quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Personagens de nossa história: Francisco Kwitschal, o "maler"!

Publicado em: 21/11/2012
Atualizado em : 05/11/2020

Imagem de 1915, com os casais  (esq.) Francisco Kwitschal e mulher Amalie, e sua filha Amalia (atrás); Henrique Hatschbach e sua mulher Sophia, com os filhos Sophia e Paulo. (foto: acervo de Similinda Sofia H. Salomon)


Filho de Josef e de Theresia Palla, Francisco (Franz) nasceu em Reichenau, Boêmia, em 1842, imigrando para o Brasil, em julho de 1876, através do Navio Vandália, com sua esposa Amalie (então com 33 anos) e a filha Maria, então com 2 anos. Era de religião católica. Era pintor de profissão, que já exercia na Europa.

Quadro "Sagrado Coração de Jesus", pintado por Francisco Kwitschal, pertencente a Elisabeth Kwitschal Paul


Veio acompanhado de toda a família, seu pai, Josef, já viúvo, então com 72 anos; seus irmãos Josef, então com 34 anos, casado com Barbara e sua filha, Bertha, então com 9 meses, e Carl, então com 23 anos, solteiro.

Quadro "Nossa Senhora Mãe de Jesus", pintado por Francisco Kwitschal,  pertencente a Adolar Pscheidt


Estabeleceu-se na localidade de Lençol, em São Bento do Sul, por volta de 1879, na Estrada do Lago. Logo ao estabelecer-se sentiu o drama a adaptar-se a nova vida, ou seja, sem nenhuma experiência em trabalhar à terra, vindo a morar numa modesta palhoça feita de taquaras, que pouco tempo depois pegou fogo, queimando todos os pertences e documentos. 

Para arranjar dinheiro nos primeiros tempos trabalhou na construção da Estrada Dona Francisca, onde iniciavam a jornada de trabalho às 6:00 horas da manhã e seguiam até às 18:00 horas, indo e voltando a pé de Lençol até o local de trabalho.


Quadro "Primeira Comunhão", pintado por Francisco Kwitschal, pertencente a Similinda Sofia H. Salomon


Trabalhou nesta obra até a Estrada encontrar o rio dos Bugres, em Rio Negrinho, isto em 1880, não deixando de fazer as plantações em seu lote de terras.  A partir desta data começou a exercer a sua verdadeira profissão, a de pintor.

Quadro "Exposição de Frutas", pintado por Francisco Kwitschal, pertencente a Similinda Sofia H. Salomon


Suas pinturas eram de toda a natureza, principalmente quadros sacros, que estão espalhados por várias capelas e igrejas de toda a região, principalmente de São Bento do Sul e Rio Negrinho. 

Note-se que os quadros da Via Sacra, que estão expostos na Igreja Matriz Santo Antônio de Rio Negrinho, foram pintados por Francisco, por encomenda de José Brey, que os doou a primitiva Capela da cidade, em 1926.

Quadro da primeira estação da Via Sacra da Igreja Matriz Santo Antonio de Rio Negrinho, de autoria de Francisco Kwitschal (Foto: Bibi Weick)

Quadro da décima segunda estação da Via Sacra da Igreja Matriz Santo Antonio de Rio Negrinho, de autoria de Francisco Kwitschal (Foto: Bibi Weick)


Quadro da décima terceira estação da Via Sacra da Igreja Matriz Santo Antonio de Rio Negrinho, de autoria de Francisco Kwitschal (Foto: Bibi Weick)


Além dos quadros pintava bandeiras, que eram panos nos quais eram pintados imagens de santos a serem hasteadas em festas, geralmente num galho de árvore. Os letreiros das placas de cemitério eram também de sua autoria.

"Crucifixo e Nossa Senhora das Dores", pintado por Francisco Kwitschal, pertencente a Similinda Sofia H. Salomon


Francisco residiu em Lençol até 1917, mudando-se daí para Rio Negrinho, em terras do filho Henrique, situadas onde encontra-se o Loteamento Paulo Beckert, no bairro Campo Lençol, de onde mais tarde mudou-se para a rua São Bernardo.  

Aqui em Rio Negrinho continuou a exercer a sua obra, ainda não catalogada. Alguns quadros localizados recentemente, de autoria de Francisco, expostos em residências de seus descendentes, não se encontram assinados por ele, sabendo-se por tradição oral, que foram pintados por ele.

Quadro "Anjo da Guarda", pintado por Francisco Kwitschal, pertencente a Sonia Maria Kwitschal Kogler


Teve como filhos, Maria, nascida na Europa em 28/09/1874, casada com José Endler, e no Brasil, Henrique, nascido em 22/09/1878, e Sofia, nascida em 26/12/1880, casada com Henrique Hatschbach.  Sofia e Henrique também foram moradores em Rio Negrinho, deixando aqui vários descendentes. 

Francisco, faleceu em 20/02/1929, com oitenta e sete anos e sua esposa Amália, faleceu com 95 anos, 11/03/1932, e estão sepultados no Cemitério de Rio Negrinho. 

Seu filho Henrique exerceu a profissão de açougueiro na localidade Lençol, até 1916, quando mudou-se para Rio Negrinho, onde adquiriu o Hotel Rio Negrinho, dirigindo-o até 1920. Depois passou a trabalhar com a agricultura e pecuária.  Casou-se com Hedwirges Wohel e teve como filhos, Emilia, casada com Luiz Paul, Bernardo, casado com Herminia Hantschel e Henrique Filho (Heine), casado com Paula.  Henrique (pai) faleceu em 29/08/1958.

(Texto com base em informações anotadas, respectivamente, em 12/11/1984 e 19/11/1984, em entrevistas, com os netos de Francisco Kwitschal, Paulo Hatschbach, nascido em 07/03/1903, e Emilia Kwitschal Paul, nascida 02/04/1901, ao servidor municipal Osmair Bail, então Diretor do Museu Municipal de Rio Negrinho; e com dados complementados extraídos do Cemitério Municipal de Rio Negrinho e dos sites do Arquivo Histórico de Joinville e do site familysearch.org)

domingo, 18 de novembro de 2012

Personagens de nossa história: Pioneiro Carlos Hantschel

Nota do Blog: Este texto foi escrito com base nos depoimentos de Alfredo Hantschel e de Erna Ema Hantschel, filhos de Carlos Hantschel, em agosto de 1984, ao servidor municipal Osmair Bail, então Diretor do Museu Municipal de Rio Negrinho; várias informações constantes do presente texto foram confirmadas recentemente junto ao Cartório de Registro Civil de São Bento do Sul e Rio Negrinho e na lista de imigrantes do Arquivo Histórico de Joinville.


Carlos Hantschel considerado como um dos primeiros imigrantes europeus a Rio Negrinho, é nascido em 27 de julho de 1863, em Luksdorf, paróquia de Reinewitz, Bohemia, filho de Valentin Hantschel e Bárbara Hubner, vindo sozinho ao Brasil com 18 anos, em companhia de outras famílias imigrantes, já que na época não era permitido menores imigrarem sem a sua família. Com 22 anos voltou a sua terra natal para visitar os seus pais (1).
Retornou em definitivo ao Brasil, sozinho, com 25 anos, através do Vapor “RIO”, com saída de Hamburgo, Alemanha, e chegada em São Francisco do Sul, em 17/10/1888.
Chegando a Joinville foi procurar emprego na casa comercial de Paulo Bohem, que disse infelizmente não ter serviços ali. Mas para sua sorte, logo após a sua saída, chegou a esta casa comercial Luiz Buchmann, morador e comerciante em Campo Alegre, que veio a Joinville fazer compras e também a procura de um sapateiro.  Imediatamente foi-lhe dito que a poucos instantes tinha estado ali um recém chegado que era sapateiro a procura de emprego e dirigindo-se a porta foi apontado, não muito distante, o imigrante Carlos. Chamado de volta por Luiz Buchmann foi convidado a trabalhar no alto da serra, em Campo Alegre, e Carlos concordou imediatamente, partindo sozinho naquele rumo, alcançado por Buchmann já no alto da serra.
Com o passar do tempo, sendo Campo Alegre passagem entre Joinville e São Bento do Sul, resolveu visitar seus patrícios imigrantes, emprestando um tordilho mais bonito e vir até Lençol e ali ficou durante uma semana, levando a acreditar a Buchmann que Carlos não mais retornasse ao trabalho. Mas Carlos retornou e ficou em Campo Alegre mais uma temporada.  Provavelmente nesta visita a Lençol que conheceu a família de Carlos Stuber e a sua futura mulher Maria (2).
De Campo Alegre, antes mesmo de casar-se veio a Rio Negrinho, em 1890, onde construiu a sua casa num terreno adqurido de Gustav Hillemann e seu irmão, descendentes de alemães, que eram oriundos de Rio Negro e aqui estavam morando um certo tempo.  Gustav morreu aqui em Rio Negrinho em consequência de mordida de cobra e o irmão resolveu voltar a Rio Negro, deixando suas terras abandonadas. Gustav Hillemann e seu irmão eram solteiros. 
Estas terras adquiridas por Carlos Hantschel dos Hillemann, engloba toda a região do Bairro de Bela Vista, com as seguintes divisas: com início na estrada Dona Francisca, junto a um ribeirãozinho, ao lado da casa do Posto Rio Negrinho, descendo pelo ribeirãozinho até encontrar o rio Negrinho, daí descendo pelo rio Negrinho até encontrar a foz do rio dos Bugres, daí subindo pelo rio dos Bugres até encontrar a ponte na Estrada Dona Francisca, seguindo pela Estrada Dona Francisca até encontrar o ponto inicial no ribeirãozinho, atual Posto Rio Negrinho.
Aqui em Rio Negrinho abriu uma sapataria com alguns aprendizes, entre eles Henrique Hatschbach, Francisco Anton e Carlos Pscheidt.  Junto a sapataria montou um rústico restaurante para atendimento dos tropeiros, em que os aprendizes faziam também as vezes de cozinheiros.
Carlos Hantschel casou-se em 22/07/1893 (casamento religioso), com Maria Stuber, em São Bento do Sul. Maria era filha de Carlos Stuber e Theresia Altmann, nascida em 01/07/1873, em Santa Catharia, Bohemia. Maria era irmã, por parte de mãe, de José Brey. Carlos e Maria celebraram o casamento civil somente em 22 de agosto de 1900, portanto, sete anos mais tarde do casamento religioso.
Casado, Carlos continuou com as atividades de restaurante e principalmente de sapataria, se deslocando frequentemente a Rio Negro.
Fato importante, passado algum tempo após o casamento, Carlos soube da venda das de João Bley, mas como não tinha a quantia necessária, pedindo dinheiro emprestado a Jorge Schlem, mas, não foi a sua surpresa que dias depois Schlem comprou estas terras, com a área de 38.424.500,00m2, quase 1.600 alqueires, com a seguinte descrição: Inicio na foz do rio dos Bugres no rio Negrinho, daí descendo pelo rio Negrinho até encontrar o rio Negro, descendo por este até encontrar o rio Preto, subindo pelo rio Preto até encontrar o rio Casa de Pedra, subindo pelo rio Casa de Pedra cerca de 2.500 metros, daí seguindo por várias linhas secas até encontrar o rio dos Bugres, daí seguindo cerca de 3.000 metros até encontrar a foz do rio dos Bugres, no rio Negrinho, ponto inicial do terreno.
Jorge Schlemm residiu nessas terras uma temporada, posteriormente adquiridas por Guilherme Xavier de Miranda (morador do Paraná ?), que provavelmente emprestou o seu nome a localidade de Colônia Miranda, iniciando uma divisão dessas terras, divididas em glebas, cabendo a Carlos Hantschel a promover a venda desses lotes, muito provavelmente na primeira década do século XX.  Foi nessa ocasião que adquiriu vários lotes, formando uma gleba de terras, a partir do rio dos Bugres, seguindo pela Estrada Dona Francisca, até o atual Bairro São Pedro, mais tarde partilhado aos seus filhos, por ocasião de seu falecimento.
A Estrada Colônia Miranda foi construída nessa época. Dentre os primeiros moradores daquela região da Colônia Miranda, São Pedro e Rio Preto, estão João e José Narloch, Willy Jantsch, Otto Jantsch, Adolfo Olsen, Augusto Goetler, Francisco Senn, Antonio Ulhrich, Ladislau Kurowski, André Pscheidt, José Jantsch, Paulo Wockvart, Max Frohener, Germano Preisleir, Reinaldo Brand, José Penkal e Félix Kroll.
Com o intenso trabalho da construção da Estrada de Ferro em 1910, Carlos abriu uma hospedaria junto a sua casa, para abrigar os empregados da empresa realizadora dos serviços.
Morreu labutando nas suas lidas, vitimado pelo diabetes, atendido pelo médico Dr. Ernesto Arndt, de São Bento do Sul, com 55 anos, em 31 de janeiro de 1917, sendo sepultado no Cemitério de Lençol.  Deixou 8 filhos, Carlos - nascido em 1894, Luiza - nascida em 1896, Herminia – nascida em 1899, José – nascido em 1906, Maria – nascida em 1901, Rodolfo – Nascido em 1902, Alfredo – nascido em 1910 e Erna Ema – nascida em 1912.
Depois da morte de Carlos sua esposa Maria, em companhia do seu filho mais velho Carlos, prosseguiram os negócios e o trabalho, encaminhando os filhos em várias profissões, como Rodolfo que aprendeu marcenaria, José que aprendeu ferraria, e Carlos, na profissão de vendedor.
Maria Hantschel veio a falecer aos 83 anos, em 28 de setembro de 1956, encontra-se sepultada no Cemitério Municipal da Saudade de Rio Negrinho.
Uma das vias principais de nossa cidade, situada no bairro Bela Vista, homenageia com justa gratidão o Pioneiro Carlos Hantschel.

(Notas: 1- Pesquisando a listra dos imigrantes compilada pelo Arquivo Histórico de Joinville, não foi encontrado nenhum registro desta sua primeira viagem, para corroborar este fato. Mas como este texto foi produzido com base em depoimentos, resolvemos anotar a título de enriquecimento do trabalho. (2) É bem possível que ele conhecesse anteriormente a família de Carlos Stuber,  inclusive da Europa, pois são da mesma região da Bohemia).

domingo, 11 de novembro de 2012

Servidores municipais de Rio Negrinho, em setembro de 1980.

Servidores municipais de Rio Negrinho, em setembro de 1980, Maria Elisa Junctum Bail (sent.), Walci José Pavlitzky (esq.), José Eladio Hubner e Marlene T. Pscheidt. (Foto do acervo do autor deste Blog)


Cumprindo o compromisso de providenciar as instalações da recém criada Comarca de Rio Negrinho, o então Prefeito municipal de Rio Negrinho Paulo Beckert construiu à rua Paulo Bohem, um prédio provisório para abrigar a Prefeitura Municipal, cedendo o antigo prédio situado na Praça Oldegar Olsen Sapucaia (Praça do Avião) ao Fórum da Comarca.  Esta condição provisória da Prefeitura permaneceu durante 16 anos, sofreu diversas enchentes, principalmente as maiores de 1983 e de 1992. Na imagem acima, vê-se servidores municipais da Prefeitura à época, lotados no setor de contabilidade, que tinha como chefia Walci José Pavlitzky. 

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Personalidades de nossa História: Joaquim Castilho Netto

Joaquim Castilho Netto, juiz de paz em Rio Negrinho, por dois períodos (Foto do acervo de Irene de Castilho Simm)
Nascido em 03 de setembro de 1893, no interior de Rio Negrinho, Joaquim Castilho Netto é filho de Manoel Caetano de Castilho e Maria Candida da Cruz. Foi casado com Florisbela de Souza Castilho, nascida em 03/09/1911, filha de Antonio Teixeira de Souza e Maria Pereira de Souza, e tiveram como filhos: Irene, Eloi, Donato e Jurema. Exerceu a profissão de agrimensor e atuou por muitos anos na empresa de Luiz Bernardo Olsen, na compra e venda de madeiras. Foi juiz de paz em Rio Negrinho, cuja função principal era a celebração dos casamentos civis, durante dois períodos, o primeiro entre 30/10/1943 e 10/02/1945 e o segundo, entre 05/10/1946 e 30/06/1957. Joaquim veio a falecer em 09/08/1947 e sua esposa em 29/05/1990. (Texto com base nas informações da Profª Irene de Castilho Simm)

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

As Irmãs Sprotte de São Bento do Sul

Na imagem de 1915, vê-se as três irmãs Sprotte, a partir da esq. Anna Bertha,  Emilia Lina e  Marta  (Foto do acervo de Irene de Castilho Simm)

Na imagem de 1915, acima, vê-se as três irmãs, filhas de Henrique Sprotte e de Guilhermina Ziemann, nascidas e moradoras na Estrada da Serra, em São Bento do Sul.
A primeira delas (esq.) é Anna Bertha, nascida 20/08/1899, casada em 1923, com Paulo Scholze, natural de Campo Alegre, para onde foram residir após o casamento, na localidade de Fragosos.
A segunda é Emilia Lina, nascida em 1891, casou-se em 1916, com Max Simm, natural de São Bento do Sul, residiram na localidade Avencal e Alto Rio Preto (Mafra).
A terceira (dir.) é Martha, nascida em 1894, casou-se em 1912, com Henrique Kobs, filho de Augusto e Veronica Kobs, natural de São Bento do Sul, onde permaneceram residindo após o casamento.

(Texto com base nas informações da Profª Irene de Castilho Simm) 

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Desfile de carroceiros pela cidade de Rio Negrinho

Desfile de carroças de colonos que perdurou por mais de 40 anos em Rio Negrinho (Foto do acervo de Foto Weick)
Nesta imagem vê-se José Vicente Thomáz, um dos carroceiros que entregava lenha às residências de Rio Negrinho, oriunda principalmente da Móveis Cimo. (Foto do acervo de Vitoria Vicente Thomáz)
Aulas de corte e costura na década de 1940 (Foto do acervo de José Luimar Mayer)
Um vez por semana, mais precisamente as sextas-feiras, os colonos, propiciavam um verdadeiro desfile de carroças, vindos principalmente das localidades mais próximas da cidade de Rio Negrinho, como Colônia Olsen, Rio Casa de Pedra, Queimados, Rio dos Bugres, Salto e Campo Lençol.

Eram agricultores que traziam seus produtos à venda, como lenha, ovos, manteiga, queijo, feijão, milho, carne de porco, que eram entregues nos comércios da cidade, a exemplo de Luiz e Eduardo Neidert, Urbano Murara, Francisco Ruckl, João Boelitz, Margarida Meyer, Arnoldo Ricobom, Jorge Quandt, Evaldo Treml e Arlindo Carvalho, entre outros. 
Nesta época nem se pensava em fogões à gás, mas todos movidos a lenha, que era comprada da Móveis Cimo, de serrarias, ou, ainda dos colonos.
Os produtos vendidos pelos agricultores não eram pagos em moeda corrente e sim com outros produtos, a exemplo de café, açúcar, sal, querosene para os lampiões, e tecidos para confecção de roupas. Nesta época era muito difícil a roupa feita em larga escala e industrialmente, e, sim feita por costureiras.
Este desfile de carroças, que se iniciava ainda de madrugada, trazia até a cidade os seus condutores, onde faziam as suas negociadas e retornavam vagarosamente as suas residências, num ritmo bem mais tranquilo que os nossos dias, não sem antes darem realizarem parada às margens do rio dos Bugres, para aqueles que moravam na Colônia Olsen e região, para darem águas aos cavalos, fazerem o “fristick”, fumar um palheiro ou cachimbo e botarem a prosa em dia com seus vizinhos. 
Com a implantação do supermercado e dos produtos industrializados essa maneira de se comercializar, que vinha se arrastando por mais de 40 anos, foi definhando, se encerrando este ciclo ao início da década de 1970. (Texto produzido com base no depoimento de João Kormann)

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Imagens das moradias dos imigrantes de SBS, levadas por Jorge Zipperer, em sua viagem à Bohêmia, em 1938!




"Em 1938, Jorge Zipperer viajou à terra dos ancestrais da família Zipperer, na Boêmia. Chegou, inclusive, a fazer uma palestra em Neuern com o título “A Emigração dos Boêmios para o Brasil e suas causas”. Em seu discurso, Jorge abordou temas como os motivos que levaram os boêmios a imigrarem, a aquisição de terras no Brasil, e o retorno de Josef Rohbacher à Boêmia para trazer novos imigrantes".
"Também relatou episódios como a primeira morte em São Bento, a primeira escola, a primeira compra e o primeiro crime. Em suas anotações para o discurso, constam ainda tópicos sobre plantação e colheita, cobras venenosas, relâmpagos, ataques indígenas, luz elétrica, e outros". 
As imagens acima, segundo Elvira Schiessl da Silva, atualmente com 92 anos, moradora de Rio Negrinho, sobrinha de Jorge Zipperer, são de moradias de imigrantes de São Bento do Sul, que foram levadas por Jorge Zipperer em sua viagem à Bohêmia, para mostrar as condições de vida dos mesmos.  Se observarmos as fotos com maior amplitude nota-se que em frente de todas as moradias há as famílias postadas, todas em trajes de gala. É sinal que as imagens não foram tiradas por mero acaso.

(Fotos do acervo de Elvira Schiessl da Silva; texto parcialmente extraído da Biografia de Jorge Zipperer, de autoria de Henrique Fendrich, publicado no site "São Bento no Passado" )

Amigas estampadas numa publicação do Jornal "O AÇO", em 1939.

As amigas, sentadas Gomercinda Gomes e Leonilda Schiessl; em pé, Alice da Luz e Elvira Schiessl.  As duas primeiras estão mostrando o Jornal "O AÇO", em 1939.
As amigas em festa estão comemorando a publicação de um fato de suas vidas, estampado num jornal editado em São Bento do Sul, denominado "O AÇO".  O fato se deu em 1939, no Salão Neumann (antes Lampe e posteriormente Dettmer), situado em frente a Igreja Matriz Santo Antonio, no centro da cidade.  Numa das "domingueiras", que eram realizadas domingo à tarde, as 4 amigas deram uns safanões num enamorado de uma delas.  É que esse enamorado era muito impertinente e ficava constantemente insistindo para o namoro com uma delas, e que não era devidamente correspondido. Até que um belo dia a paciência da pretendida estourou e partiu prá cima do "enamorado" em pleno palco do Salão Neumann, numa dessas "domingueiras", sendo acompanhada pelas demais.  Resultado disso foi a publicação de uma matéria sobre o fato no Jornal "O AÇO" de São Bento do Sul, o qual as duas amigas sentadas a frente estão segurando, numa pose de comemoração, registrada na Foto Weick. (Foto: acervo de Elvira Schiessl da Silva, atualmente com 92 anos)

Santas Missões na comunidade católica de Rio Negrinho, em 1964

Foto tirada em frente ao altar principal da Igreja Matriz Santo Antonio, no qual vê-se os padres Wendelino Wiemes (da paróquia de Rio Negrinho), Alderico Passoni, José Schmit, Odilon Hackenhauser, Jose Nery e Luiz Gonzaga Steiner (então pároco de Rio Negrinho). Os 4 padres missionários redentoristas são os do centro da foto.

Seguindo a divisão política-administrativa a Paróquia da Comunidade Católica de Rio Negrinho sempre foi assistida pelos padres pertencentes a Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus (Dehonianos), a mesma que atende o município de São Bento do Sul, desde o início do século passado. Como Rio Negrinho a época pertencia ao território são-bentense, nossa comunidade passou a ser também atendida por esta Congregação.  Foi por iniciativa dessa congregação e com apoio da comunidade que foram construídas a primeira capela e a atual Igreja Matriz Santo Antônio.  Mas, periodicamente, outras congregações religiosas foram convidadas para afervorarem o espírito e a fé cristã da comunidade, denominadas de Santas Missões, assim foi por exemplo as de 1951 e 1959.  A de 1959 ficou famosa pela implantação de um marco, a içamento do Cruzeiro, no alto da rua Adolfo Olsen, inclusive servindo de referência para a denominação daquele bairro. Assim foi a Santas Missões de 12/12/1964, na qual foram convidados os padres redentoristas, trazidos na foto acima reproduzida. (Foto: acervo de Doris Piccinini)

sábado, 20 de outubro de 2012

Festa típica alemã de Rio Negrinho, em 1935.

Placa da esq. vê-se Max Jantsch (sapateiro) e Pedro Lindner; placa à dir. João Augustin (alfaiate) e José Lindner. 

Neste mês de outubro, época de festas alemãs por toda Santa Catarina, tempo em que se realiza em nossa cidade a "Oberland Fest", trazemos uma imagem de 1935, ainda na pequena Vila de Rio Negrinho, onde já se realizava festas típicas alemãs. Esta festa foi realizada na região da Pousada João de Barro, numa festa com pessoas com trajes típicos alemães e outras com terno e gravata. Simplicidade, alegria e confraternização, entre descendentes de alemães e brasileiros, é isto que evoca esta bela imagem. (Foto e informações de Doris Piccinini)

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Personalidades de nossa história: Memória a Willy Jung !


Willy Jung, quadro pintado em 1951, doado pela Móveis Cimo ao Museu Municipal de Rio Negrinho, pintado pelo artista Victor Kursancew (Foto do Pintura pertencente ao Museu Municipal de Rio Negrinho).
Nota: Informações atualizadas em 18/05/2014

Nascido em 10/05/1879 em Leipzig, Saxônia, região da Alemanha, Willy Jung é filho de Otto Theodor e Maria Jung, de religião protestante, chegou ao Brasil, no porto de São Francisco do Sul, em 16 de julho de 1881.

Amigos de infância, Willy Jung e Jorge Zipperer, formaram uma sociedade em setembro de 1912, sob a denominação de “Jung e Cia.”, para a exploração comercial a varejo de secos e molhados, fazendas, armarinhos e ferragens, em São Bento do Sul. Mas para tratar de outros interesses, os sócios resolveram em 1915, vender o estabelecimento comercial a Carlos Zipperer e André Ehrl. 

Estes interesses estavam direcionados a uma serraria a vapor e fábrica de caixas, inaugurada em 25 de março de 1914, instalada num terreno situado na localidade de Salto, município de Rio Negrinho, com 111 alqueires, adquirido de Serapião Ferreira de Lima, em 1913. O maquinário da serraria foi adquirido na Alemanha, junto com um dínamo, com o qual foi iluminado a indústria, a casa comercial e todas as residências dos operários da firma.
Em fevereiro de 1916 a “Jung e Cia.” adquiriu terras na estrada de Lageado (Pr), onde foi construído uma serraria a vapor, mais tarde, em 1926, transferida para a localidade de Bituva, município de Mafra. Como consequência da construção dessa serraria no Lageado e para escoamento da produção através da Estação Férrea, gerou a necessidade da implantação da primeira via urbana de Rio Negrinho, a Estrada Irany. A Estrada Irany deu um grande impulso a Rio Negrinho e beneficiou a população residente no Lageado.
Mais o passo mais importante tomado pela empresa “Jung e Cia.” foi em 24 de junho de 1918 com a aquisição de um terreno de 25 alqueires, divisando com os rios Negrinho e Serrinha e a Estrada Irany, devido a proximidade da Estação da Rede Férrea, a poucos anos inaugurada, para escoamento da produção. Com a aquisição do terreno ainda em 1918 foi transferida a serraria e a fábrica de caixas, e construídas as residências e a casa comercial.
Willy Jung e sua família, em 09 de novembro de 1918, mudou-se de São Bento do Sul para Rio Negrinho e foi em 06 de janeiro de 1919 acometido pela terrível epidemia da “gripe espanhola” que apesar dos esforços do médico Dr. Ernesto Mauricio Arndt, faleceu em 16 de janeiro de 1919, num momento de franca expansão da firma “Jung e Cia.”.
Willy Jung casou-se em São Bento do Sul com Hulda Neubauer (filha de Frederico e Henriqueta Neubauer), em 28/11/1903, e tiveram seis filhos, Alfonso (nascido em 02/07/1902), Alfredo Theodoro (nascido em 13/04/1904), Annita Amália (nascida em 17/11/1908), Theodoro (nascido em 06/09/1910), Lothário (nascido em 09/06/1915) e Elvira (nascida em 08/07/1918).
Alfonso Jung, um dos filhos de Willy, entre 01/05/1937 e 03/01/1938, foi intendente do então Distrito de Rio Negrinho.
Com a morte de Willy Jung, foi dissolvida a empresa, sendo admitido em junho de 1919, André Ehrl, como novo sócio, girando a nova sociedade sob a denominação de “A. Ehrl e Cia.”, sucessora da “Jung e Cia.”.
Em sua memória, a via principal de acesso a cidade de Rio Negrinho, está lembrando a memória Willy Jung, denominada ainda quando Rio Negrinho era Distrito de São Bento do Sul. (Texto redigido parcialmente com base no Livro "Rio Negrinho, que eu conheci", Prof. José Kormann, 1980, TipoWest, págs. 77, 122 a 134)

domingo, 26 de agosto de 2012

Personalidades de nossa história: professor, músico e empresário Jorge Zipperer !

Imagem de Jorge Zipperer (foto do acervo do Arquivo Municipal de Rio Negrinho)
Imagem do enterro de Jorge Zipperer no momento em que o cortejo fúnebre se deslocava da sua residência à Igreja Matriz. Na foto se vê uma grande parte dos moradores da então Vila de Rio Negrinho participando do cortejo. (foto do acervo de Iza Jung)
Imagem do enterro de Jorge Zipperer no momento em que o cortejo fúnebre se deslocava da Igreja Matriz em direção ao Cemitério Municipal. Na foto se vê uma grande parte dos moradores da então Vila de Rio Negrinho participando do cortejo. (foto do acervo de Iza Jung)
Imagem do enterro de Jorge Zipperer no momento em que o cortejo fúnebre se deslocava da Igreja Matriz em direção ao Cemitério Municipal. Na foto se vê uma grande parte dos moradores da então Vila de Rio Negrinho participando do cortejo, com destaque ao carro fúnebre, então comumente utilizado. (foto do acervo de Iza Jung)
Jorge Zipperer, escrivão civil no Tribunal da Justiça, coletor estadual, professor de português em escola da Associação das Escolas Alemãs em São Bento, líder de empreendimentos que impulsionaram a modernização do quadro econômico da região e resultaram na criação da tradicional fábrica Móveis Cimo, de Rio Negrinho, músico fundador da banda que, com a sua saída, seria transformada na Banda Treml.
Filho dos imigrantes Josef Zipperer e Anna Maria Pscheidt, neto paterno de Anton Zipperer e Elisabeth Mischeck, e neto materno de Wenzel Pscheidt e Anna Maria Aschenbrenner. Nasceu em São Bento do Sul aos 24.04.1879 e foi batizado no dia 16.05.1879, tendo por padrinhos seus tios Wenceslau e Bárbara Pscheidt. Casou-se civilmente na mesma cidade aos 13.01.1900 (3C-142v) com Maria Schiessl, nascida em São Bento do Sul no dia 24.11.1880, filha de Johann Schiessl e Barbara Simet, neta paterna de Josef Schiessl e Therezia Nagel, e neta paterna de Anna Simet.
Ao terminar os seus estudos, Jorge Zipperer ingressou como aprendiz na casa comercial da firma Cândido Munhoz, em Papanduva, antigo nome da localidade de Trigolândia, em Piên. Ainda com 13 anos de idade, por conselho de seu pai, empregou-se como caixeiro na casa comercial de Pedro da Silva, na localidade de Rio Preto, onde esteve em convivência com brasileiros natos e pôde aprender melhor a língua portuguesa. Lá, Jorge desempenhava atividades como escriturar as compras dos fornecedores e anotar as vendas a prazo para os fregueses.
Em 1896, Jorge Zipperer foi mordido por uma cobra, cuja mordida, naquela época, era em geral fatal. Apesar disso, conseguiu sobreviver. Ao terminar seu aprendizado na casa comercial, Jorge foi escolhido como professor da escola particular localizar na Estrada das Neves, mantida por moradores locais. Sua primeira aula aconteceu no dia 13.04.1896. Já no mês seguinte, aos 04.05.1896, Jorge Zipperer assumia as aulas da escola do centro de São Bento.
No mesmo ano, Jorge iniciou um diário, com breves sentenças sobre as suas atividades diárias. Em geral, passava o dia em trabalhos domésticos, especialmente na roça, e dedicava as horas de lazer às cartas, bilhar, bolão e leitura, além dos bailes. Manteve as anotações até fevereiro de 1898.
Por essa época, se dirigiu ao Rio de Janeiro em busca de emprego. Não encontrando, foi para Petrópolis, onde arrumou emprego como caixeiro na casa comercial de secos e molhados de José de Almeida. Não conseguindo grandes progressos, e pouco recebendo, Jorge voltou ao Rio de Janeiro, onde novamente não conseguiu emprego. Voltou para o sul, tendo se empregado por pouco tempo em Curitiba. Em seguida, foi trabalhar na localidade de Rio Represo, na serraria de Henrique Moeller, que era Juiz de Paz e reconheceu em Jorge a capacidade de desenvolver mais atividades do que as braçais, conseguindo então que ele fosse nomeado escrivão da Coletoria Federal em São Bento, cargo exercido a partir de novembro de 1899. Aos 18.12.1899, o governador Felipe Schmidt nomeou também para o cargo de escrivão da Coletoria Estadual. Jorge permaneceu no cargo até agosto de 1919. Desde 1908 esteve sob os seus cuidados e responsabilidade todo o estoque de selos, livros e caixas.
Depois de casar em 1900 com Maria Schiessl, Jorge construiu no ano seguinte a sua primeira casa, localizada na esquina das ruas Schramm, atual Barão do Rio Branco, e Felipe Schmidt. Posteriormente, construiu outra na Rua Jorge Lacerda.
Em 1901, foi o secretário da comissão organizada para a construção de uma nova Igreja Matriz para a paróquia de São Bento do Sul.
Ainda em tempo de criança, Jorge Zipperer demonstrava gostar de música, tendo aprendido com o colono Kaspar Tauscher a tocar a sanfona que seu pai lhe comprara. Jorge participou da orquestra da Sociedade Harmonia. Por volta de 1903, organizou a sua própria banda de música, tendo entre seus componentes nomes como João Wordell, Hugo Fischer, João Linzmeyer, Guilherme Beckert, Antônio Beckert, João Treml e Miguel Gschwendtner. Em 1910, estavam entre seus companheiros de música nomes como Max Jakusch, Adolfo Weber Júnior, João Treml, Paulo Baum e o irmão Carlos Zipperer. A banda animava especialmente os eventos da Sociedade dos Atiradores, da qual Jorge Zipperer também fazia parte. Quando Jorge se decidiu se mudar para Rio Negrinho por conta dos seus projetos e empreendimentos econômicos, a banda foi entregue a João Treml, que a reformulou e, a partir dela, formou-se a tradicional Banda Treml.
No ano de 1910, Jorge Zipperer foi um dos eleitos para o cargo de Conselheiro Municipal em São Bento do Sul, equivalente ao atual vereador.
Jorge fez com que as notas históricas de seu pai Josef Zipperer, constantes de seu diário, fossem publicadas primeiramente em capítulos semanais o jornal “O Catharinense”, entre agosto de 1913 e janeiro de 1914. O responsável pela redação da narrativa de Zipperer foi Otto Welk, professor primário em Oxford.
Em 1913, Jorge foi um dos fundadores, junto com Willy Jung, de uma serraria e fábrica de caixa de frutas, na localidade de Salto, considerada a gênese da tradicional Móveis Cimo. No começo dos anos 20, Jorge e seu irmão Martim montaram uma fábrica de móveis que, além das caixas de laranja, se dedicava à produção de cadeiras e que passou a projetar casas pré-fabricadas e fornecer madeiramento para quartéis do exército e madeiras variadas para o setor da construção civil.
Ainda no começo daquela década, a fábrica se tornou um empreendimento familiar, comandado por Jorge e com a participação de seus irmãos Martim e Carlos Zipperer, e seus genros Francisco Malinowski e Karl Ricardo Weber. A partir de então, “inicia-se um período de prosperidade e progresso contínuo nas atividades da firma”. (HENKELS, 2007, p. 1).
Depois da morte de Jorge Zipperer, no início de 1944, a empresa incorporou diversas outras, com interesses comerciais afins, e passou a ser conhecida como Cia. Industrial de Móveis S/A – Móveis Cimo, projetando-se como a maior fábrica de móveis da América Latina.
A empresa tinha o monopólio na fabricação de móveis para cinemas e auditórios, e passou a se destacar na produção de móveis escolares e linhas institucionais de escritório, de quarto, salas, etc. Dos membros da família Zipperer, Martim atuava como Diretor Superintendente e seu irmão Carlos era um dos diretores adjuntos. No entanto, a sede oficial da empresa passou para Curitiba e as decisões foram sendo tomadas cada vez mais distantes de Rio Negrinho. Mudanças tecnológicas e crises administrativas levariam à falência da empresa em 1982.
Com Willy Jung, Jorge Zipperer também havia sido proprietário de um armazém de secos e molhados na sede de São Bento. Por volta de 1915, o empreendimento por passado para Andreas Ehrl e o irmão Carlos Zipperer, que alguns anos depois se tornou o único proprietário, e a manteve a casa como ponto tradicional de comercio na cidade.
Em 1938, Jorge Zipperer viajou à terra dos ancestrais da família Zipperer, na Boêmia. Chegou, inclusive, a fazer uma palestra em Neuern com o título “A Emigração dos Boêmios para o Brasil e suas causas”. Em seu discurso, Jorge abordou temas como os motivos que levaram os boêmios a imigrarem, a aquisição de terras no Brasil, e o retorno de Josef Rohbacher à Boêmia para trazer novos imigrantes.
Também relatou episódios como a primeira morte em São Bento, a primeira escola, a primeira compra e o primeiro crime. Em suas anotações para o discurso, constam ainda tópicos sobre plantação e colheita, cobras venenosas, relâmpagos, ataques indígenas, luz elétrica, e outros.
Com seu irmão Martim Zipperer, Jorge forneceu subsídios históricos para que o escritor bávaro Josef Blau escrevesse a obra “Baiern in Brasilien” (1958), que destaca o destino de imigrantes da região ao chegar em solo brasileiro. Ainda por volta de 1928, Jorge Zipperer havia sido nomeado vice-cônsul da Tchecolosváquia.
Jorge Zipperer faleceu no dia 31.01.1944, conforme assento anotado em São Bento do Sul (3FR-54v). Seu esquife foi conduzido ao Cemitério de Rio Negrinho na carroça fúnebre idealizada e conduzida por seu primo Frederico Fendrich.
Em sua homenagem, Jorge recebeu o nome de uma escola e uma rua em Rio Negrinho, além de outra rua em São Bento do Sul.
Tamanha foi a importância de Jorge Zipperer para Rio Negrinho que a cidade escolheu a sua data de nascimento, 24 de abril, para comemorar o aniversário municipal. A sua casa naquela cidade foi transformada no Museu Carlos Lampe. Agradecimentos ao amigo Osny Zipperer.  (Fonte: texto originalmente publicado no Blog São Bento no Passado, de autoria de Henrique Fendrich, a quem apresento meus agradecimentos)

terça-feira, 24 de julho de 2012

Renato Piccinini: inovação na campanha eleitoral a vereador de 1982.

Renato e seu pai Felici Piccinini à rua Martin Zipperer, ao início das visitas eleitorais.  (foto acervo de Doris Piccinini)
Renato e Felici Piccinini numa pausa da campanha em plena rua Senador Nereu Ramos (foto acervo Doris Piccinini)
As primeiras eleições municipais após a extinção da ARENA e do MDB em 1980, foram realizadas em 15/11/1982, com a escolha do novo prefeito e dos novos vereadores, para um mandado de 6 anos. Com as mais variadas estratégias, slogans e meios de propaganda, as eleições municipais se apresentaram em 1982, com 43 candidatos ao legislativo municipal, dos quais 21 pela legenda do PDS e 22 pelo PMDB. Como destaque de inovação propagandística naquelas eleições, o então candidato a vereador Renato Piccinini se apresentou a comunidade desfilando ladeado pelo seu pai Felici Piccinini, num "Fordinho" 1929, no qual acoplou um "outdor", na forma de uma pintura trazendo o seu perfil, com o respectivo número eleitoral. Renato Piccinini que foi radialista em Rio Negrinho, assessor de imprensa da Comissão do Centenário - CENFUR, membro da diretoria da Sociedade Musical e da Sociedade Esportiva Ipiranga, mudou-se após o centenário de Rio Negrinho em 1980 para São Bento do Sul, onde foi por vários anos assessor de imprensa na Prefeitura de São Bento do Sul, não foi eleito nessa eleição, obtendo cerca de 112 votos. Porém, a maneira inovadora de campanha ficou registrada em nossa história. Renato Piccinini veio a falecer em maio de 1994. (Fonte: dados eleitorais do TRE/SC)

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Data das Eleições para os cargos de Prefeito e Vereadores em Rio Negrinho, a partir de 1954

Sinopse das eleições municipais para os cargos de Prefeito e Vereadores, a partir de 1954, data da instalação do Município de Rio Negrinho.

Ano
Executivo Municipal
Leg.
Legislativo
1954
Posse: 27/02/1954 (do Prefeito nomeado)
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---
1954
Eleição: 03/10/1954
Posse: 15/11/1954
Eleição: 03/10/1954
Posse: 15/11/1954
1958
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Eleição: 30/10/1958
Posse: 22/12/1958
1959
Eleição: 30/08/1959
Posse: 15/11/1959
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1962
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Eleição: 07/10/1962
Posse: 15/11/1962
1964
Eleição: 23/10/1964
Posse: 15/11/1964
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1965
Eleição: 03/10/1965
Posse: 31/01/1966
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1966
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Eleição: 15/11/1966
Posse: 31/01/1967
1969
Eleição: 30/11/1969
Posse: 31/01/1970
Eleição: 30/11/1969
Posse: 31/01/1970
1972
Eleição: 15/11/1972
Posse: 31/01/1973
Eleição: 15/11/1972
Posse: 31/01/1973
1976
Eleição: 15/11/1976
Posse: 01/02/1977
Eleição: 15/11/1976
Posse: 01/02/1977
1982
Eleição: 15/11/1982
Posse: 01/02/1983
Eleição: 15/11/1982
Posse: 01/02/1983
1988
Eleição: 15/11/1988
Posse: 01/01/1989
Eleição: 15/11/1988
Posse: 01/01/1989
1992
Eleição: 15/11/1992
Posse: 01/01/1993
10ª
Eleição: 15/11/1992
Posse: 01/01/1993
1996
Eleição: 15/11/1996
Posse: 01/01/1997
11ª
Eleição: 15/11/1996
Posse: 01/01/1997
2000
Eleição: 01/10/2000
Posse: 01/01/2001
12ª
Eleição: 01/10/2000
Posse: 01/01/2001
2004
Eleição: 03/10/2004
Posse: 01/01/2005
13ª
Eleição: 03/10/2004
Posse: 01/01/2005
2007
Eleição: 11/03/2007
Posse: 01/04/2007
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---
2008
Eleição: 05/10/2008
Posse: 01/01/2009
14ª
Eleição: 05/10/2008
Posse: 01/01/2009

Notas do Blog:
1 – Criação do Município de Rio Negrinho: Lei Estadual nº 133, de 30/12/1953;
2 – O Município foi desmembrado de São Bento do Sul;
3 – Criação Zona Eleitoral de Rio Negrinho: 05/03/1981;
4 – Logo após a criação do município Henrique Liebl foi nomeado prefeito pelo Governo do Estado, com a posse ocorrida em 27/02/1954, até a posse do primeiro prefeito eleito, cuja posse ocorreu em 15/11/1954;
5 – As primeiras eleições municipais em Rio Negrinho ocorreram em 03/10/1954, nas quais o mandato do prefeito municipal era de 5 anos, até 1964, e o mandato de vereadores era de 4 anos, até 1966;
6 – Por consequência as eleições subsequentes a 1954, ocorreram “solteiras”, numa data destinada só a prefeito e em outra somente para vereadores, até 1969, quando novamente as eleições municipais se realizaram num mesma data, para um mandato coincidente de prefeito e vereadores;
7 – Até 1969 os prefeitos eram eleitos sem o seu respectivo vice, papel destinado ao presidente da Câmara de Vereadores;
8– A eleição de prefeito municipal em 1964 foi realizada pela via indireta, na Câmara de Vereadores, de acordo com o ato institucional nº 10 da Assembléia Legislativa de SC.
(Fonte: dados e informações do TRE/SC)