Nota do Blog: Prosseguimos com a publicação da série “Um Olhar sobre Rio Negrinho”, texto de autoria dos Professores Celso Crispim Carvalho e Mariana Carvalho, a quem agradecemos, e foram publicados originalmente no Jornal do Povo de Rio Negrinho.
MÓVEIS CIMO. (Parte 2).
CONSIDERAÇÕES INICIAIS. A CIMO parecia ter um potencial sólido,
inesgotável e indestrutível mesmo diante das crises financeiras que se
enfileiravam de tempos em tempos em nosso País. Ela satisfazia a todos os
gostos através dos decênios e continuava evoluindo em perfeita consonância com as
exigências de cada geração. Do móvel mais singelo ao mais aristocrático e
funcional – mostraremos alguns - nos lares, nos cinemas, nas repartições
públicas, nos bares e nas escolas, a linha CIMO firmava-se na preferência do
povo. Eram três grandes fábricas e inúmeros revendedores em todo o Brasil. Sua
marca inconfundível tinha tudo para permanecer por durante muitas e muitas
décadas com seu cada vez maior sucesso e, talvez, tornar-se, se não a maior,
mas uma das maiores fábricas de móveis do mundo. No entanto, quis o “destino”
que assim não fosse. Hoje, resta-nos apenas gratas lembranças, como a do bolso
do operário que, no início do mês, no dia do pagamento, ia para casa cheio de
dinheiro para comprar tudo o que sua preciosa família precisasse e como a do
seu imponente patrimônio que abrangia uma tão grande área que mais parecia uma
cidade.
Aqui, mais de mil trabalhadores ganhavam o pão de cada dia que sustentava, e muito bem, suas famílias. O tempo de ouro de Rio Negrinho foi este, quando a Cimo funcionava a todo vapor. De várias cidades vizinhas vinha gente trabalhar na Cimo. Alguns ficavam definitivamente morando aqui. Outros subiam a serra de trem no começo da semana e só voltavam para suas cidades, também de trem, no final da semana. Por exemplo, o pessoal de Jaraguá do Sul fazia isso. Hoje tudo mudou! É gente de Rio Negrinho que vai trabalhar em Jaraguá e em outras cidades vizinhas!
A Móveis Cimo exportava móveis para todo o Brasil e também para o exterior. Era considerada a maior fábrica de móveis da América Latina. Empregava milhares de empregados na matriz e filiais. A Cimo orgulhava-se de ter sempre prestado o melhor de sua colaboração aos empreendimentos de valor surgidos em várias partes do País que era um produto da fé e do trabalho de homens e mulheres que consagraram os sacrifícios de uma existência inteira ao progresso do País. Naquele ano (1955) a experiência constante de 30 anos de serviços conferia-lhe um alto padrão de qualidade dos seus artigos. A maioria dos duzentos cinemas em funcionamento na Capital paulista possuía poltronas CIMO.
CROQUI DA MÓVEIS CIMO DE RIO NEGRINHO. PUBLICADO NA “REVISTA MÓVEIS CIMO” DE MAIO DE 1955. |
A SERRARIA DA MÓVEIS
CIMO EM 1955. Observe que há somente uma casa no morro ao fundo.
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UMA CIDADE CHAMADA MÓVEIS CIMO DENTRO DE OUTRA CIDADE NA DÉCADA DE 50.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS.
Com estas amostras de apenas alguns dos tipos de móveis que a Cimo fabricava,
estamos ilustrando o retumbante sucesso que a nossa querida Cimo fez de norte a
sul do Brasil. Não era para ter falido assim tão melancolicamente! Que Pena!
Muitas pessoas dizem que, com o falecimento dos principais grandes diretores
Martin e Carlos, que eram rígidos e profundos conhecedores da disciplina
administrativa dos negócios e no andamento geral da produção, a Cimo teve uma
reviravolta, uma guinada suicida que a derrubou do cume ao fundo do poço. Imagine
se Rio Negrinho ainda tivesse essa grande “máquina de fazer empregos” quanta
gente não mais estaria nas ruas desempregada e sem rumo! Por hoje é só!
Obrigado! Um grande abraço de Celso e outro de Mariana! Fique com Mamãe e Papai
do Céu!
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