matriz Santo Antonio, ainda em fase final de construção, em 1948 (Foto: acervo de Walcir Vidal Senna)
A gestão de dom Pio ficou marcada pela criação de novas paróquias pela diocese. Dentre as paróquias criadas encontra-se a de Rio Negrinho. Próximo a conclusão das obras do novo prédio da Igreja Católica em Rio Negrinho, em 1948, a rogo da comunidade, através de Luiz Bernardo Olsen e do Padre Celso Michels, solicitou-se a criação da paróquia de Rio Negrinho, desmembrada de São Bento do Sul, a D. Pio de Freitas, então bispo diocesano de Joinville. Pleito que foi materializado em 14/11/1948, além do que a Igreja recém construída foi estabelecida na qualidade de Igreja Matriz da Paróquia de Rio Negrinho, com a presença do então bispo D. Pio de Freitas.

Na foto vemos ao centro o bispo D. Pio de Freitas, ladeado a direita por Luiz Bernardo Olsen, por ocasião da inauguração da Igreja Matriz Santo Antonio, em 14/11/1948. Em primeiro plano, a direita, vê-se o primeiro pároco de Rio Negrinho Padre Celso Michels. (Foto: acervo de José Luimar Meyer)

domingo, 14 de setembro de 2014

VIAS PÚBLICAS DE NOSSA CIDADE: QUEM FOI HERBERTO TURECK ?

Herberto Tureck (Foto: extraído do site da Pref. Municipal de Rio Negrinho)

Nota do Blog: Nossa cidade de Rio Negrinho homenageia Herberto Tureck, que durante mais de 40 anos prestou serviços a nossa comunidade, com a denominação de uma importante via no bairro Quitandinha, a ainda, ao estádio do Esporte Clube Continental. O presente texto foi fornecido pelo Arquivo Histórico de Rio Negrinho, a partir de dados e informações dos familiares, com adequações do autor do Blog.

Nasceu em Rio Negrinho, na localidade de Colônia Olsen, no dia 30/11/1920. Primogênito do casal, Rodolfo Muller Tureck, (Colono, Técnico Engenheiro construtor de serrarias e moinhos, fundador da Banda Tureck) e Olga Kwitschal Anton Tureck.
Teve 13 irmãos: Linus, Alfredo, Salvino, Afonso, Cecília, Francisco, José, Mário, Nilo, Eugenio, Paulo, Traudio e Orlando. Também teve duas adotivas: Lourdes e Sandra. Concluiu o Curso Primário na Colônia Olsen, primeira Escola de Rio Negrinho.
Desde muito criança ajudou seus pais nos diversos serviços: lavoura, madeira, serraria, moinho, etc.
Como músico se destacou tocando clarineta. Sábados e Domingos tocava na Banda de seu pai, em bailes, festas, casamentos. Numa destas festas conheceu Ana Wantowski Ruzanowsli, com a qual casou-se em 1939, mulher inteligente e dedicada.
Do feliz consórcio nasceram: Lusia Leoni: Escrivã aposentada do Cartório de Registro do Civil de São Bento do Sul, casada com Alexandre Garcia. Dolores Maria: Professora – casada com Oscar Vellasques. Genésio Tureck: Médico, Deputado Estadual e Prefeito em São Bento do Sul – casado com Mª da Conceição Husmam. Gelásio Tureck: Vereador por duas vezes em São Bento do Sul – casado com Kátia Richter. Herberto Tureck é avô de Fernando Tureck, atual prefeito de São Bento do Sul.
Serviu o governo em tempos de guerra por 3 anos, no Batalhão de Joinville e Rio de Janeiro, saindo com o título de Cabo.
Em junho de 1943, ao voltar do Exército se dedicou com sucesso em várias atividades liberais, tanto comerciais, (comprando e vendendo madeira para a Móveis Cimo); como industriais, (dirigindo moinho, serrarias) oportunizando-lhe novos horizontes.
Sua trajetória política teve início em 1947, quando em outubro do mesmo ano, (morava no interior, Rio dos Bugres e dirigia serraria) devido a seus próprios valores, foi escolhido e convidado pelo então eleito a Prefeito de São Bento do Sul, Sr. Henrique Schwarz, para administrar o Distrito de Rio Negrinho, como Intendente no período de 01/10/1947 a 06/02/1951. Foi nomeado pelo antigo Prefeito Antonio Treml.

Herberto Tureck, na qualidade de Intendente do Distrito de Rio Negrinho (Foto: extraído do livro "Rio Negrinho que eu conheci", pág. 117, de autoria do Prof. José Kormann)
Em 1950, juntamente com Eugênio Ferreira de Lima e Carlos Weber, fundaram o Partido Trabalhista Brasileiro - PTB de Rio Negrinho, fundado na esfera federal por Getúlio Vargas.
No mesmo ano fez parte da Comitiva Catarinense, quando foram a São Borja RS solicitar a Getúlio Vargas a ser candidato a Presidente da República, saindo vitorioso nas urnas.
Devido a relevantes trabalhos prestados a comunidade até 1951 Herberto foi nomeado sub-Delegado do Distrito de Rio Negrinho pelo Governador Aderbal Ramos da Silva. Naquela época havia apenas um policial o Sr. Enoque Tavares e foi muito respeitado.
Em 1953 foi nomeado encarregado dos serviços gerais do IAPI (Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Industriários) e do IAPETEC (Instituto de Aposentadorias e Pensões de Empregados em Transportes e Cargas) na praça de Rio Negrinho (o mesmo que INSS de hoje).
Participou ativamente na linha de frente nas iniciativas juntamente com outras lideranças pela Emancipação política de Rio Negrinho, conquista que consta nos anais da nossa história, no livro “Enciclopédia dos Municípios Brasileiros pg. 307 e 308”.
A criação do Ginásio Cenecista São José se deu graças a uma pequena nota em um jornal veiculado por todo o Estado, orientando o que fazer para criar o Ginásio lido e recortado pela esposa de Herberto (Ana) que se utilizou do recorte como ponta-pé inicial nesta caminhada.
Também esteve presente nas seguintes marcas de nossa cidade: Associação Hospitalar, Igreja, Cruzeiro, RBA, etc.
Foi vereador por duas legislaturas (quando vereador não recebia vencimentos, era cargo de honra).  A primeira em 1958, foi eleito vereador pela Aliança Social Trabalhista, (PTB/PSD), com 594 votos, obtendo um percentual de histórico de 21,25% do eleitorado de Rio Negrinho. Em 1962 obteve 546 votos e foi eleito pela Aliança Social Trabalhista, (PTB/PSD), novamente com um percentual de 15,06% do eleitorado.
Ocupou com dinamismo por duas vezes (de 07/02/1961 a 07/02/1963 e 07/02/1963 a 23/09/1963) a Presidência da Casa de Leis.
Ao tempo que os mandatos do executivo eram de 5 anos e ao legislativo eram de 4 anos, Herberto foi eleito em 1958 com uma estrondosa votação a vereador que o habilitou a concorrer ao cargo a Prefeito Municipal em 1959.
Foi nessa disputa que se apresentaram como candidatos o vereador Herberto Tureck pela coligação PTB/PSD e o seu compadre Nivaldo Simões de Oliveira, apoiado pela UDN, com apoio decisivo da poderosa Móveis Cimo. Depois de uma renhida disputa eleitoral elegeu-se Nivaldo.
Mais acontecimentos na vida fazem com que certas missões sejam cumpridas e em 23/09/1963 em decorrência de enfermidade do então Prefeito Nivaldo Simões de Oliveira o então Presidente da Câmara de Vereadores Herberto Tureck o substituiu como Prefeito Interino, até 23/01/1964.
Em 15/11/1964 até 31/01/1966 foi Prefeito mais uma vez, agora eleito de forma indireta pela Câmara de Vereadores em atendimento a Lei Constitucional nº 10 da Assembléia Legislativa de SC. Suas prioridade foram o social, a saúde e a educação. Sem esquecer do atendimento do homem do interior. Instalou um britador para a conservação e melhoramento das estradas do interior e centro. Fez pontes, bueiros, escolas.
Depois de ter exercido no Poder Legislativo, no Poder Executivo de Rio Negrinho, foi atuar no Judiciário, transferiu-se para São Bento do Sul, onde passou a atuar no cargo de Escrivão do Civil, Órfãos e Anexos, da Comarca de São Bento do Sul, desempenhando a função com a competência de sempre.
Infelizmente faleceu, em 1º de junho de 1974, acometido por um derrame cerebral, aos 54 anos de idade.
Foi velado em sua casa em São Bento do Sul e na Câmara de Vereadores de Rio Negrinho, sepultado no Cemitério de Colônia Olsen, bem pertinho onde nasceu.
Herberto Tureck foi homenageado pelo povo de Rio Negrinho que deu seu nome a uma rua, no Bairro Quitandinha. O Esporte Clube Continental deu seu nome para o Estádio, que por sinal está na rua Prefeito Herberto Tureck.
Sua foto ornamenta a Galeria dos Intendentes, Prefeitos e Presidentes da Câmara de Vereadores de Rio Negrinho.

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

VIAS PÚBLICAS DE NOSSO MUNICÍPIO DE NOSSO MUNICÍPIO: QUEM FOI ALMIR JOSÉ KALBUSCH ?

Almir Kalbusch ao final de 2004 (Foto: acervo do autor do Blog)

Nota do Blog: Nossa cidade de Rio Negrinho homenageia Almir José Kalbusch, que durante mais de 25 anos prestou serviços em nossa cidade, com a denominação do edifício do novo prédio do hospital de Rio Negrinho e da Rodovia SC-112, mais conhecida como a Estrada de Volta Grande.

Almir José Kalbusch nasceu na cidade de Presidente Nereu, no Estado de Santa Catarina, no dia 05 de fevereiro de 1960. Filho de Leontino Kalbusch e de Norbertina B. Kalbusch, foi casado com Caria Lúcia Leite Kalbusch e seus filhos são Thalyni Ayne Kalbusch e Leontino Kalbusch Neto.

Almir e sua esposa Cária, com servidores públicos municipais, na comemoração do dia dos pais em 2003 (Foto: acervo do autor do Blog)

Líder nato e dono de uma personalidade impulsiva, fez seus estudos em Presidente Nereu, Jaraguá do Sul, Rio do Sul, além do Curso de Oficial da Reserva do Exército no 23º Batalhão de Infantaria de Blumenau.
Estabeleceu-se em Rio Negrinho em meados da década de 1980, onde foi agregando amigos, criando a empresa Ondutek Indústria e Comércio, no ramo de papel, situada no bairro Industrial Norte.
Na sua vida social foi presidente do Rio Negrinho Tênis Clube e presidente da Sociedade Esportiva Ipiranga.

O então Prefeito Mauro Mariani (centro) e Almir Kalbusch, Presidente da Comissão Pró Construção do Novo Hospital, em 1998, acompanhado de engenheiros e servidores municipais, no terreno onde foi construído o novo hospital (Foto: acervo do site da Fundação Hospitalar Rio Negrinho)
Mas teve como presença fundamental na construção do novo prédio do hospital de Rio Negrinho, onde foi o Presidente da Comissão Pró-Construção, desde o seu início até sua inauguração, onde agregou a comunidade, empresários e o poder público federal, estadual e municipal.
Como merecida homenagem o atual prédio da Fundação Hospitalar Rio Negrinho é dedicado em sua memória.
O Prefeito Almir Kalbusch e o seu vice Abel Schroeder, ao receber a placa de reconhecimento na inauguração do novo prédio hospitalar de Rio Negrinho (Foto: acervo do site da Fundação Hospitalar de Rio Negrinho)
Politicamente foi trazido pelas mãos do então prefeito Mauro Mariani na condição de vice-prefeito a partir de 01/01/2001, foi Secretário de Indústria, Comércio e Turismo de Rio Negrinho entre 01/01/2001 a 05/04/2002.
O então Prefeito Mauro Mariani, em 1998, no transcurso do seu primeiro mandato (Foto: acervo do autor do Blog)
Com a renúncia do então prefeito Mauro para concorrer a disputa ao cargo de deputado estadual, Almir, assumiu a prefeitura a partir de 05/04/2002, exercendo o cargo até 31/12/2004, onde fez exitosa administração.
Concorreu as eleições de outubro de 2004, onde venceu aquele pleito, tendo como vice-prefeito o professor Abel Schroeder.

Prefeito Almir recebendo alunos em seu gabinete, acompanhado de professoras e do então secretário de administração Osmair Bail (Foto: acervo do autor do Blog)
O seu mandato de prefeito municipal a partir de 01/01/2005, foi marcado por sérios problemas de doença, perseguição e de virulenta pressão política, somado a uma propalada decisão judicial de cassação do seu mandato.
Doente obteve licença para tratamento de saúde por 30 dias junto a Câmara de Vereadores, porém, foi-lhe negada a sua prorrogação, sendo obtida somente via judicial. Após o seu retorno ao cargo não suportou as injustiças vindas feitas pela oposição e principalmente por membros do seu próprio partido político, renunciando o seu mandato, a bem de sua saúde, em 17/10/2005.
A história dona da verdade, fará no futuro, com isenção, uma descrição do considerado período político mais turbulento porque passou Rio Negrinho, entre 2005 e 2008.
Após a sua renúncia continuou as suas atividades empresariais em Rio Negrinho e Lages.
Almir Kalbusch sempre teve como característica a integração das pessoas em prol de projetos comunitários.
Na Sociedade Esportiva Ipiranga mobilizou associados e a comunidade, através dos bingões na busca de recursos que viabilizaram a construção das arquibancadas e vestiários do clube. 
No Rio Negrinho Tênis Clube os bingões serviram para reestruturar o clube com diversas benfeitorias aos associados, desde piscina a quadras de tênis.
Esta característica ficou como uma marca própria e utilizando a ferramenta mobilizou a região inteira (Campo Alegre, São Bento do Sul, Mafra, Rio Negrinho e adjacências) com bingões que reuniram anualmente milhares de pessoas com a renda revertida para a construção do Novo Hospital, contabilizando valores que chegam a 40% do valor da obra. Almir, conseguiu mobilizar toda classe empresarial do município que, contribuindo mensalmente, cobriu o valor da mão de obra da construção do novo prédio.
Vitimado por um infarto fulminante, infelizmente Almir veio a falecer em 20/05/2007. Como epitáfio em sua tumba, está uma frase que sempre pronunciava em seus discursos de campanha “a política deve e pode ser feita por gente séria”.
Em sua homenagem o novo prédio hospitalar da Fundação Hospitalar Rio Negrinho foi denominado com seu nome.
Também a Rodovia SC-422, atual Rodovia Estadual SC-112 foi denominado de “Almir Jose Kalbusch”.

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

PERSONALIDADES DE NOSSA CIDADE: ERY KRETSCHMER, O GAÚCHO PIPOQUEIRO !

 Nota do Blog: Durante mais de 50 anos, nossa cidade de Rio Negrinho acolheu um gaúcho de Venâncio Aires, que aqui veio encontrar seu caminho, o seu trabalho pelo que ficou conhecido, como Gaúcho Pipoqueiro. Mais tarde desenvolveu seus dotes de cronista, que foram mais de 100 textos publicados, na voz do radialista Ivo Stoeberl pela Rádio Rio Negrinho e semanalmente no Jornal Perfil. A presente biografia tem por base o texto do livro “O AMANHECER” (2010, págs. 13 a 21), de autoria do consultor e professor Marcos Alberto von Bahtem, a quem agradecemos pela gentileza, atualizado e complementado com informações e fotos do autor do Blog.

Nascido em 19/09/1933, no povoado de Marechal Teodoro, nas proximidades da cidade de Venâncio Aires – RS, veio a residir em Rio Negrinho desde 1953.
Filho de Reinoldo e Olivia Kretschmer, um casal de pequenos agricultores, Ery foi criado pelo primo de seu pai, o seu tio Emilio Kretschmer. Desde jovem trabalhava com seu tio Emilio na lavoura. Seguindo os passos do seu irmão Bruno, que se estabelecera em Rio Negrinho em 1949, Ery se estabeleceu em Rio Negrinho em 1953, primeiramente trabalhando como chacareiro do sr. Helmuth Weber na criação de porcos na localidade de Rio dos Bugres, onde se encontra a Fazenda Evaristo. Anos mais tarde começou o trabalho atuou como pedreiro, com seu cunhado Armin Lehner, pelas cidades de Rio Negrinho, São Bento, Joinville e Jaraguá.  Ajudou inclusive a construir a ampliação do Seminário São José de Rio Negrinho.
Ery casou-se em 1958 com Olivia Brey, e pouco tempo depois uma quitanda, conhecida como a “Quitanda do Gaúcho”, na esquina do Casarão Zipperer, no mesmo espaço onde antes funcionava um posto gasolina. Quem abastecia frutas e verduras do mercado público de Curitiba era seu irmão Bruno, o que garantia fartura de produtos frescos no estabelecimento.  Na Quitanda também era oferecida a venda o caldo de cana, ou a guarapa, salvo melhor informação, foi o primeiro a oferecer estes serviços na cidade.
 
Ery Kretscher e seu irmão Bruno, entremeado pelo famoso cachorro "Kalunga", em 1961, em frente a Quitanda do Gaúcho (Foto: acervo de Hercilia Lehner)
Deixou a quitanda por volta de 1970, passou a dedicar-se unicamente a agricultura.  Nesta época começou a atividade que lhe consagraria na comunidade: a venda de pipocas. No início comercializava a guloseima em Rio Negrinho e São Bento do Sul, e para isso tinha dois carrinhos, um para cada local. Bem quisto nos dois municípios, fluente em alemão, conversador, bem educado, Gaúcho Pipoqueiro, como ficou conhecido, tinha o dom de cativar os seus fregueses, principalmente as crianças. Seu ponto oficial em Rio Negrinho era em frente a Igreja Matriz Santo Antonio, mas tinha presença garantida nas promoções futebolísticas. Como complemento vendia aipim, milho e raiz forte a dezenas de clientes, Geralmente fazendo as entregas de bicicleta.

Walcir V. Senna, Gaúcho Pipoqueiro, Osmair Bail, e as meninas Caroline Patrícia (colo) e Ana Letícia Bail, em março de 1996, defronte a Igreja Matriz Santo Antonio. (Foto: acervo do autor deste Blog)
Gostava muito de futebol, aliás, um dos temas favoritos de suas conversas e torcedor fanático do colorado gaúcho.
Em pleno regime militar, em 1966, Ery concorreu a vereador de Rio Negrinho, pelo antigo MDB, obtendo uma razoável votação, porém, não obtendo sucesso.
Além de pipoqueiro, Ery, a partir da década de 1970, deu início a uma série de crônicas, a primeira delas foi a respeito do cachorro “Kalunga”, do irmão Bruno. Outros foram abordando seu time de coração, o Internacional. Mas, somente em 1994, a paixão por escrever viria a receber um estímulo definitivo, com a queda do avião da esquadrilha da fumaça, ocorrido no dia 1º de maio de 1994, em Rio Negrinho. O texto chamou a atenção do locutor Ivo Stoeberl, que o transmitiu pela Rádio Rio Negrinho. A gravação foi editada em estúdio, com o toque de silencio da aeronáutica, dedicado aos últimos combatentes falecidos, ao fundo. Belíssimo, tocante, de arrancar suspiros.  Foi o despertar de uma série de crônicas, que daí em diante foram mais de 100, veiculadas pela Rádio Rio Negrinho na voz do locutor Ivo Stoeberl, e pelo Jornal Perfil de Rio Negrinho, semanalmente entre 1994 e 2005.

Gaúcho Pipoqueiro defronte ao Colégio Cenecista São José de Rio Negrinho, em setembro de 2002 (Foto: acervo do site do Colégio São José)

No ano de 2000, Ery viu-se acometido por um câncer, sendo internado em Curitiba, freado num primeiro momento a evolução da doença, ressurgindo a doença três anos depois, passando por momentos difíceis a partir do último semestre de 2005, submetendo-se a sessões na câmara hiperbárica, mas não obtendo sucesso.

Mantendo a tradição  do Gaúcho Pipoqueiro seu filho Gilson, a nora Isolete em companhia da neta Jéssica, prosseguem a tradição da venda de guloseimas, atualmente com a venda de churros (Foto: acervo do autor do Blog)
Ery infelizmente veio falecer em 05 de março de 2006, aos 72 anos, no Hospital de Rio Negrinho. Foram mais de 30 anos, como vendedor oficial de pipocas de Rio Negrinho, e escritor com mais de 100 crônicas. Foi sepultado no cemitério Jardim Parque da Colina, deixando a sua esposa Olivia, dois filhos, Gilson e Marcos e duas netas.

domingo, 7 de setembro de 2014

PERSONALIDADES DE NOSSA HISTÓRIA: QUEM FOI BERNARDO OLSEN ?


BERNARDO OLSEN

Bernardo Olsen (Foto: acervo de Luciana Campos Pizzato)

Nota do Blog: A localidade de Colônia Olsen, situada distante cerca de 7 km. da cidade de Rio Negrinho homenageia Bernardo Olsen, descendente de noruegueses, irmão de Adolfo e Amandus Olsen, que prestou serviços em nosso Município. O presente texto foi extraído do BLOG DISTRITO DE MARCILIO DIAS, de autoria do Professor Antonio Dias Mafra, a quem agradecemos, complementado com outras informações do autor deste Blog.

"Os irmãos de Adolfo, Amandus Olsen e Bernardo Olsen, filhos do imigrante norueguês Gjert Olsen em Joinville, tiveram um papel de relevância no desenvolvimento de São Bento do Sul e Rio Negrinho. Enquanto Adolfo e Amandus se estabeleceram em Rio Negrinho, Bernardo se estabeleceu em São Bento do Sul e mais tarde em Canoinhas". (texto de autoria do autor do Blog Rio Negrinho no Passado)
Com a inauguração da ferrovia em 1913, muitos empresários resolveram investir ao redor das estações em busca de lucros com a venda de lotes coloniais, erva-mate e madeira. Bernard, nacionalizado para Bernardo Olsen, já realizava negócios com erva-mate em Canoinhas, desde 1909. Ele conhecia bem o potencial econômico da região. Após o término da Guerra do Contestado, adquiriu ao redor da Estação Canoinhas da Estrada de Ferro São Paulo-Rio Grande, uma área de 790 alqueires e iniciou a Colônia São Bernardo. Mais tarde ampliou seu patrimônio adquirindo grandes áreas de terras em Taunay e Major Vieira.
Filho de Gjert Olsen, um dos primeiros noruegueses que chegou a Joinville em 1851, e casou-se com a imigrante suíça Anna Fischer. Bernardo nasceu em Joinville em 18 de fevereiro de 1862. Desde muito cedo iniciou com a atividade comercial negociando cavalos e gado. (Joinville, os Pioneiros, pg. 51). Casou-se com Maria Ritzmann, descendente de suíços e no ano de 1890. 

Maria Ritzmann e Bernardo Olsen (Foto: acervo de Luciana Campos Pizzato)
Bernardo Olsen, registrou na localidade de Lençol, município de São Bento do Sul, um açougue. Envolveu-se na política e se tornou intendente da Câmara municipal de São Bento, cargo este correspondente ao de vereador, para o período de 06/03/1893 a 22/06/1894. Foi nomeado pela junta Governativa do Estado de Santa Catarina, tomando posse para um segundo período em 27/06/1894.
A partir de 1895 os intendentes passam a se chamar conselheiros, sendo responsáveis pela administração Municipal. Bernardo Olsen é eleito conselheiro e toma posse em 16/04/1895.
A partir dessa data se afasta da atividade política, só retornando à Câmara mais tarde, quando tomou posse em 01/01/1915, para o período de 1915/1918. Apesar de ainda estar residindo em São Bento, já estava envolvido com negócios de terras na estação Canoinhas da Estrada de Ferro São Paulo-Rio Grande. 

EMPRESÁRIO EM SÃO BENTO E EM RIO NEGRINHO:

No ano de 1903 ampliou suas atividades, registrando um estabelecimento especializado no comércio da erva-mate em Lençol, cuja razão social era Olsen & Ritzmann. Foi pioneiro em comercializar a erva-mate de Canoinhas pelo porto de São Francisco do Sul. Em 27/10/1908 se associou a Carlos Urban e a Guilherme Bollmann, para impressão do jornal bilíngüe Volks Zeitung, do qual era redator com notícias da localidade de Lençol. Pelas suas atividades econômicas e seu poder político regional, era chamado em São Bento pelos seus adversários políticos de coronel Bernardo Olsen. Em 1909 Aleixo Gonçalves de Lima, um dos líderes sertanejos do Contestado e um grupo de colonos de São Bento, atacou o posto fiscal paranaense do Rio Preto. Bernard em seu jornal elogiou a ação de Aleixo. O Paraná retomou e reforçou esse posto e em represália prendeu 20 carroças de Bernardo Olsen, carregadas de erva-mate vindas de Canoinhas, sob acusação de contrabando do produto originário da área contestada.
Empresário de grande visão, diversificou seus investimentos, em diversos setores. Ficker, (1965, p. 434) traz a seguinte informação:
“Com um capital de 85 contos de réis, fundou-se (em 1910) a “Empresa Ferro-Carril Joinvilense” sendo sócios os Srs. Gustavo Grossenbacher, Adolf Trinks, Luiz Ritzmann e Bernardo Olsen”.Importados da Europa, vieram os primeiros petrechos já em maio de 1910, inclusive 4 500 metros de trilhos, 8 bondes a tração animal, para passageiros (cada carro continha 6 bancos com lotação de 16 pessoas e um carroceiro), e mais 8 carros para carga. Inaugurou-se a primeira linha de Bondes na presença de autoridades, empresários e grande massa popular. Era o dia 29 de janeiro de 1911, um marco histórico na vida de Joinville. Constituiu um dos aspectos mais curiosos e pitorescos a longa fila dos bondinhos percorrendo as ruas dotadas de trilhos, vistosamente enfeitados e decorados com flores e bandeiras, conduzindo a banda de música e convidados. O público que assistiu das ruas e suas casas à passagem do cortejo de bondes, ficou sob a mais alegre impressão”.
Nos primeiro tempos, os bondes rodavam repletos de passageiros e mercadorias, dando um bom lucro aos proprietários, mas com o passar do tempo os bondes deixaram de ser novidade e os horários tiveram que ser mais espaçados, reduzindo o lucro. Com a chegada dos automóveis, os trilhos, numa extensão de 7 quilômetros, forram arrancados e em 10 de abril de 1917 o tráfego a bonde foi paralisado em Joinville.
Apesar de já estar com empreendimentos econômicos em Rio Negrinho e em Canoinhas, continuou residindo em Lençol, no município de São Bento. Em 1917, registrou em Lençol um estabelecimento comercial de 2a ordem, com venda de bebidas. Na localidade de Estrada do Lago, abriu um comércio com venda de munição. Na localidade de Ponte dos Vieira abriu um comércio com venda de drogas.
No ano de 1918 continuou com seu comércio em Lençol e na Estrada do Lago, e fechou o da Ponte dos Vieira.
Em 1918 registrou em Rio Negrinho, uma casa de comércio de 2a. ordem, com venda de bebidas e comida feita (restaurante). Em 1919 continuou com comércio em Rio Negrinho, Campo de Lençol e Lençol.
Em 1920 encontra-se registrada em seu nome, uma casa de comércio em Rio Negrinho. Era um estabelecimento comercial de 2a. ordem, com bebidas e munições (sem restaurante) e ainda mantinha o comércio em Lençol, município de São Bento do Sul.
Sobre Bernardo Olsen, Kormann,(1980, p.66), assim se refere:
“O Sr. Bernardo Olsen, comerciante e açougueiro em Lençol, pessoa dinâmica e próspera, adquiriu no raiar do século XX uma enorme gleba de terra da Família Cardoso, as terras desta Família então ainda perfaziam um vasto latifúndio por entre o Rio dos Bugres, o Rio Preto, a Estrada Dona Francisca e nesta direção até os atuais limites do Município. Consta que ao fecharem negócio a Família Cardoso, além das dívidas que ficavam saldadas na loja do Sr. Bernardo Olsen, apenas reouve um saco de farinha e o terreno todo estava pago.
Parte deste enorme terreno que Bernardo Olsen comprara da Família Cardoso, ficara para seu irmão Adolfo Olsen, cujos filhos, em parte ainda hoje o possuem e exploram.
O Sr. Bernardo Olsen que ficara com outra parte, abriu no espigão, divisor das águas, uma estrada, loteou e vendeu essas terras a filhos de colonos de São Bento que necessitavam de novas propriedades e formou a Colônia Olsen, ou seja, São Pedro, como é comumente chamada pelo nome de seu patrono. Nesta Colônia o Sr. Bernardo Olsen não se esqueceu de doar um lote colonial para a construção da Igreja, Escola e Cemitério.
"Ainda sobre Bernardo Olsen encontramos uma citação na “EDIÇÃO COMEMORATIVA AO 75º ANIVERSÁRIO DA FUNDAÇÃO DE SÃO BENTO HOJE SERRA ALTA”, publicada em 27/09/1948, assim descrita:
“Em 1910, foi iniciada em nossa zona a construção da estrada de ferro São Paulo-Rio Grande, ramal São Francisco-Porto União, hoje, Rede Viação Paraná-Santa Catarina. Na localidade de Rio Negrinho, e para construir o leito desta via férrea entre São Bento e Rio Preto, localizou-se aqui a importante Empresa Varela. Nesta época firmaram residência em Rio Negrinho José Grossl, Victor Soares, Capitão Alfredo Pinto de Oliveira, Bernardo Olsen, gerenciada pelo Snr. Paulo Welmuth.......”. (grifo nosso). (texto acrescido pelo autor do Blog Rio Negrinho no Passado)
Pelos registros consultados no Arquivo Histórico de São Bento do Sul, somente por volta de 1920, é que ele foi residir em Marcilio Dias, acompanhado de sua esposa Maria e seus filhos Francisco Waldemiro, Wiegando, Elfriede, Luiza, Emílio Líbero e Rodolpho. Deixou em Rio Negrinho cuidando dos seus negócios, além do Irmão Georg Joahannes Adolf, ou Adolfo Olsen, como era conhecido e seu filho Luís Bernardo.
“Pelo que se deduz Bernardo Olsen nunca residiu em Rio Negrinho, mas é incontestável a sua influência no desenvolvimento nos primórdios em nossa terra, com o comércio de secos e molhados, negócio de erva-mate ou no ramo imobiliário, que originou a Localidade de Colônia Olsen. Muito mais, com o seguimento dos empreendimentos realizados pelo seu filho Luiz Bernardo Olsen”. (comentários do autor do Blog Rio Negrinho no Passado)

EMPRESÁRIO EM CANOINHAS:

Na Colônia São Bernardo, estação de Canoinhas, instalou um comércio de secos e molhados e depósito de erva-mate, ao lado norte da atual casa da família Olsen.
Em 1919 inaugurou o serviço de lancha pelo rio Canoinhas, transportando erva-mate de Major Vieira, até o porto de Marcilio Dias, localizado um pouco abaixo da ponte metálica da estrada de ferro e já dentro do pátio da serraria Wiegando Olsen. Do porto do rio Canoinhas, a erva-mate era transportada até a estação ferroviária, para ser despachada para Joinville ou Curitiba pela ferrovia. Vendendo terras, exportando erva-mate e beneficiando a madeira, ampliou sua fortuna e se tornou o mais importante líder da Colônia São Bernardo, com participação política na Câmara de Canoinhas.
Ao fazer um pequeno histórico da maior serraria que existiu em Marcilio Dias, a Wiegando Olsen S.A., Koslow, (1983, p.3), informa:
“Por volta de 1914, chegava a Marcilio Dias, município de Canoinhas, a inconfundível figura de Bernardo Olsen, e já em 1926, precisamente a 25 de março uma chaminé e o ruído característico de uma pequeno quadro de serrar, assinalavam o início das atividades industriais da Wiegando Olsen S.A. no município."
Túmulo de Maria e Bernardo Olsen no cemitério da localidade de Marcilio Dias - Canoinhas (Foto: acervo de Antonio Dias Mafra)

“Bernardo Olsen faleceu em 30/06/1935 na Colônia São Bernardo, no município de Canoinhas, com 73 anos, deixando como filhos: Ana com 44 anos, Emilio com 43 anos, Luiz Bernardo com 40 anos, Rodolfo com 37 anos, Waldomiro com 36 anos, Wigando com 33 anos e Elfrida com 32 anos”. (texto acrescido pelo autor do Blog Rio Negrinho no Passado)
No mausoléu da família no Distrito de Marcilio Dias, próximo ao túmulo do casal Bernardo e Maria Olsen, estão sepultados os filhos: Luiza Olsen Trinks, e seu esposo Paulo Guilherme Trinks; Emílio Olsen, Francisco Waldemiro Olsen; Há ainda um túmulo sem identificação, cujos dados foram extraídos, por um ato de vandalismo.
Nesta foto do autor (Prof. Mafra), os rostos em bronze do casal Olsen ainda estavam fixados no túmulo.

Texto do Professor Antonio Dias Mafra.

Consultas:
KOSLOW, Mario. TCC sobre a Empresa Wiegando Olsen S.A. Canoinhas: UnC, 1983, p.3.
FICKER, Carlos. Historia de Joinville.  Joinville: Impressora Ipiranga, 1965, p. 434.
Arquivo Histórico de São Bento do Sul. Pesquisas do autor.
KORMANN, José. Rio Negrinho que eu conheci. Rio Negrinho: Ed. Do autor. 1980.

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

VIAS PÚBLICAS DE NOSSA CIDADE: QUEM FOI CARLOS SPEICHER ?

Carlos Speicher e Helena Olsen, em 20/07/1921 (Foto: acervo de Glicia Neidert)

Nota do Blog: Nossa cidade de Rio Negrinho homenageia Josef Anton Carl Speicher, ou simplesmente Carlos Speicher, de origem alemã, que durante mais 25 anos prestou serviços em nossa cidade, com a denominação de uma importante rua, situada no bairro Vila Nova. O presente texto foi cedido pelo Arquivo Histórico de Rio Negrinho, que agradecemos pelo atendimento e gentileza, complementado com outras informações do autor deste Blog.

Josef Anton Carl Speicher, natural de Trier na Alemanha filho de Heinrich Speicher e de Regina Speicher, nasceu em 26 de janeiro de 1893.
Veio para o Brasil, bastante jovem e naturalizou-se brasileiro ficando conhecido como Carlos Speicher.
Homem de renomada cultura apreciava boa leitura sendo um apaixonado pelas artes, possuindo um grande acervo de bons livros, jornais e revistas, com grande gosto pela leitura.
Foi casado com Luisa Anna Helena Olsen, filha de Adolfo Olsen e de Magdalena Olsen, cujo enlace foi realizado em dia 15 de maio de 1920.

Residência de Carlos Speicher, atualmente demolida, situada à rua São Bernardo, com vista à rua D. Pio de Freitas (Foto: do acervo do autor do Blog)

Teve uma filha Maria de Lourdes Speicher que mais tarde casou-se com Benone Hermógenes de Oliveira, conhecido comerciante de nossa cidade.

Carlos Speicher, Helena Olsen e sua filha Maria de Lourdes (Lourdinha), em 1931 (Foto: acervo de Glicia Neidert)

Em 06 de janeiro de 1931 foi nomeado Agente Fiscal em Rio Negrinho em cujo cargo permaneceu até 1933.

Carlos Speicher foi Intendente do então Distrito de Rio Negrinho (Foto: extraída do livro "RIO NEGRINHO que eu conheci", pág. 115, 1980, de autoria do Prof. José Kormann)

Foi nomeado Intendente para o Distrito de Rio Negrinho pela Resolução nº 91 de 06 de julho de 1933 e tomou posse no dia 10 de julho de 1933 perante o então Prefeito Municipal de São Bento do Sul, Sr. Eduardo Virmond exercendo este cargo até 31 de dezembro de 1933.
Logo a seguir passou a exercer funções na empresa de Luiz Bernardo Olsen, até o seu falecimento em 31 de outubro de 1947 aos 54 anos, 9 meses e 5 dias.