Dr. Jorge Lacerda, Governador de SC (Imagem extraída do site do MASC, de autoria do pintor Martinho de Haro) |
Nota
do Blog: Nossa cidade de Rio Negrinho
homenageia com a denominação de importantes ruas, três ilustres políticos
catarinenses, que foram atingidos por uma fatalidade de um acidente aéreo em
16/06/1958. Este acidente que vitimou Jorge Lacerda, então governador de SC, o
senador Nereu Ramos e o deputado federal Leoberto Leal mudou o panorama
política de Santa Catarina. O presente texto tem por base o site "Wikipédia, a enciclopédia livre" e em pesquisas do autor do Blog.
Filho de imigrantes gregos, Komninos Giorgis
Lakierdis e Anastácia Joanides Lakierdis, da Ilha de Kastelorizon, Jorge
Lacerda nasceu em Paranaguá, em 20/10/1914. Ele iniciou seus estudos primários
na Escola Paroquial de Paranaguá, em 1922, cinco anos mais tarde, em 1927, ele
fez o ginasial no Colégio Catarinense, em Florianópolis. Em 1932 ele ingressou
no Partido Integralista, onde ele conheceu os intelectuais da época: Plínio
Salgado, San Thiago Dantas e Augusto Frederico Schmidt.
Jorge Lacerda formou-se em medicina em 1937, pela
Faculdade de Medicina do Paraná. Viveu por muitos anos no Rio de Janeiro, onde
foi jornalista da área de cultura e oficial de gabinete do ministro da Justiça
Adroaldo Mesquita da Costa. Em 1940, no Rio de Janeiro, então Capital da
República, ele trabalhou no jornal “A Manhã”, sendo assessor do diretor
Cassiano Ricardo.
Bacharelou-se pela Faculdade de Direito de Niterói
(RJ) em 1949. Elegeu-se deputado federal pelo PRP em 1950. Depois, reelegeu-se
em 1954. Casa-se com D. Kyrana Atherino - 1942, também de descendência grega, e
nascem duas filhas: Irene e Zoê. Nove anos depois nasceria Cristina. É médico
do antigo Serviço de Assistência aos Menores – SANDU. Em 1945, é candidato a
deputado federal por Santa Catarina, pelo Partido de Representação Popular –
PRP, a antiga Ação Integralista Brasileira. Tem boa votação, mas não se elege
por não ter a legenda partidária necessária. No jornal “A Manhã”, funda e
assume a direção do Suplemento “Letras e Artes”, em 1946. Tem como
colaboradores escritores e artistas de renomes nacionais: Carlos Drummond de
Andrade, Manuel Bandeira, Raquel de Queiroz, João Condé, Louis Wiznitzer, Brito
Broca, Ledo Ivo, Lygia Fagundes Telles, Dinah Silveira de Queiróz, José Lins do
Rego, Santa Rosa. Este seria uma adaptação do antigo Suplemento “Autores e
Livros”, de Múcio Leão, pertencente à Academia Brasileira de Letras. Agora o
Suplemento enfocaria todos os tipos de artes, não só a literatura, mas também o
cinema, o teatro, a pintura, a filosofia. Jorge Lacerda dirige um espaço que
não distingue a concepção política. Quando a pessoa realmente tem uma vocação
artística, ela é divulgada. Não importando se é comunista, como no caso de
Portinari, ou da situação (governo do General Dutra). Além do enfoque nos
acontecimentos culturais, há, ainda, um espaço para os novos escritores
divulgarem os seus trabalhos. Com uma nova edição jornalística e abrangendo
todas as classes de artistas, o Suplemento “Letras e Artes” representa um marco
importante na literatura brasileira.
Assessor do Ministro da Justiça Adroaldo Mesquita
da Costa – 1948. Numa época em que o país vive o período do pós-guerra contra a
Alemanha, Jorge ajuda os imigrantes e empresários catarinenses do Vale do
Itajaí. Cola grau na Faculdade de Direito de Niterói – 1949. Deputado Federal
em 1950, pelo Partido de Representação Popular – PRP, agora em coligação com a
União democrática Nacional – UDN. Consegue a reeleição em 1954. Jorge viaja com
freqüência para o interior de Santa Catarina, para ouvir a população mais
distante da Capital. E incentiva a montagem de maquinários de hospitais em
cidades distantes dos grandes centros urbanos: Itapiranga, Ituporanga e
Caçador. Jorge Lacerda se elege ao governo de Santa Catarina, pelo PRP,
novamente em coligação com a UDN, em 31 de janeiro de 1956.
Suas principais obras no Governo Estadual são:
- Criação da Sociedade Termelétrica de Capivari –
SOTELCA, em 1957, usina termelétrica que garantiria a independência energética
do Estado. Sendo, depois, a usina geradora da ELETROSUL. Hoje, o nome da usina
é Termelétrica Jorge Lacerda, e com a administração da empresa Tractebel Suez.
Sendo a maior termelétrica da América Latina, com uma capacidade de produção de
854 MW de energia;
- Construção de 48 escolas no Estado. Incluindo o
Instituto Estadual de Educação, atualmente com 7.000 alunos. São iniciadas as
bases para a construção da Universidade Federal de Santa Catarina e, ainda, a
Universidade de Engenharia de Joinville;
- Construção de 50 pontes e 10 estradas, como a
conclusão da primeira estrada asfaltada estadual, ligando Blumenau à Itajaí e
reforma da estrada D. Francisca, que liga a BR-101 à São Bento do Sul;
- Construção do Fórum de Tubarão, da Coletoria de
Joaçaba e o Edifício das Diretorias em Florianópolis;
- Construção de diversas obras isoladas: 4
delegacias de polícia, 7 postos de saúde, instalações da Maternidade Carmela
Dutra, uma usina emergencial de energia, uma subestação transformadora, um
posto de puericultura, uma residência e 4 prédios para o DER.
O seu governo é marcado por uma reestruturação em
termos gerais da administração. Quando recebeu o governo das mãos do
ex-governador Irineu Bornhausen, o saldo na balança financeira estadual era
positivo. Fato que continua até o final de seu governo e do vice-governador
Heriberto Hülse, que tomaria posse no seu cargo, logo após o seu falecimento.
O Estado de Santa Catarina entra em acordo com Rio
Grande do Sul, Paraná, e São Paulo, através dos governadores Moisés Lupion,
Ildo Meneghetti e Jânio Quadros. Para agilizar o tráfego e aquisição dos
produtos advindos de seus Estados. Com o governador Ildo Meneghetti, inicia-se
um estudo para o aproveitamento da bacia hidrográfica do rio Uruguai.
Todos os municípios recebem pontualmente os 5%, na
distribuição das verbas estaduais, como constante no artigo 5º da Constituição
Federal. São Paulo é um dos únicos Estados brasileiros a honrar este
compromisso, e pagando apenas 4% da cota.
Acontece o maior aumento do funcionalismo público
estadual, com 70% dos seus vencimentos.
Jorge Lacerda mostra, em 31 de janeiro de 1958, ao
completar 2 anos de governo, as realizações de sua administração no Teatro Álvaro
de Carvalho, em Florianópolis. Com exposições de fotos das obras em execução em
todo o Estado.
Na área cultural há um incentivo a todas as classes
de artistas. O governador viaja para São Paulo, onde financia a apresentação da
Ópera Anita Garibaldi, do maestro Heinz Geyer, no Teatro Municipal de São
Paulo. No cinema, tem-se o apoio do governo para a gravação do primeiro
longa-metragem catarinense: “O Preço da Ilusão”, de Armando Carreirão e Salim
Miguel. Que, também, fazem parte do Grupo Sul e lançam, com a ajuda do governo,
a Revista Litoral. É nesse governo que acontece a reforma do Museu de Arte de
Santa Catarina.
Em 18 de abril de 1958, é publicado no Diário
Oficial, o Decreto nº7, para a construção da nova Biblioteca Pública Estadual
de Florianópolis, com Centro de Pesquisas, no pátio do Palácio Cruz e Souza.
Este projeto é elaborado no Rio de Janeiro, pelos arquitetos Oscar Niemeyer
Filho e Flávio de Aquino. Este fato não fora concretizado, entre tantos outros,
como a usina siderúrgica de Laguna, devido à morte prematura do governador.
É feito o primeiro Levantamento Aerofográfico de
Santa Catarina. Para auxiliar na expansão das estradas e nos estudos das bacias
hidrográficas. Santa Catarina colabora com a madeira e com provimentos
alimentícios para a construção de Brasília, a nova Capital Federal.
No dia 15 de junho de 1958, a convenção do PSD, em
Florianópolis escolhe Carlos Gomes de Oliveira para candidato ao senado. Antes
eles teriam escolhido Plínio Salgado. Jorge Lacerda mostra-se surpreso, pois
saberia desta opção. Isto é, um candidato ao senado sendo o presidente do seu
partido e pertencente a uma chapa de oposição a sua.
Jorge deveu muito sua eleição a Irineu, que seria o
candidato da UDN ao senado. E resolve viajar no dia seguinte, em 16 de junho,
na segunda-feira, para São Paulo e conversar com Plínio a respeito da convenção
do PSD. Nessa viagem, Jorge também iria conversar com o prefeito de São Paulo
Jânio Quadros sobre questões políticas.
Regressaria na próxima quarta-feira, acompanhando o
presidente Juscelino, que viria a Santa Catarina assinar em Criciúma as bases
da construção de uma usina siderúrgica na cidade de Laguna. Acontece, então, o
fatídico acidente envolvendo as três maiores figuras políticas do cenário
catarinense. Jorge Lacerda morre aos 43 anos em acidente de avião em Curitiba,
juntamente com o ex-presidente e senador Nereu Ramos e o deputado federal
Leoberto Leal, em 16 de junho de 1958.
Hoje são encontradas no Estado diversas homenagens
a Jorge Lacerda, incluindo a Termelétrica de Capivari, rodovias, praças,
escolas, e até mesmo um município com o nome de Lacerdópolis. Rio Negrinho
também em sua homenagem denomina uma importante via, situada entre os bairros
Cruzeiro, Ceramarte e São Rafael. (Fonte: texto extraído do site Wikipédia, a enciclopédia livre)
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