sábado, 7 de abril de 2012

Hiltrude Milde e Hans Carl Boelitz: Natal de 1938 !


Como homenagem a tradicional família "Boelitz" de Rio Negrinho, trazemos uma imagem, datada do Natal de 1938, com uma dedicatória, escrita na língua alemã, dirigida a amiga Gertrude Froehner, postada por Hiltrude Milde e o então noivo Hans Carl Boelitz. Hiltrude é descendente da tradicional família "Milde" de nosso município, moradores da localidade de Colônia Olsen.  Hans foi agricultor e comerciante. Fruto do casamento de Hiltrude e Hans gerou uma numerosa prole. (foto: acervo de Gertrudes Froehner Jung)

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Fundação Hospitalar Rio Negrinho, desde 1952 !

O prédio verde (à esq.), situado à rua Jorge Zipperer, abrigou o Hospital antes do seu primeiro prédio próprio (foto da década de 1980) 
Antigo prédio da Fundação Hospitalar, situado à rua Carlos Weber
No último 23 de janeiro de 2012, a Fundação Hospitalar Rio Negrinho completou 60 anos. A iniciativa de construir um hospital para a cidade partiu de um grupo de funcionários da extinta Móveis Cimo S/A e lideranças da comunidade, corria o ano de 1952.

Eugenio Dettmer, gerente da Móveis Cimo e ex-vereador (foto: acervo Solange Etelvino)
O primeiro prédio que abrigou a entidade situava-se no prédio situado à rua Jorge Zipperer, de propriedade de Ricardo Mallon, ao lado do Shoping Ruckl.  Posteriormente, a entidade construiu seu primeiro prédio que abrigou a instituição na rua Carlos Weber, no centro de Rio Negrinho, inaugurado em 1966, que teve a frente como principais lideranças nesta empreitada Eugenio Dettmer (foto), um dos gerentes da Móveis Cimo - Rio Negrinho, líder político e vereador, e do empresário Carlos Lampe.  Para se livrar do risco das grandes enchentes, a exemplo de 1983 e 1992, a Fundação Hospitalar Rio Negrinho construiu um novo prédio, situado à rua Fritz Klostermann, com recursos do Governo Federal, Estadual e Municipal, participação dos empresários e da comunidade local. Teve como principais líderes nesta empreitada os ex-prefeitos Mauro Mariani e Almir José Kalbusch.  Almir José Kalbusch foi o presidente da Comissão Pró-construção do novo prédio, desde a sua fase inicial até o seu término, que foi inaugurado em 2004.

Almir José Kalbusch, empresário, ex-prefeito municipal e presidente da comissão pró-construção do atual prédio da Fundação Hospitalar Rio Negrinho (foto: acervo do autor do blog)
No início se chamava "Sociedade Civil de Assistência Médico Hospitalar", depois passou para "Associação Hospitalar Rio Negrinho" e atualmente "Fundação Hospitalar Rio Negrinho".
O primeiro presidente do Conselho Curador foi Carlos Lampe. Atualmente preside a entidade a fisioterapeuta Maria de Fátima Mendes Afonso e faz a gestão, o administrador hospitalar Carlos Roberto Abreu da Costa. Para o administrador hospitalar, o principal objetivo é fidelizar os usuários, dar continuidade aos trabalhos já existes e ampliar ainda mais a oferta de serviços assistenciais. Com relação a comemoração dos 60 anos de fundação do Hospital na cidade, Roberto informa que serão organizados vários eventos envolvendo toda a comunidade local: crianças, adultos, autoridades e empresários. "Queremos conscientizar todos pela causa do hospital. Nesse sentido contamos com o trabalho voluntário do relações públicas Valderi Aci da Silva e equipe do hospital", disse.
Já a presidente reforçou a importância de mostrar através dos meios de comunicação a trajetória do hospital nesses 60 anos. "Vamos promover uma exposição, visitas ao hospital, enviar matérias às mídias eletrônicas e impressas detalhando todos os acontecimentos. Com isso queremos mostrar o que o hospital tem de bom, mas ao mesmo tempo conscientizar a população e autoridades da necessidade de trabalharmos juntos a fim de oferecer um atendimento cada vez melhor a todos que procuram a Fundação Hospitalar quando enfrentam algum problema de saúde", afirma a presidente.
Como parte dos festejos será divulgada pela imprensa, toda a programação alusiva aos 60 anos do hospital de Rio Negrinho.

GALERIA DE EX-PRESIDENTES
Carlos Lampe (1952 à 1966);  Martin Zipperer (1966 à 1968);  Pe. Theobaldo Blume (1968 à 1969); Helmuth Ilg (1969 à 1970); Clóvis A. Campos Silva (1970 à 1972); Klaus Schumacher (1972 à 1994); Hilton José Dal-Ri (1994 à 1997); Gelásio Onofre de Castilho (1997 a 2001);  Klaus Schumacher Júnior (2001 a 2003); João Paulo Ferreira (2003 a 2007); Eloy Schoeffel (2007 a 2009); e, Maria de Fatima Mendes Afonso – (2009, em exercício). 

Atual prédio da Fundação Hospitalar Rio Negrinho
(Fonte: com base no texto originalmente publicado no Jornal Perfil - 23/01/2012; atualizado pelo autor do blog)

Móveis Muller, em 1965 !


A Móveis Muller em seus primórdios estava situada à rua Roberto Lampe, tendo como sócios os irmãos Afonso João e Alberto Franz Muller. Esta empresa fabricava à época produtos de madeira, como portas, janelas, carteiras escolares e urnas fúnebres. Nesta imagem de 1965, reproduz uma pose de um dos sócios Alberto em companhia dos servidores daquela empresa, a seguir mencionados, a partir da esq., 1ª fila: Irineu Anton, Alberto Franz Muller, Supriana Melnik, Terezinha Muller, Cecilia Muller e Hilda Huttl; 2ª fila: Dorival Teifke, José Euclides Carvalho, Irineu Carvalho, Osvaldo Hubl, João Fernandes, Eládio Paul, Ivanildes Custódio e Lúcia Muller; 3ª fila: Mário Eckel, Celso Fanes, Lauro Neidert, Joel Detroz, Hermes Eckel, Rodolfo Hruschka (óculos), Amandus Gneipel (chapéu), Alzira Muller e Nelson Machado. (foto: acervo de Otarcilio Alves Martins (Darci); texto com base nas informações de Irineu Anton).

terça-feira, 3 de abril de 2012

Capitão Osmar Romão da Silva (Parte 2)

Nota do autor deste blog: A rua defronte a entrada principal do Colégio Cenecista São José de nossa cidade é denominada de Rua Capitão Osmar Romão da Silva. Quem foi este personagem é a pergunta que muitas vezes fazemos. Para maior conhecimento de nossos seguidores reproduzimos a matéria recentemente publicada no site São Bento no Passado, do amigo Henrique Fendrich, pelo qual agradecemos.

"Em 1939, Osmar Romão da Silva, ainda tenente, frequentou o Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais na Política Militador do Distrito Federal, no Rio de Janeiro, tendo se classificado em primeiro lugar. Após retornar, foi convocado pelo interventor Nereu Ramos para ser o seu ajudande de ordens no Palácio do Governo, e acabou se tornando inclusive seu amigo.
Apesar das suas atividades no governo, Osmar continuava lecionando no Curso de Sargentos da Força Pública e encontrava tempo para escrever e estudar. Em 1940 foi publicado pelo Departamento Nacional de Estatística uma monografia sua sobre Canoinhas. Em abril de 1942, lançou “Curso de Polícia”, obra com conhecimento profissional e técnico destinado a oficiais de polícia, delegados, advogados, bacharéis e militares. O livro obteve sucesso e reconhecimento nacional.
Em 12.03.1943 foi exonerado por Nereu Ramos e três dias depois nomeado delegado de polícia em São Bento do Sul. A vinda de Osmar para a cidade foi motivada por conta de uma tuberculose, e recomendava-se o clima de uma cidade serrana como São Bento. Nela, preparou trabalhos como “Unidade Geográfica do Brasil” e “Rotas Pioneiras de Santa Catarina”.
Osmar era membro da Associação Catarinense de Imprensa, e já em 1929 havia fundado com amigos em São José o semanário “O Municípios”. Em São Bento, fundou e dirigiu o jornal “O Planalto”, também semanário, para o qual escrevia regularmente. Idealizou e foi diretor também da Rádio Timbira, uma das pioneiras no Planalto Norte de Santa Catarina. No dia 23.04.1944 foi promovido a capitão. No início de 1945 foi nomeado prefeito do município de São Bento, que na época estava sendo chamado de Serra Alta.
No final do mesmo ano, colou grau como bacharel em Ciências Sociais pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras do Paraná. A amizade com Nereu Ramos fez com que o agora Capitão Osmar Romão da Silva fosse um dos fundadores do Partido Social Democrático em São Bento do Sul, sendo eleito presidente do Diretório Regional.
No começo de 1947, seu estado de saúde se agravou. Sua filha Neide fez aniversário no dia 8 de março e a mesa de doces foi colocada de modo que Osmar pudesse vê-la apagar as velas do bolo.Seu irmão Osni Paulino da Silva, de passagem pela cidade, atendeu ao seu pedido de permanecer ali por alguns dias. No início da tarde do dia 10.03.1947, Osmar sofreu violenta hemoptise, sem que o médico Pedro Cominese pudesse fazer algo. Faleceu às 14 horas, daquela segunda-feira, aos 35 anos.
Ainda era o prefeito de São Bento. O expediente foi encerrado em todas as repartições públicas e o comércio fechou as portas. O prefeito substituto decretou luto oficial de três dias. Amigos, autoridades, professores e alunos, além de simples cidadãos de São Bento, acorreram em grande número para a sua residência, na Rua Independência. No dia seguinte, o corpo foi translado para São José.
A 12 de março foi sepultado no Cemitério da Trindade, com acompanhamento do interventor Luiz Galotti. Houve discursos do tenente Maurício Spalding de Souza pela Força Pública e Pedro Quint pelos amigos de São Bento do Sul.
Osmar deixou trabalhos inéditos, compostos de crônicas e poesias, além de um romance inacabado chamado Sofrimento. Deixou as filhas Neda(?) Miriam (13 anos), Tereza (11 anos) e Neide (8 anos)". (Fonte: site São Bento no Passado/Henrique Fendrich em 02/04/2012)

Capitão Osmar Romão da Silva (Parte 1)

Nota do autor deste blog: A rua defronte a entrada principal do Colégio Cenecista São José de nossa cidade é denominada de Rua Capitão Osmar Romão da Silva. Quem foi este personagem é a pergunta que muitas vezes fazemos. Para maior conhecimento de nossos seguidores reproduzimos a matéria recentemente publicada no site São Bento no Passado, do amigo Henrique Fendrich, pelo qual agradecemos.

"O Capitão Osmar Romão da Silva foi prefeito de São Bento do Sul entre os anos de 1945 e 1947. Ao assumir a prefeitura, contava com 32 anos idade. A pouca idade não torna Osmar o prefeito mais jovem de São Bento do Sul apenas porque Otair Becker, ao assumir a prefeitura em 1966, tinha 31 anos. Osmar teve uma vida agitada e interessante, e veio dar as caras na cidade para tratar de problemas de saúde. Acabou não conseguindo e faleceu durante o seu mandato. Teve tempo de idealizar e organizar na cidade a Rádio Timbira, uma das pioneiras na região norte de Santa Catarina. Começo aqui um relato sobre a vida do personagem, tendo como fonte principalmente este e este site.
Osmar Romão da Silva nasceu em Florianópolis aos 23.10.1912. Foi o primeiro filho de Paulino José da Silva, dono de uma panificadora no bairro da Trindade, e sua esposa Alípia Ferreira da Silva. Os pais logo se mudaram para São José. O “Duduca”, como era conhecido em casa, demonstrou cedo ter habilidade para as letras e, ainda rapazote, foi trabalhar como revisor no jornal “O Estado”, de Florianópolis.
Estimulado por amigos, fez o exame de seleção para a Escola de Sargentos de Infantia do Exército. Foi aprovado e fez o curso de dois anos no Rio de Janeiro. Promovido a 3º sargento, serviu no 14º Batalhão de Caçadores de Florianópolis. Já era 2º sargento quando foi aprovado em terceiro lugar no concurso da Força Pública do estado, em 1931. Foi comissionado 2º tenente. Liberado peça força federal, foi efetivado no primeiro posto da força policial.
Em dezembro de 31, foi nomeado delegado de polícia em Chapecó, permanecendo até julho do ano seguinte, quando a Força Pública do estado foi colocada à disposição para agir durante a Revolução Constitucionalista de São Paulo. Osmar e os demais homens embarcaram num vapor até São Francisco do Sul e de lá seguiram de trem. O tenente Osmar recebeu três citações individuais por seu desempenho em combate, tendo sido comissionado no posto de 1º tenente.
Durante o conflito, escreveu numa pequena caderneta uma espécie de “Diário de Campanha”, de cunho fortemente social, e que foi publicado postumamente. Eis um trecho significativo desse livro:
“… Ah! Desumanidade dos homens. Vês, tu que és chefe, quantos cadáveres pelos campos? Olha para as trincheiras. Olha, vê milhares de homens sob a chuva de arma na mão, para matar o seu companheiro. Pensa e com as mãos na consciência medita sobre a viuvez e a orfandade esmolando pelas ruas, cadavérica, faminta e maltrapilha. Olha e vê, tu a quem defendemos, o espetáculos horroroso e desumano, tétrico e desolador que enfeia a história nacional. Eras tu, chefe, que deverias estar nestas sepulturas, onde se deitam agora milhares de seres vivos, recordando, talvez, sob a chuva que lhes cai nas costas, com tristeza, o pedaço de teto, embora feio, sem pintura, esquecido do mundo e sem riquezas, mas, asseado e feliz onde se agasalhava com a mulher e os filhos. Tu que expões à morte milhares de vidas, devias ser correto, estar também comendo carne com sal e bolacha dura. Sacrificas a nação e a maltratas, matando seus filhos… ”
Ao terminar o confronto, retornou as suas atividades na Força Pública, tendo sido o 1º secretário da primeira diretoria do seu Clube de Oficiais. Aos 25.02.1933, casou-se com Maria de Lourdes Mayworm. Aos 27 de julho foi promovido a 1°. tenente. Em novembro foi enviado para Curitibanos como delegado de polícia, cargo que viria a ocupar também em Lages, Herval, Cruzeiro (atualmente Joaçaba), Araranguá, e em Canoinhas por duas vezes.
Em fevereiro de 1934 nasceu a sua primeira filha. No mesmo ano foi indicado para ingresso na Maçonaria, na Loja Capitular “Regeneração Catharinense”. Recebeu o Grau de Companheiro Maçom e depois foi diplomado. Entre 1935 e 1936, como comandande interino da 1ª Companhia Isolada, em Herval, introduziu na sede da subunidade melhoramentos, como biblioteca, farmácia, enfermaria e escola.
Osmar era um intelectual cuja cultura que transparece em seus escritos só podia ser fruto de muita leitura e estudo. Na Força Pública, esteve ligado às atividades de ensino e aperfeiçoamento profissional. Escrevia sobre diversos temas, com destaque para sensibilidade com que tratava das questões sociais e humana.
Em agosto de 1938, fez uma seleção de crônicas e lançou um livro “Miséria”. Na crônica-título, Osmar diz:
“Miséria – não é só esse estado infeliz que leva o mendigo a estender a mão para pedir um níquel. Nem a situação do esfaimado que solicita uma ‘bóia’. Nem a do desgraçado que dorme na calçada (…) Miséria não é somente o dilema: morrer de fome, abraçado à filharada faminta e esquelética, ou furtar, para não sucumbir (…) Miséria não é só isto. É muito mais. Miséria não é simplesmente o estômago que almoça e não janta (…)
Que é então, também, miséria? Miséria é a causa disso. É o desperdício de centenas de contos de réis, assim, assim… É o trust que aumenta o preço do açúcar e faz a banha custar os olhos da cara. É a impaludação das populações do litoral. É queimar-se café, quando milhares de bocas não o provam, porque não o têm. Miséria é a treva de nosso interior (…)”
Este livro lhe rendeu trinta dias de prisão, aplicada pelo Comando Geral a mando do Secretário de Segurança Pública, provavelmente porque nele Osmar criticava a criação de um novo imposto pela Interventoria Estadual, a taxa de educação e saúde". (Fonte: site São Bento no Passado/Henrique Fendrich em 30/03/2012)

CONTINUA…