Professor Pedro Henrique Berkenbrock (Foto: extraído do site da EMEB Pedro H. Berkenbrock) |
Nota do Blog: Nossa
cidade de Rio Negrinho homenageia o Professor Pedro Henrique Berkenbrock, que
durante mais de 15 anos prestou relevantes serviços em nossa cidade, no magistério
em Rio Negrinho, com a denominação de uma via pública e de uma importante
Escola Municipal, ambas situadas no bairro Industrial Norte. A presente
biografia tem por base o texto do livro “A TRILHA” (Volume I, 2007, págs. 272 a
275), de autoria do consultor e professor Marcos Alberto von Bahtem, publicado no
Blog da EMEB Professor Pedro Henrique Berkenbrock, a quem agradecemos pela
gentileza, atualizado e complementado com informações e fotos do autor do Blog.
O saudoso Prof. Pedro Henrique Berkenbrock nasceu
em 1º de outubro de 1938, na localidade de São Luiz, em Imaruí – SC, filho de
Henrique Berkenbrock e Josefina Boeing, agricultores. Pedro Henrique é filho caçula de uma família de
nove irmãos e irmão da Beata Albertina que faleceu em 15 de abril de 1931, por
defesa de sua honra, ganhando fama de mártir e santa e muitas são as pessoas
que peregrinam até seu túmulo pedindo e alcançando graças. Ela foi beatificada
em 19 de outubro de 2007 e poderá se tornar a segunda santa genuinamente
brasileira.
Pedro Henrique ingressou no seminário aos 12 anos
de idade, contrariando a vontade de seu pai. Mas embora houvesse resistência e
muita tristeza pela sua partida, o garoto seguiu seu caminho, pois deseja muito
estudar.
Começou a cursar o Seminário São José de Rio
Negrinho, freqüentando mais tarde o Seminário Sagrado Coração de Jesus de
Corupá, onde concluiu o curso ginasial. Em 1958 deixou o seminário para o
sacerdócio, ingressando ao mesmo tempo no noviciado de Jaraguá do Sul, onde
ficou por um ano. Esta etapa de estudos o marcou profundamente, pois a
religiosidade sempre foi uma constante em sua vida. Em 1961, regressou a Rio
Negrinho, após ter sentido que sua vocação não era o sacerdócio e sim a
educação.
Permaneceu na cidade como professor do Ginásio São
José e da Escola Técnica de Comércio, até que resolveu, em 1964 continuar seus
estudos. Decidido, viajou para Curitiba, onde passou a lecionar no tradicional
Colégio Bom Jesus e continuando, ao mesmo tempo, seu curso superior. No
entanto, Pedro Henrique havia deixado saudade e admiração dos rio-negrinhenses.
Naquele mesmo ano, foi procurado pelo Padre Luiz Gonzaga Steiner, pelo Sr.
Péricles Porto Virmond e pelo Sr. Álvaro Spitzner para que retornasse a cidade
de Rio Negrinho.
Colégio Cenecista São José na década de 1980 (Foto: acervo de Marilia K. Berkenbrock) |
Pedro Henrique atendeu ao apelo e retornou,
assumindo a direção do então Ginásio São José, hoje transformado em colégio, do
qual foi diretor e administrador até seus últimos dias.
Em 1964, quando retornou a Rio Negrinho, iniciou
namoro, tendo contraído matrimônio com Marília de Vasconcellos Kruger em 15 de
dezembro de 1965, sendo que desta união resultou o nascimento de Patrícia, Luis
Henrique e Pedro Paulo, hoje também de saudosa memória.
Suas atividades não se resumiram ao magistério.
Professor Pedrinho chegou a tentar um mandato político ao candidatar-se a
prefeito pela extinta ARENA, em 1976, não conseguindo se eleger. Foi também o
primeiro líder das grandes gincanas de Rio Negrinho, defensor e praticante de
um grande número de modalidades esportivas. Além disso, foi defensor
intransigente das causas comunitárias, tendo participado ativamente da vida
cultural de sua cidade. Foi um dos fundadores da Escola de Pais do Brasil, em
Rio Negrinho.
Osmar N. Jablonski, Pedro H. Berkenbrock, Dona Mazinha e Alvaro Guerreiro Kruger, em outubro de 1972. (Foto: acervo de Marilia K. Berkenbrock) |
Seu grande mérito foi fazer do Colégio São José,
estabelecimento exemplar, atraindo a atenção das personalidades ligadas à
educação em Santa Catarina e também de ter conseguido verbas para construir o
primeiro Ginásio de Esportes coberto de nossa cidade, que recebeu o nome de
Ginásio de Esportes Osny Vasconcellos.
Seu espírito empreendedor foi responsável por
grandes conquistas na área do ensino rionegrinhense. O professor Pedrinho, como
era chamado, sempre soube contornar as situações difíceis e elevar o padrão do
Colégio são José, fazendo o estabelecimento ganhar relevo no contexto
educacional catarinense. Conseguiu ainda, atender a uma das maiores aspirações
dos estudantes rionegrinhenses, fazendo retornar o Curso Técnico de
Contabilidade atraindo alunos das cidades vizinhas.
Em conversas com amigos, Professor Pedrinho revelou
que seu patrono e mentor espiritual era São Pedro, o apóstolo. E explicou: “ele
era mais ou menos como eu. Era humano, tinha problemas, traiu Jesus, mas depois
soube se arrepender e por isso foi nomeado Papa. Não foi o santo que nunca
Errou. Sou humano, procuro fazer aquilo que posso fazer, mas sei que não sou
perfeito”.
Professor Pedrinho faleceu dia 7 de março de 1981,
aos 42 anos de idade, depois de uma partida de futebol com amigos, quando foi
vitimado por um ataque cardíaco fulminante.
Grande homem, grande pai, grande amigo, grande
educador. Professor Pedrinho é uma pessoa que por todo o carinho que teve com
todos que o conheceram será sempre lembrado e impossível de ser esquecido.
Imagem da EMEB Prof. Pedro H. Berkenbrock, quando foi inaugurada em 27/10/1996 (Foto: acervo do site da EMEB Prof. Pedro H. Berkenbrock) |
Imagem atual da EMEB Prof. Pedro H. Berkenbrock (Foto: acervo do site da EMEB Prof. Pedro H. Berkenbrock) |
Como forma de homenagear a
sua memória, em agosto de 1986, uma via pública, e posteriormente em 27/10/1996, foi inaugurada uma Escola Municipal, ambas situadas no Bairro Industrial Norte, pelo então prefeito Romeu Ferreira de Albuquerque, atualmente com
a denominação de Escola Municipal de Educação Básica Professor Pedro Henrique
Berkenbrock.