Nota do Blog: Prosseguimos com a publicação da série “Um Olhar sobre Rio Negrinho”, texto e as respectivas fotos de autoria dos Professores Celso Crispim Carvalho e Mariana Carvalho, a quem agradecemos, e foram publicados originalmente no Jornal do Povo de Rio Negrinho.
CONSIDERAÇÕES INICIAIS. Desde que iniciamos a série de amostras do Rio Negrinho
antigo e do atual recebemos muitos comentários de pessoas admiradas com as
fotos de Rio Negrinho antigo comparado com o atual. Por exemplo, um senhor
disse estar encantado com a imagem do extinto Salão Dettmer, em frente à igreja
Matriz, consumido pelo fogo. Disse ele que até então nunca o tinha visto. Para
fotografar a referida construção daquele ângulo superior eu (Celso) tive que
escalar os perigosos andaimes de varas de madeira, amarrados uns aos outros
apenas com arames e cordas e que serviram para a construção da atual torre da
igreja Matriz Santo Antonio de Pádua. Na verdade me abasteci de bastante
coragem para o tal feito, mas os calafrios do medo apareceram e tremi um pouco
na base. É o tal negócio: quem não tem helicóptero usa as helipernas mesmo!
Veja a foto novamente e preparem-se para fazer uma viagem ao passado de Rio
Negrinho!
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SALÃO DETTMER VISTO DO ALTO DA TORRE DA IGREJA MATRIZ. Já que eu estava lá em cima não adiantava dizer: -“Ui, que medo de olhar para baixo!” Quando desci fui recebido com uma salva de palmas das pessoas curiosas que acompanhavam as peripécias do “macaco trepador”! Nota do Blog: A torre da Igreja Matriz foi inaugurada em 13/06/1973. Nesta imagem frontal vemos a imponência do então "Salão Dettmer", infelizmente destruído por um incêndio, em 08/12/1973. |
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EM FRENTE À IGREJA MATRIZ SANTO ANTONIO, INICIO DE CORRIDA INFANTIL. Aqui, analisamos três aspectos: 1º-
interessante o intercâmbio esportivo entre cidades – veja a camiseta das
crianças-; 2º - a tranqüilidade nas ruas, sem automóveis, dava até para fazer
eventos esportivos pelas ruas livremente sem incomodar ninguém. Quando
aconteciam eventos de qualquer natureza nas ruas, no cinema ou nos salões o
povo acorria em massa para apreciar. Um dos motivos, é que não havia a
“bendita” televisão para atrapalhar! 3º- O pátio da Matriz e o coreto dos
músicos no meio das árvores: um luxo!
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DESFILE DE 7 DE SETEMBRO EM MEADOS DA DÉCADA DE 60. Observe a "Quitanda do Gaúcho" (Ery Kretschmer) entre a praça do avião e o Museu Carlos Lampe. Ali era lugar de
encontro de amigos e onde o povo preferia comprar frutas e legumes. Quem não
lembra do Gaúcho da Quitanda basta lembrar do Gaúcho Pipoqueiro que por longos anos vendia com seu carrinho de pipocas tendo como principal local em frente a Igreja Matriz, os dois são a
mesma pessoa.
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EDUCANDÁRIO SANTA TERESINHA EM 1958 (data aproximada). Bem no alto da fachada do
estabelecimento a imagem de Santa Teresinha lembrava o nome da escola. Depois
que as irmãs religiosas venderam o prédio do colégio, a estátua foi retirada e o nome da escola
também foi mudado.
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ENCHENTE NA RUA JORGE LACERDA (CONHECIDA COMO RUA DO SAPO), EM 1962. O quê? Está estranhando a data porque a primeira e a segunda
grandes enchentes mais atuais foram em 1983 e 1992? Então, vamos contar para
você, leitor, que a Rua Jorge Lacerda (conhecida como rua do Sapo) sofria com enchentes desse
tipo constantemente em qualquer época do ano. Bastava cair um toró (chuva
torrencial) que a rua ficava assim devido aos estreitos bueiros no
entroncamento com a rua Dona Francisca, ali onde hoje está o Nosso Posto (de
combustíveis), que não comportavam o vazamento das águas de grandes chuvas.
Como dissemos, era comum a rua inteira sofrer com este tipo de intempérie. Nos
dois lados da rua duas grandes valetas acompanhavam o trajeto. De vez em quando
para dentro delas escorregavam bêbados e até automóveis que ficavam atolados na
lama até que algum trator os viesse tirar - os carros, é claro - porque os
bêbados, se não dormiam lá dentro mesmo, podiam se alimentar com o agrião que
crescia nos barrancos laterais até que alguém os ajudasse a sair! A Rua do Sapo
era uma festa! Em edições futuras, pretendemos falar mais sobre ela e contar
algumas das suas histórias e, também, sobre a Rua do Sepo, que é a rua Willy Jung. E
você já ouviu falar sobre o Buraco Quente? Espere aí! Não é esse que você está
imaginando! Estamos nos referindo a um lugar, uma pequena grota nas proximidades
da Rua do Sapo que tem muita coisa interessante para ser contada. Aguarde!
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ENCHENTE DE 1992. Agora, sim! Esta é a mais atual grande enchente que nossa cidade sofreu.
Esta foi ainda maior que a de 1983, ultrapassou a marca da anterior em 7
centímetros. As marcas das duas últimas grandes enchentes estavam registradas
nas paredes da igreja matriz até bem pouco tempo atrás. A cidade ficou sob as
água por quase um mês. As águas demoraram para baixar mesmo depois que as
chuvas cessaram. Realmente, esta foi, para Rio Negrinho, um grande dilúvio.
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CORRIDA DE BICICLETAS PELAS RUAS DA CIDADE, NA DÉCADA DE 60. O pessoal era mais agarrado nos
esportes porque não tinha televisão para atrapalhar! Naquela construção com
sacada cercada, funcionava a farmácia do Didi, hoje prédio da Loja Miner, com três
palmeiras na frente. Só havia duas farmácias na cidade: esta e a Farmácia do
Povo. Na foto, identificamos em primeiro
plano, a pessoa mais alta no centro da fotografia, o senhor Euclides Ribeiro, o
Quito, gerente local do SESI e líder político de Rio Negrinho na época e organizador
de eventos culturais e esportivos e a seu lado Antonio de Oliveira (Tonico).
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BAIRRO ALEGRE, NA DÉCADA DE 80. Na próxima edição, mostraremos foto atual comparando como
era e como é. A ponte do Evaristo, próximo ao posto de combustível, em tempos
atrás era tão estreita que, se dois carros se encontrassem dentro dela, era
preciso muito cuidado para não se chocarem.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS. Rio Negrinho nos tempos áureos da Móveis Cimo era uma cidade muito
gostosa para viver. Não havia vandalismo nem bandidagem; droga, nem pensar. O
efetivo de policiais contava com dois ou três agentes fardados que pouco tinham
para fazer. Todo mundo trabalhava. Teatro, circo, parques de diversões, bailes
gostosos, futebol aos domingos, cinema, atrativos esportivos diversos, festas
ao som de boas bandas, a missa aos domingos, shows artísticos no palco do
cinema e outras atividades de lazer faziam com que Rio Negrinho fosse um grande
lar pacífico e prazeroso para seus munícipes. Pretendemos, aos poucos, ir mostrando
para vocês como era nossa encantadora cidade. Estamos felizes por você ter lido
nossa reportagem de hoje e, assim, nos despedimos com um forte abraço de Celso
e de Mariana. Fique com Mamãe e Papai do Céu!
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