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terça-feira, 29 de abril de 2014

UM OLHAR SOBRE RIO NEGRINHO! (06).

Nota do Blog: Prosseguimos com a publicação da série “Um Olhar sobre Rio Negrinho”, texto e as respectivas fotos de autoria dos Professores Celso Crispim Carvalho e Mariana Carvalho, a quem agradecemos, e foram publicados originalmente no Jornal do Povo de Rio Negrinho (em 2013).


CONSIDERAÇÕES INICIAIS. Hoje veremos mais um pouco sobre Rio Negrinho de décadas atrás, quando ainda andava-se de carroça pelas ruas da cidade. Nos anos 50, ou antes, os veículos motorizados eram poucos e podiam ser contados nos dedos. Vamos viajar para o passado e ver como era. A primeira e segunda fotos retratam paisagens muito diferentes uma da outra, mas representam o mesmo lugar. Trata-se da serraria de José Bail (in memórian) localizada na rua Dom Pio de Freitas – antiga estrada Dona Francisca que cortava o município de lado a lado - no entroncamento com a rua Jorge Lacerda. A foto, com certeza, não foi clicada por um profissional, mas serve direitinho para lembrar como era a serraria, ao lado da valeta que escoava as águas da Rua Jorge Lacerda (Rua do Sapo).
SERRARIA DE JOSÉ BAIL HÁ 60 ANOS ATRÁS (1950), APROXIMADAMENTE. A serragem do corte das madeiras era depositada atrás da serraria e formava um confortável campinho de futebol onde a criançada jogava bola e se divertia. Veja a carroça estacionada ao lado das pilhas de madeira: servia para puxar tábuas e toras. Geralmente as carroças eram tracionadas por dois cavalos, mas quando o peso da carga exigia mais força de tração, usava-se até quatro cavalos ou mais. As carroças, naquele tempo, eram os principais veículos de transporte de cargas e pessoas e rodavam livremente pela cidade. Os colonos traziam suas mercadorias (aipim, milho, feijão, batata, etc.) com este meio de transporte para vender no comércio e levavam um dia inteiro para vir até a cidade e voltar para a roça onde moravam. Esta serraria tem muitas histórias para contar. Num dia desses contaremos algumas delas. Vale lembrar que havia muita madeira, até de sobra no mato, para ser derrubada e serrada para fazer casas, móveis, cercas, pontes e tantas outras coisas úteis e necessárias. Com o passar do tempo, esta preciosidade – a madeira – escasseou e foi preciso baixar leis rigorosas para impedir o completo desmatamento de muitas regiões a fim de não chegar-se à extinção de várias espécies vegetais. Por exemplo, hoje em dia é proibido cortar pinheiro (araucária) e algumas madeiras de lei sob pena de amargas sanções impostas ao infrator. Há tempos a serraria foi desativada, não sabemos o motivo. Os tempos mudaram e o lugar da serraria também. Hoje está completamente irreconhecível. Ali funciona um posto de combustível e uma lavação de automóveis (veja a foto nº 2) logo ao lado do posto, onde antes era um banhado, atrás da serraria. Para as pessoas mais antigas que passam pelo local, talvez ainda soe nos ouvidos o gostoso e saudoso ronronar dos maquinários que impulsionavam a serra que cortava as toras transformando-as em tábuas. E eu (Celso) tenho saudade de quando era guri e “tomava emprestado” (escondido, é claro!) a graxa das engrenagens da serraria para lubrificar os eixos das rodas dos meus carrinhos. Sobre este assunto tenho uma gostosa história para contar, mas antes preciso pedir permissão para a família de José Bail para publicá-la.
NOSSO POSTO” DE COMBUSTÍVEL, NO EXATO LUGAR DO PÁTIO DA ANTIGA SERRARIA (2013)
RAIA DE CORRIDA DE CAVALOS NA DÉCADA DE 1950. Raia significa, sulco, linha, risca, traço, listra, estria. Na década de 1950, no terreno de Afonso Pscheidt, próximo à via férrea, depois dos fundos do Bairro Alegre, foi aberta uma trilha para corrida de cavalos que foi chamada de raia de trilha, com aproximadamente 500 metros de comprimento. No início eram dois sulcos (valetas) de 50 cm de largura cavados na terra por onde os cavalos corriam próximo ao rio do Salto, aquele que aparece no fundo da fotografia, e que mais adiante deságua no rio Negrinho. Este terreno, mais tarde foi comprado por João Linzmeyer, pai de Marcelino Linzmeyer. Este tem uma chácara no lugar da antiga raia e conhece bem a sua história. Ele, o Marcelino, gentilmente nos forneceu algumas informações de como funcionavam as atividades na raia e como ela era. Segundo, Marcelino, quando os cavalos corriam, deviam permanecer dentro das trilhas. Aquele que pisasse fora da valeta era desclassificado. Na verdade este esporte pertencia aos ricos como ao Luiz Bernardo Olsen, o Sr. Kaesemodel (de São Bento do Sul) e outros. Estes dois citados, logo terraplenaram e abriram uma pista mais larga com trator. Agora, sem os sulcos, podiam correr quatro cavalos de uma só vez. O lugar pegou fama e para lá acorria muita gente nos dias de corrida. O dinheiro em disputa era alto. Muitas barracas de comida e bebida lá foram instaladas. Nos dias de corrida fazia-se ali uma verdadeira festa onde, sempre, quase sem exceção, aconteciam violentas brigas regadas à álcool. Os briguentos se “atracavam” armados com facas, facões e revólveres.  Ah, mardita pinga que me atrapaia...! Note, na fotografia, que as mulheres estão separadas dos homens, tal qual acontecia nas igrejas no tempo em que os homens sentavam separados das mulheres para assistir a missa. Note que as mulheres, todas, tem cabelos curtos amarrados e vestidos compridos até os pés. Os homens usam chapéus e estão bem vestidos, todos de terno. Assim era a moda em voga. Fugindo um pouco do assunto, vale lembrar que naquela época, nos bailes, os casais dançavam abraçados e as bandas não possuíam aparelhos amplificadores de som. Então, podia-se dançar a noite toda e voltar para casa sem dor de ouvido. Voltando à raia, com o passar do tempo, as indústrias dos principais apostadores faliram, e por falta de dinheiro a raia também encerrou suas atividades. Hoje o lugar está tomado pelo mato ou por algumas plantações (veja a foto nº 4). Quem quiser ver o lugar onde funcionava a raia deve ir na direção da oficina mecânica do Paneitz. Um pouco antes da oficina, subindo a rua, há uma entrada à esquerda. Desça até o final da estrada até na casa de Alcione  Linzmeyer, filho de Marcelino Linzmeyer. Ali era o início da raia, de onde partiam os cavalos nas corridas. Raia é o mesmo que hipódromo. Hoje, em nossa região este esporte não mais existe, pois transformou-se em rodeios. Um dos motivos que contribuíram para o término das corridas de cavalos foi o ingresso da televisão nos lares. As pessoas passaram a preferir a comodidade do sofá em frente a um televisor e deixaram de ir ao hipódromo (raia). Na próxima edição teremos pelo menos mais duas histórias interessantes sobre o Rio Negrinho antigo. Uma versará sobre a Escola Professora Marta Tavares; a outra, sobre o Cine Rio Negrinho. Veja as fotos seguintes. Que saudade do nosso Cinema!
O LUGAR DA RAIA, HOJE (2013). 
GRUPO ESCOLAR PROFESSORA MARTA TAVARES EM 1933 (data da sua fundação).
CINE RIO NEGRINHO EM 1960 (DATA APROXIMADA).

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Há décadas atrás, Rio Negrinho possuía cinema, teatro, salões de bailes (não danceteria), raia de corrida de cavalos, festas debaixo das árvores, futebol aos domingos, circos, parques de diversões, vários eventos de rua e muitas outras diversões populares. Os tempos mudaram, a TV apareceu, as diversões comunitárias diminuíram drasticamente, o contato pessoal e estreitamento dos laços de amizade com amigos foram esmorecendo e visitas aos parentes não mais se praticam normalmente e, de certa forma, Rio Negrinho entristeceu. As responsabilidades e afazeres profissionais acentuaram-se e a crise econômica nas famílias agravou-se obrigando maior uso de tempo para o trabalho e, assim, num domingo, por exemplo, quase não se tem o que fazer e com que se divertir a não ser ficar em casa assistindo TV. Que pena! Tantos bens preciosos perdidos! Por hoje é só! Que bom que você leu nossa reportagem! Um grande abraço de Celso e outro de Mariana! Fique com Mamãe e Papai do Céu!  

UM OLHAR SOBRE RIO NEGRINHO! (05)

Nota do Blog: Prosseguimos com a publicação da série “Um Olhar sobre Rio Negrinho”, texto e as respectivas fotos de autoria dos Professores Celso Crispim Carvalho e Mariana Carvalho, a quem agradecemos, e foram publicados originalmente no Jornal do Povo de Rio Negrinho (em 2013).

CONSIDERAÇÕES INICIAIS. Há 60 anos não havia nenhuma estrada pavimentada na cidade de Rio Negrinho (a primeira via pública a ser pavimentada foi a rua Jorge Zipperer, com paralelepípedos, em 1962). Uma delas, a Rua Jorge Lacerda (conhecida como rua do Sapo) tinha duas grandes valetas, uma em cada lado, que serviam como esgoto a céu aberto para o escoamento das águas que vinham dos morros e dos dejetos das casas que beiravam a via dos dois lados. A valeta do lado direito, no sentido para o centro, era mais profunda e dentro dela, de vez em quando, caiam bêbados e até automóveis que passavam por ali. Talvez a visão mais interessante nesta rua, naqueles tempos, era a passagem das boiadas. A manada de centenas de bois e vacas tocada pelos boiadeiros a cavalo, ao som dos chicotes e dos berrantes ocupava completamente as ruas. Se um dia conseguirmos alguma foto do fato a divulgaremos e, então, veremos uma cena –da boiada na rua- que jamais se repetirá em nossa cidade. Não havia água encanada, as moradias eram abastecidas por poços cavados em algum lugar perto da casa. Veja a seguir, uma das casas, onde mora Francisco Grossel e sua esposa Isabel Cristina, na Rua do Sapo, ainda conserva o poço bem cuidado nos fundos do quintal. A água do poço era límpida e abundante, podia ser alcançada facilmente com um balde nas mãos estendendo o braço para dentro do poço.

POÇO EM RESIDÊNCIA NA RUA DO SAPO. Naquele tempo todas as casas tinham um poço.  Os mais profundos exigiam manivela e corda para que o balde alcançasse a água. Os poços podiam atingir até 20 metros de profundidade ou mais.
BURACO QUENTE. Neste lugar, hoje aterrado e por onde passa a Rua Otília Virmond Olsen, no bairro Cruzeiro, era o então conhecido "Buraco Quente", que foi batizado com este nome exatamente por causa das constantes confusões e brigas que o tornaram famoso. Lá, também, atuava uma benzedeira, a Dona Davina, para onde acorria muita gente que acreditava em benzimento para curar seus males: dores, encostos, feitiços, etc. 
"BURACO QUENTE" EM 1976. Lá no fundo da paisagem, no ângulo superior à direita, era o "Buraco Quente" à 37 anos atrás. Nessa época havia poucas casas por lá. Já tinha passado o tempo do fervo. Naquela casa em frente com sótão, no lado de lá da rua Jorge Lacerda (na fotografia), era o bar de Walfrido Carvalho. Note as bicicletas dos “fregueses” encostadas na parede do bar! As valetas já estavam entubadas.
NA ESQUINA DA RUA JORGE LACERDA COM A RUA FLORIANO WANTOWSKI, NO LUGAR DESTA CASA, ERA A ANTIGA TORREFAÇÃO DE CAFÉ. Ao lado da torrefação uma área gramada era ocupada como campinho de futebol onde a piazada se divertia. E olha, que café mais gostoso era moído ali! Sem mistura nem produtos alteradores, os grãos puros produziam café de primeira linha prá Rei tomar! O aroma da moagem podia ser sentido lá do meio da rua e dava uma vontade danada de tomar café em quem passava por lá!
O CARTÓRIO DE VAGEMIRO (LÁDIO) JABLONSKI, (o único da cidade) funcionou por muitos anos na rua Jorge Lacerda, neste lugar em frente àquele poste de luz, no terreno daquele casarão atual. Tive o "prazer" de quebrar um vidro da janela do cartório com um “certeiro” pelotaço de cetra (estilingue). É que errei o poste e, por azar, a janela estava na linha do poste! O pelote (bolinha de barro amarelo seco) foi parar lá dentro, no colo do Sr. Pedro Jablonski, funcionário do cartório e irmão do "tio Ladio". Logo depois ele apareceu lá em casa e mostrou o pelote para meu pai, aí quem ficou com pelote fui eu! Ai, ai, ai! Que vara de marmelo mais doída, meu!
PONTE DOS IMIGRANTES (Ponte do Evaristo), em 1976. Dois veículos tinham dificuldades em passar ao mesmo tempo na ponte. Aqui um acidente envolvendo um caminhão que abalroou um Fordinho 29, em novembro de 1976.
PONTE DOS IMIGRANTES EM 2013. Veja que foi alargada facilitando a passagem dos veículos. Olhe como a paisagem está mudada. E que mudança!
GRANDE ENCHENTE DE 1983, PRÓXIMO AO COLÉGIO SÃO JOSÉ. Rio Negrinho tem um povo guerreiro; a cidade foi afogada por duas grandes enchentes, mas ninguém desanimou: tudo foi novamente reconstruído e refeito. A foto mostra a enchente de 1983 próximo ao Colégio São José. Quem poderia adivinhar que nove anos depois (1992) viria outra enchente ainda maior que esta?
O MESMO LUGAR HOJE (2013). Vista parcial da rua Luiz Scholz, com muita luta tudo ficou ainda mais bonito! 

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Estamos felizes por você acompanhar nossas reportagens sobre Rio Negrinho antigo e agradecemos a todos que nos agraciam com novas idéias. Por hoje é só! Um forte abraço de Celso e outro de Mariana! Fique com Mamãe e Papai do Céu!

segunda-feira, 28 de abril de 2014

UM OLHAR SOBRE RIO NEGRINHO! (04)

Nota do Blog: Prosseguimos com a publicação da série “Um Olhar sobre Rio Negrinho”, texto e as respectivas fotos de autoria dos Professores Celso Crispim Carvalho e Mariana Carvalho, a quem agradecemos, e foram publicados originalmente no Jornal do Povo de Rio Negrinho.

CONSIDERAÇÕES INICIAIS. Desde que iniciamos a série de amostras do Rio Negrinho antigo e do atual recebemos muitos comentários de pessoas admiradas com as fotos de Rio Negrinho antigo comparado com o atual. Por exemplo, um senhor disse estar encantado com a imagem do extinto Salão Dettmer, em frente à igreja Matriz, consumido pelo fogo. Disse ele que até então nunca o tinha visto. Para fotografar a referida construção daquele ângulo superior eu (Celso) tive que escalar os perigosos andaimes de varas de madeira, amarrados uns aos outros apenas com arames e cordas e que serviram para a construção da atual torre da igreja Matriz Santo Antonio de Pádua. Na verdade me abasteci de bastante coragem para o tal feito, mas os calafrios do medo apareceram e tremi um pouco na base. É o tal negócio: quem não tem helicóptero usa as helipernas mesmo! Veja a foto novamente e preparem-se para fazer uma viagem ao passado de Rio Negrinho!

SALÃO DETTMER VISTO DO ALTO DA TORRE DA IGREJA MATRIZ. Já que eu estava lá em cima não adiantava dizer: ­-“Ui, que medo de olhar para baixo!” Quando desci fui recebido com uma salva de palmas das pessoas curiosas que acompanhavam as peripécias do “macaco trepador”! Nota do Blog: A torre da Igreja Matriz foi inaugurada em 13/06/1973. Nesta imagem frontal vemos a imponência do então "Salão Dettmer", infelizmente destruído por um incêndio, em 08/12/1973.
EM FRENTE À IGREJA MATRIZ SANTO ANTONIO, INICIO DE CORRIDA INFANTIL. Aqui, analisamos três aspectos: 1º- interessante o intercâmbio esportivo entre cidades – veja a camiseta das crianças-; 2º - a tranqüilidade nas ruas, sem automóveis, dava até para fazer eventos esportivos pelas ruas livremente sem incomodar ninguém. Quando aconteciam eventos de qualquer natureza nas ruas, no cinema ou nos salões o povo acorria em massa para apreciar. Um dos motivos, é que não havia a “bendita” televisão para atrapalhar! 3º- O pátio da Matriz e o coreto dos músicos no meio das árvores: um luxo!
DESFILE DE 7 DE SETEMBRO EM MEADOS DA DÉCADA DE 60. Observe a "Quitanda do Gaúcho" (Ery Kretschmer) entre a praça do avião e o Museu Carlos Lampe. Ali era lugar de encontro de amigos e onde o povo preferia comprar frutas e legumes. Quem não lembra do Gaúcho da Quitanda basta lembrar do Gaúcho Pipoqueiro que por longos anos vendia com seu carrinho de pipocas tendo como principal local em frente a Igreja Matriz, os dois são a mesma pessoa.
EDUCANDÁRIO SANTA TERESINHA EM 1958 (data aproximada). Bem no alto da fachada do estabelecimento a imagem de Santa Teresinha lembrava o nome da escola. Depois que as irmãs religiosas venderam o prédio do colégio, a estátua foi retirada e o nome da escola também foi mudado.
ENCHENTE NA RUA JORGE LACERDA (CONHECIDA COMO RUA DO SAPO), EM 1962. O quê? Está estranhando a data porque a primeira e a segunda grandes enchentes mais atuais foram em 1983 e 1992? Então, vamos contar para você, leitor, que a Rua Jorge Lacerda (conhecida como rua do Sapo) sofria com enchentes desse tipo constantemente em qualquer época do ano. Bastava cair um toró (chuva torrencial) que a rua ficava assim devido aos estreitos bueiros no entroncamento com a rua Dona Francisca, ali onde hoje está o Nosso Posto (de combustíveis), que não comportavam o vazamento das águas de grandes chuvas. Como dissemos, era comum a rua inteira sofrer com este tipo de intempérie. Nos dois lados da rua duas grandes valetas acompanhavam o trajeto. De vez em quando para dentro delas escorregavam bêbados e até automóveis que ficavam atolados na lama até que algum trator os viesse tirar - os carros, é claro - porque os bêbados, se não dormiam lá dentro mesmo, podiam se alimentar com o agrião que crescia nos barrancos laterais até que alguém os ajudasse a sair! A Rua do Sapo era uma festa! Em edições futuras, pretendemos falar mais sobre ela e contar algumas das suas histórias e, também, sobre a Rua do Sepo, que é a rua Willy Jung. E você já ouviu falar sobre o Buraco Quente? Espere aí! Não é esse que você está imaginando! Estamos nos referindo a um lugar, uma pequena grota nas proximidades da Rua do Sapo que tem muita coisa interessante para ser contada. Aguarde!
ENCHENTE DE 1992. Agora, sim! Esta é a mais atual grande enchente que nossa cidade sofreu. Esta foi ainda maior que a de 1983, ultrapassou a marca da anterior em 7 centímetros. As marcas das duas últimas grandes enchentes estavam registradas nas paredes da igreja matriz até bem pouco tempo atrás. A cidade ficou sob as água por quase um mês. As águas demoraram para baixar mesmo depois que as chuvas cessaram. Realmente, esta foi, para Rio Negrinho, um grande dilúvio.
CORRIDA DE BICICLETAS PELAS RUAS DA CIDADE, NA DÉCADA DE 60. O pessoal era mais agarrado nos esportes porque não tinha televisão para atrapalhar! Naquela construção com sacada cercada, funcionava a farmácia do Didi, hoje prédio da Loja Miner, com três palmeiras na frente. Só havia duas farmácias na cidade: esta e a Farmácia do Povo.  Na foto, identificamos em primeiro plano, a pessoa mais alta no centro da fotografia, o senhor Euclides Ribeiro, o Quito, gerente local do SESI e líder político de Rio Negrinho na época e organizador de eventos culturais e esportivos e a seu lado Antonio de Oliveira (Tonico).
BAIRRO ALEGRE, NA DÉCADA DE 80. Na próxima edição, mostraremos foto atual comparando como era e como é. A ponte do Evaristo, próximo ao posto de combustível, em tempos atrás era tão estreita que, se dois carros se encontrassem dentro dela, era preciso muito cuidado para não se chocarem.

CONSIDERAÇÕES FINAIS. Rio Negrinho nos tempos áureos da Móveis Cimo era uma cidade muito gostosa para viver. Não havia vandalismo nem bandidagem; droga, nem pensar. O efetivo de policiais contava com dois ou três agentes fardados que pouco tinham para fazer. Todo mundo trabalhava. Teatro, circo, parques de diversões, bailes gostosos, futebol aos domingos, cinema, atrativos esportivos diversos, festas ao som de boas bandas, a missa aos domingos, shows artísticos no palco do cinema e outras atividades de lazer faziam com que Rio Negrinho fosse um grande lar pacífico e prazeroso para seus munícipes. Pretendemos, aos poucos, ir mostrando para vocês como era nossa encantadora cidade. Estamos felizes por você ter lido nossa reportagem de hoje e, assim, nos despedimos com um forte abraço de Celso e de Mariana. Fique com Mamãe e Papai do Céu!

UM OLHAR SOBRE RIO NEGRINHO (03)

Nota do Blog: Prosseguimos com a publicação da série “Um Olhar sobre Rio Negrinho”, texto e as respectivas fotos de autoria dos Professores Celso Crispim Carvalho e Mariana Carvalho, a quem agradecemos, e foram publicados originalmente no Jornal do Povo de Rio Negrinho (texto publicado em 2013).


ANTES E DEPOIS.

CONSIDERAÇÕES INICIAIS. A primeira foto é do final da década de 1970. Compare-a com a Rio Negrinho atual. Note a evolução ou involução da nossa cidade com o passar do tempo. Rio Negrinho, naquele tempo, possuía a fábrica de Móveis Cimo com suas grandes pilhas madeira, e dessa indústria dependia a maioria da população da cidade. Mas a fábrica faliu, foi desmontada e as pessoas tiveram que se adaptar à novas formas de ganhar o pão de cada dia. Surgiram novas indústrias, novos meios de renda e novos trabalhos que absorveram em grande parte os operários da extinta Móveis Cimo. Muita gente mudou de cidade, mas a maioria ficou aqui mesmo. Numeramos alguns pontos da cidade nesta foto para que você possa localizá-los com facilidade. 

RIO NEGRINHO A 36 ANOS ATRÁS. A seguir nomearemos os pontos numerados seguidos de pequenos comentários:
1- BAIRRO ALEGRE. Olhe um pouco abaixo do número 1, a Sociedade Musical e ao lado dela a Fábrica de Móveis do Didi, o conhecido farmacêutico Péricles Virmond. O seu Didi, dono também de farmácia, era um homem bondoso e inteligente e tratava muito bem seus funcionários. Hoje a ponte da Matriz Santo Antonio eterniza seu nome;
2- IGREJA LUTERANA, que até hoje conserva o mesmo estilo desde quando foi construída. Atrás da igreja, no morro só havia mato onde, hoje, está o hospital novo;
3- MORRO DA ANTENA DA RÁDIO RIO NEGRINHO. Atualmente, o morro virou cidade. Naquele tempo era lugar de pic-nic das escolas. Lá em cima até havia um campinho de futebol onde a garotada se divertia jogando bola;
4- MÓVEIS CIMO RODEADA POR PILHAS ENORMES DE MADEIRA. Era o coração financeiro da cidade. Quem trabalhava nela tinha um bom salário e vivia bem para os padrões da época;
5- ASSOCIAÇÃO HOSPITALAR RIO NEGRINHO. Note que na frente do hospital havia um terreno baldio, onde hoje localiza-se a Caixa Econômica Federal;
6- CEMITÉRIO MUNICIPAL. Em frente ao cemitério não havia nenhuma construção;
7- TREVO DA BR 280 DANDO ACESSO À RUA WILLY JUNG. Aquele grande espaço vazio ao lado do trevo, antigamente era parte do campo da Sociedade Esportiva Ipiranga, um dos melhores clubes de futebol que Rio Negrinho já teve. Mas a rodovia o repartiu em dois pedaços inviabilizando a prática de esportes. Hoje, ali, está a Rodoviária e outras construções. Que tempos saudosos quando poucos veículos circulavam pela cidade e pela BR 280. Se acontecia algum raro acidente, era mesmo novidade e dava o que falar pelas bocas do(as) fofoqueiros (as). Mesmo sem um jornal periódico a cidade em pouco tempo já sabia dos acontecimentos. Veja, a seguir, algumas comparações de como era Rio Negrinho e como é agora.

PRÉDIO DA PREFEITURA MUNICIPAL EM 1976. Neste mesmo prédio, em anos anteriores a 1976, funcionavam várias repartições públicas, como correio, telefônica e a própria Prefeitura. A delegacia e a cadeia estavam já ao lado, quase grudadas na prefeitura. Mais tarde, no mandato do prefeito Romeu Ferreira de Albuquerque (meados da década de 1980), as chamas devoraram maior parte da construção. Uma pena, pois este prédio hoje seria ponto turístico símbolo da administração municipal. Lembro que no tempo do sinistro com este prédio, a prefeitura funcionava em outro lugar. 

O MESMO LUGAR DA ANTIGA PREFEITURA. HOJE, A PRAÇA DO AVIÃO. Trinta e cinco anos depois (1978-2013), o lugar da antiga prefeitura ficou assim. 

PÁTIO DO EDUCANDÁRIO SANTA TERESINHA, HOJE COLÉGIO CENECISTA SÃO JOSÉ, A 60 ANOS. Quem administrava a escola particular eram as irmãs religiosas com um rígido regime disciplinar. O estudo era forte e excelentemente lecionado. As festas neste espaçoso pátio eram comuns. De vez em quando as freiras promoviam dias inteiros de diversões para os pais dos alunos e para o povo. A foto acima apresenta uma festa comemorativa ao Dia das Mães.
PÁTIO DO COLÉGIO SÃO JOSÉ EM 2013. Que mudança radical! A maior parte dos espaços para os alunos são cobertos. O pátio ao ar livre já era! Os tempos mudam e as necessidades também! Veja na foto anterior que o pátio era cercado com ripas de madeira. Os portões, também de ripas de madeira, até permaneciam abertos, pois nada oferecia perigo aos alunos, nem o trânsito, que ali não havia, nem o assédio de drogados e outros delinqüentes. Hoje o pátio é severamente cercado e bem fechado sob pena de acontecer transtornos indesejáveis.
PÁTIO DA IGREJA MATRIZ EM NOVEMBRO DE 1964. Era cheio de árvores, grandes cedros, que enfeitavam naturalmente o ambiente e entre elas aconteciam as grandes festas animadas por ótimas bandas de sopro. Antes desta data havia mais árvores ainda. Veja a seguir como ficou o pátio nos dias de hoje.

O MESMO PÁTIO ATUALMENTE (2013). Tomados por construções, tal qual o pátio do Colégio São José, não mais oferece o sabor do frescor das árvores. Antes as portas da Igreja permaneciam quase sempre abertas e havia sempre gente entrando para rezar e meditar. Hoje as coisas mudaram drasticamente, tudo ficou agitado, as pessoas andam depressa, como que fugindo de algo que as persegue.
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Esta reportagem faz lembrar das nossas famílias. Será que mudamos para melhor ou para pior? Depois que a TV invadiu nossos lares, o que foi que restou dos bons costumes, dos bons modos de tratamento entre as pessoas? E a própria integridade da família como está? Ainda existe? A comunicação entre os membros familiares permanece ou já virou fumaça? E o amor de um para outro ainda é praticado? Também não estamos trancando as portas do coração uns para os outros? São muitas as perguntas a serem feitas sobre nós inseridos no mundo moderno e competitivo onde o ser humano é relevado a segundo plano nos interesses do consumismo comercial, industrial, governamental e da mídia. Nas seguintes edições pretendemos mostrar mais fotografias antigas comparando os lugares de outrora com os mesmos atuais. Por hoje é só! Ficamos muito felizes que você tenha lido nossa reportagem! Um grande abraço de Celso e outro de Mariana! Fique com Mamãe e Papai do Céu!

domingo, 27 de abril de 2014

UM OLHAR SOBRE RIO NEGRINHO (02).

Nota do Blog: Prosseguimos com a publicação da série “Um Olhar sobre Rio Negrinho”, texto e as respectivas fotos de autoria dos Professores Celso Crispim Carvalho e Mariana Carvalho, a quem agradecemos, e foram publicados originalmente no Jornal do Povo de Rio Negrinho (em 2013).


ANTIGO X ATUAL.

CONSIDERAÇÕES INICIAIS. Com o passar do tempo, Rio Negrinho modificou-se em quase todos os aspectos: na sociedade, no modo de vida, na religião, na escola, no trabalho, nas indústrias, no comércio, nas paisagens naturais, nas ruas, nos rios, na saúde, na segurança, na diversão, na situação financeira dos seus habitantes, no trânsito, na comunicação, na tecnologia, na política, no transporte... na verdade, em tudo. Quem saiu de Rio Negrinho em alguns anos atrás, se voltar hoje não mais o reconhecerá. Os bairros cresceram e criaram-se novos, a periferia cresceu muito. Nas décadas de 50 e início de 60 até manadas de bois passavam pelas ruas centrais da cidade tocadas por tropeiros, fechando por completo as ruas sob o som dos berrantes. Durante os dias de semana, os colonos estacionavam suas carroças ao lado das calçadas (passeios) para venderem seus produtos no comércio local, e comprarem outros produtos para seu sustento. Não se passaram muitos anos desde que os desfiles de aniversário da cidade e da Independência do Brasil eram abrilhantados por ruidosas e fantásticas fanfarras das escolas estaduais, municipais e particular.
DESFILE DE 7 DE SETEMBRO DE 1960. Alunos do Ginásio São José passando na ponte da matriz que ainda não denominava-se Ponte Péricles Virmond, porque o mesmo era vivo. O Educandário Santa Terezinha, hoje Colégio São José, era dirigido por irmãs religiosas sob rígido regime disciplinar (note-se uma irmã acompanhando o desfile no lado direito) e o Ginásio São José funcionava nas dependências do Educandário. Note, também, a placa fixada no corrimão da ponte. Na foto, vemos os alunos atravessando a ponte Péricles Porto Virmond, próximo a Igreja Matriz Santo Antonio. Um aspecto que nos chama a atenção, dado ao período eleitoral que estamos vivendo, é a placa de propaganda para as eleições majoritárias de SC, de Celso Ramos e Doutel de Andrade. Naquela eleição realizada em 03 de outubro de 1960, foi vitoriosa a coligação Social-Trabalhista, representada por Celso Ramos, candidato a governador pelo PSD, coligados naquela eleição com Doutel de Andrade, como vice-governador, oriundo do PTB.
RUA JORGE ZIPPERER EM FRENTE À PRAÇA TENENTE OLDEGAR OLSEN SAPUCAIA, EM 1967 (conhecida como Praça do Avião). Em pleno centro da cidade podia-se até fazer pose para fotografias no meio da rua com o maior sossego, pois raramente passava um automóvel. Na foto vemos os amigos Valdemar Benício (esq.) e Francisco Amaral.
O MESMO LOCAL EM FRENTE À PRAÇA DO AVIÃO NOS DIAS ATUAIS. Agora, até para atravessar a rua há regras rígidas, como utilizar a faixa de segurança e esperar o sinal do semáforo abrir para o pedestre não ser atropelado. Há super lotação nos estacionamentos que não acompanharam o crescimento da cidade. Antes, quase ninguém tinha garagem para automóveis em suas casas, mesmo porque pouca gente possuía um veículo motorizado. 
FÁBRICA DE MÓVEIS CIMO NA DÉCADA DE 50. Aqui chegaram a trabalhar mais de 1.500 operários. A madeira estocada no seu patio girava entre 10 e 13.000m3.
EDUCANDÁRIO SANTA TEREZINHA NAS DÉCADAS DE 50-60, ATUAL COLÉGIO CENECISTA SÃO JOSÉ. Ainda com a inscrição em latim, na sua entrada "INITIUM SAPIENTIAE, TIMOR DOMINI" - "INICIO DA SABEDORIA É O TEMOR DE DEUS".
RUA AO LADO DO MUSEU CARLOS LAMPE. Aqui era a entrada para o pátio da Móveis Cimo onde centenas de operários com suas bicicletas se apressavam para bater cartão no relógio-ponto da fábrica. Quem atrasasse cinco minutos perdia um dia de trabalho no pagamento. Hoje, este local liga a rua Jorge Zípperer à Avenida dos Imigrantes. É muito carro para pouco espaço! Às vezes o trânsito torna-se caótico. Portões eletrônicos nem em sonho, na maioria das casas eles eram de ripas de madeira trancados à taramelas. As casas ainda possuíam jardins de flores na frente da varanda e ao lado, no quintal, muita gente cultivava belas hortas. Até a pouco tempo, em frente a uma casa na rua Willy Jung, havia uma roça de milho e quando o milho estava no ponto para ir para a panela, muita gente que passava por lá arriscava “garfear” algumas espigas suculentas quando o dono da roça não estava olhando. A casa ainda está lá, mas o milharal desapareceu. Muitas casas possuíam cercados onde criava-se galinhas e até porcos.  Como era bom o tempo que não havia televisores dentro nas residências porque sobrava tempo para praticar o futebol nos campinhos por aí espalhados! Em cada rua tinha um time de futebol infantil e juvenil. Era possível nadar nos rios que cortam a cidade, pois a água não era poluída. As fofocas entre as “comadres” e até dos “compadres” rolavam soltas e todo mundo se conhecia; Não havia roubos e nem crimes, dava para andar sossegado à noite sem medo de ser assaltado. Lembro (eu, Celso) que em certa noite fui ao cinema de bicicleta e a encostei na calçada, em frente à Igreja Matriz Santo Antonio. Depois do filme voltei para casa a pé e esqueci a “magrela”. Noutro dia, lembrei da “bendita”. Ansioso, corri até o local e não vai que ela estava lá do jeito que a deixei?! Se fosse hoje, antes mesmo de terminar a sessão de cinema, “já teria duas bicicletas no local”! Todo mundo tinha dinheiro porque a Móveis Cimo, onde trabalhava a maioria dos rionegrinhenses, pagava assiduamente e muito bem seus operários. Na cidade, o Cine Rio Negrinho, em vários dias da semana, exibia bons filmes em sua grande tela cinemascope. Nos dias dos filmes de Mazzaropi as filas para comprar ingressos quase davam a volta no quarteirão. A sala de cinema ficava simplesmente entupida de gente. Havia, também, muitos shows de calouros no próprio cinema e nos salões do centro. De vez em quando para cá vinham bons circos e parques de diversão. O povo se divertia para valer com os combates futebolísticos entre as principais equipes que suavam a camisa por amor ao clube. Os bons jogadores eram venerados pela população. Era uma verdadeira guerra de futebol que levava os torcedores ao delírio!
SALÃO DETTMER VISTO DO ALTO DOS ANDAIMES DA TORRE DA MATRIZ EM CONSTRUÇÃO. Eu mesmo (Celso) escalei os andaimes de varas de madeira para bater a foto do alto. Vemos aqui o salão que mais tarde foi queimado por violento incêndio. Só ficaram as cinzas. Ainda mais tarde, o Prefeito Romeu Albuquerque construiu a atual Prefeitura Municipal nos moldes parecidos com os do Salão Dettmer. Pelo menos ficou uma lembrança parecida com a antiga construção. Nos bailes, o Salão Dettmer, onde se apresentavam boas bandas, ficava repleto de dançarinos, era o tempo em que os casais dançavam abraçados, respeitosamente e sem a fumaceira e gritaria ensurdecedora dos dias de hoje. Ah, velhos tempos que não voltam mais! Pena que os bons e prazerosos costumes foram engolidos pela feroz modernidade onde “quem pode mais chora menos”. A primeira rua a ser pavimentada com paralelepípedos foi a Jorge Zípperer. Todo mundo queria andar nela para sentir sob os pés o avanço da modernidade. Era um luxo! Naquele tempo (década de 60) os prefeitos tinham que ser “peitudos” para pavimentar uma rua pois a arrecadação era pouca e tudo era bem limitado. A primeira rua que recebeu pavimentação asfáltica foi a “Rua do Kaminski”. A polícia perseguia alguns vândalos ou briguentos de bicicleta ou com um velho jeepe dirigido pelo Cabo Amazonas. É! Vândalos já existiam, mas poucos! Dava para contá-los com os dedos de uma só mão! Tem o interessante caso de um rapaz que ia ao cinema com foguetes (fogos de artifício), subia na galeria da sala de cinema e, em plena sessão, fazia-os explodir levando a galera à loucura. Imagine, você assistindo a uma fita de guerra e de repente um canhão dá aquele tirambaço na sua direção e no mesmo instante explode uma bomba de verdade sobre sua cabeça! É de morrer do coração ali mesmo! E olha que demorou para que a polícia “grunhasse” o “terrorista do cinema”. Se não me falha a memória só o pegaram porque foi delatado por um “amigo” (da onça).
CONSIDERAÇÕES FINAIS. Rio Negrinho antigo tem muitas histórias curiosas para contar. Pretendemos fazer mais comparações entre o antigo e o atual, pois muita gente não conheceu nossa simpática cidade de outrora. Há muito que dizer sobre como era e como é! Por hoje é só! Um grande abraço de Celso e outro de Mariana! Fique com Mamãe e Papai do Céu!

UM OLHAR SOBRE RIO NEGRINHO (01)

Nota do Blog: Dentro do espírito de incentivar a recuperação histórica de nossa terra, este Blog, passa a publicar uma série de textos, ilustrados com fotos, de autoria dos Professores Celso Crispim Carvalho e Mariana Carvalho, a quem agradecemos, publicados originalmente no Jornal do Povo de Rio Negrinho.

A SELVA NA CIDADE.

CONSIDERAÇÕES INICIAIS. Quase sempre passamos pelas ruas da nossa cidade “voando” a pé, de moto ou de carro e quase nunca paramos para apreciar e desfrutar das paisagens que nos são oferecidas para serem “degustadas” pelos olhos e pelos sentidos. Por exemplo, a paisagem da primeira foto é da represa do Serro Azul? Não! É aqui mesmo na cidade, nos fundos da rua Floriano Peixoto, entrando ao lado do Restaurante Arte Caseira. Quantos de nós passamos direto sem perceber tanta beleza?
LAGO NO FINAL DA RUA DA SEDE DO JORNAL DO POVO. Ficar olhando esta paisagem no final da rua Floriano Peixoto, por algum tempo, faz bem ao espírito e aos sentidos. A visão da natureza acalma e traz bem estar ao observador. Se puder, ande ao redor do lago e aprecie com calma tudo ao seu redor. Nota do Blog: Esta lagoa surgiu com a extração de barro para fabricação de telhas e tijolos pela Olaria de Luiz Germano Engel, na década de 1950. Daí ficou conhecida pela "Lagoa do Engel", e mais tarde com a "Lagoa da Véia Baia", famosa pelos banhos da criançada e pescaria de cará nas "tocas e nas latas".
LEITO DO RIO NEGRINHO AO LADO DO BRADESCO. Esta paisagem selvagem é fácil de ser vista de cima da ponte Péricles Virmond, próxima à Igreja Matriz. Quem reserva algum tempo para apreciá-la sente-se em plena selva. É um efeito sensorial interessante, pois estando no centro da cidade, a pessoa ao mesmo tempo está no meio de uma belíssima e refrescante floresta. E preste atenção aos detalhes como a exposição das raízes da velha árvore na margem esquerda do rio ao lado do Bradesco. Olhando para o rio você vê o céu por entre as árvores no espelho da água. Imagine-se mergulhando naquele lindo céu, lá para baixo, flutuando como uma pena por entre as nuvens. É uma visão imaginária sensacional! Vale a pena passar alguns minutos em plena selva. Aliás, você já se imaginou mergulhando no céu refletido no espelho da água de algum lago ou rio a voar suavemente na imensidão azul sob seus pés? Se ainda não o fez, faça! É maravilhoso!
RAÍZES DA VELHA ÁRVORE EXPOSTAS. Estas raízes sustentam a grande árvore a muitos anos e resistem ao tempo. É um magnífico presente para os olhos!
BALAUSTRES DA PONTE DA MATRIZ. Pare para observar a arte arquitetônica visual dos balaustres da ponte - aquelas coluninhas redondas verticais dispostas lado a lado - que enfeitam e dão charme especial à ponte.
AS ÁGUAS MANSAS DO RIO NEGRINHO PASSANDO SOB A PONTE PÉRICLES VIRMOND. Do pátio da igreja matriz pode-se ter esta bonita visão do rio e da ponte. Note que você pode ter estes momentos de paz em pleno centro da cidade. É só parar, apreciar e deixar-se levar pelo sabor natural da paisagem que por certo invadirá seus sentidos, e estes momentos podem ser bem aproveitados para reflexão. A visão da água rolando mansamente acalma, leva ao bem estar e traz sensação de paz e sossego. É uma terapia contra a agitação do dia-a-dia que nos envolve nos tornando nervosos e insensíveis às belezas que nos rodeiam. 
PÁTIO LATERAL DA IGREJA MATRIZ. Hoje, tomado por construções necessárias devido às necessidades surgidas ao longo do tempo é bem diferente de outrora. Em alguns anos atrás, este mesmo pátio possuía um coreto para as bandas que tocavam nas festas da Matriz; nele havia muitas árvores, grandes cedros que forneciam sombra e davam muita beleza ao pátio. Lembro que andar pelo pátio da Matriz, há alguns anos, constituía um pequeno e prazeroso passeio.
LUGAR DO ANTIGO CORETO NA PRAÇA DO AVIÃO. Também aqui havia um coreto para apresentações musicais e artísticas. Muita gente ainda lembra dele e sente falta. Estas preciosidades extintas carregam a lembrança de saudade. Na Praça Oldegar Olsen Sapucaia (Praça do Avião) foi fechado um pequeno lago que enfeitava, e muito, a praça. Por cima dele podia-se passar pela pequena ponte que ainda permanece no local. 
BELA PAISAGEM SELVAGEM ABAIXO DA PONTE DA COFERMACO, NO CENTRO. Realmente, a paisagem é bonita. De cima da Ponte da Cofermaco, olhando por sobre o corrimão, na direção da Praça do Avião, o panorama natural é de encher os olhos. Parece que estamos em plena floresta amazônica! Dá até vontade de mergulhar naquelas águas. Pena que o rio Negrinho é poluído e, hoje, já não mais se pode usufruir das suas águas para a prática da natação. Nos idos anos da década de 60, lembro que nadávamos nas águas limpas deste mesmo rio no local acima da atual ponte (naquele tempo não tinha ponte) mergulhando do barranco onde uma roça de milho tomava conta do lugar exatamente onde estão as construções da Cofermaco. No outro lado do rio, nos fundos do Colégio Manuel da Nóbrega, o antigo campo do Seminário era disputado pelos times de futebol da garotada, que depois do jogo corria para o rio para refrescar-se. Que vidão, hein?!
ÁRVORE HORIZONTAL EM FRENTE AO MUSEU. A última imagem de hoje, mostra a árvore que cresceu quase horizontalmente. Vá até o museu e a aprecie. Vale a pena!



CONSIDERAÇÕES FINAIS. Pretendemos mostrar mais algumas “selvas” da cidade de Rio Negrinho que você mesmo pode ver. Basta andar por aí, e prestar atenção ao seu redor, que as belas paisagens vão se revelando uma a uma dando-lhe prazer de viver em tão bela cidade. Quanto mais apreciarmos o que é belo, tanto mais valorizaremos e amaremos o que é nosso! Por hoje é só! Um grande abraço de Celso e outro de Mariana! Fique com Mamãe e Papai do Céu!